terça-feira, 30 de junho de 2009

Nova enquete no Ecos

Para os internautas que circularam pelo Ecos, cabe aos movimentos sociais o papel de protagonistas no movimento pelo Fora Sarney.

Para 45% dos que responderam à última enquete do blogue caberia a eles o pedido de cassação do mandato de José Sarney no Senado Federal.

Outros 31%, votaram que caberia à OAB-Maranhão. E para 22%, à oposição maranhense através de seus partidos com representação no Senado (PSDB, PDT, PT, PSB, PCdoB, PSOL). Nenhum voto receberam os deputados federais de oposição à oligarquia...

Nova enquete
Nova enquete do Ecos das Lutas pergunta: na sua opinião, quais devem ser as próximas ações do movimento FORA SARNEY?

Recomenda-se votar em até três opções, das elencadas. Dê sua opinião e continue a contribuir para orientar o movimento pela cassação do último oligarca do País.



Reunião do Movimento Todos Contra Sarney
Nesta quarta-feira (1º de julho), a partir das 17h, no auditório do Sindicato dos Bancários.

Reunião dos diversos movimentos estudantis, de jovens e de juventudes de movimentos sociais e partidárias pelo FORA SARNEY.

Todos/as (que estiverem em São Luís e com disponibilidade) estão convidados.

O que: reunião do movimento Todos contra Sarney
Onde: Sindicato dos Bancários
A que horas: a partir das 5 da tarde
Quando: quarta - 1º de julho
Quem pode ir: todo mundo que não tem meio de campo com o sarneismo

ENIGMA

Por José Reinaldo Tavares

A revista Veja publicou excelente matéria neste final de semana intitulada "Hora da Faxina". Nela, expõe a perplexidade em descobrir que Sarney não é nada daquilo que se pensava: um homem realizado, satisfeito por ter alcançado cargos onde nunca poderia ter chegado, imortal da Academia Brasileira de Letras, homem que faz questão de mostrar grande erudição, prosa fácil e amena, um simpático senhor de 79 anos de idade, com fama de grande político, estrategista etc.

A matéria sugere ainda o questionamento sobre os motivos que o levaram a chegar a tal ponto, o porquê de não ter se recolhido quando terminou seu mandato de presidente da República, enfim, por que continuou na lide política e nos embates e disputas que no fim fizeram-no descer do pedestal que imaginou para si?

Para melhor compreensão reproduzo parte da material da Veja:

"Sarney tem biografia e nome para, a esta altura da vida, estar distante das refregas mais rasteiras do mundo político. Mas ele nunca quis, ou pôde, se afastar dos cargos que conferem poder de nomear e influir. Sem isso, Sarney torna-se presa fácil para seus não poucos adversários. Além dessa circunstância, vale a pena investigar, munidos apenas dos mecanismos da psicologia mais comezinha e da história, o que leva um político a essa situação. A resposta mais lógica, amparada na história, é a fronteira indefinida e fluida entre o público e o privado na vida nacional. Quando d. João VI se mudou com a corte de Lisboa para o Rio de Janeiro, em 1808, os nobres foram alojados nas melhores casas da cidade, das quais os donos foram sumariamente expulsos. Mas não eram eles os proprietários? Eram. Até que uma necessidade específica do estado os privou do que parecia um direito adquirido. Na mão oposta, são incontáveis os casos de altos funcionários do Império e da República que se valeram de suas funções públicas para satisfazer suas necessidades particulares. Sarney é um herdeiro dessa mentalidade, com raríssimas exceções, prevalente no Brasil".

E nisso incutiu em toda a família a mesma crença. Que diria o articulista da Veja se examinasse mais de perto o que fizeram e fazem Roseana Sarney, Fernando Sarney, isso se nos dispusermos a citar apenas esses dois?

Roseana, como foi noticiado na época e relembrado agora, é ela própria cria de um ato secreto do Senado. Foi admitida por meio desse expediente, em um famoso trem da alegria em 1985. Talvez até fosse aprovada se tivesse feito concurso, vamos acreditar, com muita boa vontade, mas para quê, se podia entrar por meio de fraude?

Ela cresceu sem saber distinguir o que era público e o que era privado. Foi educada assim, a vida era fácil e boa, tudo era dela... Dessa forma, dezenas de parentes pertencentes a essa "grife" foram arranjando polpudos empregos, sob a égide de atos secretos do Senado. Estavam acostumados e para eles era mais do que natural, era um direito. Depois, em seqüência, foram amigos do peito, defensores intransigentes da família, agregados e apadrinhados, faz-tudo, serviçais... Enfim, uma constelação de apaniguados. Todos dependendo de quem? De Sarney, naturalmente.

Assim, como sair, como se aposentar, pois essa turma que chega a milhares poderia, de uma hora para outra ficar desempregada com a aposentadoria do patriarca? E Sarney, acostumado com o poder, leitor da biografia de poderosos da História, que passavam por cima de todas as regras e massacravam os adversários, o que iria fazer sem a razão de sua vida, o poder absoluto?

Por outro lado, pode-se conjeturar um outro motivo para Sarney se expor tanto. É o fracasso de seu plano em ter um sucessor que segurasse tudo e herdasse todo seu poder. Ele imaginou, tempos atrás, que Roseana poderia assumir o seu lugar, acreditava que ela tinha talento e inteligência para isso. Hoje sabe que Roseana é fraca e sem talento, não seria nada sem o sobrenome Sarney, que ela, aliás, aturdida, quer esconder.

Abafar o inquérito da Polícia Federal contra Fernando Sarney é outro motivo forte para ser dependente do poder.

E ele renunciará? O historiador Marco Antonio Villa, em entrevista na Folha, diz:

"Sarney raciocina pensando nos interesses da sua família. Creio que o grande temor de renunciar à presidência do Senado é o de perder influência no governo federal e isso prejudicar os interesses da família. É esse raciocínio que ele vai utilizar para decidir se renuncia ou não. A saída só ocorrerá se ele perceber que a avalanche de denúncias chegou a tal ponto que coloca em risco o domínio da família no Maranhão e a eleição de Roseana ao governo estadual em 2010. Ele é um bom chefe de família, basta ver o número de familiares que empregou no Senado".

Mas, afinal, quando o governo vai começar? Estou informado que o governo do estado recebeu R$ 55 milhões do governo federal para socorrer os alagados. Roseana não deixou que o dinheiro fosse direto para as prefeituras, como aconteceu em outros estados, o que seria muito melhor para a população e o mais lógico. E como não trabalha o dinheiro fica parado. Vê se trabalha Roseana!Em 2010 o povo maranhense saberá dar uma resposta a essa família!

segunda-feira, 29 de junho de 2009

CAMPANHA FORA SARNEY GANHA AS RUAS DO PAÍS


A passeata Fora Sarney, realizada sexta-feira à tarde em São Luís, convocada pelo Movimento Todos Contra Sarney, motivou a mobilização país afora.

No Rio de Janeiro, tem abaixo-assinado e passeata agendada. Assim como há mobilizações planejadas para São Paulo, Brasília, Belo Horizonte. Veja os cartazes logo abaixo. Eles estão convocando a juventude por orkuts e comunidades virtuais.



O blogue Eu Jornalisto, da jornalista Sarita Bastos, destaca detalhes da mobilização na capital maranhense(acesse aqui). Sarita mostra o Fora Sarney está ganhando proporções na rede mundical, com atenção no saite Fora Sarney (clique aqui) e no Twitter.

No Twitter foram 42.200 acessos (confira aqui). Somente no momento da passeata, à tarde de sexta-feira, foram mais de 10 mil acessos de mensagens pelo Fora Sarney. O próprio Ecos das Lutas bateu recorde de acesso.
Marcelo Tas também tem dado sua contribuição. Confira em
http://marcelotas.blog.uol.com.br/
No link abaixo, ouça a opinião de Sonia Hipólito sobre as novas mídias versus o coronelismo eletrônico:


domingo, 28 de junho de 2009

Nem morte de Michael Jackson tira Sarney do olho do furacão

Estorinha para descontrair durante o final de semana, rumo à festa de São Pedro, que ninguém é de ferro.

Que o Michael não se chatei com a mistura indevida. Ele, um ícone pop de nossa infância. Ao mesmo tempo, herói e vítima da indústria cultural. O outro, um velho oligarca se segurando na barba do Lula para não cair...



DESPACHO DOS STATES
No Maranhão, tem um pai-de-santo chamado Bita do Barão. Ele bate seu tambor no município de Codó, cidade de população afro e quilombos históricos no Maranhão.

O sarneismo sempre faz questão de difundir as ligações subterrâneas de Sarney com a umbanda, sem nunca deixar de mostrar ele e família na missa da Igreja da Sé, pedindo a benção ao Bispo, claro. O homi acende a vela para dois faz tempo!

Pois bem. Acontece coisa aqui. Foi trabalho encomendado a Bita do Barão. Acontece coisa ali. Despacho do Bita pro Sarney. E por ai vai...

A mais nova dos arraiais da cidade é esta: dizem que Sarney pediu a Bita do Barão que desse um fim no Jackson. Pa-pum. Trabalho feito, não é que o negócio aconteceu!

Sarney liga desesperado pra Bita:

- Bita, o Jackson que eu pedi o serviço não era o Michael, era o Lago!!!!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

PASSEATA SAI, SARNEY



Mobilização a todo vapor para a passeata pela moralização do Senado - SAI, SARNEY!

A concentração será a partir das 15h desta sexta-feira, em frente à escola Liceu Maranhense. Diversos movimentos de juventude articulam a passeata, que promete ser a primeira das manifestações de rua pela CPI da Moralização no Senado, proposta pelo senador José Nery (PSol-PA) e pelo FORA SARNEY.

Denúncias atrás de denúncias fragilizam cada vez mais o velho oligarca, que agora só conta com a popularidade de Lula pra se salvar. Mas, parece difícil. Nessa, nem santo "sapo barbudo" faz tanto milagre!

Abaixo, o manifesto do movimento, que está sendo amplamente divulgado nas escolas, universidades e ruas de São Luís.



PELA ÉTICA NO SENADO,TODOS CONTRA SARNEY!

Fora Sarney!

O Senado Federal foi colocado num lamaçal de denúncias. E adivinha quem é o principal responsável? Acertou: o velho oligarca José Sarney.

Sarney nomeou irmão, namorada de irmão, neto, mãe de neto, sobrinha, filha de amigo envolvido na operação Navalha e, pasmem, até MOR-DO-MO de Roseana Sarney!!!

O que todo o Maranhão já sabia, o Brasil começa a tomar conhecimento agora: a prática nepotista, patrimonialista e clientelista de Sarney ao fazer política.

Como o próprio Sarney disse ao país, ele foi eleito para a presidência do Senado "PARA USAR O SENADO E PRESIDIR POLITICAMENTE". De fato, ele está USANDO o senado só para seus parentes e aderentes. De fato, ele usou politicamente o Senado para devolver de presente o governo do Estado a sua filha, Roseana Sarney.

Toda a opinião pública brasileira se revolta contra Sarney.

Todos os principais analistas políticos criticam Sarney.

Todos os homens e mulheres de bem repudiam essa prática de Sarney.

Agora, é a vez de toda a juventude, todos os cidadãos e cidadãs e de todos os movimentos sociais saírem às ruas em defesa da ética no Senado.

Por isso a passeata TODOS CONTRA SARNEY reúne todos que querem a ética de volta ao Senado, a apuração dos desvios praticados com os atos secretos e comissão de ética para Sarney e sua saída já da presidência do Senado. SAI SARNEY!!!


MOVIMENTO TODOS CONTRA SARNEY
Rede de Sou de Atitude,Vozes da Luta, Juventude Cara Limpa, Instituto Conexão Cidadã do Maranhão, Vale Protestar, Xô! Rosengana, JSB – MA, União Estadual de Luta Por Moradia, MEI, JS/PDT – MA.

Presidência do Senado coloca Sarney no olho do furacão (XII)

Se houver um prêmio de jornalismo a ser entregue este ano, não há dúvida: ele terá como destino os repórteres de O Estado de São Paulo. É impressionante como o jornal vai dando furo atrás de furo nos demais e, sobretudo, a cada texto publicado aprofundando o cerco em torno do senador José Sarney.

Diante do muro de sustentação que tentam Lula, PMDB e DEM fazer em torno do velho oligarca, resta a seguinte conclusão: Sarney poderá não cai, mas se ficar, será um presidente reduzido e de poder de barganha limitado... este já o saldo da crise do Senado.

Precipitar a queda do velho oligarca da presidência do Senado agora é questão de mobilização de rua, de viabilização de CPI proposta pelo PSol. A biografia tano prezada por Sarney, já era!

Que o diga Noblat. Leia abaixo o texto dele e as matérias da mais recente enrrolada dos Sarneys: Agora é neto que operava crédito consignado no Senado.

Não dá mais nem pra saber se ainda vale a pergunta: ainda tem mais? Pelo o iceberg é grande!


O Estado de São Paulo
Neto de Sarney opera no Senado crédito consignado
José Adriano diz que empresa, com aval de seis bancos para intermediar negócio, rende ''menos de R$ 5 milhões''

De Rodrigo Rangel e Rosa Costa

Alvo de investigação da Polícia Federal, o esquema do crédito consignado no Senado inclui entre seus operadores José Adriano Cordeiro Sarney - neto do presidente da Casa, o senador José Sarney (PMDB-AP).

De 2007 até hoje, a Sarcris Consultoria, Serviços e Participações Ltda, empresa de José Adriano, recebeu autorização de seis bancos para intermediar a concessão de empréstimos aos servidores com desconto na folha de pagamento.

Ao Estado, o neto de Sarney disse que seu "carro-chefe" no Senado é o banco HSBC. Indagado sobre o faturamento anual da empresa, ele resistiu a dar a informação, mas depois, lacônico, afirmou: "Menos de R$ 5 milhões."

A intermediação de empréstimos consignados se transformou numa mina de dinheiro nos últimos anos. Trata-se de um nicho de negócio que, no Senado, virou propriedade de familiares dos donos do poder. A PF investiga suspeitas de corrupção e tráfico de influência envolvendo o negócio.

Filho mais velho do deputado Zequinha Sarney (PV-MA), José Adriano abriu a empresa quatro meses depois de o então diretor de Recursos Humanos da Casa, João Carlos Zoghbi, inaugurar a Contact Assessoria de Crédito, que ganhou pelo menos R$ 2,3 milhões intermediando empréstimos junto a grandes bancos.

A Sarcris começou a funcionar em 26 de fevereiro de 2007. Na Receita Federal, foi registrada como "correspondente de instituição financeira", à semelhança da empresa montada por Zoghbi. Além do HSBC, a empresa do neto de Sarney foi autorizada a operar em nome dos bancos Fibra, Daycoval e CEF. Finasa e Paraná Banco também chegaram a credenciar a Sarcris, mas cancelaram depois o acordo.

O nome Sarcris é uma referência aos sócios - Sarney, o neto do presidente do Senado, e Christian Alexander Hrdina, seu colega dos tempos de Escola Americana em Brasília. Mais recentemente, a dupla admitiu na empresa um terceiro sócio, Rone Moraes Caldana. São todos jovens: José Adriano, economista, e Christian, administrador de empresas, têm 29 anos; Rone Caldana, estudante de engenharia, tem 27.

Nos últimos dias, o Estado mapeou a história da empresa. A localização da Sarcris é um mistério porque ela não existe nos endereços que declara nos documentos oficiais. Pouco depois de ser registrada, a Sarcris já estava autorizada a representar bancos de peso.

A primeira autorização foi concedida pelo próprio HSBC, o banco que José Adriano diz ser seu principal parceiro nos negócios no Senado e também em outros órgãos públicos, como o Superior Tribunal Militar e o Tribunal de Justiça do Distrito Federal. "Trabalhei no HSBC por um ano e meio, em São Paulo. Quando voltei para Brasília decidi abrir o negócio", disse Adriano.

Ele nega que o fato de ser neto de José Sarney tenha favorecido a empresa: "Não estou ganhando dinheiro porque sou neto de Sarney." Um dado, porém, chama a atenção: em pelo menos dois casos, os bancos credenciaram primeiro a empresa do neto, e só depois é que foram autorizados a operar crédito consignado no Senado. O HSBC credenciou a Sarcris em maio e em dezembro assinou o ato que o autorizou a entrar na Casa. Outro exemplo: o banco Daycoval credenciou a Sarcris no dia 1º de abril de 2008 e ganhou a autorização do Senado 27 dias depois.

Ao nascer, Adriano foi registrado como José Sarney Neto, mas aos 20 anos decidiu trocar de nome. Foi à Justiça e mudou para José Adriano Cordeiro Sarney. "Tenho um primo que se chama Sarney Neto e mudei o nome porque viviam me confundindo", contou.

No papel, a Sarcris funciona nas salas 516 e 517 do Edifício Serra Dourada, prédio de salas comerciais no Setor Comercial Sul de Brasília. É o endereço que consta dos registros oficiais da Receita. Os funcionários do prédio dizem que a Sarcris mudou dali. No novo endereço, um prédio no Setor de Rádio e TV Sul, não há nenhuma empresa com o nome Sarcris.

Por coincidência, na sala 350, para onde a Sarcris teria se mudado, funciona uma outra empresa de crédito consignado - a Valor - que também emprestava para funcionários do Senado. A Valor é correspondente do Banco Cruzeiro do Sul. Assim como a empresa de Zoghbi, também teria recebido comissões por intermediação do crédito.

Num edifício comercial na Asa Norte, na sala onde deveria funcionar outra empresa de José Adriano Sarney, a Choice Consultoria, funciona na verdade um escritório de advocacia.

''Não teve facilidades'', garante neto de Sarney

Economista de 29 anos, que também trabalha com crédito consignado na Câmara e no Judiciário, nega interferência do avô

O economista José Adriano Cordeiro Sarney, 29 anos, disse ao Estado que o avô, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), sabia que ele tinha uma empresa especializada em intermediar empréstimos consignados em Brasília. Ele nega, porém, que o avô tivesse conhecimento de sua atuação no Senado.

Indagado sobre o endereço da Sarcris, que não foi localizada pela reportagem, José Adriano titubeou e, depois, admitiu que hoje a empresa existe apenas no papel. Ele não quis informar o faturamento da Sarcris. Limitou-se a dizer que, por ano, a empresa fatura "menos de R$ 5 milhões". Ao atender à reportagem, no fim da tarde de ontem, ele estava passeando em Barreirinhas, nos Lençóis Maranhenses.

Quando o sr. começou a trabalhar com empréstimo consignado?
Fui funcionário do Banco HSBC. Em São Paulo, eu era da área do crédito consignado, era gerente de projetos e qualidade. Aprendi tudo sobre o mercado do crédito consignado e, ao retornar a Brasília, eu pleiteei junto ao banco um contrato de prestação de serviço. Depois de muito esforço, porque ex-funcionário tem de ficar um tempo de quarentena, eles me liberaram, fecharam uma parceria, para operar em Brasília. Eu trabalhei no Tribunal de Justiça do Distrito Federal, na Câmara dos Deputados, no Senado, no Superior Tribunal Militar e em outros convênios que o HSBC já tinha.
Leia mais em ''Não teve facilidades'', garante neto de Sarney


Negócio já movimentou R$ 1,2 bi
Existem hoje pelo menos 40 bancos credenciados fazendo empréstimos consignados aos servidores públicos. É um crédito mais barato porque o risco de calote é muito baixo - o pagamento do crédito é tomado descontando diretamente no contracheque dos salários dos funcionários. Nos últimos três anos, esse crédito movimentou em torno de R$ 1,2 bilhão só no Senado. Leia mais: Negócio já movimentou R$ 1,2 bi


Ato secreto deu acesso à folha salarial
O submundo do crédito consignado no Senado se formou nos últimos anos por meio de atos secretos - agora revelados - e boletins públicos que passaram despercebidos. Em janeiro de 2004, um ato, mantido sob sigilo na ocasião, deu a Carla Santana de Oliveira Zoghbi acesso à folha de pagamento dos 81 senadores e de cerca de 8 mil servidores, incluindo os inativos.
Por esse banco de dados, Carla acompanhou de perto os repasses do Senado a bancos conveniados dos valores dos empréstimos descontados em folha. Na época, ela era nora de João Carlos Zoghbi, então diretor de Recursos Humanos. Foi casada com seu filho, Ricardo, que trabalhou no Senado até outubro do Senado. Leia mais em Ato deu acesso à folha salarial


Blogue do Noblat
Sai dai rápido, Sarney!

O que dirá o senador José Sarney (PMDB-AP) quando lhe perguntarem a respeito do neto que há dois anos negocia dentro do Senado empréstimos consignados para servidores, segundo reportagem publicada, hoje, pelo jornal O Estado de S. Paulo?

Dirá que desconhecia o fato?

O neto é filho do deputado Zequinha Sarney (PV-MA).

Presidente do Senado pela terceira vez, senador há 19 anos, seguramente o mais prestigiado dos 81 senadores, responsável pela nomeação de um diretor-geral que permaneceu no cargo durante 14 anos, acolitado por mais de 100 auxiliares, é razoável imaginar que Sarney nunca ouviu falar das ações do neto banqueiro?

Quem acredita? Seria a mentira do ano.

Se ouviu e as considerou legítimas é porque perdeu o juízo por completo.
Há um claro conflito de interesses entre um senador no exercício de suas funções e um neto a realizar transações financeiras em um espaço sujeito à forte influência do avô. A mais rala noção de ética impediria que uma situação desse tipo tivesse se estabelecido.

Sarney valeu-se do "eu não sabia" para contornar a descoberta de que recebia há mais de um ano auxílio-moradia de R$ 3.800,00 mensais, embora tenha casa própria em Brasília, além da residência oficial de presidente do Senado.

Novamente apelou para a mesma desculpa ao ser confrontado com a informação de que outro neto dele, filho do seu filho mais velho Fernando, havia sido funcionário do gabinete do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA). "Eu não pedi e não sabia", jurou Sarney.

Disse ainda que nada pedira e que nada sabia a respeito das nomeações de uma prima e de uma sobrinha de Jorge Murad, seu genro. Uma delas morava em Barcelona e era lotada no gabinete do líder do PTB no Senado.

Preferiu nada comentar sobre a nomeação em 2005 de seu irmão Ivan para a 2ª Secretaria do Senado. Dali, mais tarde, Ivan foi exonerado mediante ato secreto.

Admitiu ter pedido ao colega Delcídio Amaral (PT-MS) que empregasse uma sobrinha que se mudara para Campo Grande. Uma vez que o nome da sobrinha foi citado pela imprensa, pediu a Delcídío que a devolvesse.

Sarney saiu em defesa da filha Roseana quando este blog publicou em primeira mão que Amauri Machado, conhecido como "Secreta", ganhava salário de motorista do Senado para trabalhar como serviçal na casa da atual governadora do Maranhão.

"Ele é chofer do Senado há 25 anos", contou. "E Roseana nem mora mais em Brasília".
"Secreta" foi um chofer pago pelo Senado para trabalhar, primeiro, na casa de Sarney, e, depois, na casa de Roseana. Até há pouco, Roseana morava em Brasília.

Por último, Sarney negou a existência de atos secretos produzidos pela direção do Senado. Ao saber que eles existiam, sim, apressou-se em garantir:

- Mas é tudo relativo ao passado, nada relacionado ao nosso período. Nós não temos nada a ver com isso. Eu não vou dizer que ocorreu na presidência tal e tal, até porque alguns colegas nossos estão mortos.

Restou provado que algumas dezenas de atos secretos foram assinado por Sarney quando assumiu pela segunda vez a presidência do Senado. Portanto, aqui, há como se afirmar que ele mentiu para seus pares e para o distinto público.

Numa linguagem tortuosa, que não faz jus a um escritor de tantos livros e membro da Academia Brasileira de Letras, Sarney observou outro dia:

- Nossos valores [do Congresso] não podem ser julgados pela imperfeição do exercício, dos valores morais e dos valores do parlamento que são feitos muitas vezes por maus parlamentares a quem devemos combater.

Em defesa da própria reputação e, é claro, do cargo que ocupa, Sarney trovejou na tribuna do Senado:

- A crise do Senado não é minha. A crise é do Senado. É essa instituição que nós devemos preservar. Tanto quanto qualquer um aqui, ninguém tem mais interesse nisso do que eu, até porque aceitei ser presidente da Casa.

Se ainda está valendo o que ele disse sobre a preservação do Senado como instituição; se de fato ninguém mais do que ele tem interesse em preservá-la; se não quer passar pelo pesadelo que atormentou Renan Calheiros (PMDB-AL), obrigado a se licenciar do cargo e, mais tarde, a abdicar dele; Sarney deveria renunciar de imediato ao cargo de presidente.

A crise é do Senado, mas também é dele. Uma presidência em crise não tem condições de administrar uma instituição em crise.

Não é mais caso de licença do cargo, mas de renúncia, como decretou, anteontem, o senador Pedro Simon (PMDB-RS).


Folha On Line
Funcionária de Sarney mora em prédio restrito a senador

Nomeada por ato secreto, uma funcionária do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), mora há quatro anos num imóvel localizado no térreo de um dos prédios exclusivos para senadores, informa reportagem de Andreza Matais e Adriano Ceolin, publicada nesta quinta-feira pela Folha (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal).

Segundo a reportagem, Valéria Freire dos Santos é viúva de um ex-motorista de Sarney e desde que mudou para o local ganhou um emprego no Senado.

A Folha informa que o primeiro emprego de Valéria no Senado foi na direção geral. Em novembro do ano passado, ela foi transferida para o gabinete pessoal de Sarney por um ato que só veio a ser divulgado em abril deste ano. Para servir café em expediente de meio período, recebe salário de R$ 2.313,30 por mês.

Com a anuência de Sarney, Valéria foi autorizada a morar no apartamento por um prazo de 90 dias, a partir de janeiro de 2005. Mas está lá até hoje. O senador disse que não irá comentar o assunto.



Confira a lista dos Atos Secretos

Poesia de Quinta

Poesia de Quinta - Número 38
Por Deíla Maia

Pessoal,

Gostaria de divulgar um concurso virtual de poesia que está ocorrendo no site Talentos. As inscrições ainda estão abertas, até o próximo dia 30 de junho!!!! Ainda dá tempo...
O site é www.talentos.wiki.br

Independentemente de querer ou não concorrer, acho que vale a pena ficar alguns minutos (ou horas!!!) navegando entre tantas poesias lindas. Tem umas muito legais, criativas, emocionantes, tristes, de todo lugar do Brasil. Vocês vão se deliciar. Podem comentar, dar notas, votar, enfim... E o melhor de tudo: curtir as poesias.

Eu estou concorrendo com duas: "Calipígia" e "Poesia e futebol". Depois vão lá conferir.

Divirtam-se!!!

A poesia que eu escolhi para hoje é deste site. Não conheço a poetisa (Isis de Santos), mas adorei a mensagem dela. É bem positiva, alto astral, para sair mesmo da fossa e ver que há um dia maravilhoso, ensolarado e feliz após a tempestade que é acabar um relacionamento amoroso. Quem nunca passou por isso?!!!

E ofereço essa poesia, com todo carinho, a uma amiga minha, que conheci nos tempos do Marista, e que hoje é uma jornalista cultural badalada de São Paulo e que me tratou com tamanha gentileza e carinho quando estive da última vez nesta cidade que eu adoro (em um momento difícil da minha vida)... Fernanda Castello Branco, a Poesia de Quinta de hoje é especialmente dedicada a você.

Beijos
Deíla

Recado
Publicado por ISIS de Santos (SP) em 09/06/2009

Eu podia chorar
por cada noite sem tua presença
Mas prefiro sorrir
em cada dia da tua ausência
Quando te vi partindo,
sem avisar
sem explicar
Fiquei sem rumo,
sem saber o que fiz
Num mergulho profundo,
sem nada ver
sem nada ouvir
Então resolvi
Jogar fora a tristeza
Guardar só a beleza
Dos momentos que vivi
Te mando um recado
Se, por acaso,
O coração apertar
A saudade chegar
Não me procures mais
Nem ouses voltar
Só pra me iludir
Porque agora já estou
Curada de ti
Pronta pra um novo amor
Quem sabe...
Posso até dizer, apesar de ti,
sou, outra vez, feliz
Eu podia chorar
por cada noite sem tua presença
Mas prefiro sorrir
em cada dia da tua ausência

quarta-feira, 24 de junho de 2009

DE VOLTA OS CARAS PINTADAS: sexta-feira será a primeira manifestação de rua do FORA SARNEY

Nesta sexta-feira (26/6), acontecerá a primeira manifestação de rua pelo FORA SARNEY.

Será uma passeata organizada por diversos movimentos de juventude e movimentos sociais. "PELA ÉTICA NO SENADO, SAI SARNEY" é o mote do Movimento Todos contra Sarney, que reúne organizações juvenis de base da igreja católica, de partidos políticos, movimentos culturais, redes de jovens, etc.

Tal como em 1992, quando as passeatas de ruas do movimento estudantil detonaram um movimento pelo FORA COLLOR, os organizadores da passeata acreditam que podem cumprir o mesmo papel com relação à saída de Sarney da presidência do Senado.

Irreverência promete ser o tom da passeata. Haverá performances e pessoas vestidas de mordomo, apitaço e cortejo de catirinas e uma "quadrilha" do Senado, aproveitando o período de festas juninas.

A passeata tem concentração marcada para as 15 horas, em frente à escola Liceu Maranhense.

Barrigada no Marcos D´eça e no EMA

Precisa escolher melhor suas fontes o blogueiro Marcos D´eça. Mal informado, leva o jornal O Estado do Maranhão a publicar notícia falsa.

(Des) informa D´eça seus leitores:

"Um grupo de militantes históricos do PT maranhense reuniu-se sexta-feira passada para definir algumas questões relativas à tática eleitoral do partido para as eleições de 2010 no Maranhão.
O nome do advogado Bira do Pindaré foi confirmado como pré-candidato a senador. O mesmo grupo escolheu o ex-secretário Ricardo Ferro para o Governo do Estado.
Além de Bira e Ferro, o encontro reuniu os dirigentes Sílvio Bembem (secretário de Formação) e Franklin Douglas (secretário de Comunicação), ente outros."


Correções:
1. não houve reunião para definir coisa alguma sobre a tática eleitoral do partido;
2. como não houve decisão, não se escolheu candidato algum a governador e/ou a senador;
3. Franklin Douglas não estava presente na reunião...
4. o que Silvio Bembem (secretário de Comunicação), Franklin Douglas (secretário de Assuntos Institucionais) e Silvana Brito (secretária de Formação) estão organizando é um ciclo de debates, com a participação de TODAS as tendências do partido e sem CARÁTER DELIBERATIVO...

A propósito, abaixo publicamos a programação do ciclo de debates do PT:

CICLO DE DEBATES SOBRE A CONJUNTURA POLÍTICA DO MARANHÃO

JUSTIFICATIVA

Como parte do processo formação de sua militância e antecedendo o Processo de Eleição Direta do PT/2009, o Diretório Estadual do PT do Maranhão por meio das Secretarias de Formação, Comunicação e Assuntos Institucionais realizará nos meses de junho e julho um Ciclo de Debate sobre a Conjuntura Política Maranhense.

Serão organizados 04 debates, sempre às sextas-feiras, no horário das 18h30 às 21h30, na sede do PT Estadual. Os temas debatidos são:

PÚBLICO
Filiados, dirigentes, simpatizantes do PT e convidados (as)

LOCAL
Sede do PT Estadual – Rua do Ribeirão, n.º 232 - Centro


MESA DE DEBATE desta sexta-feira (26/06/2009), das 18h30 às 21h30

TEMA: Análise da conjuntura maranhense; os movimentos Sociais e o PT.

DEBATEDORES:
Flávio Reis – Mestre em Ciência Política e Professor (UFMA)
Jonas Borges – Coordenador do MST
Zulene Barbosa – Doutora em Ciência Política e Professora (UEMA)

terça-feira, 23 de junho de 2009

Depois de três dias de silêncio, Rede Globo volta a abordar crise do Senado

Bom Dia Brasil
Crise no Senado se agrava com novas denúncias contra Sarney
Um afilhado político do senador José Sarney, Raimundo Nonato Pereira Filho, que recebe salário do Senado, não dá expediente em Brasília.


A cada dia, novas suspeitas de irregularidades no Senado são divulgadas. Ontem, houve troca de acusações, bate-boca. O motivo são os chamados atos secretos. Aumentos de salários e contratações que teriam sido aprovados na surdina. O resultado da primeira investigação deve ser divulgado hoje.

Em Brasília, costuma-se dizer que quando não se quer investigar nada, cria-se uma comissão. Mas neste caso, diante de tanta pressão, essa comissão deve apresentar, pelo menos, algum resultado. Já se sabe que os atos secretos são mais de 600 e serviram para nomear apadrinhados de senadores, criar cargos e aumentar salários. O que se espera é que a comissão aponte os responsáveis por esses atos secretos.

Em meio a uma das maiores crises já enfrentadas, o senado viveu ontem uma segunda-feira movimentada como há muito tempo não se via no parlamento brasileiro. Foi uma segunda-feira atípica. “Quero dizer que o Senado da República vive um grande momento. Nunca na história do Brasil o Senado funcionou às segundas-feiras”, elogiou o senador Mão Santa (PMDB-PI). E que segunda-feira. O senador Cristovam Buarque sugeriu que o presidente José Sarney se afaste do cargo.

“Creio que o presidente Sarney dará uma contribuição maior participando dos debates com a experiência dele do que presidindo a mesa e tendo que se defender”, disse o senador Cristovam Buarque (PDT-DF).

O senador Arthur Virgílio acusou o ex-diretor-geral Agaciel Maia de ameaçar senadores. Pediu a demissão dele e do ex-diretor de recursos humanos e foi mais longe.

“Estou aqui apontando dois ladrões comprovados: o senhor Zoghbi e o senhor Agaciel Maia. Duvido que o senhor Agaciel Maia tenha praticado esses crimes todos sozinho, duvido. Tenho a convicção de que tem senador por trás dele. Tenho a convicção clara de que tem gente com mandato por trás dele”, apontou o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM).

O presidente do Senado se defendeu mais uma vez e disse que não imaginava que assumiria a presidência para limpar a Casa.

“Julguei que eu fosse eleito presidente para usar e presidir politicamente a Casa e não para ficar submetido a procurar a despensa da Casa ou para limpar o lixo das cozinhas da Casa”, disse o presidente do Senado José Sarney (PMDB-AP).

Mas as denúncias não param. Mais uma foi revelada: um afilhado político do senador José Sarney, Raimundo Nonato Pereira Filho, que recebe salário do Senado, não dá expediente em Brasília.

Funcionário do gabinete do senador Edison Lobão Filho, o nome dele aparece no site da Fundação José Sarney, com sede no Maranhão. Explicação da assessoria: o servidor é apenas voluntário na Fundação Jose Sarney e trabalha para o senador Lobão Filho em São Luis.

Está prometido para hoje o primeiro resultado da investigação interna sobre atos secretos usados para nomear parentes e aumentar salários. Um desses atos permitiu que um servidor ganhasse acima do teto constitucional, de R$ 24,5 mil.

Para esconder a irregularidade, o funcionário recebeu este mês quatro contracheques: um para o salário do mês, outro para vantagens pessoais, mais um para horas extras e um quarto contracheque com o valor referente à ajuda de custo que senadores e servidores recebem duas vezes por ano. No total, R$ 29 mil.

“Esse assunto só será superado na medida em que todos os atos supostamente secretos forem exibidos, a sua substância for investigada, transformada em processo disciplinar e os culpados identificados tiverem sido exemplarmente punidos”, apontou o líder do Democratas, senador José Agripino (DEM-RN).

O ex-diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, negou que tenha chantageado senadores e disse não ter motivação para isso. Maia disse também que o senador Arthur Virgílio não tem provas das afirmações que fez em plenário e voltou a dizer que está sendo vítima de uma guerra política.

O advogado do ex-diretor João Carlos Zoghbi disse que o senador Arthur Virgílio fez um desabafo e não trouxe fatos novos, nem fez acusações diretas.

Assista aqui.


Alexandre Garcia no Bom Dia Brasil
"O senador Sarney afirmou que pensava ter sido eleito para "usar e presidir politicamente a Casa". Repeti a frase na mesma ordem com que foram pronunciados os verbos: primeiro usar e depois presidir politicamente o Senado"

O senador José Sarney sabia de que falava quando afirmou que a crise do Senado não é só dele. Ao todo, 37 senadores teriam sido beneficiados com atos secretos, assim como 24 que hoje são ex-senadores.

Por isso são tão poucas as bocas que se abrem para denunciar aqueles que compuseram o que o senador Arthur Virgílio chamou de camarilha. O senador Sarney afirmou que não foi eleito para limpar as lixeiras das cozinhas do Senado. Mais uma vez o presidente do Senado se acha acima dos comuns.

Afinal, está estimulado pelo presidente Lula, que afirmou no Cazaquistão que Sarney tem história e não pode ser julgado como uma pessoa comum. Se tem história, se já foi presidente da República, em respeito a essa história não deveria ter permitido o lixo de nomeações secretas de parentes e afins.

O senador Sarney se referiu ao lixo ao responder ao discurso forte do senador Arthur Virgílio. Foi uma segunda-feira em que não se produziram atos secretos, mas se reproduziram dois atos falhos bem reveladores: como ouvimos, o senador Arthur Virgílio chamou o ex-diretor-geral de "senador", e o senador Sarney afirmou que pensava ter sido eleito para "usar e presidir politicamente a Casa". Repeti a frase na mesma ordem com que foram pronunciados os verbos: primeiro usar e depois presidir politicamente o Senado.

É tanto uso da instituição e do dinheiro suado dos impostos que lá é consumido, que tem sido o Senado e o povo do Senado, e não o Senado e o povo do Brasil, que só entra para eleger e sustentar a farra.

Os contracheques explicam casas suntuosas em Brasília. Se a gente pergunta se a casa é de algum sócio do Bill Gates, a resposta tem sido: não, ele trabalha no Senado. Com gratificações e horas extras.

Só que à noite, às luzes da casa iluminam os pobres do Senado. Os que fazem faxina e limpam as lixeiras, em contratos terceirizados que já deram cadeia para um diretor do Senado, que foi demitido por ato ostensivo e renomeado dois dias depois por ato secreto.

O senador Mão Santa ainda fez ironiza, mostrando a raridade de o plenário funcionar numa segunda-feira. Teriam sido pagas horas-extras?


Jornal da Globo
Assessoria de Sarney nega denúncia de irregularidade em fundação
Integrante da Fundação Sarney recebe salário do Senado, diz denúncia. Sequência de acusações colocaram presidente do Senado sob pressão.


Fato raro na política de Brasília, a semana começou com uma movimentada segunda-feira no Senado. A causa imediata é uma sequência de acusações de irregularidades que colocaram sob pressão o presidente do Senado, José Sarney.

Movimento grande demais no Senado para uma segunda-feira antevéspera de São João. ”Eu quero dizer que o Senado da República vive um grande momento. Nunca na história do Brasil o Senado funcionou na segunda-feira", declarou o senador Mão Santa (PMDB–PI)

Muitos senadores trocaram as quadrilhas de São João pela fogueira do plenário. ”Estou aqui apontando dois ladrões comprovados: o senhor Zoghbi e o senhor Agaciel Maia", acusou o senador Arthur Virgílio, líder do PSDB.

João Carlos Zoghbi é o ex-diretor de recursos humanos do Senado e Agaciel Maia, o ex-diretor geral a quem o senador Arthur Virgílio acusou de fazer chantagens contra ele e outros senadores. Arthur Virgílio disse que foi alvo de tentativa de chantagem por causa do alto custo de um tratamento de saúde da mãe dele, que teve uma parte da despesa paga pelo Senado e disse mais. “Duvido que o senhor Agaciel Maia tenha praticado esses crimes todos sozinho, duvido. Tenho a convicção de que tem senador por trás dele", disse.

Agaciel Maia negou que tenha chantageado senadores e se disse vítima de uma guerra política. Já o ex-diretor João Carlos Zoghbi não quis falar. Por meio do advogado, disse que o senador Arthur Virgílio não trouxe novos fatos e nem fez acusações diretas.

Senador propõe licenciamento de Sarney
Num momento em que o presidente do Senado estava fora do plenário, o senador Cristóvam Buarque (PDT–DF) propôs que ele se licenciasse do cargo. “Que ele peça uma licença de dois meses, 60 dias que seja, que passe a presidência ao vice-presidente, que eu espero que terá uma velocidade maior sintonizada com a velocidade da indignação da opinião pública”, sugeriu. Sarney negou a notícia publicada sábado no jornal "O Estado de S. Paulo" de que a filha dele, a governadora Roseana Sarney, mantinha na casa dela, em Brasília, o mordomo Amaury de Jesus Machado, com salário de R$ 12 mil pago pelo Senado. ”A senadora Roseana não tem mordomo em casa.o senhor Amaury é chofer do Senado ha 25 anos", disse.

Nova denúncia
Na noite desta segunda-feira, o presidente do Senado teve que dar mais explicações. Dessa vez sobre a denúncia de que o funcionário Raimundo Nonato Quintiliano Pereira Filho trabalha na fundação José Sarney, em São Luís, e recebe salário do Senado. Ele é lotado no gabinete do senador Lobão Filho. A assessoria de José Sarney disse que Raimundo Nonato trabalha sim na fundação, mas como voluntário e não há nenhuma irregularidade nisso.

Assista aqui.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Presidência do Senado coloca Sarney no olho do furacão (XI)


Blogue do Noblat
Mais um nome ligado a Sarney é funcionário do Senado

Descoberto mais um afilhado político de José Sarney (PMDB-AP) que faz parte da folha de pagamento do Senado. Anote o nome: Raimundo Nonato Quintiliano Pereira Filho.

Está lotado desde 1995 no gabinete de senador que foi de Edison Lobão (PMDB-MA), atual ministro das Minas e Energia por indicação de Sarney, e que agora é de Edison Lobão Filho (PMDB-MA).

Pereira Filho ganha em torno de R$ 3.200,00 mensais, segundo me confirmou há pouco por telefone Lobão Filho. Mas não dá um único dia de trabalho no Senado.

O que faz Pereira Filho?

Ele é Diretor Administrativo/Financeiro da Fundação José Sarney, em São Luis, e também coordenador de eventos. Preside ainda a Associação dos Amigos do Bom Menino, ligada à Fundação.

Pode ser encontrado durante alguns dias da semana no Convento das Mercês, construção do século XVII, inaugurado com um sermão do padre Antônio Vieira, um dos mais notáveis pregadores da Cristandade.

É no convento que funciona a Fundação José Sarney, uma espécie de memorial do atual presidente do Senado que reune ali tudo que diga respeito à sua trajetória política - livros, condecorações, documentos e até o carro que usou quando foi presidente da República entre 1985 e 1989.

No final dos anos 80, o convento estava em ruínas. Sua recuperação custou R$ 10 milhões ao então governador do Maranhão Epitácio Cafeteira - que em seguida o doou à Fundação da Memória Republicana, criada por Sarney. Mais tarde, a fundação adotou o nome do seu criador.

A Constituição proibe a doação de bens públicos.

Lobão Filho levou um susto quando lhe telefonei no meio da tarde:

Quem é Raimundo Nonato Quintiliano Pereira Filho?

Quem?

Raimundo Nonato Quintiliano Pereira Filho

Não sei quem é.

É funcionário do gabinete do senhor.

Do meu? Não conheço.

Dê uma olhadinha aí por mim. Raimundo trabalha na Fundação José Sarney, em São Luis.
Vou ver e lhe telefono.

Há pouco, Lobão Filho me telefonou. Confirmou o que eu já sabia. "Ele presta serviços ao meu pai no Maranhão", justificou. "E deve prestar serviços também a Sarney".
Bingo! Lobão Filho está certo.
(Ironia: no Senado, neste momento, Sarney discursa dizendo que sua vida sempre esteve a serviço da ética.)


UOL
SENADOR CRISTOVAM BUARQUE DEFENDE AFASTAMENTO DE JOSÉ SARNEY

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) defendeu nesta segunda-feira (22) que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), licencie-se do cargo por um período de dois meses para voltar em "um momento diferente" da Casa.

Em discurso no plenário, Cristovam afirmou que Sarney "não está conseguindo liderar" os senadores na procura de uma solução para a crise moral da Casa. (leia mais aqui)


O Estado de São Paulo
SENADOR PEDE AFASTAMENTO DE SARNEY DA PRESIDÊNCIA DO SENADO
Avaliação de Cristovam Buarque é de que as denúncias estão sendo apuradas na Casa em ritmo muito lento

BRASÍLIA - O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) pediu nesta segunda-feira, 22, o afastamento do senador José Sarney (PMDB-AP) da presidência da Casa por 60 dias, até que todas as denúncias contra o Senado sejam apuradas. "Espero que ele se afaste e passe o cargo para o vice-presidente do Senado (senador Marconi Perillo)", disse Buarque em discurso no plenário. A avaliação do senador é de que as denúncias estão sendo apuradas em ritmo muito lento


O Estado de São Paulo
Infográfico do Estadão apresenta ligações de cada nomeado no Senado com os gabinetes de José Sarney, Epitácio Cafeteira e Roseana Sarney. Confira aqui.


Blogue do Daniel Piza (Estadão.com)
ATOS SECRETOS

Estou mais uma vez com o presidente Lula: o senador José Sarney não é uma pessoa comum. Uma pessoa comum não tem ilha e mausoléu, não pertence aos imortais da ABL, não fica no poder por mais de quatro décadas sem se indispor com ninguém, não é detidamente resenhado por Millôr Fernandes, não tem jornais e rádios em todos os cantos de um Estado cujo IDH está entre os piores. Uma pessoa comum também não tem “atos secretos” para dar emprego público para os parentes de primeiro, segundo e terceiro graus e não tem a honra de ter presidido o Brasil num golpe da fatalidade e de ter levado a inflação aos três dígitos. E uma pessoa comum sabe o que entra em sua conta bancária, embora saiba melhor ainda o que sai e o que não entra. (leia mais aqui)

O SENADO DE ODORICO PARAGUAÇU

Por Franklin Douglas(*)

Neste domingo, enquanto você lê as páginas do Jornal Pequeno, mais de 30 mil inscritos submetem-se ao concurso do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE). No domingo passado, foram mais 35 mil disputando o concurso do Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Para o mês de julho, mais de 52 mil enfrentarão o concurso do Tribunal de Justiça do Maranhão.
Ou seja, enquanto uma multidão de candidatos investe tempo, dinheiro e esperança para passar num concurso e ter uma vaga no serviço público, estabilidade e salário digno, o velho oligarca maranhense José Sarney nomeia parentes e aderentes aos cargos do Senado. Um verdadeiro escândalo nacional!

Se para uns a única chance vem pelo esforço do estudo, para outros basta um sobrenome: Sarney ou Murad... Em uma semana de atos “secretos”, já se tomou conhecimento da nomeação de oito parentes de Sarney e um mordono de Roseana para o Senado.

No Senado da dupla dinâmica da política nacional, José Sarney e Renan Calheiros, cada vez mais tem sido assim:

... para ser de gabinete parlamentar, tem que ser irmão do Sarney;

... para ser assistente parlamentar, tem que ser namorada do irmão de Sarney;

... para ser secretário parlamentar, tem que ser neto ou mãe de neto de Sarney;

... para ficar à disposição do Senado sem trabalhar, tem que ser sobrinha de Marly;

... para morar na Espanha mas receber do Senado sem trabalhar, basta ser sobrinha de Murad;

... e para ganhar 12 mil por mês e pouco trabalhar, basta ser mordomo de Roseana!

Seria cômico não fosse repugnante, a piada nacional que Sarney vem transformando o Senado Federal. Uma verdadeira Câmara Municipal de Sucupira do Odorico Paraguaçu, aquele personagem de Dias Gomes, da novela “O Bem Amado”, veiculada pela Rede Globo em 1973.
Tal como em Sucupira, no Senado de Sarney prevalece o patrimonialismo, o coronelismo e a apropriação privada da coisa pública.

Como presidente do Senado, Sarney deveria dar exemplo e não descumprir a Constituição Federal, que em seu artigo 37 é claríssima:

“A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.”

É dever de todo cidadão e cidadã de bem, revidar contra essa situação. Por muito menos caíram ACM, Jader Barbalho e Renan Calheiros.

Brasileiros e brasileiras, não sejamos as irmãs Cajazeiras - defensoras fervorosas do coronel Odorico Paraguaçu - do velho oligarca. À favor da transparência, da moralidade na gestão pública, contra o nepotismo e a improbidade administrativa, é hora do povo brasileiro reagir e gritar bem alto: SAI SARNEY!

(*) Franklin Douglas – jornalista e professor universitário, é editor do blogue Ecos das Lutas (ecosdaslutas.blogspot.com). Artigo publicado originalmente no Jornal Pequeno de domingo - 21.06.2009

sábado, 20 de junho de 2009

DESTA VEZ, A CULPA NÃO É DO MORDOMO...

O Estado de São Paulo
Mordomo da casa de Roseana Sarney é pago pelo Senado
"Secreta", como é conhecido, recebe cerca de R$ 12 mil por mês como assessor de gabinete, mas trabalha na casa da ex-senadora em Brasília

Rosa Costa e Rodrigo Rangel

O Congresso abriga mais um exemplo ilustrativo do uso de dinheiro público para bancar despesas privadas da família do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). O mordomo da casa de sua filha, Roseana Sarney, ex-senadora e atual governadora do Maranhão, é um servidor pago pelo Senado.

Amaury de Jesus Machado, de 51 anos, conhecido como "Secreta", é funcionário efetivo da instituição. Ganha, com gratificações, em torno de R$ 12 mil. Deveria trabalhar no Congresso, mas de 2003 para cá dá expediente a sete quilômetros dali, na residência que Roseana mantém no Lago Sul de Brasília.

"Secreta" é uma espécie de faz-tudo, quase um agregado da família. Cuida dos serviços de copa e cozinha, distribui ordens aos funcionários e organiza as recepções que Roseana promove quando está na cidade. Na manhã de ontem, o Estado procurou o servidor na casa da governadora. O empregado que atendeu informou que ele estava há dez dias em São Paulo, acompanhando Roseana. Ela ficou até ontem na capital paulista, onde passou por cirurgia para retirada de aneurisma.

A reportagem falou por telefone com outros funcionários da casa e com amigos da família, que confirmaram a lotação privada do servidor. Ontem, por telefone, a governadora descreveu as funções de Machado assim: "Ele é meu afilhado. Fui eu que o trouxe do Maranhão. Ele vai à casa quando preciso, uma duas ou três vezes por semana. É motorista noturno e é do Senado. E lá até ganha bem." (leia mais aqui)

Blogue do Noblat
Serviçal da família Sarney é funcionário do Senado

Aumentou a lista de parentes e de afilhados da família Sarney empregada no Senado - ou em alguns casos, recém-desempregada.

O nome da vez é Amauri Machado, de apelido "Secreta" ou "Capitão".

"Secreta" vem de secretário.

"Capitão" porque ele comandava os serviçais da família Sarney em São Luís ou em Brasília, sendo o mais destacado e fiel dos serviçais.

Era - e ainda é - uma espécie de faz tudo: motorista, carregador de mala (no bom sentido), eventual babá dos netos do senador José Sarney (PMDB-AP), ajudante de ordem, entregador de encomendas e até macumbeiro.

Vez por outras faz despachos em lugares ermos.

Sarney é supersticioso e dá valor a quem diz ter acesso a entidades superiores.
Amauri trabalhou durante muitos anos com Sarney - e de algum tempo para cá com Roseana no gabinete dela de Senadora.

Quando Roseana assumiu o governo do Maranhão, Amauri ficou lotado no gabinete do suplente dela, o atual senador Mauro Fecury (PMDB).

Difícil haver senador mais traz-parente do que Sarney.

Trouxe Amauri para a folha do Senado.

Trouxe a sobrinha Vera Portela Macieira Borges para o gabinete do colega Delcídio Amaral (PT-MS). No último dia 16, pediu a Delcídio a devolução da sobrinha.
(Já devolveu, Delcídio?)

Trouxe há seis anos a cunhada Shirley Duarte Pinto de Araújo. Ela saiu do gabinete de Roseana em 8 de abril passado.

Sarney lava as mãos quanto aos outros parentes próximos ou distantes que acabaram como servidores do Senado - um neto, uma nora, outra sobrinha e uma prima de Jorge Murad, marido de Roseana Sarney.

Trouxeram por ele." (leia mais aqui)

Blogue do Josias de Souza
Salário de mordomo de Roseana é pago pelo Senado

Depois que José Sarney disse que a crise é do Senado e não dele, tudo ficou desobrigado de fazer sentido em Brasília.

Apenas os fatos ainda se animam a manter viva a conspiração contra o vale-tudo semântico inaugurado por Sarney.

Deve-se aos repórteres Rosa Costa e Rodrigo Rangel a descoberta do penúltimo grão de sujeira escondido sob o tapete metafórico do Senado.

A dupla informa que o contracheque do mordomo da casa que Roseana Sarney mantém em Brasília é pago pelo Senado.

Espécie de faz-tudo da filha do presidente do Senado, o mordomo ganha algo como R$ 12 mil por mês.

Chama-se Amaury de Jesus Machado. Atende pelo sugestivo apelido de “Secreta”. Nos últimos dez dias, esteve ao lado de Roseana em São Paulo.

A primogênita de Sarney deixou o Senado em abril. Renunciou para assumir o governo do Maranhão, que ganhou no tapetão do TSE.

Embora devinculada do Senado, Roseana continuou servindo-se dos bons préstimos do mordomo “Secreta”.

Ouvida, a governadora maranhense declarou: "Ele é meu afilhado. Fui eu que o trouxe do Maranhão...”

“...Ele vai à casa quando preciso, uma duas ou três vezes por semana. É motorista noturno e é do Senado. E lá até ganha bem".

De fato, o “Secreta” não ganha mal. O diabo é que o dinheiro que pinga na conta dele sai do bolso do contribuinte.

O mordomo de Roseana tem um longo histórico de serviços prestados aos Sarney. Ganhou emprego no Senado nos anos 90.

Antes, trabalhou no Palácio da Alavorada, durante o mandarinato de Sarney. Foi requisitado para o gabinete de Roseana em 2003, quando ela virou senadora.

Deve-se a assinatura do ato que oficalizou o deslocamento ao ex-diretor-geral Agaciel Maia. Além da remoção, “Secreta” ganhou gratificação.

O empresário maranhense Mauro Fecury, suplente de Roseana e velho amigo de Sarney, manteve “Secreta”, o pseudoassessor, em seu gabinete.

Sarney faz um enorme esforço para domar a crise. A cada nova revelação, porém, vai ganhando a aparência de um jóquei cego montando a mula-sem-cabeça.

No Senado dos dias que correm, o velho e doce hábito do empresguismo desfaz o monge." (leia mais aqui)


Sonia Hipólito na CBN
Tudo isso é pra ganhar tempo, afinal está bem ai as festas juninas, depois vem o recesso... Sarney conta que nós vamos esquecer tudo;

Nada acontece porque todos os senadores estão de certa forma envolvidos

É comovente ver o Sarney defendendo o estado de direito democrático, um jovem que nasceu hoje não ia nem saber ele fez sua carreira na ditadura militar

Ouça aqui

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Acuado, Sarney tenta se manter a todo custo na presidência do Senado... e cria comissão de investigação


Blog do Noblat:
Sarney aposta no cansaço do distinto público

Quer exemplo de mistificação mais grosseira do que a frase dita, hoje, por José Sarney (PMDB-AP) a propósito dos decretos secretos do Senado:

- Não pode haver ato secreto se houve causas e efeitos. Neste caso eles não podem ser secretos.
Pois os tais decretos secretos produziram causas e efeitos como nomeação de pessoas, aumento de salários de servidores, concessão de benefícios vitalícios e criação de cargos.
E, contudo, permaneceram secretos durante anos. Por secreto, entenda-se: não foram publicados no Diário Oficial do Congresso.

Sarney prefere dizer que a não publicação se deveu a "erro técnico". Conversa mole.
Os decretos secretos permaneceram secretos porque eram... secretos.
Caixa 2 sempre foi Caixa 2, embora o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares preferisse a expressão "recursos não contabilizados", outra mistificação também grosseira.

Havia uma comissão criada por Sarney para estudar o caso dos "decretos secretos". Ele anunciou a criação de uma segunda comissão depois que um funcionário do Senado, em entrevista à Folha de S. Paulo, contou como eram expedidos e funcionavam os decretos secretos.

A presidência do Senado confere a Sarney poderes para demitir diretores.

Sarney disse que a demissão do atual diretor-geral do Senado será submetida ao voto dos seus 80 colegas senadores. Por que?

- Não deve ter afastamento de ninguém precipitadamente - disse Sarney. - Estamos num Estado de Direito. Não podemos tomar providências marciais, nem tribunais de exceção.
Lorota. Sarney não quer arcar sozinho com o ônus de demitir ninguém. O negócio dele é admitir - jamais dispensar.

Por fim, acenou com a publicação futura no futuro Portal da Transparência do Senado de "tudo" que aconteça ali. O que é "tudo"?

O prefeito Gilberto Kassab (DEM), de São Paulo, inaugurou um portal da transparência que aparentemente divulga tudo que tenha a ver com a prefeitura - salários dos milhares de servidores, inclusive o dele; todos os contratos assinados pela prefeitura; notas fiscais de qualquer compra que se faça.

O portal do Senado terá essa abrangência? Ou a transparência será menor, bem menor?
Saberemos quanto ganha cada senador, cada funcionário, incluídos benefícios, gratificações, horas extras?

Saberemos quanto o Senado gasta com a saúde dos senadores? E quantos servidores estão à disposição de cada senador em seu gabinete em Brasília e nos Estados?

Duvido.

E vocês?

Sarney aposta no cansaço dos jornalistas e do distinto público para dar a crise do Senado por superada. Assunto que se arrasta durante muito tempo costuma cansar (leia mais aqui)


O Globo:
Senado: Sarney anuncia criação de comissão de sindicância acompanhada pelo MP e pelo TCU para investigar denúncias

BRASÍLIA E RIO - Sob pressão, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), anunciou nesta sexta-feira a criação de uma nova comissão de sindicância para apurar os mais de 500 atos secretos usados para nomear parentes e aumentar salários. A investigação será acompanhada pela Procuradoria-Geral da República e por um auditor do Tribunal de Contas da União (TCU).

Em maio, já havia sido criada uma comissão de sindicância sobre os atos secretos, que entregará o relatório na próxima segunda-feira. (Leia também: senadores avaliam medidas com cautela)
Ao contrário do que era esperado, Sarney não anunciou nenhuma punição, limitando-se a anunciar a sindicância, a disposição de publicar todas as informações do Senado em um site oficial e uma auditoria externa. ( Relembre os escândalos do Congresso )

Sarney convocou uma entrevista coletiva após a divulgação de que os chamados atos secretos não configuravam um erro técnico, mas um expediente para esconder eventuais irregularidades. Nesta sexta-feira, o jornal "Folha de S.Paulo" traz declarações do chefe dos Serviços de Publicação do Boletim de Pessoal do Senado, Franklin Albuquerque Paes Landim, em que ele afirma que o ex-diretor-geral Agaciel Maia e o ex-diretor de Recursos Humanos do Senado, João Carlos Zoghbi decidiam quais atos deveriam ser publicados no Diário Oficial do Senado e os que deveriam ser mantidos em sigilo. Agaciel já disse que se tratava de erro técnico. (leia mais aqui)

UOL:
Cercado por denúncias, Sarney anuncia portal de 'transparência' e auditoria em pagamentos

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), afirmou nesta sexta-feira (19) que uma comissão de sindicância será criada para apurar responsabilidades e que, se houver culpados, eles serão punidos pela existência de atos secretos para nomeação de funcionários da Casa.

A entrevista coletiva foi convocada por Sarney após a publicação de reportagem pela "Folha de S.Paulo", segundo a qual ordens para manter atos administrativos secretos no Senado vinham diretamente do ex-diretor-geral Agaciel Maia e do ex-diretor de Recursos Humanos João Carlos Zorghi (leia mais aqui)


Veja:
Sarney busca reagir. Com outra comissão

Depois da divulgação de que os chamados atos administrativos secretos do Senado não configuravam um erro técnico, mas um expediente para esconder eventuais irregularidades, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), decidiu criar uma comissão de sindicância para apurar as responsabilidades sobre a prática e evitou demissões imediatas de servidores envolvidos no episódio. "Com o resultado da sindicância, teremos inquérito administrativo para punir os culpados", afirmou o senador em entrevista coletiva. Sarney justificou que não tomará medidas precipitadas contra funcionários em respeito ao estado de direito.

A comissão será acompanhada pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Contas da União. Os atos administrativos secretos chegariam a 658, segundo uma fonte da presidência o Senado, e tiveram início em 1995, na primeira gestão de Sarney como presidente da Casa. Ao contrário do que era esperado - afastar possíveis responsáveis pela prática -, Sarney anunciou apenas a disposição de publicar todas as informações do Senado em um site oficial. Anunciou ainda a contratação de uma auditoria externa para analisar a folha de pagamentos dos servidores da Casa, que deve ser coordenada, segundo o senador, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). A medida tem o objetivo é reduzir gastos.

O Senado vem sendo apontado como a instituição pública mais fechada à imprensa e não é também a primeira vez que parlamentares prometeram abrir a caixa preta do Senado. (leia mais aqui)


Situação de Sarney já começa a virar piada:


No KIBELOCO.
Veja em melhor definição aqui: http://kibeloco.com.br/kibeloco/2009/06/19/family-business/



"E a penúltima do Sarney! Um dos assessores dele saiu de licença alegando LER. Lesão por esforço repetitivo. Também, ele digitou mais de mil atos secretos. E o Sarney mudou o nome pra Naosey! E daqui a pouco vão descobrir que até o cachorro do Sarney tem cargo no Senado. Ele é como parte da família. Ele já é parte da família. Rarará! É mole? É mole mas sobe! "
"E sabe qual é o nome desta epidemia de gripe? Gripe Sarney: pega um e leva a família inteira! A família não para de crescer! Todos têm cargo no Senado. Agora apareceu a sobrinha do genro! Ela trabalha no Senado, mas mora na Espanha. E ele disse que é a favor da transparência. Mas na verdade ele é a favor do transPARENTE! Pega o transparente para sair da Espanha, pega o transparente para voltar. Rararará. O Sarney vai acabar indiciado por formação de família. Quando ele diz que é defensor da família brasileira, ele quer dizer de uma única família: a dele! "
Folha On Line
PSOL ameaça acionar Sarney no Conselho de Ética se não houver "limpeza" no Senado

GABRIELA GUERREIRO
Da Folha Online, em Brasília

O PSOL estuda ingressar com representação no Conselho de Ética do Senado contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), se o peemedebista não acatar sugestões apresentadas pelos parlamentares para limpar a imagem da instituição, mergulhada em uma série de denúncias. O partido também promete representar no conselho contra os parlamentares envolvidos na edição de atos secretos no Senado se ficar comprovada a participação de senadores no episódio.

"Se a Mesa Diretora [do Senado] não tomar as providências no sentido de realizar profunda investigação sobre as denúncias que envolvem o Senado, o PSOL avalia a possibilidade de fazer representação contra membros da Mesa e até outros senadores que dentre os fatos denunciados se identifique alguma responsabilidade", disse o senador José Nery (PSOL-PA).

O PSOL cobra que Sarney crie uma comissão especial na Casa para investigar a edição dos atos secretos e outras irregularidades encontradas na instituição, entre outras medidas. As propostas do partido não têm relação com as sugestões encaminhadas a Sarney por um grupo de 20 senadores - que apresentaram documentos com medidas que têm o objetivo de "limpar" a imagem do Senado.

"A medida fundamental que a Mesa pode tomar é a formação de uma comissão especial de investigação para apurar todas as denúncias envolvendo contratos superfaturados, de empresas terceirizadas, atos secretos. Se a Mesa se dispuser a fazer comissão, nós achamos importante esse passo para depois virem medidas saneadoras", disse Nery. (leia mais aqui)

Agora são os ATOS ULTRASSECRETOS


Se pouco se sabia dos atos secretos, imagina dos ultrassecretos!

Reportagens dos jornais O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo revelam: existiam os atos "top secret". Ou seja, aqueles que sequer saiam da gaveta do diretor geral do Senado, Agaciel Maia, o homem forte de Sarney.

Rádio Jovem Pan também pega pesado com parentes nomeados por Sarney no Senado. Confira abaixo:

Atos ''top secret'' nem saíam da gaveta do diretor
Apuração sobre medidas sigilosas no Senado mostra que algumas decisões não foram sequer digitadas

Leandro Colon, BRASÍLIA

A investigação interna em cima das centenas de atos secretos do Senado descobriu um submundo de duas categorias de decisões mantidas sob sigilo na Casa nos últimos anos, como se existissem atos "top secret" e outros classificados oficiosamente como secretos. A primeira categoria, comandada pelo ex-diretor-geral Agaciel Maia; os demais, sob as ordens de João Carlos Zoghbi, ex-comandante do poderoso setor de Recursos Humanos.

Descobre-se agora que muitos atos nem sequer saíam da sala de Agaciel. Só existiam em papel, não eram inseridos em nenhum computador, para evitar vazamentos. Os arquivos de Agaciel também privilegiavam os favores aos senadores.

Muitos desses boletins ainda não foram publicados, contrariando a iniciativa propalada pelo presidente José Sarney (PMDB-AP) de transparência no Senado. A burocracia interna de publicação deveria seguir, teoricamente, a seguinte lógica: sai da Direção-Geral, passa pelos Recursos Humanos, que entrega à Informática para divulgação.

Um dos atos "top secret" é o que estende a assistência médica vitalícia dos senadores a quem ocupou a Diretoria-Geral ou a Secretaria-Geral da Mesa. Agaciel, beneficiário direto do ato, guardou o documento na gaveta, depois de obter a chancela dos senadores que então ocupavam a Mesa Diretora.

O Estado teve acesso à íntegra do ato, considerado um mistério dentro do Senado e investigado pela comissão de sindicância. "Eu não o conhecia. Para mim, é um espanto", afirma o diretor-geral, José Alexandre Gazineo.

Sob pressão e na iminência de perder o cargo, Gazineo não deve receber o benefício do ato: o texto diz que o servidor tem de ocupar a Diretoria-Geral por, pelo menos, dois anos. Ele está há pouco mais de três meses na vaga e, ao que tudo indica, não deve permanecer por muito tempo na cadeira.

Quando Agaciel resolvia seguir o trâmite legal e repassar os atos ao departamento de Recursos Humanos, o então diretor, João Carlos Zoghbi, se encarregava de digitalizá-las para, teoricamente, publicá-las. Começava aí outro processo de sigilo e a segunda categoria de proteção. Zoghbi escolhia o que era para publicar e o que deveria permanecer num banco de dados informal.

NOMEAÇÕES
Atos dessa natureza serviram para as nomeações dos próprios filhos de Zogbhi e os aumentos salariais de sua mulher, Denise. Os arquivos que tratam desses atos foram publicados como boletins suplementares somente agora, em 2009, a mando do diretor de Recursos Humanos, Ralph Siqueira, integrante da sindicância que investiga esses boletins.

Siqueira determinou, em meio à investigação, a digitalização de parte do que estava guardado na Diretoria-Geral para a publicação interna. A decisão de Ralph foi considerada um erro dentro do Senado. Uma iniciativa que, a princípio, tinha o objetivo de misturar atos secretos com públicos.

A estratégia poderia fazer com que esses documentos passassem despercebidos dentro do sistema. Mas a diferença entre os documentos - os secretos são mais sucintos - chamou a atenção de quem acessa o sistema interno todos os dias. A iniciativa de Ralph abriu a caixa-preta desses boletins, criando uma crise política que levou o presidente do Senado à tribuna na última terça-feira.


Governo pede salário de volta a parente de senador
Leandro Colon e Rodrigo Rangel, BRASÍLIA

Uma sobrinha do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), lotada na Casa, foi cobrada pelo governo federal a devolver dinheiro por acúmulo de cargos públicos. Ofício do Ministério da Agricultura enviado ao Senado em 26 de novembro de 2003 solicitava que Vera Macieira Borges devolvesse o valor "recebido indevidamente". Funcionária de carreira do ministério, ela foi cedida à presidência do Senado seis meses antes da cobrança. Vera é filha de José Carlos de Pádua Macieira, irmão de Marly Sarney, mulher do presidente do Senado. (leia mais aqui)


Irmão de Sarney foi alvo de grampos da PF
Rosa Costa e Rodrigo Rangel, BRASÍLIA
Mais novo nome da lista de parentes do senador José Sarney (PMDB-AP) que receberam salário do Senado, Shirley Araújo e o marido dela, Ernane Sarney, irmão do presidente do Senado, são personagens de inquérito da Polícia Federal. Eles caíram na malha da Operação Navalha, que investigou esquema de corrupção da construtora Gautama para distribuir propina a políticos em troca de contratos de obras públicas. Shirley apareceu como destinatária de depósitos bancários feitos pela Gautama em valores picados para driblar a fiscalização do Coaf, o órgão do Ministério da Fazenda encarregado de monitorar movimentações financeiras suspeitas. Ernane Sarney, por sua vez, caiu em grampo com o diretor financeiro da construtora, Gil Jacó Santos, de maneira suspeita - cobrando dinheiro. A conversa se deu em 25 de abril de 2007. (leia mais aqui)

Lembram da conversa do irmão de Sarney grampeada na operação Gautama da Polícia Federal?
Atos secretos eram ordem de diretores, afirma funcionário
Servidor do Senado diz que publicação dependia de aprovação de Agaciel e Zoghbi
Testemunho contradiz a versão de Agaciel e da presidência do Senado de que a existência dos atos se trata de "erro técnico"

ANDREZA MATAIS
ADRIANO CEOLINDA
SUCURSAL DE BRASÍLIA

As ordens para manter atos administrativos secretos no Senado eram do ex-diretor-geral Agaciel Maia e do ex-diretor de Recursos Humanos João Carlos Zoghbi. A afirmação foi feita à Folha pelo chefe do serviço de publicação do boletim de pessoal do Senado, Franklin Albuquerque Paes Landim.
O testemunho contradiz a versão de Agaciel e da presidência do Senado de que a existência dos atos secretos se trata de "erro técnico". A descoberta dos atos secretos foi o estopim da mais recente crise na Casa.

Landim contou que recebia pelo telefone as ordens de Agaciel. Zoghbi, que despachava no mesmo andar, pedia pessoalmente. "Ele mesmo pedia ou mandava o chefe de gabinete."

Ele contou que guardava os atos secretos numa pasta e só os publicava quando recebia nova orientação dos diretores."Ele [Agaciel] mandava guardar. Dizia: "Esse você não vai [publicar]. Você aguarda". Com esse aguarda, às vezes mandava publicar, às vezes não. Podia ser amanhã, podia ser depois." Em alguns casos, disse, os atos ficaram guardados por "anos".

Com medo de ser o único responsabilizado pelo caso, Landim disse à Folha que não irá esconder a verdade porque apenas cumpriu ordens. "Tenho certeza de que não vou pagar por isso. Eu vou dizer a verdade. Eu não temo nada."Enfrentando uma das piores crises desde que assumiu a Casa pela terceira vez, em fevereiro, José Sarney (PMDB-AP) usou nesta semana a tribuna para dizer que a responsabilidade sobre o escândalo não era sua. "Eu não sei o que é ato secreto. Aqui, ninguém sabe o que é ato secreto", afirmou.

Há quatro anos responsável pela publicação dos atos, Landim afirmou que recebia todos com um carimbo de "publique-se", mas que em seguida um dos diretores o procurava para determinar a data real de publicação.(leia mais aqui)

Esses atos secretos eram para esconder mesmo a situação errada!
O senador José Sarney tem oito parentes. Alguns foram demitidos secretamente. São eles (cita um a um e o vínculo de patentesco). Essa aí é da governador Roseana Sarney, governadora do Maranhão. No tapetão!
Você veja uma coisa, o presidente Sarney que já foi três vezes presidente do Senado, presidente da República, faz um ato desse, isso mostra que o Legislativo faliu de vez! (Ouça aqui a reportagem)

SARNEY EM TRÊS ATOS: DA CRISE MUNDIAL AOS ATOS SECRETOS

Por Haroldo Saboia

Em artigo publicado após a eleição de José Sarney para a Presidência do Senado com o título “Sarney derrota o PT e Lula”, afirmei para a descrença de muitos:

“Mal sucedido em sua tentativa de articular uma candidatura consensual sob os auspícios do Palácio do Planalto, o velho coronel maranhense parte para a ofensiva, em gesto de rara ousadia, aglutina as forças mais fisiológicas e conservadoras do parlamento e da sociedade, e vai para o enfrentamento. Vitorioso, derrota o Presidente Lula, o PT, os partidos progressistas do Senado e, de quebra, o principal partido de oposição, o PSDB. De uma só vez!

Por subestimar Sarney, Lula e o PT sofreram um grave revés.

E perdemos nós. Pois quando ele vence, perde o nosso Estado.

Por exemplo: qual a obra (uma única pelo menos) construída, ou inaugurada por Sarney, no Maranhão, nos cinco anos em que foi Presidente da Republica?

O certo é que Sarney (Rubião ou Quincas Borba?) venceu. Ao vencedor, as batatas”

Em seus delírios, Sarney proclamava aos quatro cantos: - “Sou candidato porque minha experiência poderá ajudar o país a enfrentar a crise mundial.”

Hoje o país estarrecido toma conhecimento que a grande experiência de Sarney está relacionada a produção de atos secretos em afronta direta aos princípios constitucionais.

Revejo os textos, releio matérias antigas e os comentários da atualidade e quedo diante de tanta indignação, mas também de muita complacência, imensa condescendência. Nas afirmações de muitos, o sentimento republicano da revolta, da defesa da coisa pública; nas entrelinhas de alguns colunistas a tentativa de naturalização e banalização da gravidade dos fatos.

E para que possamos ter uma visão da trajetória de Sarney nesta sua terceira investida na Presidência do Senado, reproduzirei três trechos do Ricardo Noblat.

Vejamos: José Sarney em três atos !!!

ATO I: ACORDOU SARNEY ?

“Pelo que lhe conheço você não deve ter dormido direito. Eu também não. Fui deitar depois das 4h e aqui estou a aborrecê-lo.

Imagino você, que tenta ser presidente do Senado pela terceira vez dos anos 90 para cá.

Hoje será seu grande dia, Sarney - para o bem ou para o mal.

Não basta vencer.

No caso de uma vitória apertada, seus desafetos dirão que você será incapaz de comandar o Senado com pulso firme, que todos os seus atos serão contestados, que sua saúde fraquejará, etc

e tal...

Passará os próximos dois anos pontificando do alto da cadeira que acomodou nádegas ilustres ainda na época do Império.

Se quiser, ainda terá a chance de renovar o mandato por mais dois anos.

Estará na foto oficial da posse do futuro presidente da República seja ele quem for. E o coitado ainda será forçado a comer direitinho em sua mão.” (Blog do Noblat, 2.2.2009, 8h)

ATO II: PARA SALVAR FERNANDO

“José Sarney (PMDB-AP) acaba de ser eleito pela terceira vez presidente do Senado. Obteve 49 votos contra 32 conferidos a Tião Viana (AC), candidato do PT.

Ele foi candidato, antes de tudo, porque seu grupo político passa por um aperto brabo no Maranhão. Roseana, a filha dele, perdeu o governo em 2006 para o atual governador Jackson Lago (PDT).

A Polícia Federal investiga os negócios de Fernando, o filho-empresário de Sarney.

Se ouvirem que o Senado saiu dividido da eleição e que Sarney enfrentará forte resistência para comandá-lo, não acreditem.” (Blog do Noblat, 2.2.2009, 13h36min)

ATO III: Sai, Sarney!

“José Sarney está no olho do furacão que varre o Senado desde que ele foi eleito em fevereiro último para presidi-lo pela terceira vez. A primeira foi em 1995.

Mas é um escárnio Sarney continuar fingindo que nada tem a ver com a crise mais grave da história do Senado. Não apenas tem a ver: Sarney é o principal responsável por ela. A semente da crise foi plantada no primeiro mandato dele como presidente do Senado.

‘Eu só tenho a agradecer ao Dr. Agaciel Maia pelos relevantes serviços que ele prestou’, disse Sarney ao se despedir do ex-diretor-geral do Senado, defenestrado da função devido à crise.

Dono de imóvel em Brasília e inquilino da mansão destinada ao presidente do Senado, Sarney recebeu durante mais de um ano auxílio-moradia de R$ 3.800,00 mensais reservada a senadores sem teto.

É possível acreditar que o pai da crise esteja de fato empenhado em resolvê-la? Ou que reúna condições para tal? E quem disse que seus pares estão interessados em refundar o Senado?

A essa altura, uma só coisa depende de fato de Sarney: a renúncia à presidência do Senado...” (Blog do Noblat, 15.6.2009, 8h03min)

Para quem acordou em uma manhã de fevereiro com o delírio que iria Presidir o Senado para salvar o Brasil da crise mundial, deve ser muito difícil imaginar e explicar como os três mil e oitocentos reais de auxílio-moradia iriam parar em sua conta todo mês, religiosamente, e uma ruma de parentes pendurados em atos secretos... Sem esquecer o Castelo de Sintra,em Portugal !!!

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Presidência do Senado coloca Sarney no olho do furacão (X)


As principais colunistas políticas do País, no Programa do Jô...

Correio Braziliense revelando mais oito parentes de Sarney empregados no Senado Federal...

Blog do Ricardo Kotscho, ex-assessor do presidente Lula, também com o sai Sarney...

Folha de São Paulo confirmando parente de Jorge Murad que estava nomeada no Senado mas morando na Espanha...

O Estado de São Paulo revelando a demissão secreta de Ivan Sarney...

Só falta aparecer o Bita do Barão nomeado no Senado!!!!


Correio Braziliense
A grande família
Oito pessoas ligadas por laços de parentesco ao presidente do Senado são ou foram contratadas para cargos

Ricardo Brito e Marcelo Rocha
Do Correio Braziliense, em Brasília

Shirley Duarte Pinto de Araújo foi lotada durante seis anos no gabinete de Roseana Sarney (PMDB-MA). Deixou o cargo em abril passado, época em que Roseana se desligou do Senado para governar o Maranhão. Shirley seria apenas mais uma entre os 3 mil funcionários comissionados da Casa não fosse o fato de viver em São Luís ao lado de Ernane Sarney, tio da ex-senadora e irmão do presidente José Sarney (PMDB-AP). É mais um galho na árvore de parentes cultivada no Senado pela família Sarney nos últimos 25 anos.

A revelação da existência de atos secretos para encobrir mordomias e contratação de parentes no Senado aguçou a busca por irregularidades na Casa. Desde que assumiu pela terceira vez o comando do Parlamento, Sarney atribui a seus antecessores “os erros” administrativos, esquiva-se da pecha de patrocinador do nepotismo e empurra o problema para a próxima semana, quando o primeiro-secretário Heráclito Fortes (DEM-PI) retoma as atividades. As descobertas, porém, encurralam ainda mais o peemedebista.

Além de Shirley, o Correio identificou nos boletins administrativos do Senado que Ivan Celso Furtado Sarney, irmão do presidente do Senado por parte de pai, ocupou um cargo de assistente parlamentar na Segunda Secretaria. A nomeação ocorreu em maio de 2005, quando o setor era comandado por um aliado de Sarney: João Alberto (PMDB), atual governador em exercício do Maranhão com o afastamento para tratamento médico de Roseana. Sete meses antes do ato de nomeação, então presidente da Câmara Municipal de São Luís, Ivan havia perdido a reeleição. O irmão de Sarney foi exonerado em fevereiro de 2007, em ato assinado pelo ex-diretor-geral Agaciel Maia e publicado somente no boletim suplementar de 30 de abril daquele ano.

Procurada pela reportagem, a assessoria de Sarney ponderou que só poderia responder pelo caso de Ivan Celso. No entanto, não houve retorno até o fechamento desta edição. No caso de Shirley, mulher de Ernane Sarney, os auxiliares do peemedebista recomendaram que se contatasse assessores da governadora Roseana. O Correio pediu informações à Secretaria de Comunicação do Maranhão, mas não obteve resposta. Foi deixado recado na casa de Shirley e também não foi respondido. Ivan Celso não foi localizado.

Com os nomes de Shirley e Ivan, sobe para oito o número de pessoas ligadas à família Sarney que são ou já foram comissionadas em gabinetes parlamentares ou outros setores do Senado. O primeiro caso a surgir foi o de João Fernando Michels Gonçalves Sarney, neto do presidente da Casa. Ele ocupava uma função de confiança no gabinete de Epitácio Cafeteira (PTB-MA) e foi exonerado em outubro do ano passado, após a súmula do Supremo Tribunal Federal (STF) que proibiu a contratação de parentes na administração pública. João Sarney foi substituído pela mãe, Rosângela Teresinha Michels Gonçalves.

No dia seguinte ao discurso de Sarney, um grupo de nove senadores anunciou ontem que pretende enviar ao peemedebista o que chamou de “pacote moralizador” para estancar a crise na Casa. Os parlamentares pedem a anulação dos atos secretos e o afastamento de José Alexandre Gazineo da Direção Geral. Gazineo foi o responsável por assinar número significativo das instruções. Ele assumiu o comando administrativo do Senado em substituição a Agaciel, afastado após a denúncia de ter ocultado a propriedade de mansão no Lago Sul.

“COMBATE AOS MAUS”
Um dia após ir à tribuna do Senado para rebater a série de denúncias de irregularidades, José Sarney disse ontem que é dever de deputados e senadores combater os “maus parlamentares”. Num discurso na solenidade que lançou a campanha institucional “O Congresso faz parte da sua história”, ele afirmou que cabe aos parlamentares corrigir os erros praticados. “Nossa função é procurar de toda maneira que nós, nesses novos tempos, tenhamos condições de corrigir todos os erros e fazer com que o povo não olhe o Parlamento pelos seus defeitos. Nossos valores não podem ser julgados pela imperfeição do exercício, dos valores morais e dos valores do Parlamento que são feitos muitas vezes por maus parlamentares a quem devemos combater.”

Arquivos históricos
Nos arquivos do Senado é possível identificar as andanças dos Sarney na Casa durante os últimos 25 anos. Em novembro de 1984, quando o nepotismo ainda não fazia parte das discussões públicas, Roseana Sarney, filha do senador José Sarney, foi nomeada pelo então presidente, Moacyr Dalla (PDS-ES), para trabalhar como assessora no gabinete do pai. De acordo com o ato, ela tinha direito a salário mensal equivalente ao cargo DAS-3 (R$ 3,8 mil em valores atuais), nomenclatura usada pelo Executivo.

Em maio do ano seguinte, quando Sarney já exercia o cargo de presidente da República, o Senado cedeu Roseana para trabalhar na Casa Civil. O empréstimo foi decidido em reunião ordinária da comissão diretora, presidida pelo senador José Fragelli (PMDB-MS), e foi registrado em ata.

Concurso
Com a nova Constituição de 1988, que criou a obrigatoriedade do concurso público, Roseana foi efetivada servidora do Senado, mas pouco tempo trabalhou como funcionária pública em razão de sua atividade política. Licenciada sem direito a salário, ela, no entanto, pode usar esse período em caso de aposentadoria.

A filha do presidente do Senado se desligou da Casa em março para assumir o governo do Maranhão com a cassação de Jackson Lago pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ela precisou se afastar, no início do mês, para tratar uma aneurisma em São Paulo. Quando estourou o escândalo dos atos secretos, Sarney estava em companhia da maranhanse. Voltou essa semana para tentar contornar a onda denuncista, mas o remédio — um discurso na tribuna e a promessa de ações na próxima semana — não conseguiu abrandar a crise. (MR)

O clã
Confira os nomes de parentes e de pessoas ligadas a José Sarney no Senado:


Ivan Celso Furtado Sarney
Irmão, por parte de pai.
Em maio de 2005 foi nomeado para ser assistente parlamentar (AP-4) no gabinete do então segundo-secretário do Senado, João Alberto (PMDB-MA). Dois anos mais tarde, foi exonerado do Senado.

Shirley Duarte Pinto de Araújo
É namorada de Ernane Sarney, irmão de José Sarney.
Shirley foi nomeada como assistente parlamentar sigla AP-3 para o gabinete de Roseana Sarney por ato assinado por Agaciel Maia em fevereiro de 2003. Em fevereiro de 2007, teve o cargo alterado para o de secretário parlamentar. Foi exonerada em abril passado.

João Fernando Michels Gonçalves Sarney
Neto de Sarney. É filho de Fernando Sarney com Rosângela Terezinha Michels Gonçalves.
Em fevereiro de 2007, foi nomeado — por ato assinado pelo atual diretor-geral José Alexandre Lima Gazineo — como secretário parlamentar no gabinete de Epitácio Cafeteira (PTB-MA). Foi exonerado em outubro de 2008 por ato secreto

Rosângela Terezinha Michels Gonçalves
Mãe de João Fernando. Foi namorada de Fernando Sarney, filho de José Sarney.
Substituiu o filho no gabinete de Epitácio Cafeteira em outubro de 2008

Isabella Murad Cabral Alves dos Santos
Sobrinha de Jorge Murad, genro de José Sarney.
Nomeada, em fevereiro de 2007, como assistente parlamentar na liderança do PTB no Senado. Apesar do vínculo com o Senado, ela está atualmente na Espanha.

Maria do Carmo de Castro Macieira
Sobrinha da mulher de José Sarney, Marly.
Nomeada por Agaciel Maia, em junho de 2005, para o gabinete da ex-senadora e prima Roseana Sarney — atual governadora do Maranhão — trabalha no escritório em São Luís.

Vera Portela Macieira Borges
Sobrinha de Marly Sarney.
Funcionária pública do Ministério da Agricultura, foi cedida para trabalhar na Presidência do Senado em 2003. Mas, por morar em Campo Grande (MS), foi cedida para o escritório político do senador Delcídio Amaral (PT-MS) naquela capital

Virgínia Murad de Araújo
Parente de Jorge Murad, genro de José Sarney.
Nomeada em maio de 2007 para trabalhar como assistente parlamentar do gabinete da liderança do governo no Congresso, cargo na época comandado pela ex-senadora Roseana Sarney (PMDB-MA). Iniciou com salário de R$ 1.247 e, 11 meses depois, passou a receber o dobro.


Jô Soares - Rede Globo
Meninas do Jô detonam discurso de Sarney

Lúcia Hippólito, Ana Maria Tahan, Flávia de Oliveira, Lilian Witte Fibe e Cristiana Lobo participam do programa do Programa do Jô. Confira o que elas avaliam de José Sarney e a crise do Senado.

O programa inicia logo com uma gozação de Jô com o Sarney: "Sarney não sabe o que é ato secreto... claro, não são secretos? "









O Estado de São Paulo
Em sigilo, Senado demitiu irmão do seu presidente
Ivan exerceu cargo de assistente parlamentar, ganhando R$ 4,8 mil
Leandro Cólon e Rosa Costa

Um irmão do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), foi exonerado, por meio de ato secreto, de um cargo de confiança da Casa. A demissão do escritor e advogado Ivan Sarney (PMDB) saiu só agora no sistema interno do Senado, mas com data de 30 de abril de 2007. Ele se soma a outros seis parentes de Sarney que estão ou passaram discretamente pela folha de pagamento do Senado nos últimos anos, além de dois afilhados políticos.

Vereador de São Luís entre 1992 e 2004, Ivan, de 64 anos, foi acomodado no dia 5 de maio de 2005 na Segunda Secretaria do Senado, então ocupada pelo senador João Alberto (PMDB-MA), hoje vice-governador do Maranhão.

Na época da nomeação, Ivan era suplente de vereador na capital maranhense. Sua nomeação no Senado foi pública, misturada a outros 26 atos, em um mesmo boletim.

No dia 1º de fevereiro de 2007, ele foi transferido para o gabinete do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA).
A exoneração secreta está em um boletim, revelado apenas agora, com dois atos: um anulando a mudança para o gabinete de Cafeteira e o outro informando a saída do irmão do presidente do Senado do quadro de funcionários.
Cada ato é assinado pelo ex-diretor-geral Agaciel Maia. O boletim contém ainda o nome de João Carlos Zoghbi, ex-diretor de Recursos Humanos - citado em outro escândalo recente, de crédito consignado para funcionários do Senado.
No Congresso, Ivan exerceu o cargo de assistente parlamentar, com salário de R$ 4,8 mil. Deixou o Senado para assumir uma vaga de vereador em São Luís. No ano passado, ele tentou, em vão, se reeleger.
PARENTELA
Desde a semana passada, o Estado tem revelado que parentes do presidente do Senado - por meios de atos secretos e públicos - aparecem na lista de servidores de confiança da Casa.

O primeiro nome que apareceu foi o de João Fernando Gonçalves Sarney, neto do senador. Ele trabalhou até outubro no gabinete de Cafeteira.

João é filho de Fernando Sarney. Sua demissão foi escondida em 2008 para evitar a exposição do neto do peemedebista, em meio ao cumprimento da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que proibiu a prática do nepotismo.

Outras duas sobrinhas de Sarney também aparecem em casos semelhantes. Vera Macieira Borges foi nomeada, por meio de ato secreto, para trabalhar na Presidência do Senado em 2003. Ela mora em Campo Grande e trabalharia para o senador Delcidio Amaral (PT-MS), no Estado, a pedido do próprio Sarney.

Também trabalha no Senado Maria do Carmo Macieira. Prima da hoje governadora Roseana Sarney (PMDB-MA), ela foi lotada no gabinete da então senadora por meio de uma decisão sigilosa, em junho de 2005.

Roseana renunciou ao Senado em abril para assumir o governo do Maranhão. No lugar, assumiu o suplente Mauro Fecury (PMDB-MA). Maria do Carmo ainda está na folha de pagamento do gabinete.

Caro presidente José Sarney,

pensei em várias formas de comentar a crise do Senado e o seu discurso-desabafo de terça-feira. Perdoe-me a petulância, mas não encontrei outro jeito melhor de dizer o que penso e sinto sobre tudo isso do que escrevendo-lhe esta carta aberta.

Sei que ainda sou muito jovem para dar conselhos a um ex-presidente da República próximo de completar 80 anos, o que não me impede de usar este espaço público para apresentar-lhe uma sugestão diante do impasse vivido pelo Senado.

Escrevo-lhe porque lhe quero bem, testemunha que sou da maneira lhana como sempre tratou os jornalistas. Posso imaginar o drama pessoal que está vivendo, no olho do furacão político, bem no momento em que a sua filha enfrenta os desafios de mais uma delicada cirurgia.

Chegamos, porém, a um ponto da degradação das práticas parlamentares em que já não bastam discursos, remendos, providências de emergência, costurar acordos de cúpula, demitir meia dúzia de funcionários ou chamar a Fundação Getúlio Vargas para corrigir as distorções mais evidentes.

Concordo que a crise não é somente sua, presidente Sarney, mas do Senado, como o senhor disse na parte central do seu discurso, embora este já seja seu terceiro mandato à frente da Casa, sempre com plenos poderes.

Exatamente por isso, ao contrário do que pensam alguns colegas meus, não acho que a sua simples renúncia neste momento seja capaz de dar um fim à crise e restabelecer a credibilidade do Senado junto à opinião pública.

Fomos tão longe nesta triste sequência de denúncias sobre desmandos e privilégios inadmissíveis, que agora já não se trata de encontrar um ou meia dúzia de culpados. O problema é o conjunto da obra e o tamanho do estrago na imagem da instituição.
Diante disso, presidente Sarney, proponho a renúncia coletiva da mesa do Senado e a convocação de novas eleições no menor prazo possível.

Esta nova eleição deveria ser baseada numa carta de princípios em que todos os candidatos a membros da Mesa, começando pela presidência, se comprometam a restaurar princípios básicos de moralidade no uso dos recursos públicos.

Depois de 60 anos de vida pública em que o senhor ocupou todos os cargos possíveis na República, creio que este gesto não seria entendido como fuga à responsabilidade nem como fraqueza diante da gravidade da crise.

Ao contrário, será talvez o gesto de grandeza mais nobre da sua carreira que se confunde com a redemocratização do país.

De nada adianta agora discutir ou rebater cada uma das denúncias feitas a senadores e funcionários da Casa, como deixou bem claro seu melancólico discurso da tribuna em que chegou a afirmar: “É injustiça do país julgar um homem como eu, com tantos anos de vida pública”.

Injustos podem ser os homens, não o país, que tem todo o direito de julgar qualquer um de nós, independentemente da antiguidade ou do posto que ocupamos no momento.
Ao lhe prestar solidariedade esta manhã, ainda em meio à sua viagem ao exterior, o presidente Lula também foi infeliz ao dizer que o senhor “tem história no Brasil suficiente para que não seja tratado como uma pessoa comum”.

De acordo com o que diz o nunca demais lembrado Artigo 5º da Constituição Federal, “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza (…)”. Somos todos, portanto, pessoas comuns.

Por isso, a melhor resposta que o senhor poderia dar neste momento a todos os que o acusam é justamente abrir mão do poder, junto com seus pares do comando do Senado, abrindo caminho para que a instituição possa encontrar um novo começo.

Em respeito à sua própria biografia, caro presidente Sarney, penso que quanto mais durar esta agonia do Senado, que o atinge tanto no campo pessoal como no político, pior será para o senhor e para a instituição que representa.
Com estima e respeito,

Ricardo Kotscho


Folha de São Paulo
Senado emprega parentes de genro de Sarney; uma recebe salário morando na Espanha
MÁRCIO FALCÃO
Da Folha Online, em Brasília

A lista de parentes da família do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), empregados na Casa não para de crescer. Além de sobrinhas e neto, o Senado também emprega uma prima e uma sobrinha de Jorge Murad, genro de Sarney. Ele é marido da ex-senadora e atual governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB).

Segundo reportagem publicada hoje no jornal "Estado de S. Paulo", Isabella Murad Cabral Alves dos Santos, 25, recebe do Senado, mas mora em Barcelona, na Espanha, desde o começo do ano. Ela é funcionária da liderança do PTB desde fevereiro de 2007. Isabella é sobrinha do genro de Sarney.

Na época, o líder do PTB era o senador Epitácio Cafeteira (MA), aliado de Sarney. Cafeteira também já empregou o neto do presidente do Senado, João Fernando Michels Sarney, que foi nomeado e exonerado por atos secretos.

Virgínia Murad de Araújo, filha de ex-deputado Emílio Biló Murad - primo de Murad - ingressou no quadro de funcionários do Senado em 2007 como assistente parlamentar do gabinete da liderança do governo no Congresso, que na época era comandado por Roseana Sarney. Virgina continua trabalhando no Senado, mas no gabinete de Mauro Fecury (PMDB-MA), que assumiu a vaga de Roseana quando ela foi diplomada governadora.

A Folha Online procurou a assessoria de imprensa do presidente do Senado, que não quis comentar a denúncia. O secretário de Comunicação do governo do Maranhão, Sérgio Macedo, negou que a nomeação de Virgínia desrespeite a súmula do STF (Supremo Tribunal Federal) que proíbe o nepotismo nos três Poderes. Segundo ele, o parentesco não é direto.

Em relação a Isabella, o secretário informou que ela vai devolver aos cofres do Senado os salários que recebeu sem comparecer à Casa. Leia mais aqui