sábado, 15 de outubro de 2011

Poesia de Quinta - Número 138

Por Deíla Maia



Ola,
 
Frequentemente, as pessoas têm me perguntado se eu vi o "passarinho verde"... rsrsrs Acho que é porque ando muito feliz ultimamente. Este negócio de ser mãe tem me deixado assim.

E hoje é um dia particularmente especial para mim: meu querido amigo e poeta Pádua irá se tornar um imortal da Academia Maranhense de Medicina às 19h30, no CRM/MA e meu outro amigo e poeta Marcello Chalvinski promoverá um curioso sarau poético entitulado: "Chalvinski Bar: prosa etílica e poesia alucinógena", no Bar Odeon, no Reviver (Rua da Palma) às 23h30. Haja fôlego para hoje...
 
E escolhi um poema do Marcello para abrilhantar a poesia de quinta de hoje. O meu pássaro é verde, o dele é azul...

Vejam mais no blog dele: 
 
Espero que se embriaguem de poesia.

Beijos.

Deíla


Há um pássaro azul no meu coração


Marcello Chalvinski 


há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu sou muito duro com ele,
e digo, fique aí dentro,
não vou deixar ninguém te ver.
-    há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu despejo whisky em cima dele
e o sufoco com o fumo dos meus cigarros
& as putas & os empregados de bar
& os funcionários da mercearia
nunca saberão
que ele se encontra
lá dentro.
-     há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu sou muito duro com ele,
e digo, fique escondido,
quer  me arruinar?
quer foder o
meu trabalho?
quer arruinar
as minhas vendas de livros?

há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu sou muito esperto,
& só o deixo sair às vezes, à noite
quando todos estão dormindo.

Eu lhe digo: sei que estás aí,
não fique triste.
E depois de algum tempo,
eu o coloco de volta,
Ele canta um pouco lá dentro,
Eu não o deixarei morrer de todo
e dormiremos juntos
assim
com o nosso pacto secreto
que é bom o suficiente
para fazer um homem chorar,
mas eu não choro,
e tu?

Em tempo:
Atualizando a coluna. Essa Poesia de Quinta nº 138 foi originalmente enviada em 25/08/2011

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