quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Os dez melhores poemas de Carlos Drummond - Livros só mudam pessoas


"O mês de outubro, que vai marcar os 110 anos de nascimento de Carlos Drummond de Andrade, pedimos a dez convidados que escolhessem os seus dez melhores poemas. Coincidentemente, não houve votos repetidos, o que só evidencia a grandeza e a vastidão da obra do poeta mineiro. Em 2011, Carlos Drummond de Andrade ganhou o Dia D, inspirado no Bloomsday, o dia dedicado ao escritor irlandês James Joyce. A data, 31 de outubro, aniversário do poeta, foi comemorada em várias cidades brasileiras, entre elas Rio de janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre, e em Portugal. Em 2012, Drummond será o homenageado da Festa Literária Internacional de Paraty."
Dos dez, Ecos iniciou com Quadrilha e No meio do caminho, nossos preferidos.
E o seu de Drummond, qual é?

Quadrilha
Voto: Ademir Luiz
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para o Estados Unidos, Teresa para o
convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto
Fernandes
que não tinha entrado na história.

No meio do caminho
Voto: Marcelo Menezes
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.

A Máquina do Mundo
Voto: Carlos Willian Leite
E como eu palmilhasse vagamente
uma estrada de Minas, pedregosa,
e no fecho da tarde um sino rouco
se misturasse ao som de meus sapatos
que era pausado e seco; e aves pairassem
no céu de chumbo, e suas formas pretas
lentamente se fossem diluindo
na escuridão maior, vinda dos montes
e de meu próprio ser desenganado,
a máquina do mundo se entreabriu
para quem de a romper já se esquivava
e só de o ter pensado se carpia.
Abriu-se majestosa e circunspecta,
sem emitir um som que fosse impuro
nem um clarão maior que o tolerável
pelas pupilas gastas na inspeção
contínua e dolorosa do deserto,
e pela mente exausta de mentar
toda uma realidade que transcende
a própria imagem sua debuxada
no rosto do mistério, nos abismos.
Abriu-se em calma pura, e convidando
quantos sentidos e intuições restavam
a quem de os ter usado os já perdera
e nem desejaria recobrá-los,
se em vão e para sempre repetimos
os mesmos sem roteiro tristes périplos,
convidando-os a todos, em coorte,
a se aplicarem sobre o pasto inédito
da natureza mítica das coisas,
assim me disse, embora voz alguma
ou sopro ou eco o simples percussão
atestasse que alguém, sobre a montanha,
a outro alguém, noturno e miserável,
em colóquio se estava dirigindo:
“O que procuraste em ti ou fora de
teu ser restrito e nunca se mostrou,
mesmo afetando dar-se ou se rendendo,
e a cada instante mais se retraindo,
olha, repara, ausculta: essa riqueza
sobrante a toda pérola, essa ciência
sublime e formidável, mas hermética,
essa total explicação da vida,
esse nexo primeiro e singular,
que nem concebes mais, pois tão esquivo
se revelou ante a pesquisa ardente
em que te consumiste… vê, contempla,
abre teu peito para agasalhá-lo.”
i
As mais soberbas pontes e edifícios,
o que nas oficinas se elabora,
o que pensado foi e logo atinge
distância superior ao pensamento,
os recursos da terra dominados,
e as paixões e os impulsos e os tormentos
e tudo que define o ser terrestre
ou se prolonga até nos animais
e chega às plantas para se embeber
no sono rancoroso dos minérios,
dá volta ao mundo e torna a se engolfar
na estranha ordem geométrica de tudo,
e o absurdo original e seus enigmas,
suas verdades altas mais que tantos
monumentos erguidos à verdade;
e a memória dos deuses, e o solene
sentimento de morte, que floresce
no caule da existência mais gloriosa,
tudo se apresentou nesse relance
e me chamou para seu reino augusto,
afinal submetido à vista humana.
Mas, como eu relutasse em responder
a tal apelo assim maravilhoso,
pois a fé se abrandara, e mesmo o anseio,
a esperança mais mínima — esse anelo
de ver desvanecida a treva espessa
que entre os raios do sol inda se filtra;
como defuntas crenças convocadas
presto e fremente não se produzissem
a de novo tingir a neutra face
que vou pelos caminhos demonstrando,
e como se outro ser, não mais aquele
habitante de mim há tantos anos,
passasse a comandar minha vontade
que, já de si volúvel, se cerrava
semelhante a essas flores reticentes
em si mesmas abertas e fechadas;
como se um dom tardio já não fora
apetecível, antes despiciendo,
baixei os olhos, incurioso, lasso,
desdenhando colher a coisa oferta
que se abria gratuita a meu engenho.
A treva mais estrita já pousara
sobre a estrada de Minas, pedregosa,
e a máquina do mundo, repelida,
se foi miudamente recompondo,
enquanto eu, avaliando o que perdera,
seguia vagaroso, de mão pensas.

Congresso Internacional do Medo
Voto: Edival Lourenço
Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio, porque este não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte.
Depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas

Poema da purificação
Voto: Alfredo Bertunes
Depois de tantos combates
o anjo bom matou o anjo mau
e jogou seu corpo no rio.
As água ficaram tintas
de um sangue que não descorava
e os peixes todos morreram.
Mas uma luz que ninguém soube
dizer de onde tinha vindo
apareceu para clarear o mundo,
e outro anjo pensou a ferida
do anjo batalhador.

Poema de Sete Faces
Voto: Euler de França Belém
Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.
O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.
O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.
Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.
Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.

Tarde de Maio
Voto: Carlos Augusto Silva
Como esses primitivos que carregam por toda parte o
maxilar inferior de seus mortos,
assim te levo comigo, tarde de maio,
quando, ao rubor dos incêndios que consumiam a terra,
outra chama, não perceptível, tão mais devastadora,
surdamente lavrava sob meus traços cômicos,
e uma a uma, disjecta membra, deixava ainda palpitantes
e condenadas, no solo ardente, porções de minh’alma
nunca antes nem nunca mais aferidas em sua nobreza
sem fruto.
Mas os primitivos imploram à relíquia saúde e chuva,
colheita, fim do inimigo, não sei que portentos.
Eu nada te peço a ti, tarde de maio,
senão que continues, no tempo e fora dele, irreversível,
sinal de derrota que se vai consumindo a ponto de
converter-se em sinal de beleza no rosto de alguém
que, precisamente, volve o rosto e passa…
Outono é a estação em que ocorrem tais crises,
e em maio, tantas vezes, morremos.
Para renascer, eu sei, numa fictícia primavera,
já então espectrais sob o aveludado da casca,
trazendo na sombra a aderência das resinas fúnebres
com que nos ungiram, e nas vestes a poeira do carro
fúnebre, tarde de maio, em que desaparecemos,
sem que ninguém, o amor inclusive, pusesse reparo.
E os que o vissem não saberiam dizer: se era um préstito
lutuoso, arrastado, poeirento, ou um desfile carnavalesco.
Nem houve testemunha.
Nunca há testemunhas. Há desatentos. Curiosos, muitos.
Quem reconhece o drama, quando se precipita, sem máscara?
Se morro de amor, todos o ignoram
e negam. O próprio amor se desconhece e maltrata.
O próprio amor se esconde, ao jeito dos bichos caçados;
não está certo de ser amor, há tanto lavou a memória
das impurezas de barro e folha em que repousava. E resta,
perdida no ar, por que melhor se conserve,
uma particular tristeza, a imprimir seu selo nas nuvens.

Ausência
Voto: Rejane Borges
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

Canção Final
Voto: Liana Machado
Oh! se te amei, e quanto!
Mas não foi tanto assim.
Até os deuses claudicam
em nugas de aritmética.
Meço o passado com régua
de exagerar as distâncias.
Tudo tão triste, e o mais triste
é não ter tristeza alguma.
É não venerar os códigos
de acasalar e sofrer.
É viver tempo de sobra
sem que me sobre miragem.
Agora vou-me. Ou me vão?
Ou é vão ir ou não ir?
Oh! se te amei, e quanto,
quer dizer, nem tanto assim.
Para Sempre
Voto: Eberth Vêncio
Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
– mistério profundo –
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

NOTA DE APOIO DO PSOL DE IMPERATRIZ PARA A PROFESSORA UILIENE ARAÚJO


O Partido Socialismo e Liberdade, Comissão de Imperatriz, vem de publico externar seu apoio e solidariedade a Professora Uiliene Araújo, afastada e demitida de suas funções docentes pelo Secretário de Educação Zeziel Ribeiro. 

Professora Uiliene ao postar as fotos da escola onde trabalhava (Escola Municipalizada Guilherme Dourado) mostrou a dura realidade que nossos (as) alunos (as) enfrentam no cotidiano da sala de aula. A Educação Pública no nosso Brasil ao longo dos anos foi propositalmente sucateada para favorecer a iniciativa privada voltada a mera formação de mão de obra para o capital, sem a devida estrutura e formação crítica. Portanto é de se louvar a atitude da professora em não se calar diante das injustiças que vivemos. 

Em nossa campanha eleitoral, pautamos o terrível descaso com que a educação vem sendo tratada em nossa cidade, antecipando situações como essa mostrada pela professora Uiliene, reiteramos a total falta de investimentos em nossos prédios escolares, salários dos professores e desenvolvimento dos nossos alunos. 

Sabedores que em uma sociedade livre todos os cidadãos tem o amplo direito de livre expressão, e que as gestões públicas não podem ter a mesma lógica que a empresa capitalista, repudiamos veemente a atitude arbitrária, neoliberal e antidemocrática da gestão tucana em Imperatriz.

Imperatriz 30/10/12
Josemar Lopes 
Presidente do PSOL de Imperatriz

Artigo Flávio Farias - Porta-estandarte da oligarquia equinocial


Flávio Farias (*)
A tirania é implacável e cruel porque é covarde e débil. (Romain Rolland)
A Beira-Mar, área urbana primordial de São Luís do Maranhão, foi estrategicamente escolhida para sediar agitados comitês dos principais candidatos nas eleições municipais desta cidade histórica, patrimônio da humanidade. Neste espaço geopolítico, fica o atual Beco da Baronesa, antes denominado Beco da Bosta (nada contra quem mora ou morou por ali, aos quais se soma o autor deste artigo), por servir outrora de passagem fétida aos excrementos da nobreza, transportados e lançados ao mar por escravos.
Por ironia do destino (por felicidade), ao desembocar na Rua Parque 15 de Novembro, o Beco da Bosta (da Baronesa) deveria simbolizar tanto a superação republicana da era do escravismo, quanto uma sustentável, racional e democrática produção do espaço físico, do espaço mental e do espaço social, respectivamente. No meio destes espaços, cabe uma providência lógica e elementar de saúde pública na metrópole do estado cujas águas correm brigando, ao comemorar os seus 400 anos: o abastecimento de água potável e o tratamento de esgotos.
O que abunda neste domínio é uma chuva de promessas de que esta reivindicação será prontamente atendida, junto com tantas outras demandas de serviços públicos – não menos importantes, como transporte, saúde e educação – que se perderam ao longo desses quatro séculos. Acredite quem quiser, para nunca mais se repetir a tirania do abuso do poder confiado (Marquês de Sade), perpetrado por eleitos pelo povo, confortavelmente remunerados, alojados nas cercanias da área histórica do Reviver; em última instância, centralizados na privatização mercantil (inclusive das águas) que acentua a privação de necessidades sociais.
As eleições periódicas tornam-se uma revivescência de uma reificação (coisificação das relações entre os homens) na qual os representados têm seus quereres qualitativos ocultados por seus quereres quantitativos, enquanto que o verdadeiro ser social dos representantes é ocultado por intermédio de publicidade, número, maquiagem e curriculum vitae retocado.
Em que medida o voto cada vez mais limpo ocultaria a campanha cada vez mais suja? Em que proporção a apropriação malufista ocultaria a representação política apropriada? Em que nível alavancar candidatos por meio de parentes, líderes e consortes ocultaria a preponderância de grupelhos no poder? Até que ponto a carretilha da frase pronta ocultaria a camarilha e a quadrilha da oligarquia aprontada? Em que alcance a verborreia ocultaria a falta de propostas administrativas consistentes?

Caso revivesse no jogo local das representações políticas, o rebelde Marquês de Sade incitaria seus compatriotas da França Equinocial, ora quatrocentona: franceses, mais um esforço para ser republicano! Também, almejaria que uma desconfiança necessária não abandonasse jamais os ludovicenses (naturalidade que, aliás, se refere a Luís XII, o “Pai do Povo”, e não a Luís IV, o “Rei Sol”), sobretudo em momentos de eleição. Enfim, proclamaria que o rei está nu aos oprimidos que provisoriamente dão vivas ao seu emprego precário de porta estandarte da oligarquia equinocial, elevada sadicamente acima do proletariado humilhado de sol a sol, mas sempre rebelde, na sua luta por um lugar ao sol.


Para além do sadismo renitente, o jogo das representações em tela permanece carente de reforma política e, em geral, avesso a grandes mudanças sociais e históricas. Quando se aceleram os acontecimentos em decorrência de fenômenos classistas, erigem-se fetichismos atinentes ao ser e à consciência social nos quais o vigor do comprometimento, do conchavo e da rebeldia cintilantes como o sol tropical oculta o rigor da necessária atividade radical, crítica e transformadora.
 
Certamente, a superação da reificação passa pela eficaz combinação de otimismo da vontade com pessimismo da razão (Romain Rolland). Para ver que, na realidade, marcados pela herança da ditadura, o sistema político-eleitoral e a mídia controlada pelos opressores reproduzem ilusões consensuais e mistificações, como a de ocultar a rebeldia classista sob a denominação geográfico-genérica de Ilha Rebelde (dentre outros atributos bucólicos, sexuais e musicais), que se torna uma reificação própria à ideologia dominante. Como se sabe, no passado, a rebeldia da oligarquia equinocial mirou impedir a ruptura com o colonialismo português, o fim da escravidão e a superação do Império; hoje (e sempre), resta rebelde contra a emancipação dos explorados, dominados e humilhados; por isso, a classe opressora representa seu interesse como o interesse comum de todos os membros da sociedade, como constatou o jovem Marx.
*Doutor em Economia (Universidade de Paris XIII). Professor da UFMA, atuando nos Programas de Pós-Graduação em Políticas Públicas e em Desenvolvimento Socioeconômico.

TODOS IGUAIS


           Franklin Douglas (*) 


No apagar das luzes deste segundo turno fica clara a posição da oligarquia Sarney em São Luís: dividir para depois somar.
Isso mesmo, caro leitor, cara leitora. Foi quase simétrica a divisão da base oligárquica entre os candidatos de Flávio Dino (Edivaldo – 36) e de José Reinaldo Tavares (Castelo – 45). Fruto, também, da sinalização de ambos os candidatos em seus programas eleitorais na TV:
- Edivaldo Holanda Júnior: “Quero propor um pacto por São Luís. Vamos acabar com as brigas do passado” (como disse o Holanda pai ao oligarca-mor: meu filho não pode ser candidato de seu grupo, mas não será contra o senhor).
- João Castelo: “Quero encerrar com chave de ouro minha carreira política, com este segundo mandato para a Prefeitura de São Luís” (deixando claro que não será incômodo em 2014... como já não foi em 2010).
Dos 14 partidos que apoiaram o sarnopetista Washington Luís, os dois principais (PMDB e PT) anunciaram neutralidade, mas para onde foram suas lideranças?
A começar pela esposa do ex-candidato a vice, Afonso Manoel (PMDB), a vereadora eleita Helena Duailibe (PMDB) aderiu a Edivaldo Holanda Júnior. Tal como o deputado estadual Roberto Costa (PMDB) e seu padrinho político, o senador João Alberto (PMDB). O sarnoPT foi de malas e cuias para o 36: à frente, Henrique Sousa (PT), ex-tesoureiro do PT/MA, o deputado estadual Zé Carlos da Caixa (PT) e a dupla Eri Castro e Dimas Salustiano, todos do núcleo íntimo da articulação pró-Washington nas prévias petistas. Edivaldo conseguiu a proeza de unir o PT de Washington e o PT de Dutra e de Bira em torno de si...
No mesmo PMDB, contudo, a oligarquia enviou seu principal “bate-estaca” para a campanha de Castelo: Ricardo Murad e, junto com ele, o vereador eleito Fábio Câmara (PMDB). Para compensar o PT, a oligarquia liberou o PRB do deputado federal Cleber Verde e o PV de Sarney Filho para o 45. Castelo alcançou a façanha de unir novamente sarneyzistas e José Reinaldo na mesma candidatura...
Entre seus satélites, a oligarquia acendeu mais velas para os Holandas: deixando o PTB de Pedro Fernandes, o PSC de Albino Soeiro, o PMN dos vereadores Astro de Ogum e Bárbara Soeiro, o PSD de Raimundo Cutrim e o DEM dos Fecurys e do vereador Sebastião Albuquerque, além da maior parte do PP e do PR, com Edivaldo; mas não deixou as velas de Castelo apagarem: permitindo o PSL dos vereadores Francisco Carvalho e Pereirinha, o PTdoB do deputado federal Lourival Mendes e dos três vereadores eleitos (Marlon Garcia, Manoel Rego e Luciana Mendes) e PSDC dos vereadores Armando Costa e Josué Pinheiro marcharem com o tucano.
Com Edivaldo Holanda Júnior a oligarquia apostou suas maiores fichas, mas não a ponto de sufocar a candidatura João Castelo. Com isso, dividiu agora para, em 2014, somar forças para si, mantendo aliados nos dois pólos da oposição consentida: no bloco mais conservador (com PSDB, João Castelo e José Reinaldo à frente); e no bloco da pseudo-renovação (com PCdoB, Flávio Dino e Roberto Rocha como líderes).
Essa atitude do grupo dominante em São Luís em 2012 foi a mesma em 2008. Entre Castelo e Flávio Dino, dividiu os apoios para colher seus frutos em 2010. Embora seu candidato, o deputado Gastão Vieira (PMDB), já nos primeiros dias tivesse declarado apoio a Dino, Roseana Sarney só tornou pública sua opção por Flávio na hora do voto. Ganhou Castelo, que, em 2010, cruzaria os braços para a campanha de Jackson Lago (PDT) ao Governo do Estado, mesmo Jackson tendo apoiado o tucano para a Prefeitura no pleito de 2008 (traição nada nova para o pedetista, depois de ter eleito Conceição Andrade prefeita, em 1992, e vê-la apoiar Cafeteira ao governo, em 1994, e Tadeu Palácio, em 2000, e vê-lo sabotar sua campanha em 2006).
Repito: dividem-se agora para, minando ambos os campos políticos construídos em torno do PCdoB e do PSDB, ter pontes e infiltrados para colaborar com sua vitória em 2014 ao Governo do Estado.
Em resumo, nesse cenário da opção do seis por meia dúzia do segundo turno de São Luís, “todos são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros”, como satirizou George Orwell nos sete mandamentos da Quinta dos Bichos, no livro “A revolução dos bichos” (de 1945).

Em tempo: já respondendo à pergunta do(a) amigo(a) leitor(a): neste segundo turno, nem neutralidade, e fazer como Pilatos – lavar as mãos; nem voto branco, onde registraria que tanto um como outro servem para a cidade; muito menos voto crítico, abrindo concessão para repetir os mesmos erros que levaram ao naufrágio da Frente de Libertação em 2009. Já que ambos são iguais, nem um, nem outro, por isso voto nulo. Inútil é não aprender com a História.


(*) Franklin Douglas - jornalista e professor, escreve para o Jornal Pequeno aos domingos, quinzenalmente. Artigo publicado no Jornal Pequeno (edição 28/10/2012, página 06)


domingo, 28 de outubro de 2012

Wagner Baldez: A VERDADE A RESPEITO DO COMPORTAMENTO DOS CANDIDATOS DA DIREITA


Wagner Baldez (*)



O auditório dos Maristas já não comportava o fluxo de pessoas que para lá se dirigiam, movidos, exclusivamente, pelo desejo de assistirem a palestra proferida pelo Cavaleiro da Esperança, Luis Carlos Prestes, Secretário Geral do Partido Comunista Brasileiro (PCB).
Sendo ele um símbolo da política nacional, lógico que a sua presença despertasse na multidão o desejo de conhecê-lo pessoalmente.

Participando do ato estavam o Freitas Diniz, Haroldo Sabóia e a comunista Dra. Maria Aragão, esta aclamada entusiasticamente pela platéia!

Tão logo iniciada a palestra, sentia-se o completo domínio como o líder comunista discorria sobre os problemas nacionais e internacionais, o que contribuiu para os reiterados aplausos por  parte da assistência!

Após a fala do palestrante, e conforme a programação agendada, seria, então, o momento reservado às perguntas; aliás todas elas respondidas satisfatoriamente. Destacou-se dentre as demais perguntas a formulada por um estudante de Direito, a qual resumiu-se no seguinte:

“Camarada Prestes, já que é bastante visível, na atual conjuntura política, o confronto entre os próprios Partidos de Direita, você não acha que citada situação favorece às Agremiações de Esquerda?

Levantando-se, com a sua calma habitual, vai o Preste e lhe responde:

“Meu jovem acadêmico, você há de convir que a briga entre os membros da Direita, historicamente, sempre se constituiu numa disputa circunstancial e jamais estrutural, voltando, portanto à articular-se tão logo haja necessidade de defender seus interesses. Portanto, é de um primarismo, acreditar que tal fato venha acontecer.

A fim de alertar o eleitorado sobre o comportamento assumido pelos candidatos de Direita, que sirva de lição os sábios ensinamentos dados pelo grande brasileiro Luís Carlos Prestes; sobretudo por sermos as eternas vítimas dos traiçoeiros golpes aplicados pelos partidários da Direita, como vem de ser o caso de Castelo, Edivaldo Holanda, Washington, Eliziane Gama, Tadeu Palácio, etc. etc.

Comprovando tais afirmativas, seja o suficiente fornecermos alguns fatos ocorridos no nosso meio político: Logo no inicio de sua gestão como Prefeito, Cafeteira sofreu as maiores ignomias por parte do Governador Sarney, quando o mesmo ordenou à Polícia que cercasse o Prédio da Prefeitura e prendesse o chefe do executivo municipal, com o objetivo de desmoralizá-lo e, conseqüentemente, desgastá-lo politicamente. Ato que não chegou a ser consumado...

Depois surge o caso Reis Pacheco, dado como morto a mando de Cafeteira, por haver aquele acidentado faltamente o vereador Hilton Rodrigues, sogro do Alcaide. Seqüenciando, vem o caso Gran-Ville, onde a imprenssa sarneysista acusa Cafeteira de ter transportado, através de um Furgão contratado, milhares de dólares e grande quantidade de valiosas jóais, cujo destino permaneceu desconhecido.

Agora cabe a pergunta: atualmente de que lado Cafeteira se encontra? Que nos respondam os simpatizantes do aludido Senador?

Também não fora diferente o que aconteceu entre Cafeteira/Castelo. Outrora ferrenhos adversários, onde os insultos faziam parte da programação de ambos. Entretanto, com o passar do tempo, se reconciliaram, e o que assistimos foi a troca de elogios no palanque instalado no Parque do Bom Menino.

Como bem disse o Haroldo Sabóia, numa de suas entrevistas dada à Radio Mirante: “O eleitorado ainda vai assistir Roseana, Ricardo Murad, juntos com os candidatos de Direita, cujo escolhido é aquele cuja probabilidade de vitória esteja antecipadamente garantida.


(*) Funcionário Público Aposentado, membro da Executiva do PSOL/MA

Utopia e Barbárie, de Silvio Tendler


Muitos tiveram não só a oportunidade de assistir ao filme como debatê-lo com o próprio Silvio Tendler, quando veio a São Luís, a convite do Instituto Maria Aragão, em fevereiro de 2010.



Comprometido com um cinema acessível a todos, Tendler disponibiliza seu belíssimo filme na íntegra, no You Tube. Excelente para revisitar as experiências revolucionárias que muitos ainda têm como referência, na luta para que o mundo não se destrua em uma completa barbárie.



Aprender com a história, a arte, obrigação de várias gerações que ainda sonham com a utopia socialista. Silvio Tendler, com Utopia e Barbárie, faz sua parte.



Artigo Wagner Baldez: O VLT – GUAXINIM


Wagner Baldez (*)


Como de costume, fomos ao Mercado Central comprar alimentos para suprir as necessidades caseiras. Ao terminar citado compromisso, procuramos, como de praxe, participar da trivial e indispensável palestra com alguns feirantes que fazem parte do grupo que criamos.

A conversa já ia bastante avançada, quando chega um dos membros do grupo, cuja ausência vinha sendo notada, justamente por ser o mesmo dotado de reconhecido bom-humor, recheado de tiradas gozadas, a exemplo da que serviu de epígrafe pra a presente matéria.

Conversa vai, conversa vem, quando, de repente ele saiu com a seguinte pergunta:

- ‘’Patrão, você já teve a oportunidade de conhecer as instalações do VLT – Guaxinim?’’

Fiquei um tanto surpreso com a denominação atribuída ao citado engenho! De imediato respondi-lhe que não me despertava o menor interesse, pelo fato de em tempos idos haver assistido a procedimento semelhante; apenas diferenciado pela modalidade da obra: sendo a atual relacionada com o transporte, e a outra se restringia ao fornecimento d’água, como passamos a relatar.

Interessado em conquistar os votos das comunidades carentes, e sabendo que o povo se deixa enganar com extrema facilidade, o senador Vitorino Freire comprometeu-se a resolver o crônico problema de falta d’água (aspiração daquela gente). Então, ordenou o deslocamento de todo o maquinário que o estado dispunha: tratores, carregadeiras, escavadeiras, caçambas, para as diversas localidades. O trabalho de escavação foi iniciado em todas as frentes de trabalho. As valas abertas para receber a encanação progrediram assustadoramente, dando a impressão de que a promessa feita seria realizada, mesmo com o alerta das oposições, que afirmavam que tudo o que vinha acontecendo não passava de um engodo, uma encenação. Resultado: Passadas as eleições, o que restou de toda essa operação foram valas abertas, ficando aos moradores a responsabilidade de remover a terra para dentro da buraqueira.

Não desistindo de me explicar o significado do nome dado ao VLT, o feirante disse: “Ora, patrão, isto porque o tráfego do VLT segue beirando o manguezal e quem ocupa essa área é o guaxinim”.

Diante de tal comparação, é natural que provocasse entre os presentes, risadas a cântaros. Despedi-me, então, sufocado por intensa gargalhada, reconhecendo na comparação criada por esse homem rústico, uma peça construída com genial senso de humor e fina crítica.


(*) Funcionário Público Aposentado, membro da Executiva do PSOL/MA

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Colóquio com Michael Löwy debate Desenvolvimento e Revolução na América Latina





O Colóquio "Desenvolvimento e Revolução na América Latina" traz pela primeira vez a São Luís o renomado pesquisador Michael Lowy.

Michael Löwy é um pensador marxista brasileiro radicado na França, onde trabalha como diretor de pesquisas do Centro Nacional de Pesquisa Científica. É um relevante estudioso do marxismo, com pesquisas sobre as obras de Karl MarxLeon TrótskiRosa LuxemburgoGeorg LukácsLucien Goldmann e Walter Benjamin.

O Colóquio acontece  nos dias 23 e 24 de outubro de 2012, a partir das 17h30min, no Auditório Setorial do Centro de Ciências Humanas da UFMA (campus do Bacanga). 

Inscrições são gratuitas (em coerência com a concepção de uma universidade pública, gratuita e de qualidade), e podem ser feitas até o dia 22 de outubro, pelo email observatorio.ppufma@gmail.com

O Colóquio é promovido pelo Observatório de Políticas Públicas e Lutas Sociais, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas (PGPP) da UFMA, Núcleo Regional da Escola Nacional Florestan Fernandes e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Autor de diversas obras, Löwy lançará em São Luís seu livro "A teoria da revolução no jovem Marx". Ele fará conferências sobre "A teoria do desenvolvimento desigual e combinado" e "Cuba e os processos revolucionários na América Latina". 

Abaixo, a programação do seminário:

Programação - Dia 23/10/2012 às 17h30

Conferência "A teoria da revolução no jovem Marx"

Programação - Dia 24/10/2012 às 17h30

Conferência "Cuba e os processos revolucionários na América Latina"

Após a conferência
Lançamento dos livros "A teoria da revolução no jovem Marx" (Editora Boitempo), de Michael Löwy, e "Crise do capital, lutas sociais e políticas públicas" (Editora Xamã), coordenado pelas professoras Joana A. Coutinho (Departamento de Ciências Sociais)  e Josefa Batista Lopes (Departamento de Serviço Social) - ambas coordenadoras do Observatório de Políticas Públicas e Lutas Sociais.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

E o salário, ó!

Blog do Bóis: Vale esconde acidente com plataforma carregada com 30 mil litros de petróleo no Maranhão



    
A Vale omite em seu site oficial e nada informa sobre o acidente envolvendo uma plataforma com 30 mil litros de petróleo que afundou na Baía de São Marcos no Maranhão na madrugada de 30 de setembro.
    O acidente ganhou divulgação nacional através de reportagem veiculada pelo Jornal da Globo (Rede Globo) três dias depois da plataforma utilizada na duplicação do Píer IV, do terminal da Ponta da Madeira. Na mesma data a Vale apenas informa na sua página ofical na internet, entre os assuntos de relevânci, a duplicação da Estrada de ferro Carajá é estratégica pela empresa.

    
A imprensa local noticiou sobre o adernamento da plataforma calçada por uma nota da Vale. No comunicado oficial da empresa foi informado apenas que esta estaria analisando o plano de salvatagem do equipamento. Afirma que comunciou o fato às autoridades competentes.
     No  jornal fundado pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), um dos poucos do país que mantém editoria de portos, o acidente com a plataforma que poderia ter causado paralisação do terminal da Ponta da Madeira utilizado pela Vale não mereceu chamada de capa. Ficou restrito à página da editoria. 
    Na entrevista que concedeu à imprensa local e correspondentes de veículos de comunicação nacional, o Capitão dos portos no Maranhão se manifestou previsível e reticente. Disse que procuraria a empresa para saber sobre o plano. Em nenhum momento citou multa a ser aplicada no caso de derramento do petróleo. O assunto parece que também adernou. (Confira aqui)

domingo, 14 de outubro de 2012

OS VITORIOSOS DAS ELEIÇÕES DE 2012


           Franklin Douglas (*) 

No Maranhão de capitalismo dependente (tardio), ainda encontramos verdadeiros feudos. Na política, eles ficaram evidentes, uma vez mais, nos resultados eleitorais do último dia 07 de outubro. Vejamos os vitoriosos destas eleições em algumas das maiores cidades do Maranhão.
Edivaldo Holanda (PTC) – está prestes a eleger o filho, Edivaldo Holanda Júnior (PTC), prefeito da capital. Se perder, contudo, ganhará um mandato de deputado estadual, pois é o primeiro suplente de Neto Evangelista (PSDB), o vice do tucano João Castelo. Em qualquer cenário, o clã dos Holandas sai ganhando.
Edmar Cutrim (Conselheiro Presidente do Tribunal de Contas do Estado – TCE) reelegeu o filho Gil Cutrim (PMDB), prefeito de São José de Ribamar, assim como parentes e aliados em outras cidades (a exemplo do vice-prefeito de Paço do Lumiar, Marconi Lopes (PSL) – ponto de apoio/controle junto ao prefeito eleito, Professor Josemar-PR). Além da influência no TCE e no judiciário maranhense, o clã Cutrim também possui sua voz na Assembleia Legislativa, o deputado Raimundo Cutrim (DEM).
Chico Leitoa (PDT) elegeu o filho, Luciano Leitoa (PSB), prefeito de Timon. Na disputa entre as famílias Waquim (PMDB) e Almeida (PSD), o clã Leitoa revigorou-se.
Roberto Rocha (PSB) – elegeu o irmão, Luiz Rocha, prefeito de Balsas; o filho, Roberto Rocha Júnior, vereador de São Luís; e ainda pode se tornar vice-prefeito da capital. Caberá ao filho, no Poder Legislativo, fiscalizar as ações do pai no Poder Executivo...
Humberto Coutinho (PDT) – elegeu o sobrinho, Leonardo Coutinho (PSB), prefeito de Caxias. Será o terceiro mandato consecutivo do Clã Coutinho em Caxias, que também venceu com outros prefeitos aliados, como a prefeita Suely Pereira (PSB), reeleita em Matões – cujo filho é deputado estadual, Rubens Pereira Júnior (PCdoB) –, e Miltinho Aragão (PSB), em São Mateus. O clã Coutinho, cuja esposa do prefeito, Cleide Coutinho (PSB), é deputada estadual, sonha agora com a vaga de Cafeteira no Senado Federal, na disputa de 2014.
Ricardo Murad (PMDB) – elegeu a esposa, Teresa Murad (PMDB), prefeita de Coroatá, além de aliados nos municípios vizinhos. Seu esquema “privado” da saúde pública contribuiu para a eleição também de um vereador em São Luís, Fábio Câmara (PMDB). O clã Murad ainda está bem posicionado na Assembleia Legislativa, ocupa a Vice-Presidência do Poder Legislativo. Em 1% de chance de cassação da governadora Sarney, o clã Murad tem 100% de controle do segundo poder do Estado;
O que se contata nesses maiores municípios, se repete nos demais, raras exceções. Quanto menor a cidade, mais a disputa dar-se entre núcleos familiares locais. A diferença não é uma ideologia, uma concepção de gestão pública, o programa de governo ou a filiação partidária.
Nas Câmaras Municipais, esse processo é mais evidente ainda. Analise os vínculos dos vereadores eleitos no maior colégio eleitoral, São Luís: o deputado estadual Afonso Manoel elegeu a esposa, Helena Duailibe (PMDB); a suplente de deputada federal Telma Pinheiro (PSDB) elegeu o irmão Josué Pinheiro (PSDC); o deputado federal Pedro Fernandes elegeu o filho, Pedro Lucas Fernandes (PTB); o deputado federal Lourival Mendes elegeu a filha, Luciana Mendes (PTdoB); Albino Soeiro passou o mandato à esposa, Bárbara Soeiro (PMN).
Como se vê, esse fenômeno vai contaminando até mesmo partidos que buscam liderar movimentos políticos contrários a prática patrimonialista e oligárquica instalada no Estado do Maranhão.
Nesse Maranhão da disputa dos clãs, quem comemora é o clã maior. Sua prática política, hegemônica, tornou-se cultura política entre todos os agrupamentos. E agora, mais que nunca, também entre os que lhe travam combate, mesmo os de origem na velha esquerda.
Eis porque tem sido fácil derrotar a oposição consentida maranhense: no voto ou nos tribunais. A “renovação” é conservadora, nas práticas e nas ideias.


(*) Franklin Douglas - jornalista e professor, escreve para o Jornal Pequeno aos domingos, quinzenalmente. Artigo publicado no Jornal Pequeno (edição 14/10/2012, página 05)



quinta-feira, 11 de outubro de 2012

PSOL decide por voto nulo no segundo turno


NOTA PÚBLICA:
A POSIÇÃO DO PSOL NO SEGUNDO TURNO
DAS ELEIÇÕES DE SÃO LUÍS
  

1. O PSOL é um partido novo. Com apenas sete anos, 2012 foi nossa segunda eleição na capital. Ampliamos eleitoralmente, ainda que pouco, mas, sobretudo, crescemos politicamente e com solidez. Em 2008, obtivemos 0,37% dos votos (1.825) e a chapa de vereadores 1.455 votos. Nesta eleição de 2012, com os 4.074 votos (0,80%) dados ao nosso candidato a prefeito e os 2.924 votos dados aos nossos vereadores, alcançamos um crescimento superior ao dobro da eleição anterior. Agradecemos esse desempenho aos homens e mulheres que votaram livremente.
2. Mas o balanço não é apenas numérico, é político também. Este momento constitui-se nosso ponto de partida para construir em torno do PSOL uma nova alternativa. Plantamos a semente de uma oposição de esquerda, nas lutas e sem medo das urnas. Nosso projeto não é para esta ou aquela eleição, mas pela transformação da sociedade rumo à emancipação humana.
3. E fizemos isso diante do abuso de poder econômico e político, da manipulação de pesquisas, do isolamento e da disputa de espaços entre oligarquia e seu PT, a oposição consentida (do campo PSDB-Castelo/José Reinaldo ao campo do PTC-Edivaldo/Flávio Dino e suas principais lideranças - Almir Macedo, Weverton Rocha, Aziz Santos e Roberto Rocha -, passando pela Resistência Petista que se absteve de aprofundar sua opção pelo rompimento com a estratégia predominante no partido) e a esquerda anti-eleitoral, há 20 anos apenas demarcando espaço.
4. Deixamos nossa marca. As denúncias:
- das propostas mirabolantes (do VLT ao GPS);
- da exploração de nossa gente sem trabalho e submetida ao "subemprego" e exploração dos bandeiraços de Washington, Castelo, Edivaldo e até Eliziane Gama;
- das alianças ocultas, da armação política para a falsa dicotomia entre Castelo (“terminarei minha carreira política com este segundo mandato, fechando com chave de ouro”) e Edivaldo (“vamos esquecer as brigas do passado e fazer um pacto por São Luís”), quando ambos não rejeitaram qualquer apoio da oligarquia Sarney para este segundo turno.
5. Nosso programa de TV não artificializou nosso candidato como um produto de supermercado. Não proferiu mentiras. Mostramos os problemas da vida real, sem medo de perder votos. Pautamos os principais temas da campanha:
- fomos os primeiros a tratar das praias impróprias para banho;
- colocamos o debate da homofobia;
- propusemos a regionalização da administração, tendo-a como ponto de partida para a implantação da escola integral e a revitalização das unidades mistas de saúde;
- debatemos o transporte publico e fizemos a defesa da catraca livre, etc.
6. Ante tudo isso, não há outra posição a tomar no segundo turno: DEFENDEMOS O VOTO NULO.
7. A lógica da eleição em dois turnos (de votar no melhor no primeiro turno, e no menos pior no segundo), só vale quando entre opções diferenciadas: Castelo e Edivaldo têm a mesma origem oligárquica, a mesma concepção de gestão da coisa pública em benefício privado e estarão juntos em 2014 no acordão da unidade das oposições (consentidas).
8. Esse NÃO É O CAMPO DO PSOL, do socialismo e da liberdade: nem a velha dissidência oligárquica, nem a falsa nova oposição: Votamos NULO no segundo turno desta eleição!

São Luís (MA), 10 de outubro de 2012

Partido Socialismo e Liberdade
Executiva do Diretório Municipal de São Luís

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Seminário debaterá Orçamento, Dívida Pública e Crise Capitalista



O Seminário "Orçamento, Dívida Pública e Crise Capitalista" acontece  nos dias 17 e 18 de outubro de 2012.

Ocorrerá, a partir das 17h, no auditório A do Centro de Ciências Humanas da UFMA (campus do Bacanga). 

Inscrições, gratuitas (em consonância com a concepção da defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade), podem ser feitas até o dia 15 de outubro, pelo email observatorio.ppufma@gmail.com.

O seminário é promovido pelo Observatório de Políticas Públicas e Lutas Sociais, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas (PGPP) da UFMA, e tem o apoio da CAPES e da FAPEMA.

Será um espaço de debate sobre a temática e comunicação da pesquisa realizada pelo Observatório sobre "Orçamento e Políticas Públicas no Maranhão: a execução orçamentária a partir da Constituição Federal de 1988 e as políticas de Educação e Saúde", sob a coordenação dos professores José Menezes Gomes (Economia/UFMA) e Liberata Campos Coimbra (Enfermagem/UFMA).

O Observatório de Políticas Públicas e Lutas Sociais é coordenado pelas professoras Josefa Batista Lopes (Serviço Social/UFMA) e Joana Coutinho (Ciências Sociais/UFMA).

Abaixo, a programação do seminário:

Programação - Dia 17/10/2012

17h
Abertura do evento
Coordenação: Josefa Batista Lopes (Observatório de Políticas Públicas e Lutas Sociais)

17h30min
Conferência "A Execução Orçamentária e as Políticas Públicas: de 1995 a 2011", com Maria Lúcia Fatorelli (Auditora Fiscal da Receita Federal), seguida de debate
Coordenação: José Menezes Gomes (Observatório de Políticas Públicas e Lutas Sociais)

Programação - Dia 18/10/2012

17h
Conferência "A dívida pública na reprodução do capital especulativo e o desenvolvimento capitalista", com Paulo Nakatani (UFES)
Coordenação: Franklin Douglas (Observatório de Políticas Públicas e Lutas Sociais)

18h
Mesa de apresentação dos resultados da pesquisa "Orçamento e Políticas Públicas no Maranhão: a execução orçamentária a partir da Constituição Federal de 1988 e as políticas de Educação e Saúde", com José Menezes Gomes (Economia/UFMA) e Liberata Campos Coimbra (Enfermagem/UFMA)
Coordenação: Joana A. Coutinho (Observatório de Políticas Públicas e Lutas Sociais)



19h30min
Conferência de encerramento "Lutas em defesa da Saúde Pública", com Valéria Costa Correira (UFAL)
Coordenação: Cristiana Costa Lima (Observatório de Políticas Públicas e Lutas Sociais)