segunda-feira, 15 de junho de 2015

Greve de Fome no INCRA/MA-organizações cobram governos Flávio Dino (PCdoB/PSDB) e Dilma (PT/PMDB)

 
Oito quilombolas, indígenas e camponeses fazem greve de fome no INCRA/MA
Vias deFato, editado - Um grupo de 31 organizações sociais lançou nota em solidariedades à greve de fome feita por oito pessoas que estão acampadas na sede do INCRA, no Maranhão. As entidades responsabilizam o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB/PSDB), e a presidenta do Brasil, Dilma Rousseff (PT/PMDB), por “qualquer dano à saúde e a vida dos grevistas”, já que os dois “têm se mostrado indiferentes e insensíveis diante deste ato” dos oito maranhenses, entre camponeses, indígenas e quilombolas.

NOTA EM SOLIDARIEDADE AO ACAMPAMENTO BEM VIVER

Diante da indiferença das autoridades constituídas (federais e estaduais), oito pessoas permanecem, há seis dias, em greve de fome, na sede do INCRA, em São Luís do Maranhão.
São elas: Valdenilde Gamela (indígena, 25 anos), Maria Doracy Ferreira (quilombola, 36 anos), Maria da Conceição (Concinha, quilombola, 46 anos), Antônio Pereira (camponês, 52 anos) Naildo Braga (quilombola, 33 anos), Deusdeth Martins (quilombola, 53 anos), Lurdilene de Jesus (quilombola, 25 anos) e Ivonete Galvão (quilombola, 44 anos).
Acampados no INCRA desde à tarde da segunda-feira passada (08/06), quilombolas, indígenas e camponeses do Maranhão reivindicam ações efetivas para a titulação dos seus territórios.
A greve de fome coletiva foi definida após uma assembleia geral. Esse ato extremo representa a urgência do cumprimento das pautas apresentadas pelo movimento. A origem do problema está no caráter genocida e racista do estado brasileiro, com o qual o governo Dilma está comprometido.
As ações deste governo privilegiam seus compromissos com o modelo de desenvolvimento voltado para os grandes projetos, agronegócio e latifúndio. Isso resulta no total sucateamento dos órgãos que deveriam executar a política fundiária em favor dos povos e comunidades tradicionais.
De maneira vergonhosa, o INCRA, na única audiência que teve com o movimento, ocorrida na sexta-feira (12/06), deixou claro seu descaso em atender às reivindicações, ao enviar um funcionário sem qualquer poder de decisão.

Além disso, o governador Flávio Dino, com sua submissão ao modelo de desenvolvimento hegemônico e seu discurso de “mudança”, está omisso frente ao sacrifício e mobilização das comunidades quilombolas, indígenas e camponesas, com uma atuação que revela sua relação com a estrutura oligárquica do Maranhão.
Assim, qualquer dano à saúde e à vida dos grevistas é de inteira responsabilidade da presidenta Dilma Rousseff, do governador Flávio Dino e do ministro Patrus Ananias, que até aqui têm se mostrado indiferentes e insensíveis diante deste ato.

São Luís (MA), 14 de junho de 2015.

1 Conselho Indigenista Missionário (CIMI)
2 Comissão Pastoral da Terra (CPT)
3 Cáritas Brasileira Regional Maranhão
4 Associação dos Professores da UFMA (APRUMA)
5 Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST)
6 Jornal Vias de Fato
7 Sociedade Maranhense dos Direitos Humanos
8 Irmãs de NotreDame de Namur
9 CSP-CONLUTAS
10 Teia de Povos e Comunidades Tradicionais
11 Grupo de Estudos Desenvolvimento, Meio Ambiente e Modernidade (GEDMA/UFMA)
12 Articulação Nacional Quilombola
13 Movimento Quilombo Raça e Classe
14 Quilombo Urbano
15 Movimento Quilombo Brasil
16 Movimento Luta Popular
17 Coletivo Mandacaru
18 SINTRAJUFE
19 Grupo de Estudos e Debates em Serviço Social e Movimento Social (GSERMS/UFMA)
20 GEPOLIS/UFMA
21 NERA/UFMA
22 LIDA/UEMA
23 LEPEC/UFPE
24 Movimento Mulheres em Luta
25 PSTU
26 Movimento Eu Quero uma Casa no Campus
27 ANEL
28 Centro Acadêmico de 1º de Maio (CAIM-Direito/UFMA) - Gestão Fagulha
29 CAGEQ/UFMA
30 Núcleo de Extensão e Pesquisa com populações e comunidades Rurais, Negras, Quilombolas e Indígenas (NuRuNI/UFMA)
31 Associação Nacional de Ação Indigenista (ANAI)
32 Dep. Fed. Jean Wyllys (PSOL/RJ)
(*) editado às 8h01 de 17/6/2015 para acrescentar a assinatura do dep. Jean Wyllys ao documento acima

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