A reta final da campanha ao Governo do Estado começa a mexer com o ânimo de todos os candidatos. Nesse cenário, as pesquisas divulgadas pelo sistema Sarney de Comunicação são utilizadas sobretudo para abater psicologicamente e desnortear o campo oposicionista. Muita calma nessa hora!
Afora a pouca credibilidade dos institutos envolvidos, os números pouco importam. O que vale é o voto na urna. E a urna maranhense tem uma série histórica que indica o caminho das pedras. A questão, então, é saber interpretar o MOVIMENTO do conjunto da sociedade.
Ecos das Lutas republica o artigo de Haroldo Saboia (postado aqui em 04 de julho), onde a análise sobre esse movimento já estava anunciada. Leia e faça sua própria reflexão.
Por Haroldo Saboia
Definidas as coligações majoritárias e escolhidos os candidatos ao governo, podemos afirmar que as eleições maranhenses, deste ano de 2010, serão disputadas tendo como baliza dois pontos de equilíbrio.
O primeiro entre as forças oposicionistas, os novos balaios, em um campo, e a velha oligarquia barrica, em outro.
Estes dois campos disputam, ferreamente, a maioria do eleitorado maranhense.
Na realidade, desde a adoção de dois turnos para eleições de governador, em 1990, apenas em 1998 a disputa foi definida logo no primeiro turno.
Em 1990, Castelo disputou com Lobão o segundo turno (Conceição Andrade foi afastada na primeira rodada). Em 1994, Cafeteira enfrentou Roseana, depois de superar Jackson Lago no primeiro turno. Em 2002, a soma dos votos das oposições superou o total dos votos governistas. A oligarquia, todavia, derrotada no primeiro evitou o segundo turno graças a anulação dos votos do candidato a governador do PSB oposicionista ( em torno de quatro por cento dos votos válidos ). Em 2006, Roseana alcançou apenas 47 por cento no primeiro escrutínio. Mais uma vez tivemos dois turnos, com a vitória de Jackson Lago.
O segundo ponto de equilíbrio será no próprio interior do campo oposicionista. Será a disputa, igualmente acirrada e equilibrada, pela segunda colocação.
Será o embate entre o candidatado da coligação PDT-PSDB, o ex-governador Jackson Lago, e o do PCdoB-PSB-PPS, o deputado federal Flávio Dino.
Parto do princípio que estes dois candidatos terão, no mínimo, a metade dos votos válidos. Em 2006, Jackson com 34 %,Vidigal com 14 % e Aderson com 4 % superaram esta barreira e, somados, atingiram 52 % do eleitorado maranhense.
Esta corrida pelo segundo turno será necessária e obrigatoriamente civilizada. Do contrário não será uma disputa será um suicídio (e suicídio coletivo, posto que a responsabilidade dos candidatos não é de caráter individual e, sim, social).
Há quem duvide do caráter imprevisível desta disputa e aposte em um franco favoritismo do ex-governador Jackson Lago.
Não compartilho deste ponto de vista. Entendo que ao longo da campanha Lago tenderá a perder pontos para o candidato Dino.
E perderá tanto mais se mantiver sua postura atual e recusar, veementemente, qualquer autocrítica séria dos graves erros políticos de sua administração. A persistir a influência exercida pelo todo poderoso supersecretártio Aziz Abud Santos que desafiou a opinião pública com uma sem-cerimônia capaz de fazer inveja a qualquer jorge-murad-da-vida ( estão aí os professores da rede pública estadual !!!), Jackson Lago perderá para Flávio Dino, lenta e gradativamente , sua condição de candidato favorito e natural da oposição mercê de sua longa militância política e da violência que sofreu pelos tribunais a serviços da oligarquia maranhense.
Seja como for, as duas candidaturas tendem - no meu modestíssimo entendimento - a uma confluência em torno do vinte e cinco por cento dos votos. Aquele que superar seu concorrente no campo das oposições o fará por pequena, pequeníssima margem de votos.
Nesse quadro, todo e qualquer erro de um e de outro acabará por afetar a soma dos dois, beneficiando a tetra candidata Roseana Sarney e Murad, aquela que Duda Mendonça insiste em apresentar como novidade embora seja, na política maranhense, mais antiga que a Sé de Braga.
Um comentário:
Espero que a oposição vença.
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