Ex-presidente do PT-MA, professor doutor do curso de Comunicação Social da UFMA e candidato a reitor do que poderíamos denominar como campo progressista da universidade, Francisco Gonçalves rompe o silêncio que se estabelecia na academia.
Cumpre um papel importante. Articulado a diversos movimentos sociais, Chico Gonçalves torna-se, com o seu artigo, a ponta de lança do desbloqueio no setor intelectual e docente universitário, especialmente na UFMA - e caminho para os setores médios.
Ontem, na UFMA, o jovem e bravo Wagner Baldez - 76 anos! - passou pelas turmas com alguns estudantes do movimento "Xô, Rosengana", distribuindo a nova edição do jornal Balaiada. Discursou contra o sarneismo. Foi aplaudido nas turmas.
Se os estudantes já estão se engajando nesta luta pela Democracia, a partir de Chico é possível esperarmos o envolvimento também dos professores e pesquisadores.
Abaixo, Ecos repercute o artigo professor Francisco.
O VOTO E O SONHO
Francisco Gonçalves
Professor da UFMA
Nos embates políticos em torno da decisão do TSE de cassar o mandato do governador Jackson Lago (PDT), tenta-se também cassar a esperança da população maranhense em qualquer possibilidade de mudança.
Mais do que votar em Jackson Lago nas eleições de 2006, a maioria dos eleitores maranhenses se manifestaram tacitamente contra o domínio de um grupo sobre a vida e o destino de todos.
Foi um voto contra o grupo Sarney.
As contradições da Frente pela Libertação do Maranhão, formada por aliança entre setores democráticos, populares e oligárquicos, eram evidentes. A própria aliança nasceu de contradições e divisões no grupo Sarney.
Os que abandonaram a família Sarney não romperam automaticamente com o sarneismo, ou seja, com as práticas clientelistas, mandonistas e patrimonialistas, que caracterizam o domínio oligárquico no Estado.
Os setores democráticos e populares não reuniam as condições políticas e eleitorais para propor uma alternativa, capaz de enfrentar os modos clientelistas e patrimonialistas de governar o Maranhão.
Os que votaram em Jackson Lago, movidos pelo desejo de mudança, têm todo o direito de dizer que sarneismo sem Sarney não é o horizonte da esperança e nem das transformações políticas desejadas pela maioria.
Os que votaram contra o domínio da família Sarney têm o direito de defender o seu voto, a exemplo dos militantes dos movimentos de reforma agrária, direitos humanos e moradia, que hoje marcham em direção à capital.
Para impor o silêncio a esses movimentos, que se manifestam na arena política a partir de uma agenda vinculada às demandas populares, não faltam as tentativas de desqualificar as suas lideranças e as suas propostas.
No jogo da mútua excomunhão, os que defendem a posse de Roseana Sarney buscam exorcizar os fantasmas que povoam a política maranhense e atribuir apenas ao adversário as marcas do patrimonialismo e do clientelismo.
No jogo das elites, os movimentos sociais podem estabelecer uma diferença ao vincular a defesa do voto à defesa das mudanças políticas necessárias para que um dia se possa viver no Maranhão sem a tutela dos grupos oligárquicos.
Em 2006, os eleitores manifestaram pelo voto a vontade de mudar os rumos da política do
Maranhão e os modos de governar o Estado. Este é o sonho que acalenta a esperança e não pode ser cassado por nenhum tribunal.
Cumpre um papel importante. Articulado a diversos movimentos sociais, Chico Gonçalves torna-se, com o seu artigo, a ponta de lança do desbloqueio no setor intelectual e docente universitário, especialmente na UFMA - e caminho para os setores médios.
Ontem, na UFMA, o jovem e bravo Wagner Baldez - 76 anos! - passou pelas turmas com alguns estudantes do movimento "Xô, Rosengana", distribuindo a nova edição do jornal Balaiada. Discursou contra o sarneismo. Foi aplaudido nas turmas.
Se os estudantes já estão se engajando nesta luta pela Democracia, a partir de Chico é possível esperarmos o envolvimento também dos professores e pesquisadores.
Abaixo, Ecos repercute o artigo professor Francisco.
O VOTO E O SONHO
Francisco Gonçalves
Professor da UFMA
Nos embates políticos em torno da decisão do TSE de cassar o mandato do governador Jackson Lago (PDT), tenta-se também cassar a esperança da população maranhense em qualquer possibilidade de mudança.
Mais do que votar em Jackson Lago nas eleições de 2006, a maioria dos eleitores maranhenses se manifestaram tacitamente contra o domínio de um grupo sobre a vida e o destino de todos.
Foi um voto contra o grupo Sarney.
As contradições da Frente pela Libertação do Maranhão, formada por aliança entre setores democráticos, populares e oligárquicos, eram evidentes. A própria aliança nasceu de contradições e divisões no grupo Sarney.
Os que abandonaram a família Sarney não romperam automaticamente com o sarneismo, ou seja, com as práticas clientelistas, mandonistas e patrimonialistas, que caracterizam o domínio oligárquico no Estado.
Os setores democráticos e populares não reuniam as condições políticas e eleitorais para propor uma alternativa, capaz de enfrentar os modos clientelistas e patrimonialistas de governar o Maranhão.
Os que votaram em Jackson Lago, movidos pelo desejo de mudança, têm todo o direito de dizer que sarneismo sem Sarney não é o horizonte da esperança e nem das transformações políticas desejadas pela maioria.
Os que votaram contra o domínio da família Sarney têm o direito de defender o seu voto, a exemplo dos militantes dos movimentos de reforma agrária, direitos humanos e moradia, que hoje marcham em direção à capital.
Para impor o silêncio a esses movimentos, que se manifestam na arena política a partir de uma agenda vinculada às demandas populares, não faltam as tentativas de desqualificar as suas lideranças e as suas propostas.
No jogo da mútua excomunhão, os que defendem a posse de Roseana Sarney buscam exorcizar os fantasmas que povoam a política maranhense e atribuir apenas ao adversário as marcas do patrimonialismo e do clientelismo.
No jogo das elites, os movimentos sociais podem estabelecer uma diferença ao vincular a defesa do voto à defesa das mudanças políticas necessárias para que um dia se possa viver no Maranhão sem a tutela dos grupos oligárquicos.
Em 2006, os eleitores manifestaram pelo voto a vontade de mudar os rumos da política do
Maranhão e os modos de governar o Estado. Este é o sonho que acalenta a esperança e não pode ser cassado por nenhum tribunal.
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