Jornal da oligarquia manipula até notícia sobre boneco de Judas

Boneco do Judas "Eros Grau": jornal O Estado do MA não viu no Laborarte...

Uma das brincadeiras tradicionais do Maranhão é a malhação do Judas, como em todo o País. Ocorre no sábado de Aleluia. No Laborarte, então, é mais tradicional ainda a leitura do Testamento do Judas.

O jornal O Imparcial (leia aqui) informa que o Judas do Laborarte este ano foi o ministro do TSE Eros Grau (foto acima):

"Muitas pessoas se reuniram na noite do último sábado, na Rua Jansen Muller, no Centro de São Luís, para a tradicional malhação de Judas promovida desde 1985 pelo Laboratório de Expressões Artísticas do Maranhão – Laborarte. (...)

Depois de fazer um levantamento do que está sendo mais relevante para o povo maranhense esse ano, os representantes do Laborarte escolheram o Ministro do Tribunal Superior Eleitoral – TSE, Eros Grau, como o traidor de 2009. “O assunto mais comentado esse ano no Maranhão é sem dúvida a cassação de Jackson Lago, por isso escolhemos o relator do processo como o apóstolo traidor”, explica a cantora Rosa Reis, coordenadora geral do Laborarte.

(...) O ponto alto da festa foi a leitura do Testamento e a Malhação de Judas. Como nos anos anteriores, o testamento estava impresso em livrete e com versos de leitura de cordel (...)."

Já do outro lado da ponte...

Enquanto isso, o jornal O Estado do Maranhão - do esquema Sarney de Comunicação - desinforma os leitores maranhenses:

"Seguindo a tradição do Sábado de Aleluia, bonecos representando Judas, o traidor de Cristo, foram malhados pelas ruas de São Luís. Pendurados em postes de iluminação pública, presos em paredes de residências, árvores ou simplesmente colocados em ruas e praças, alguns bonecos serviram como forma de protestos contra personagens políticos ou como ironia a pessoas malvistas na comunidade. A chuva atrapalhou um pouco a brincadeira, mas o costume foi mantido.
(...)
Na Rua Maranhão, no Desterro, o Judas ganhou caixão e companheiros "balaios", como forma de crítica ao movimento intitulado "Balaiada", que tenta apoiar o governador cassado Jackson Lago a se manter no poder, contrariando decisão judicial.

No Laborarte, situado na Rua Jansen Müller, houve a tradicional festa "Rompendo Aleluia". Durante a chuva, um plástico cobriu o boneco para que ele não se estragasse. As brincadeiras foram realizadas assim que a chuva passou. Antes do suplício, foi lido o testamento do Judas, uma sátira em forma de versos, que foi colocado no bolso do boneco, para identificação e gracejo da figura malhada." [grifo nosso] (O Estado do MA - 13.04.2009. Cidade, p. 05)

Analise bem. Segundo o periódico, Judas mesmo pelas ruas de São Luís só de "balaios" e do "antigo rei de Roma, Augusto César" [sic]. Mas não é publicada nenhuma foto do suposto judas "balaio". Não se tem notícia de nenhum Judas "Jackson Lago"...

E o cúmulo da censura e da rígida orientação editorial ao trabalho do profissional que foi enviado para cobrir a malhação do Judas do Laborarte, realizada há 24 anos: a matéria não omite o fato, mas não permite nomear o Judas como "Eros Grau"...

Na Europa, alguns países adotam o direito de consciência, no qual o profissional rejeita que seja publicada como seu texto jornalístico manipulado pelo dono do jornal. Coisa de nação que minimamente preserva a informação como direito do cidadão ... aqui, o Estado do Maranhão ainda está sob os tempos da censura. Nada sai contrário aos interesses do família.

Normal, não? Afinal, o jornal é deles...

Normal coisa nenhuma! Comunicação é um direito. TV e rádio são concessões públicas. Se quer acentuar os supostos bonecos do judas balaios, o deveria fazer em editorial. Ou usar a regra mais habitual do jornalismo do PIG (partido da imprensa golpista): finje que não vê, e não publica. Assim, não será comunicado à opinião pública. Logo, inexistirá enquanto fato real. Por conseguinte, não será de conhecimento da população. Quer manipulação mais requintada?

No Estado do Maranhão, não. Só há espaço à manipulação troglodita. É tacape na cabeça do jornalista e desinformação para a população.