Em seu artigo semanal no Jornal Pequeno, o ex-governador José Reinaldo Tavares disseca o Indice de Desenvolvimento Sócio-Econômico (IDSE), recém construído pela Fundação GetúlioVargas (FGV).
Tavares evidencia que onde o Sarney põe a mão, o atraso impera. Leia adiante o artigo.
COMPROVADO: SARNEY É ATRASO
Por José Reinaldo Tavares
Quando falamos que o meu período de governo, comparado com o de Roseana Sarney, foi de uma brutal diferença de qualidade, a matilha da Mirante vem com todas para cima de mim, contestando-me com a irresponsabilidade de sempre. Quero ver agora o que vão inventar para desmentir o mais completo trabalho - oficial - de apuração de indicadores de desenvolvimento dos estados, publicado pela revista Veja desta semana (disponível também no blog: http://josereinaldotavares/ .blogspot. com).
Vejamos parte da matéria:
"Estudo inédito revela o grau de desenvolvimento dos estados brasileiros - e mostra quais souberam tirar proveito do crescimento nos últimos anos.
[...] Com o intuito de avaliar de maneira mais precisa o grau de desenvolvimento dos estados brasileiros, um grupo da FGV Projetos acaba de elaborar o Indicador de Desenvolvimento Socioeconômico (IDSE). Trata-se de um índice feito a partir de 36 variáveis sociais e econômicas, capaz de cotejar com apuro o nível de bem-estar nas 27 unidades da federação. O IDSE é bem mais completo e preciso que o famoso IDH (índice de desenvolvimento humano), divulgado pela Organização das Nações Unidas, que pondera apenas três fatores: renda, expectativa de vida e educação. Pela metodologia usada agora pela FGV, o estado mais avançado do país é São Paulo, que levou nota máxima. Na lanterninha aparece o Piauí, que teve avanço modesto nos sete anos abrangidos pelo estudo - de 2001 a 2007, período para o qual existem todos os dados necessários à análise [...]
[...] Há duas maneiras de olhar para o trabalho dos pesquisadores. A primeira delas se resume a observar a fotografia - ou seja, examinando o quadro atual do ranking do desenvolvimento, que coloca São Paulo no topo, seguido pelo Distrito Federal. A segunda maneira de analisar o trabalho da FGV é "assistindo ao filme" - isto é, examinando a evolução ocorrida em sete anos. Por esse critério, fica evidente que alguns estados conseguiram obter resultados mais expressivos que os demais. O destaque, aqui, cabe ao Tocantins. Agora, ainda que siga como um dos mais atrasados, o Tocantins ao menos conseguiu se distanciar um pouco dos retardatários. O avanço tocantinense foi impulsionado, em primeiro lugar, pelo agronegócio, que tem na região uma de suas últimas fronteiras de expansão. Mas isso, apenas, não explica o progresso. O Tocantins, um estado jovem (foi criado em 1988, após a divisão de Goiás), nasceu sem passivos carregados de seu passado. Menos endividado que os demais, o seu governo possui caixa para investir em infraestrutura e em projetos sociais, o que ajudou a reduzir o seu atraso.
Outro estado que conseguiu bons resultados foi a Bahia. Seu interior se beneficiou do agronegócio, especialmente das culturas de soja e de algodão. Mas a economia baiana é mais diversificada, e contou com os motores de seu polo industrial de Camaçari e da indústria petrolífera. Na sequência, o que mais melhorou foi o Maranhão, apesar de ser o segundo estado mais subdesenvolvido. Assim como o Ceará, ele viu sua pobreza cair por causa dos programas sociais, como o Bolsa Família. O Maranhão obteve avanços também no saneamento básico, graças à expansão de água encanada nas cidades do interior e à construção de duas estações de tratamento de esgoto (as primeiras do estado). (Além da recuperação do Sistema de Agricultura no estado, o aumento de produção da Agricultura familiar, o incremento do Pronaf, o Prodim, enfim, os convênios com os prefeitos, tão atacados pela família, etc.)
O resultado mais negativo, contudo, encontra-se no Amapá, atual reduto eleitoral de Sarney. Foi o único a regredir. O estado partiu de um IDSE de 65,2 pontos em 2001 (semelhante ao de Minas Gerais) e recuou para 60,4 pontos. O Amapá deu marcha a ré em praticamente todos os indicadores.
Em um país no qual os políticos ainda resistem a fazer análises objetivas e isentas de como usar melhor o dinheiro dos contribuintes, o estudo da FGV Projetos poderá se transformar em um instrumento de acompanhamento da eficácia das políticas públicas.
Para o coordenador da pesquisa, Fernando Blumenschein, isso ocorrerá porque será possível fazer uma comparação dos resultados. "O índice poderá ser usado para selecionar os investimentos públicos em cada região. Sem um bom parâmetro de mensuração de resultados, o debate e a formulação de políticas ficam muito retóricos. Isso poderá começar a mudar", afirmou.
"A pesquisa também poderá ajudar a própria população a cobrar as promessas dos governantes."
E agora? Duas coisas são incontestáveis, embora relacionadas e dependentes:
O meu rompimento com a família e a derrota imposta a eles em 2006, retirando-lhes o comando do estado foi a causa principal, porque, assim, pudemos nos dedicar aos programas de combate a pobreza, que mesmo com todo o boicote sarneysista que impediu que o presidente Lula nos ajudasse, fomos recompensados pelo ingente esforço de equilibrar financeiramente o estado, o que possibilitou a obtenção de recursos para fazer os programas sociais.
E ficou mais que comprovado que o comando político de Sarney, em um estado, significa atraso e subdesenvolvimento, visto que nesse período o Amapá, que se comparava a Minas Gerais no IDSE, foi o único que regrediu, andou para trás. Precisa de prova maior? Quem manda...
E vale uma reflexão: e se ele tivesse deixado vir a usina siderúrgica?
E não adianta mesmo! Vejam o que publicou a The Economist em nova matéria analisando a cassação de governadores eleitos:
"Mas aconteceram coisas lamentáveis. No Maranhão, por exemplo, a corte instalou Roseana Sarney como a governadora. Ela pertence a uma dinastia política local que possui a televisão dominante e as estações de rádio do estado. Sua campanha presidencial em 2002 foi descarrilada pela descoberta da metade de um valor de milhão de dólares' - de notas de banco no escritório do seu marido".
Será que Sarney vai pedir direito de resposta?
O Maranhão ganhou do feudalismo!
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