A Revista Fórum deste mês traz uma matéria caprichada sobre os intelectuais. Trata-se de texto de Juliana Ogassarra. Alguns trechos:
"Para a doutora em Sociologia na USP Angela Alonso, há “profissionais do conhecimento”, vinculados à universidade “da porta para dentro”; e há “intelectuais públicos”, empenhados na enunciação e posicionamento político";
"A historiadora Maria Helena Capelato corrobora essas considerações e faz uma distinção entre os pensadores comprometidos com a vida política. “Há intelectuais ligados ao PSDB e ao PT; há aqueles engajados, mas sem vinculação partidária, e há os que apenas produzem conhecimento mantendo a velha postura, típica do século XIX do ‘sábio’ pensando e falando para si mesmo”, pondera";
"Alambert adverte que “vulgarmente tendemos a identificar os intelectuais com a oposição e com a esquerda. Não era, nem nunca foi assim";
"Pode-se esperar dos intelectuais a crítica constante à realidade, especialmente com a ideia de Edward Said sobre o intelectual como “um perturbador do status quo”. Contudo, Angela afirma que “da mesma maneira como há os que criticam o status quo, há intelectuais que o legitimam, construindo as justificativas da ordem existente”."
"O papel dos intelectuais é o de provocar, criar cenários, ensaiar, discutir, refletir, historicizar, recuperar experiências e histórias, contextualizar vivências, promover a reflexão a partir da teoria. Articulados com as demais engrenagens, eles podem provocar transformação. Mas nunca sozinhos"
"Historicamente, há uma oposição marcante, principalmente no final do século XIX e início do século XX, entre o intelectual acadêmico, erudito, culto, e o intelectual boêmio, cujo grande representante sempre foi o jornalista. Nos melhores momentos da história das ideias, essas duas figuras se cruzam”."
"Apesar de serem históricas as definições dos intelectuais – sartreana (intelectual engajado), gramsciana (intelectual orgânico) ou intelectual descompromissado vivendo numa torre de marfim –, não se pode negar que essas posições continuem existindo nos dias de hoje”. Para o ensaísta palestino-americano Edward Said, deve-se “insistir no fato de o intelectual ser um indivíduo com um papel público na sociedade, que não pode ser reduzido simplesmente a um profissional sem rosto”. "
Vale a pena conferir a Revista Forum: acesse aqui.
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