sexta-feira, 19 de junho de 2009

Acuado, Sarney tenta se manter a todo custo na presidência do Senado... e cria comissão de investigação


Blog do Noblat:
Sarney aposta no cansaço do distinto público

Quer exemplo de mistificação mais grosseira do que a frase dita, hoje, por José Sarney (PMDB-AP) a propósito dos decretos secretos do Senado:

- Não pode haver ato secreto se houve causas e efeitos. Neste caso eles não podem ser secretos.
Pois os tais decretos secretos produziram causas e efeitos como nomeação de pessoas, aumento de salários de servidores, concessão de benefícios vitalícios e criação de cargos.
E, contudo, permaneceram secretos durante anos. Por secreto, entenda-se: não foram publicados no Diário Oficial do Congresso.

Sarney prefere dizer que a não publicação se deveu a "erro técnico". Conversa mole.
Os decretos secretos permaneceram secretos porque eram... secretos.
Caixa 2 sempre foi Caixa 2, embora o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares preferisse a expressão "recursos não contabilizados", outra mistificação também grosseira.

Havia uma comissão criada por Sarney para estudar o caso dos "decretos secretos". Ele anunciou a criação de uma segunda comissão depois que um funcionário do Senado, em entrevista à Folha de S. Paulo, contou como eram expedidos e funcionavam os decretos secretos.

A presidência do Senado confere a Sarney poderes para demitir diretores.

Sarney disse que a demissão do atual diretor-geral do Senado será submetida ao voto dos seus 80 colegas senadores. Por que?

- Não deve ter afastamento de ninguém precipitadamente - disse Sarney. - Estamos num Estado de Direito. Não podemos tomar providências marciais, nem tribunais de exceção.
Lorota. Sarney não quer arcar sozinho com o ônus de demitir ninguém. O negócio dele é admitir - jamais dispensar.

Por fim, acenou com a publicação futura no futuro Portal da Transparência do Senado de "tudo" que aconteça ali. O que é "tudo"?

O prefeito Gilberto Kassab (DEM), de São Paulo, inaugurou um portal da transparência que aparentemente divulga tudo que tenha a ver com a prefeitura - salários dos milhares de servidores, inclusive o dele; todos os contratos assinados pela prefeitura; notas fiscais de qualquer compra que se faça.

O portal do Senado terá essa abrangência? Ou a transparência será menor, bem menor?
Saberemos quanto ganha cada senador, cada funcionário, incluídos benefícios, gratificações, horas extras?

Saberemos quanto o Senado gasta com a saúde dos senadores? E quantos servidores estão à disposição de cada senador em seu gabinete em Brasília e nos Estados?

Duvido.

E vocês?

Sarney aposta no cansaço dos jornalistas e do distinto público para dar a crise do Senado por superada. Assunto que se arrasta durante muito tempo costuma cansar (leia mais aqui)


O Globo:
Senado: Sarney anuncia criação de comissão de sindicância acompanhada pelo MP e pelo TCU para investigar denúncias

BRASÍLIA E RIO - Sob pressão, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), anunciou nesta sexta-feira a criação de uma nova comissão de sindicância para apurar os mais de 500 atos secretos usados para nomear parentes e aumentar salários. A investigação será acompanhada pela Procuradoria-Geral da República e por um auditor do Tribunal de Contas da União (TCU).

Em maio, já havia sido criada uma comissão de sindicância sobre os atos secretos, que entregará o relatório na próxima segunda-feira. (Leia também: senadores avaliam medidas com cautela)
Ao contrário do que era esperado, Sarney não anunciou nenhuma punição, limitando-se a anunciar a sindicância, a disposição de publicar todas as informações do Senado em um site oficial e uma auditoria externa. ( Relembre os escândalos do Congresso )

Sarney convocou uma entrevista coletiva após a divulgação de que os chamados atos secretos não configuravam um erro técnico, mas um expediente para esconder eventuais irregularidades. Nesta sexta-feira, o jornal "Folha de S.Paulo" traz declarações do chefe dos Serviços de Publicação do Boletim de Pessoal do Senado, Franklin Albuquerque Paes Landim, em que ele afirma que o ex-diretor-geral Agaciel Maia e o ex-diretor de Recursos Humanos do Senado, João Carlos Zoghbi decidiam quais atos deveriam ser publicados no Diário Oficial do Senado e os que deveriam ser mantidos em sigilo. Agaciel já disse que se tratava de erro técnico. (leia mais aqui)

UOL:
Cercado por denúncias, Sarney anuncia portal de 'transparência' e auditoria em pagamentos

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), afirmou nesta sexta-feira (19) que uma comissão de sindicância será criada para apurar responsabilidades e que, se houver culpados, eles serão punidos pela existência de atos secretos para nomeação de funcionários da Casa.

A entrevista coletiva foi convocada por Sarney após a publicação de reportagem pela "Folha de S.Paulo", segundo a qual ordens para manter atos administrativos secretos no Senado vinham diretamente do ex-diretor-geral Agaciel Maia e do ex-diretor de Recursos Humanos João Carlos Zorghi (leia mais aqui)


Veja:
Sarney busca reagir. Com outra comissão

Depois da divulgação de que os chamados atos administrativos secretos do Senado não configuravam um erro técnico, mas um expediente para esconder eventuais irregularidades, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), decidiu criar uma comissão de sindicância para apurar as responsabilidades sobre a prática e evitou demissões imediatas de servidores envolvidos no episódio. "Com o resultado da sindicância, teremos inquérito administrativo para punir os culpados", afirmou o senador em entrevista coletiva. Sarney justificou que não tomará medidas precipitadas contra funcionários em respeito ao estado de direito.

A comissão será acompanhada pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Contas da União. Os atos administrativos secretos chegariam a 658, segundo uma fonte da presidência o Senado, e tiveram início em 1995, na primeira gestão de Sarney como presidente da Casa. Ao contrário do que era esperado - afastar possíveis responsáveis pela prática -, Sarney anunciou apenas a disposição de publicar todas as informações do Senado em um site oficial. Anunciou ainda a contratação de uma auditoria externa para analisar a folha de pagamentos dos servidores da Casa, que deve ser coordenada, segundo o senador, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). A medida tem o objetivo é reduzir gastos.

O Senado vem sendo apontado como a instituição pública mais fechada à imprensa e não é também a primeira vez que parlamentares prometeram abrir a caixa preta do Senado. (leia mais aqui)


Situação de Sarney já começa a virar piada:


No KIBELOCO.
Veja em melhor definição aqui: http://kibeloco.com.br/kibeloco/2009/06/19/family-business/



"E a penúltima do Sarney! Um dos assessores dele saiu de licença alegando LER. Lesão por esforço repetitivo. Também, ele digitou mais de mil atos secretos. E o Sarney mudou o nome pra Naosey! E daqui a pouco vão descobrir que até o cachorro do Sarney tem cargo no Senado. Ele é como parte da família. Ele já é parte da família. Rarará! É mole? É mole mas sobe! "
"E sabe qual é o nome desta epidemia de gripe? Gripe Sarney: pega um e leva a família inteira! A família não para de crescer! Todos têm cargo no Senado. Agora apareceu a sobrinha do genro! Ela trabalha no Senado, mas mora na Espanha. E ele disse que é a favor da transparência. Mas na verdade ele é a favor do transPARENTE! Pega o transparente para sair da Espanha, pega o transparente para voltar. Rararará. O Sarney vai acabar indiciado por formação de família. Quando ele diz que é defensor da família brasileira, ele quer dizer de uma única família: a dele! "

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