Ecos abre espaço para os artigos de seus leitores e leitoras. Criamos, neste Dia dos Namorados, o espaço Artigo Definido. Nele, buscaremos manter a relação (de leitura) firme.
Iniciamos com a querida Katiúscia Pinheiro, artigo bem pertinente neste dia dos namorados. Atenção atacantes, nada de WO no dia de hoje! Leiam até o fim e entenderão a brincadeira.
Iniciamos com a querida Katiúscia Pinheiro, artigo bem pertinente neste dia dos namorados. Atenção atacantes, nada de WO no dia de hoje! Leiam até o fim e entenderão a brincadeira.
E o FPM (Futebol Para as Mulheres), ó...
O país do futebol (?)
Katisucia Pinheiro
França, final da Copa do mundo de 1998. O Brasil inteiro, que aprendeu a se encantar com as fantásticas demonstrações de genialidade e arte com a bola empreendidas por Ronaldinho, alcunha o fenômeno, assistem perplexos a um espetáculo de inércia.
Depois de criar toda uma expectativa no país que mais ama o futebol no mundo, o craque, para espanto de todos, não mostrou a que veio. Tristeza e decepção, desânimo e principalmente frustração.
Talvez poucas circunstâncias se aproximem de descrever o sentimento de algumas mulheres hoje em dia em relação à (não) atuação de alguns homens como esse episódio. Explico melhor.
Em reuniões de amigas, em bate papo em banheiros femininos, nos salões de beleza, já é muito rotineiro chegar a meus ouvidos reclamações de amigas e conhecidas de que os homens, e aqui peço toda vênia possível, já não “fazem mais gols” como antigamente.
E pasmem, não se trata de “falhar” na hora “H”, acontecimento em que ainda dá pra esperar mais um pouco e rezar para que o gol aconteça no segundo tempo ou na prorrogação, mas se trata de coisa bem pior.
Trata-se mesmo da pior atuação que um “craque” pode (não) ter em campo: o WO. Para os/as menos entendidos de futebol (não que esta neófita escritora entenda mais do que alguém que tem um irmão e um pai flamenguista) o WO ocorre quando uma das equipes não comparece, ou seja, AMARELA.
Isso mesmo. Marca e, na hora do jogo, “gela”. Pensei estarem minhas amigas exagerando na reclamação quanto a esse “fenômeno”, mas as queixas foram se avolumando e já não dá mais para dizer que é uma coisa pontual.
Certamente não é com a maioria dos jogadores (sempre primei pelo otimismo), mas existem certas questões cuja seriedade é tanta que não precisa de 100% de ocorrência para se constituir numa quase calamidade pública.
Incitar a torcida a ver um prometido excelente espetáculo e não comparecer para efetivar sua tão alardeada habilidade com a (s) bola (s) não é coisa que se faça. Antes a reclamação ia no sentido da ausência do futebol arte, pedir demais para muitos jogadores que, comumente, mal dão um passe a contento. Ou então tinha a ver com a eterna briga para que eles jogassem com o “uniforme” adequado para sua própria proteção (e da torcida). Mas pelo menos o jogo acontecia e ainda se ouvia alguns foguetes no final da partida.
A situação está ficando tão grave que algumas torcedoras já estão até sentindo falta do futebolzinho técnico, pois, mesmo na retranca, o jogo acontecia e sempre havia a possibilidade de ocorrer algum gol. Havia pelo menos a esperança de “correr pra galera” no final. Com o WO não há nenhuma possibilidade de comemoração... A coisa está tão feia que algumas já até suspiram de saudade do Parreira...
Poderão os/as mais ponderados/as argumentar: talvez o “jogador”, no meio do caminho, teve de dar conta de outro “adversário”. Pois é, está aí outra coisa intrigante. Antes eles conseguiam jogar com vários times e até davam seu recado direitinho. Mas agora parece que só aguentam mesmo uma partida com UM time (de várzea?). Brasileirão e Copa do Brasil ao mesmo tempo, nem pensar.
Mas, como já diz a minha vó: “se não pode com o pote, não segura na rodilha”.
Os patrocinadores já não sabem o que fazer para cobrir o prejuízo por não contar mais com a audiência da torcida, que já não acredita quando um jogo é marcado e... não acontece!
Ai que saudade dos homens das cavernas, confessou-me uma amiga semana passada. Segundo ela, eles eram rudes (argh!), mas pelo menos não tinham preguiça de usar o tacape!
Esperançosas, muitas mulheres nunca deixarão de acreditar na potência de nosso futebol, mas por via das dúvidas, poderão sempre recorrer ao jogo “virtual”, meios para isso hoje é o que não falta.
Mas no fundo, no fundo, apesar do medo das faltas, o que a maioria das mulheres queriam mesmo era o que só esportes não individuais e de contato como o futebol podem proporcionar: o bom e velho corpo a corpo...
Fazer o quê...
muito bom...
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