A atual administração municipal, empossada em primeiro de janeiro, praticamente está as vésperas de completar seu primeiro aniversário. A rigor, temos ainda dezembro, momento de fechar as contas do ano, fazer o balanço das atividades , festejar o Natal e comemorar o Novo Ano.
Eleito há um ano, o prefeito João Castelo, por sua experiência anterior à frente do executivo estadual, despertou forte expectativa na população de que faria, embora com característica fortemente autoritária, desde o início, um governo de realizações, de obras, uma administração dinâmica, enfim.
Onze meses passados, o sentimento que prevalece é que quase nada foi feito. E, ainda pior, que quase nada está por ser feito.
Tomemos, por exemplo, a questão do sistema viário de São Luís. Um caos que a cada dia toma proporções maiores e alarmantes.
Não precisamos lembrar que os trabalhadores, os estudantes gastam preciosos momentos de sua jornada presos em engarrafamentos quando se deslocam de suas moradias para o trabalho ou para a escola. Seja de transporte público ou particular; de ônibus ou de carros.
E não vemos, Senhor Prefeito João Castelo, nada a ser feito. Ou pelo menos planejado, anunciado. Nada. Tão somente o anúncio do aumento diário e assustador da frota de veículos na Capital?
Lembramos que, em 12 de janeiro, a Associação Comercial do Maranhão entregou uma proposta de Plano Diretor Viário para São Luís ao prefeito eleito João Castelo. Na proposta é dito que “Alguns pontos principais do plano são voltados aos corredores de transporte de massa, as interligações entre as principais avenidas da cidade, pois o nosso eixo principal é norte-sul e propomos criar um eixo leste-oeste, ciclovias, sinalização de trânsito e algumas pequenas intervenções que darão resultados imediatos no fluxo do trânsito”.
O que foi feito do Plano? Não era bom e foi para o lixo? A prefeitura elaborou outro Plano? Para quando?
Com a palavra a Prefeitura de São Luís.
A eleição do advogado Mário Macieira à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil, pela “Chapa Avançar Sempre”, por uma pequena margem (99 votos) sobre a segunda colocada, “Juntos pela Ordem”, liderada por Roberto Feitosa, representa, sem qualquer dúvida, uma inflexão na história da seccional maranhense. Quando são feitas longas listas de vencidos e vencedores, muito provavelmente seus autores não fazem outra coisa senão demonstrar que pouco, ou quase nada, entenderam dos meandros de uma longa e complexa construção.
Construção que remonta aos bancos universitários, à fundação do Partido dos Trabalhadores, e a afirmação de um grupo de jovens advogados que se integraram a outros ainda jovens mas já estabelecidos. Ao longo dos anos, assumiu a liderança dessa nova geração o hoje deputado Flávio Dino com o concurso, sem dúvida inestimável posto que decisivo, do então advogado e hoje magistrado Amilcar Rocha.
A constituição dos escritórios MACIEIRA, NUNES & ZAGALLO ADVOGADOS ASSOCIADOS (cuja composição sofreu pequenas alterações ao longo dos anos) e mais tarde do FIGUEREDO, DINO E LAUANDE ADVOGADAS ASSOCIADOS viabilizaram e fortaleceram os vetores da ação política, hoje coroada com a eleição de Mário Macieira, presidente, Valéria Lauande, vice-presidente, e Guilherme Zagallo, Conselheiro Federal.
Profissionais competentes e politicamente habilidosos conseguiram “pasteurizar” político e partidariamente as diferentes chapas e, sem desmerecer o peso das mais diversas, novas e antigas lideranças, impuseram uma nítida hegemonia do maior vencedor da disputa, o advogado e deputado Flávio Dino.
VALE-TUDO NO STF (I)
A primeira página do jornal O Estado de São Paulo deste domingo estampa em manchete: “Caso Battisti expõe vale-tudo no Supremo Tribunal Federal”.
Na realidade, a imprensa brasileira parece que tem dificuldade em entender a disputa pela hegemonia política cada vez mais acirrada na Suprema Corte.
Como observo no artigo O VENENO DO CONHECIDO ESCORPIÃO (JP, 20/11/09): nesta quarta-feira, 18 de novembro, o presidente Gilmar Ferreira Mendes estava mais interessado em castrar os poderes constitucionais do Presidente da República Federativa do Brasil, ampliando jurisprudencialmente a competência do Supremo Tribunal, do que julgar o pedido de extradição do escritor Cesare Battisti.
VALE-TUDO NO STF (II)
O ministro Gilmar Ferreira Mendes, que lidera uma ativa corrente ultra-conservadora minoritária, tenta impor suas posições com argumentos de autoridade em manifesto abuso do prestígio do cargo de presidente da Corte. Ainda bem que encontra resistência na ministra Carmem Lúcia e em Joaquim Barbosa e Marco Aurélio de Mello. Os três tentam conduzir a maioria visivelmente desarticulada.
MOACIR PRESIDE PDT DA CAPITAL
Após três meses dirigido por uma comissão provisória, o PDT de São Luís por consenso escolheu direção. Por sugestão de Neiva Moreira e do governador Jackson Lago, o professor Moacir Feitosa foi aclamado presidente do novo Diretório Municipal.
20 DE NOVEMBRO: DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA
Em 20 de novembro de l695 morreu Zumbi dos Palmares, Herói Nacional. O professor Franklin Douglas, no blogue ECOS DAS LUTAS, e Oswaldo Viviani nas páginas do JORNAL PEQUENO observaram que São Luís, cidade nitidamente afrodescendente, não valoriza tão importante data.
“Conhecida mundialmente por suas riquíssimas manifestações culturais e religiosas de origem africana como o tambor de crioula e a Casa das Minas” – diz Oswaldo – nem a prefeitura nem o governo estadual não promoveram nenhum evento oficial “para a reflexão sobre a inclusão racial”. Franklin, por sua vez, lembra que a dia 19 não é feriado em São Luís ao contrário do que ocorre em 680 municípios, entre os quais capitais como São Paulo e Rio.
Lula, o filho do Brasil, e Sérgio, o cidadão do mundo
Coincidentemente enquanto o filme Lula, o filho do Brasil, é lançado nacionalmente um documentário sobre o brasileiro Sérgio Vieira de Mello concorre pela indicação do Oscar na categoria.
Lula, o retirante nordestino, líder operário, duas vezes eleito Presidente da República. Sérgio, filho de diplomata cassado pelo regime militar, torna-se funcionário da Organização das Nações Unidas (ONU).
Chefe do alto-comissariado para os Direitos Humanos, Sérgio Vieira de Mello morreu vítima de um ataque terrorista no Iraque, em 2003.
Duas trajetórias, dois grandes brasileiros!
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