Franklin Douglas (*)
Neste mês de março de 2010, o curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Maranhão completa 40 anos de existência. Sua primeira aula foi no dia 3 de março de 1970.
Filha da USP, a primeira turma de Comunicação Social da UFMA foi formada por comunicólogos da Universidade de São Paulo, ainda no antigo prédio do ILA – sede da Universidade nos anos 1970, em frente à praça Gonçalves Dias.
São quatro décadas formando gerações de comunicadores, como jornalistas, relações públicas e profissionais de rádio e TV – estes últimos, a partir de 1991, quando da primeira turma específica para essa habilitação.
Até o fim da década de 1990 não existia essa desenfreada oferta de ensino de Comunicação em faculdades privadas. A faculdade pública de Comunicação reinava solitária. Portanto, a maioria dos formadores de opinião no rádio, no jornal e na TV maranhenses passaram pelos professores, cadeiras e máquinas de datilografia do curso de Comunicação da UFMA. É isso mesmo: as máquinas de datilografia alcançaram até os alunos dos primeiros anos da década de noventa! Imagine elaborar um título de matéria que partia do número de toques e quantidade de linhas no qual deveria ser encaixado... a era digital só se firmou nos laboratórios do Bacanga no início dos anos 2000.
Embora cilá-los seja correr o risco de ser injusto ao esquecer algum nome, não podemos deixar de listar professores que deixaram/têm deixado suas marcas no curso, a exemplo de docentes como Adeilce Azevedo, Zenir Pontes, Ana Leila, Elias Azulay, Lúcio Cunha, Protásio dos Santos, Joanita Mota, Jovelina Reis, Nilde Sandes, Odorico Araújo, Sebastião Duarte, Raimundo Viana, Nilson Amorim, Inaldo Menezes, Arnold Filho, Euclides Neto, Virgínia Rayol e Coelho Neto (estes já falecidos), dentre outros do que podemos chamar de “a velha guarda”, ante a nova e novíssima geração, composta de professores formados por esses primeiros.
O curso de Comunicação, ao lado de Direito e dos cursos da área de Saúde, sempre manteve, nesses 40 anos, influência também interna à Universidade. Basta lembrar que todas as eleições de reitor passaram por articulações no curso, inclusive elegendo diretamente um de seus docentes reitor da UFMA, o professor Aldy Mello, em 1991. Também destacou-se no movimento estudantil. De lá saíram presidentes do DCE (Coelho Neto, Marcio Jerry, Marlon Botão, Franklin Douglas, Itevaldo Júnior, etc) e movimentos culturais influentes como o Comunicarte, revista poética Os Párias, o FUMP (Festival de Música Universitária), as ações do DAC-UFMA (Departamento de Assuntos Culturais).
O comunicólogo português Adriano Rodrigues, um dos mais influentes na teoria da comunicação na UFMA atualmente, ensina que os comunicadores autonomizaram-se enquanto campo profissional afirmando-se como mediadores sociais dos demais campos sociais. Trouxe para si uma legitimidade vicária, delegada dos que não acessam diretamente a esfera pública pela cotidianidade de seu fazer profissional, como os “artesãos” da mídia.
Em 40 anos, o curso de Comunicação contribuiu para que essa legitimidade se consolidasse, sobretudo nos anos noventa. Ficou difícil prescindir de um profissional formado para assumir essa responsabilidade na sociedade, mesmo nestes tempos de desregulamentação da profissão e questionabilidade do diploma para para o exercício do jornalismo.
Ao contrário do que se propaga, os princípios éticos, técnicos e estéticos que fundamentam a formação universitária do comunicador persistem na sociedade atual. Junto a eles, a necessidade de um curso de graduação de qualidade em ensino, pesquisa e extensão para a sua aprendizagem crítica.
Sem dúvida, o curso de Comunicação da UFMA será preciso por pelo menos mais 40 anos!
(*) Franklin Douglas – jornalista e professor, 36 anos. Contato: 9962-8181. Email: franklindouglas@elo.com.br
Neste mês de março de 2010, o curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Maranhão completa 40 anos de existência. Sua primeira aula foi no dia 3 de março de 1970.
Filha da USP, a primeira turma de Comunicação Social da UFMA foi formada por comunicólogos da Universidade de São Paulo, ainda no antigo prédio do ILA – sede da Universidade nos anos 1970, em frente à praça Gonçalves Dias.
São quatro décadas formando gerações de comunicadores, como jornalistas, relações públicas e profissionais de rádio e TV – estes últimos, a partir de 1991, quando da primeira turma específica para essa habilitação.
Até o fim da década de 1990 não existia essa desenfreada oferta de ensino de Comunicação em faculdades privadas. A faculdade pública de Comunicação reinava solitária. Portanto, a maioria dos formadores de opinião no rádio, no jornal e na TV maranhenses passaram pelos professores, cadeiras e máquinas de datilografia do curso de Comunicação da UFMA. É isso mesmo: as máquinas de datilografia alcançaram até os alunos dos primeiros anos da década de noventa! Imagine elaborar um título de matéria que partia do número de toques e quantidade de linhas no qual deveria ser encaixado... a era digital só se firmou nos laboratórios do Bacanga no início dos anos 2000.
Embora cilá-los seja correr o risco de ser injusto ao esquecer algum nome, não podemos deixar de listar professores que deixaram/têm deixado suas marcas no curso, a exemplo de docentes como Adeilce Azevedo, Zenir Pontes, Ana Leila, Elias Azulay, Lúcio Cunha, Protásio dos Santos, Joanita Mota, Jovelina Reis, Nilde Sandes, Odorico Araújo, Sebastião Duarte, Raimundo Viana, Nilson Amorim, Inaldo Menezes, Arnold Filho, Euclides Neto, Virgínia Rayol e Coelho Neto (estes já falecidos), dentre outros do que podemos chamar de “a velha guarda”, ante a nova e novíssima geração, composta de professores formados por esses primeiros.
O curso de Comunicação, ao lado de Direito e dos cursos da área de Saúde, sempre manteve, nesses 40 anos, influência também interna à Universidade. Basta lembrar que todas as eleições de reitor passaram por articulações no curso, inclusive elegendo diretamente um de seus docentes reitor da UFMA, o professor Aldy Mello, em 1991. Também destacou-se no movimento estudantil. De lá saíram presidentes do DCE (Coelho Neto, Marcio Jerry, Marlon Botão, Franklin Douglas, Itevaldo Júnior, etc) e movimentos culturais influentes como o Comunicarte, revista poética Os Párias, o FUMP (Festival de Música Universitária), as ações do DAC-UFMA (Departamento de Assuntos Culturais).
O comunicólogo português Adriano Rodrigues, um dos mais influentes na teoria da comunicação na UFMA atualmente, ensina que os comunicadores autonomizaram-se enquanto campo profissional afirmando-se como mediadores sociais dos demais campos sociais. Trouxe para si uma legitimidade vicária, delegada dos que não acessam diretamente a esfera pública pela cotidianidade de seu fazer profissional, como os “artesãos” da mídia.
Em 40 anos, o curso de Comunicação contribuiu para que essa legitimidade se consolidasse, sobretudo nos anos noventa. Ficou difícil prescindir de um profissional formado para assumir essa responsabilidade na sociedade, mesmo nestes tempos de desregulamentação da profissão e questionabilidade do diploma para para o exercício do jornalismo.
Ao contrário do que se propaga, os princípios éticos, técnicos e estéticos que fundamentam a formação universitária do comunicador persistem na sociedade atual. Junto a eles, a necessidade de um curso de graduação de qualidade em ensino, pesquisa e extensão para a sua aprendizagem crítica.
Sem dúvida, o curso de Comunicação da UFMA será preciso por pelo menos mais 40 anos!
(*) Franklin Douglas – jornalista e professor, 36 anos. Contato: 9962-8181. Email: franklindouglas@elo.com.br
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