Por Franklin Douglas
As oposições deixaram de vencer as eleições eleitoralmente por míseros 0,08% (zero vírgula zero oito por cento). Perdemos ganhando. Mas será que a oposição perdeu mesmo?
O uso e abuso do poder econômico não pode passar em branco pela Polícia Federal (PF), pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), pela Receita Federal, pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE). São inúmeros os abusos, mas ficaram fortemente quatro casos:
(1) o uso do campus da UEMA para carreata;
(2) a prisão da médica Silvana Teixeira por compra de votos por meio de consulta médica e distribuição de remédios em São Luís;
(3) o uso de ambulância e cestas básicas em Urbano Santos;
(4) a compra de votos em São Luís para Roseana e Ricardo Murad, devidamente documentada junto ao MPE e PF, através do pagamento de 500 contas de água e luz em lotérica do bairro do Lira, totalizada no valor de R$ 28 mil (só aqui tem-se a diferença dos 0,08% de votos).
As oposições deveriam denunciar ao Brasil todos os fatos aqui acontecidos. Manter o embate político. Com tudo que a oligarquia teve (Lula, Dilma, o tempo de TV do PT, R$ 12 milhões de Duda Mendonça, abuso do poder econômico, etc etc) a seu favor e, ainda assim, ficar roendo unha até o último 1% de apuração das urnas, evidencia que o Maranhão real não engole a oligarquia.
Representam bem esse sentimento a votação na capital e em Imperatriz. Ambas as cidades continuam a não se render à velha oligarquia. Em São Luís, 57% dos eleitores votaram contra o clã Sarney (Flávio-37,96% + Jackson-15,45% + Marcos Silva-2,06% + Saulo-1,2% + Josivaldo-0,08%); e em Imperatriz, 85% votaram com o campo da mudança (Jackson-73,63% + Flávio-11,5% + Saulo-0,22% + Marcos-0,09% + Josivaldo-0,08%).
São também exemplos a reeleição do deputado federal Domingos Dutra (PT), em embate direto com o Futi/José Sarney. Firmou-se entre os eleitos pela coragem e coerência política; a eleição do jovem vereador Edvaldo Holando Junior (PTC) para deputado federal (mais votado na cidade, com 72 mil votos) e Bira do Pindaré (com 14 mil votos na capital, mais votado do PT), também no campo oposicionista, mostra que São Luís clama por lideranças novas. A eles, o desafio de não decepcionar. E, sobretudo, Flávio Dino firma-se como a principal liderança de um projeto alternativo para o Maranhão, tem uma avenida pela frente a percorrer. Esse foi apenas o primeiro passo; e a eleição de 2010, a última vitória de um(a) Sarney a governo estadual.
A oposição mobiliza a esperança de metade do Maranhão; Roseana Sarney Murad reúne outra metade usando (e abusando) o poder econômico. Recompor as oposições com os que realmente ficam para continuar o embate, sob um novo patamar de unificação dos partidos como PCdoB, PDT, PSB, PSDB, PTC, PPS, PCB, Psol, PSTU e a esquerda petista anti-oligárquica, na denúncia do abuso de poder econômico é o caminho a percorrer, porque mais do que nunca o povo maranhense espera de suas lideranças populares que A LUTA CONTINUE!
(*) Franklin Douglas – jornalista e professor, 37 anos. Email: oifranklin.ma@gmail.com. Artigo publicado no Jornal Pequeno, edição de 10/10/2010, p. 16 - opinião
** OBS: corrigido às 18h05 de11/10/2010 para acréscimo do PPS, que indicou a vice, Miosótis Lúcio, na chapa de Flávio Dino (PCdoB).
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