Sinal trocado

Elogia o jornal O Estado do Maranhão de hoje (21/11/2010):

"Peso - Na incursão que faz a Brasília, o vice-governador eleito Washington Oliveira ganhou mais força dentro do seu partido, o PT. De todas as conversas que teve com a cúpula petista, Oliveira saiu com a certeza de que a condição de vice-governador do Maranhão o tornou figura de proa na elite do partido. Está mais forte do que nunca na liderança do grupo que hoje controla o PT maranhense." (Coluna Estado Maior, pág. 3)

Agora, aos fatos:

1. Difícil imaginar o vice-governador figura de proa na elite do partido. Nem para  a mesa de trabalhos da última reunião do Diretório Nacional foi chamado... o afago é para encobrir a situação real de Washington, que está sem força política para indicar o próximo secretário de Educação, depois das  raposadas de Anselmo na SEDUC - que foi bancado pelo vice-governador eleito para ser o secretário;

2. Dentro de sua corrente, encontra dificuldades de aprovar na Executiva Estadual qualquer indicação unicamente sua, pois não tem o apoio incondicional de Mundico Teixeira (cuja filha ficou  secretária adjunta  sem poder na SEDUC, Virna Teixeira - justo ela, uma das mais fiéis roseanistas no partido), tampouco de Rodrigo Comerciário, cujo indicado, Edmilson Comerciário (atual secretário de Desenvolvimento Social) deve ser o próximo a ser degolado) ou de Edmilson Carneiro (embora ligado à José Antonio Heluy - já secretário do Trabalho, também sonha em ser primeiro escalão do Governo Estadual). Sem esses três votos na Executiva Estadual petista, Washington Luiz é tão "rainha da Inglaterra" no PT quanto já o é no Governo do Estado.

3. Enfraquecido externamente e sem poder de fogo interno, Washington Luis dificilmente emplaca  o próximo secretário de Educação: jaz Dimas, Zé Costa ou ele próprio na SEDUC.

Dimas, o errante

O professor de Direito da UFMA, Dimas Salustiano - também empreender do ensino superior privado - , é o errante na maiorida dos sentidos que o dicionário ensina, tiremos o "vagabundo": sem destino certo, vacilante, nômade, pouco firme, astro não-fixo...  Era ligado a Dutra e à corrente esquerdista  "PT de Aço" no partido, migrou para a moderada CNB; vice de Helena para prefeita em 2004, sonhou ser vice de Flávio Dino, em 2008: não deu; acabou filiando-se ao PCdoB de Flávio a fim de bem se posicionar num futuro governo dinista, não deu de novo; assanhou-se em ser secretário da SEDUC: de pronto soube que a filiação ao PCdoB lhe inviabilizaria. Bobagem, voltou ao PT... como empresário da Educação superior, difícil emplacar como secretário de Educação do Ensino Básico. Difícil missão para Fernando Sarney e José Dirceu, a quem as más linguas dizem que ele busca apoio. Enfim,  Dimas secretário de Educação bancado por Washington, aposta pouco provável...

Como também é pouquíssimo provável Washington emplacar a si mesmo: na lógica do não se nomeia quem não pode demitir... seria impensável o vice-governador como secretário e, em plena crise a surgir, a governadora não poder demiti-lo por incompetência, corrupção ou inexperiência, como os blogues do Imirante dizem ter acontecido com Anselmo Raposo. Cenário também pouco provável... Zé Costa, atual reitor do IFMA, tem demonstrado ser inteligente o suficiente para não trocar o certo pelo duvidoso.

Provável mesmo, então, é o PT sarneyzista ficar sem  Educação, perder a SEDES e manter secretarias com pouca ou nenhuma influência nas políticas gerais do governo. Aliança bem "estratégica" essa PT + PMDB vendida pela maioria do PT maranhense... quanto ao vice, quem bem o conhece sabe que ele fingirá de morto (atenção coveiros!), bem quietinho, até abril de 2014 - quando Roseana será obrigada a se desincompatibilizar para ser candidata (algúem acredita que  a única vaga em disputa ao  Senado, em 2014, será dada a Cafeteira de novo?)

Quanto a Raposo...
Triste fim, talvez sequer tenha feito o pé de meia para o tanto de advogado que precisará para se defender futuramente. Com o beneplácito d´O Estado do Maranhão, que não tripudiou de sua exoneração (ao contrário dos blogues do sistema),  foi convidado a integrar o  Conselho do governo - dizem que a  R$ 6 mil ao mês por reunião... Anselmo deu um passo maior que a perna: pretendeu dar o nó em seu padrinho político espalhando em blogues amilhados que era secretário com apoios do poderoso Zé Dirceu e  do ministro Fernando Hadad. Nenhum nem outro veio em seu socorro... ser raposa na alcateia da oligarquia, só no nome!