Já existem elementos, segundo policiais, para indiciar o ex-ministro por suspeita de tráfico de influência no governo
Segundo a investigação, o ex-titular de Minas e Energia tem prestado consultoria em área de expansão da Petrobras
LEONARDO SOUZA
DE BRASÍLIA
O ex-ministro Silas Rondeau (Minas e Energia) virou um dos alvos centrais do Ministério Público Federal e da Polícia Federal na Operação Faktor (ex-Boi Barrica).
Investigadores encarregados do caso ouvidos pela Folha afirmam já ter elementos para indiciá-lo sob a suspeita de tráfico de influência em estatais na área de energia, incluindo a Petrobras.
Apadrinhado do senador José Sarney (PMDB-AP), Rondeau ocupa desde 2006 uma cadeira no Conselho de Administração da companhia petrolífera na cota do governo -a presidente Dilma o manteve no cargo.
O ex-ministro recebe R$ 6.670 mensais para participar de uma reunião por mês na estatal. A Folha deixou recados na casa e no escritório de Rondeau, mas ele não ligou de volta.
O nome do ex-ministro já havia aparecido numa primeira fase da operação, mas não como um dos focos principais da investigação.
A PF reuniu uma série de documentos e gravou, com autorização da Justiça, conversas de terceiros que citam a participação do ex-ministro em episódios que caracterizariam o tráfico de influência na Petrobras.
Com base no material apreendido, a PF e o Ministério Público iniciaram uma nova etapa da Faktor no final do ano passado e aprofundaram a investigação sobre o papel de Rondeau nos negócios que envolvem o grupo do empresário Fernando Sarney, filho do senador e principal alvo da operação.
De acordo com a investigação, o ex-ministro tem prestado consultoria na área de energia eólica, ramo em que a Petrobras planeja ampliar seus investimentos.
No inquérito, os policiais afirmam que Rondeau "figura como sócio oculto" de escritórios de consultoria para "mascarar" o recebimento de recursos por serviços prestados a empresas privadas.
"Vou estar com o Silas na terça. Vocês vão ver só uma coisa. Ah, p., ele é do conselho da Petrobras. Vocês vão ver", diz Flávio Lima, empresário ligado a Fernando Sarney e também investigado na Faktor, numa das conversas gravadas pela PF.
No diálogo, Lima cobrava R$ 160 mil de uma empresa.
A Faktor é a terceira operação da PF em que Rondeau figura entre os suspeitos de corrupção e desvio de recursos públicos.
Ele foi obrigado a abandonar a pasta de Minas e Energia em 2007, acusado de receber R$ 100 mil em propina para favorecer empresas privadas em obras federais.
Em 2008, o Ministério Público ofereceu denúncia contra o ex-ministro por corrupção e formação de quadrilha.
O nome de Rondeau surgiu também na operação Castelo de Areia.
A PF apreendeu um manuscrito que registra o pagamento de R$ 300 mil ao lado da inscrição "Ex. Min. Sil". Segundo a PF, "ao que tudo indica", trata-se de Rondeau.
Num primeiro momento da Faktor, a PF concentrou a investigação em transações do grupo de Fernando Sarney com o setor público.
Ele foi indiciado sob a acusação de formação de quadrilha e falsidade ideológica, entre outros crimes. Na segunda etapa, indiciado sob acusação de evasão de divisas. Ele nega as acusações.(Folha-25/01/2011-aqui, só para assinantes)
Segundo a investigação, o ex-titular de Minas e Energia tem prestado consultoria em área de expansão da Petrobras
LEONARDO SOUZA
DE BRASÍLIA
O ex-ministro Silas Rondeau (Minas e Energia) virou um dos alvos centrais do Ministério Público Federal e da Polícia Federal na Operação Faktor (ex-Boi Barrica).
Investigadores encarregados do caso ouvidos pela Folha afirmam já ter elementos para indiciá-lo sob a suspeita de tráfico de influência em estatais na área de energia, incluindo a Petrobras.
Apadrinhado do senador José Sarney (PMDB-AP), Rondeau ocupa desde 2006 uma cadeira no Conselho de Administração da companhia petrolífera na cota do governo -a presidente Dilma o manteve no cargo.
O ex-ministro recebe R$ 6.670 mensais para participar de uma reunião por mês na estatal. A Folha deixou recados na casa e no escritório de Rondeau, mas ele não ligou de volta.
O nome do ex-ministro já havia aparecido numa primeira fase da operação, mas não como um dos focos principais da investigação.
A PF reuniu uma série de documentos e gravou, com autorização da Justiça, conversas de terceiros que citam a participação do ex-ministro em episódios que caracterizariam o tráfico de influência na Petrobras.
Com base no material apreendido, a PF e o Ministério Público iniciaram uma nova etapa da Faktor no final do ano passado e aprofundaram a investigação sobre o papel de Rondeau nos negócios que envolvem o grupo do empresário Fernando Sarney, filho do senador e principal alvo da operação.
De acordo com a investigação, o ex-ministro tem prestado consultoria na área de energia eólica, ramo em que a Petrobras planeja ampliar seus investimentos.
No inquérito, os policiais afirmam que Rondeau "figura como sócio oculto" de escritórios de consultoria para "mascarar" o recebimento de recursos por serviços prestados a empresas privadas.
"Vou estar com o Silas na terça. Vocês vão ver só uma coisa. Ah, p., ele é do conselho da Petrobras. Vocês vão ver", diz Flávio Lima, empresário ligado a Fernando Sarney e também investigado na Faktor, numa das conversas gravadas pela PF.
No diálogo, Lima cobrava R$ 160 mil de uma empresa.
A Faktor é a terceira operação da PF em que Rondeau figura entre os suspeitos de corrupção e desvio de recursos públicos.
Ele foi obrigado a abandonar a pasta de Minas e Energia em 2007, acusado de receber R$ 100 mil em propina para favorecer empresas privadas em obras federais.
Em 2008, o Ministério Público ofereceu denúncia contra o ex-ministro por corrupção e formação de quadrilha.
O nome de Rondeau surgiu também na operação Castelo de Areia.
A PF apreendeu um manuscrito que registra o pagamento de R$ 300 mil ao lado da inscrição "Ex. Min. Sil". Segundo a PF, "ao que tudo indica", trata-se de Rondeau.
Num primeiro momento da Faktor, a PF concentrou a investigação em transações do grupo de Fernando Sarney com o setor público.
Ele foi indiciado sob a acusação de formação de quadrilha e falsidade ideológica, entre outros crimes. Na segunda etapa, indiciado sob acusação de evasão de divisas. Ele nega as acusações.(Folha-25/01/2011-aqui, só para assinantes)
Nenhum comentário:
Postar um comentário