Por Deíla Maia
Pessoal,
Hoje vou trazer para vcs um poeta novo, que eu aposto que vcs já conhecem como músico (ex-Titãs): Arnaldo Antunes.
A poesia dele, à primeira vista, pode parecer meio "non-sense", boba, sem sentido mesmo. Mas se formos parar para pensar, não é assim.
O primeiro livro dele que eu li foi "As coisas" e lembro que quase morrir de rir das loucuras dele.
Por outro lado, acho que ele é muito criativo, inventivo, inovador.
Vou mandar uma bem característica do estilo meio louco dele. Leiam. Aposto que primeiro vocês vão pensar: "Que bobagem!". Aí leiam de novo e reflitam. Vão ver que é mais profundo do que se pensa.
Na minha leitura, esta poesia aparentemente simplória, faz uma reflexão sobre o materialismo, o apego aos bens, ao dinheiro etc., que não conduz à paz interior. Realmente, as coisas têm muitas coisas (como ele enumera na poesia), mas não têm o mais importante (PAZ).
Espero que gostem. Beijos,
Deíla
AS COISAS
Arnaldo Antunes
As coisas têm peso,
massa,
volume,
tamanho,
tempo,
forma,
cor,
posição,
textura,
duração,
densidade,
cheiro,
valor,
consistência,
pro-fundi-dade,
contorno,
temperatura,
função,
aparência,
preço,
destino,
idade,
sentido.
As coisas não têm paz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário