Um bom trabalho de jornalismo foi feito por Lissandra Leite e Rogério Tomaz Júnior, a partir da denúncia trazida a público por Alice Pires. Sinal de que há vida inteligente e comprometida com os direitos humanos no jornalismo maranhense. É a única coisa positiva dentro dessa tragédia indígena em Arame.
Cheguei a conversar com a liderança indígena Sonia Guajajara. É exatamente o que relatam os colegas. E mais: a situação está ficando habitual, de tão repetitiva na região. O extraordinário foi o fato vir a público.
Confira as informações sobre o caso:
Quarta-feira (4/01): Alice Pires, do Vias de Fato, torna público o assassinato de um indiozinho de 8 anos em Arame
Quinta-feira (5/01)
Rogério Tomaz Júnior, de Brasília, repercute denúncia no blogue Conexão BrasíliaMaranhão:
Sexta-feira (6/01)
Rogério Tomaz Junior, em trabalho de apuração, confirma, estarrecido, que a situação é pior do que pensava, a partir de nota do CIMI (Conselho Indigenista Missionário):
Lideranças denunciam assassinato de criança indígena Awá-Guajá na Terra Indígena Araribóia
Lideranças indígenas do povo Guajajara da aldeia Zutiwa, Terra Indígena Araribóia, no Maranhão, denunciam o assassinato de uma criança Awá-Guajá que pertencia a um grupo em situação de isolamento.
O corpo foi encontrado carbonizado em outubro do ano passado num acampamento abandonado pelos Awá isolados, a cerca de 20 quilômetrosda aldeia Patizal do povo Tenetehara, região localizada no município de Arame (MA). A Fundação Nacional do Índio (Funai) foi informada do episódio em novembro e nenhuma investigação do caso está em curso. (continue lendo aqui)
Sexta-feira (6/01)
Jornalista Lissandra Leite traz mais informações sobre o caso, em seu facebook:
Está causando revolta nas redes sociais a denúncia do assassinato de uma criança indígena, da etnia Awa-Gwajá, que teria sido queimada por madeireiros na região da terra indígena de Araribóia, no município de Arame-MA. A denúncia foi feita por índios guajajaras à jornalista Alice Pires, da OAB, e a Gilderlan Rodrigues da Silva, do Conselho Indigenista Missionário – CIMI.
Segundo Gilderlan, os guajajaras das aldeias Jititiua e Patisal, durante suas atividades de caça, já vinham travando algum contato com o grupo Awá que se encontrava acampado a cerca de 20 km da aldeia Patisal. Desde o final de setembro, entretanto, com a entrada de madeireiros na área do acampamento, surgiram relatos de conflitos e os Awá se retiraram da área. A morte do indígena teria acontecido neste período. O CIMI está buscando mais informações sobre o caso, inclusive um novo contato com o índio Clóvis Guajajara, liderança da aldeia Patisal, que teria visto o corpo e repassado a informação à organização, para fazer uma denúncia formal.
Por telefone, o chefe de posto da Funai em Amarante, Luís Carlos Guajajaras, também confirmou que vários indígenas da região estão relatando este caso, mas que ainda não pôde fazer uma visita ao local do acampamento, onde estaria o corpo carbonizado. “Como é uma região de conflitos, é bastante perigoso andar por lá”, explica. Segundo ele, os indígenas da região dizem que há restos humanos em uma coivara – fogueira feita com a madeira que será dispensada em uma ação de desmatamento –, mas não soube precisar se seriam de uma criança. Acredita-se que a morte tenha sido causada por madeireiros exatamente pela situação de conflito e pelo fato da possível vítima estar queimada em um resto de desmatamento. Mas não há confirmação das condições em que teria acontecido a morte.
Não foi possível fazer contato com nenhum indígena da região que tenha visto o corpo. Há relatos de que os guajajaras que foram até o local do acampamento chegaram a fazer um vídeo do corpo, com um celular, mas o CIMI ainda está buscando essa gravação.
Ninguém obteve relatos diretos dos Awás que pudessem esclarecer o que de fato aconteceu antes do grupo deixar o acampamento. “Pelas informações que recebemos, eles devem estar próximos à Lagoa Comprida, em Amarante, área mais protegida da ação dos madeireiros”, informa Gilderlan. O CIMI nacional deve emitir uma nota pedindo a apuração das denúncias. “O histórico de violência contra indígenas na região é grande e já foram feitas denúncias de situações diversas ao Ministério Público de Imperatriz e à Frente de Proteção Etnoambiental da Funai”, conclui Gilderlan.
No momento, ainda não há investigações conduzidas pela Polícia, pois não há uma denúncia formal. É importante ressaltar que a Funai já tem conhecimento das denúncias desde novembro, mas não realizou nenhuma visita à área para confirmar a existência do corpo.
Deputado Domingos Dutra anuncia que vai solicitar que a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados investigue o caso
Esse caso está apenas começando... e a "IMPRENSA" de nosso estado, não vai dizer nada??
franklin também incluo enssa lista o nome do blog do johny cutrim o fato ganhou repercussão depois que ele postou o comentario da menina do face no seu blog.
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