quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Poesia de Quinta

POESIA DE QUINTA - nº 20
Por Deila Maia

Não sei se é a proximidade do Carnaval, período do ano que eu simplesmente ADORO, ou se foi uma feliz coincidência eu ter encontrado esta poesia, mas... Aposto que muitos de vocês também irão se identificar.

A poesia de hoje é de um autor russo. Ai meu Deus, que nome difícil. Lá vai: Andrêi Andrêievitch Vozniessiênski. Ufa!!! De um livro bem legal que ganhei agora no meu aniversário (obrigada, Lena!!!), que se chama "Poesia soviética".

O autor é vivo ainda, nascido em 1933, em Moscou. É arquiteto e super premiado por suas poesias, sendo membro de dez academias (científicas e de letras).

Tenho certeza que vocês irão gostar. A minha mãe vai achar a minha cara, com certeza! O grifo no verso é meu. Achei esta frase poderosa!!!!

A PREGUIÇA
Andrêi Andrêievitch Vozniessiênski


Abençoada preguiça, que delícia de armadilha,
quando é tanta que nem me levanto, nem durmo de novo.

Preguiça de atender o telefone. Você o alcança,
passando uma perna por cima do meu corpo,

ouço a sua voz pertinho de mim, soando como um sino,
e meu estômago é comprimido pelo seu ombro.

"Entradas?" - diz você - "Que vão para o diabo. Ai, que preguiça!"
Dentro de nós, a lentidão dos dias mergulha na sombra,

A preguiça é o motor do progresso. A chave para Diógenes é a preguiça.
Só o que sei é que você é encantadora -
o resto é lixo.

Este mundo é feio? Dê um jeito de ir levando.
Preguiça de ir pegar o telegrama - passe-o por baixo da porta.

Preguiça de ir jantar, preguiça de apagar a luz,
preguiça até de terminar a frase:
hoje é segun...

Nesta estrada, o mês de junho,
bêbado, derramou-se:
sátiro com pés de bode
descalços - e usando shorts.

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