Se pouco se sabia dos atos secretos, imagina dos ultrassecretos!
Reportagens dos jornais O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo revelam: existiam os atos "top secret". Ou seja, aqueles que sequer saiam da gaveta do diretor geral do Senado, Agaciel Maia, o homem forte de Sarney.
Rádio Jovem Pan também pega pesado com parentes nomeados por Sarney no Senado. Confira abaixo:
Reportagens dos jornais O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo revelam: existiam os atos "top secret". Ou seja, aqueles que sequer saiam da gaveta do diretor geral do Senado, Agaciel Maia, o homem forte de Sarney.
Rádio Jovem Pan também pega pesado com parentes nomeados por Sarney no Senado. Confira abaixo:
Atos ''top secret'' nem saíam da gaveta do diretor
Apuração sobre medidas sigilosas no Senado mostra que algumas decisões não foram sequer digitadas
Leandro Colon, BRASÍLIA
A investigação interna em cima das centenas de atos secretos do Senado descobriu um submundo de duas categorias de decisões mantidas sob sigilo na Casa nos últimos anos, como se existissem atos "top secret" e outros classificados oficiosamente como secretos. A primeira categoria, comandada pelo ex-diretor-geral Agaciel Maia; os demais, sob as ordens de João Carlos Zoghbi, ex-comandante do poderoso setor de Recursos Humanos.
Descobre-se agora que muitos atos nem sequer saíam da sala de Agaciel. Só existiam em papel, não eram inseridos em nenhum computador, para evitar vazamentos. Os arquivos de Agaciel também privilegiavam os favores aos senadores.
Muitos desses boletins ainda não foram publicados, contrariando a iniciativa propalada pelo presidente José Sarney (PMDB-AP) de transparência no Senado. A burocracia interna de publicação deveria seguir, teoricamente, a seguinte lógica: sai da Direção-Geral, passa pelos Recursos Humanos, que entrega à Informática para divulgação.
Um dos atos "top secret" é o que estende a assistência médica vitalícia dos senadores a quem ocupou a Diretoria-Geral ou a Secretaria-Geral da Mesa. Agaciel, beneficiário direto do ato, guardou o documento na gaveta, depois de obter a chancela dos senadores que então ocupavam a Mesa Diretora.
O Estado teve acesso à íntegra do ato, considerado um mistério dentro do Senado e investigado pela comissão de sindicância. "Eu não o conhecia. Para mim, é um espanto", afirma o diretor-geral, José Alexandre Gazineo.
Sob pressão e na iminência de perder o cargo, Gazineo não deve receber o benefício do ato: o texto diz que o servidor tem de ocupar a Diretoria-Geral por, pelo menos, dois anos. Ele está há pouco mais de três meses na vaga e, ao que tudo indica, não deve permanecer por muito tempo na cadeira.
Quando Agaciel resolvia seguir o trâmite legal e repassar os atos ao departamento de Recursos Humanos, o então diretor, João Carlos Zoghbi, se encarregava de digitalizá-las para, teoricamente, publicá-las. Começava aí outro processo de sigilo e a segunda categoria de proteção. Zoghbi escolhia o que era para publicar e o que deveria permanecer num banco de dados informal.
NOMEAÇÕES
Atos dessa natureza serviram para as nomeações dos próprios filhos de Zogbhi e os aumentos salariais de sua mulher, Denise. Os arquivos que tratam desses atos foram publicados como boletins suplementares somente agora, em 2009, a mando do diretor de Recursos Humanos, Ralph Siqueira, integrante da sindicância que investiga esses boletins.
Siqueira determinou, em meio à investigação, a digitalização de parte do que estava guardado na Diretoria-Geral para a publicação interna. A decisão de Ralph foi considerada um erro dentro do Senado. Uma iniciativa que, a princípio, tinha o objetivo de misturar atos secretos com públicos.
A estratégia poderia fazer com que esses documentos passassem despercebidos dentro do sistema. Mas a diferença entre os documentos - os secretos são mais sucintos - chamou a atenção de quem acessa o sistema interno todos os dias. A iniciativa de Ralph abriu a caixa-preta desses boletins, criando uma crise política que levou o presidente do Senado à tribuna na última terça-feira.
Governo pede salário de volta a parente de senador
Leandro Colon e Rodrigo Rangel, BRASÍLIA
Uma sobrinha do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), lotada na Casa, foi cobrada pelo governo federal a devolver dinheiro por acúmulo de cargos públicos. Ofício do Ministério da Agricultura enviado ao Senado em 26 de novembro de 2003 solicitava que Vera Macieira Borges devolvesse o valor "recebido indevidamente". Funcionária de carreira do ministério, ela foi cedida à presidência do Senado seis meses antes da cobrança. Vera é filha de José Carlos de Pádua Macieira, irmão de Marly Sarney, mulher do presidente do Senado. (leia mais aqui)
Irmão de Sarney foi alvo de grampos da PF
Rosa Costa e Rodrigo Rangel, BRASÍLIA
Apuração sobre medidas sigilosas no Senado mostra que algumas decisões não foram sequer digitadas
Leandro Colon, BRASÍLIA
A investigação interna em cima das centenas de atos secretos do Senado descobriu um submundo de duas categorias de decisões mantidas sob sigilo na Casa nos últimos anos, como se existissem atos "top secret" e outros classificados oficiosamente como secretos. A primeira categoria, comandada pelo ex-diretor-geral Agaciel Maia; os demais, sob as ordens de João Carlos Zoghbi, ex-comandante do poderoso setor de Recursos Humanos.
Descobre-se agora que muitos atos nem sequer saíam da sala de Agaciel. Só existiam em papel, não eram inseridos em nenhum computador, para evitar vazamentos. Os arquivos de Agaciel também privilegiavam os favores aos senadores.
Muitos desses boletins ainda não foram publicados, contrariando a iniciativa propalada pelo presidente José Sarney (PMDB-AP) de transparência no Senado. A burocracia interna de publicação deveria seguir, teoricamente, a seguinte lógica: sai da Direção-Geral, passa pelos Recursos Humanos, que entrega à Informática para divulgação.
Um dos atos "top secret" é o que estende a assistência médica vitalícia dos senadores a quem ocupou a Diretoria-Geral ou a Secretaria-Geral da Mesa. Agaciel, beneficiário direto do ato, guardou o documento na gaveta, depois de obter a chancela dos senadores que então ocupavam a Mesa Diretora.
O Estado teve acesso à íntegra do ato, considerado um mistério dentro do Senado e investigado pela comissão de sindicância. "Eu não o conhecia. Para mim, é um espanto", afirma o diretor-geral, José Alexandre Gazineo.
Sob pressão e na iminência de perder o cargo, Gazineo não deve receber o benefício do ato: o texto diz que o servidor tem de ocupar a Diretoria-Geral por, pelo menos, dois anos. Ele está há pouco mais de três meses na vaga e, ao que tudo indica, não deve permanecer por muito tempo na cadeira.
Quando Agaciel resolvia seguir o trâmite legal e repassar os atos ao departamento de Recursos Humanos, o então diretor, João Carlos Zoghbi, se encarregava de digitalizá-las para, teoricamente, publicá-las. Começava aí outro processo de sigilo e a segunda categoria de proteção. Zoghbi escolhia o que era para publicar e o que deveria permanecer num banco de dados informal.
NOMEAÇÕES
Atos dessa natureza serviram para as nomeações dos próprios filhos de Zogbhi e os aumentos salariais de sua mulher, Denise. Os arquivos que tratam desses atos foram publicados como boletins suplementares somente agora, em 2009, a mando do diretor de Recursos Humanos, Ralph Siqueira, integrante da sindicância que investiga esses boletins.
Siqueira determinou, em meio à investigação, a digitalização de parte do que estava guardado na Diretoria-Geral para a publicação interna. A decisão de Ralph foi considerada um erro dentro do Senado. Uma iniciativa que, a princípio, tinha o objetivo de misturar atos secretos com públicos.
A estratégia poderia fazer com que esses documentos passassem despercebidos dentro do sistema. Mas a diferença entre os documentos - os secretos são mais sucintos - chamou a atenção de quem acessa o sistema interno todos os dias. A iniciativa de Ralph abriu a caixa-preta desses boletins, criando uma crise política que levou o presidente do Senado à tribuna na última terça-feira.
Governo pede salário de volta a parente de senador
Leandro Colon e Rodrigo Rangel, BRASÍLIA
Uma sobrinha do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), lotada na Casa, foi cobrada pelo governo federal a devolver dinheiro por acúmulo de cargos públicos. Ofício do Ministério da Agricultura enviado ao Senado em 26 de novembro de 2003 solicitava que Vera Macieira Borges devolvesse o valor "recebido indevidamente". Funcionária de carreira do ministério, ela foi cedida à presidência do Senado seis meses antes da cobrança. Vera é filha de José Carlos de Pádua Macieira, irmão de Marly Sarney, mulher do presidente do Senado. (leia mais aqui)
Irmão de Sarney foi alvo de grampos da PF
Rosa Costa e Rodrigo Rangel, BRASÍLIA
Mais novo nome da lista de parentes do senador José Sarney (PMDB-AP) que receberam salário do Senado, Shirley Araújo e o marido dela, Ernane Sarney, irmão do presidente do Senado, são personagens de inquérito da Polícia Federal. Eles caíram na malha da Operação Navalha, que investigou esquema de corrupção da construtora Gautama para distribuir propina a políticos em troca de contratos de obras públicas. Shirley apareceu como destinatária de depósitos bancários feitos pela Gautama em valores picados para driblar a fiscalização do Coaf, o órgão do Ministério da Fazenda encarregado de monitorar movimentações financeiras suspeitas. Ernane Sarney, por sua vez, caiu em grampo com o diretor financeiro da construtora, Gil Jacó Santos, de maneira suspeita - cobrando dinheiro. A conversa se deu em 25 de abril de 2007. (leia mais aqui)
Lembram da conversa do irmão de Sarney grampeada na operação Gautama da Polícia Federal?
Lembram da conversa do irmão de Sarney grampeada na operação Gautama da Polícia Federal?
Atos secretos eram ordem de diretores, afirma funcionário
Servidor do Senado diz que publicação dependia de aprovação de Agaciel e Zoghbi
Testemunho contradiz a versão de Agaciel e da presidência do Senado de que a existência dos atos se trata de "erro técnico"
ANDREZA MATAIS
ADRIANO CEOLINDA
SUCURSAL DE BRASÍLIA
As ordens para manter atos administrativos secretos no Senado eram do ex-diretor-geral Agaciel Maia e do ex-diretor de Recursos Humanos João Carlos Zoghbi. A afirmação foi feita à Folha pelo chefe do serviço de publicação do boletim de pessoal do Senado, Franklin Albuquerque Paes Landim.
Servidor do Senado diz que publicação dependia de aprovação de Agaciel e Zoghbi
Testemunho contradiz a versão de Agaciel e da presidência do Senado de que a existência dos atos se trata de "erro técnico"
ANDREZA MATAIS
ADRIANO CEOLINDA
SUCURSAL DE BRASÍLIA
As ordens para manter atos administrativos secretos no Senado eram do ex-diretor-geral Agaciel Maia e do ex-diretor de Recursos Humanos João Carlos Zoghbi. A afirmação foi feita à Folha pelo chefe do serviço de publicação do boletim de pessoal do Senado, Franklin Albuquerque Paes Landim.
O testemunho contradiz a versão de Agaciel e da presidência do Senado de que a existência dos atos secretos se trata de "erro técnico". A descoberta dos atos secretos foi o estopim da mais recente crise na Casa.
Landim contou que recebia pelo telefone as ordens de Agaciel. Zoghbi, que despachava no mesmo andar, pedia pessoalmente. "Ele mesmo pedia ou mandava o chefe de gabinete."
Ele contou que guardava os atos secretos numa pasta e só os publicava quando recebia nova orientação dos diretores."Ele [Agaciel] mandava guardar. Dizia: "Esse você não vai [publicar]. Você aguarda". Com esse aguarda, às vezes mandava publicar, às vezes não. Podia ser amanhã, podia ser depois." Em alguns casos, disse, os atos ficaram guardados por "anos".
Com medo de ser o único responsabilizado pelo caso, Landim disse à Folha que não irá esconder a verdade porque apenas cumpriu ordens. "Tenho certeza de que não vou pagar por isso. Eu vou dizer a verdade. Eu não temo nada."Enfrentando uma das piores crises desde que assumiu a Casa pela terceira vez, em fevereiro, José Sarney (PMDB-AP) usou nesta semana a tribuna para dizer que a responsabilidade sobre o escândalo não era sua. "Eu não sei o que é ato secreto. Aqui, ninguém sabe o que é ato secreto", afirmou.
Há quatro anos responsável pela publicação dos atos, Landim afirmou que recebia todos com um carimbo de "publique-se", mas que em seguida um dos diretores o procurava para determinar a data real de publicação.(leia mais aqui)
Landim contou que recebia pelo telefone as ordens de Agaciel. Zoghbi, que despachava no mesmo andar, pedia pessoalmente. "Ele mesmo pedia ou mandava o chefe de gabinete."
Ele contou que guardava os atos secretos numa pasta e só os publicava quando recebia nova orientação dos diretores."Ele [Agaciel] mandava guardar. Dizia: "Esse você não vai [publicar]. Você aguarda". Com esse aguarda, às vezes mandava publicar, às vezes não. Podia ser amanhã, podia ser depois." Em alguns casos, disse, os atos ficaram guardados por "anos".
Com medo de ser o único responsabilizado pelo caso, Landim disse à Folha que não irá esconder a verdade porque apenas cumpriu ordens. "Tenho certeza de que não vou pagar por isso. Eu vou dizer a verdade. Eu não temo nada."Enfrentando uma das piores crises desde que assumiu a Casa pela terceira vez, em fevereiro, José Sarney (PMDB-AP) usou nesta semana a tribuna para dizer que a responsabilidade sobre o escândalo não era sua. "Eu não sei o que é ato secreto. Aqui, ninguém sabe o que é ato secreto", afirmou.
Há quatro anos responsável pela publicação dos atos, Landim afirmou que recebia todos com um carimbo de "publique-se", mas que em seguida um dos diretores o procurava para determinar a data real de publicação.(leia mais aqui)
Esses atos secretos eram para esconder mesmo a situação errada!
O senador José Sarney tem oito parentes. Alguns foram demitidos secretamente. São eles (cita um a um e o vínculo de patentesco). Essa aí é da governador Roseana Sarney, governadora do Maranhão. No tapetão!
Você veja uma coisa, o presidente Sarney que já foi três vezes presidente do Senado, presidente da República, faz um ato desse, isso mostra que o Legislativo faliu de vez! (Ouça aqui a reportagem)
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