sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

O PT e o PCdoB do Maranhão resistirão?

Franklin Douglas (*)

Como todos sabem, a Unidos da Tijuca sagrou-se campeã do carnaval carioca. Dentre as várias belezas de seu desfile na Sapucaí, as mágicas e os truques ilusionistas foram os que mais impressionaram o público e o júri. No último domingo o programa Fantástico colocou as costureiras da Rede Globo a nos revelar quais os truques utilizados pelo “Mister M” da Tijuca, o carnavalesco Paulo Barros. Tão simples, tão ilusório!

No último final de semana também findou o IV Congresso Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), em Brasília. A delegação maranhense favorável à coligação entre PT-PCdoB-PSB acompanhou – e articulou intensamente – o desfile das propostas na Sapucaí petista. De fato, para alívio (temporário?) dos petistas de raiz, não houve decisão do Congresso Nacional pela tese de unir PT-Maranhão ao PMDB sarneyzista. Mas não temos como deixar de comparar os truques ilusionistas da Tijuca com os do Congresso do PT.

O principal, que “enganou” toda mídia nacional: O PT radicaliza programa. José Eduardo (“Mister M) Dutra – novo presidente nacional do partido – tratou logo de demonstrar as facetas da ilusão. O programa (radicalizado) é do PT; o de Dilma será o programa resultante do debate com os outros partidos da coligação... aah, bom!

Nos discursos de Lula e Dilma, tratamos – Augusto Lobato, Marcio Jardim, Silvio Bembem e eu – de contar o placar do jogo da política maranhense.

- “No PT, o mais besta coloca linha, com luvas de boxe, no buraco de uma agulha debaixo d´água. Aqui me chamam de baiano [apelido quando era metalúrgico], e o militante põe o dedo no meu nariz e diz: Lula você está errado!”, acentuou Lula a força da militância petista. Um a zero para nós, marcamos Augusto, Marcio, Bembem e eu;

- “A Dilma não é candidata do vazio. É candidata do maior partido de esquerda do Ocidente. Os [PT´s dos] estados vão decidir seus palanques, mas onde o palanque unificado for essencial para o projeto nacional a Direção Nacional terá que agir”, diminuiu Lula o ímpeto da militância. Empatou, anotou Augusto;

- “Prefiro a crítica, ainda que injusta, do que o silêncio das ditaduras”, demarcou Dilma com a mídia conservadora. Dois a um para nós, observou Márcio um Edison Lobão desconcertado. Ele fora jornalista do regime militar;

- “Meu governo também será de coalizão”, anunciou Dilma. Dois a dois, viu Bembem um Lobão e um Temer aliviados;

- “Vamos acabar com os velhos coronéis (...) mostrar àqueles [o DEM] que diziam que iam acabar com a nossa raça que eles passarão, nós passarinho. Ficaremos com a liberdade de voar!”, caminhou Dilma para encerrar seu pronunciamento. Três a dois para nós, totalizou Bembem... A principal mágica – Lula é Dilma e Dilma é Lula – só as urnas de outubro nos revelarão se funcionará. Aqui, só quem pontua é Lula.

E assim fomos desmontando os truques ilusionistas para termos a convicção de que a aliança PT-PCdoB-PSB só prosperará se: (1) no PT-MA, os petistas fizerem sua parte e vencerem o Congresso Estadual e (2) a direção estadual do PCdoB, ante a pressão de Sarney junto a Lula, convencer sua Direção Nacional que o projeto Maranhão é condição sine qua non para o apoio ao PT e Dilma. Tão simples, tão real! Vamos a ver.


(*) Franklin Douglas – jornalista e professor, 36 anos. Contato: (98) 9962-8181. Email: franklindouglas@elo.com.br

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