quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Poesia de Quinta - Número 115

Por Deíla Maia

Pessoal, 

Apesar de todos os seres humanos (ou a imensa maioria) saber que a morte é algo certo e inevitável, grande parte de nós dificilmente não reflete muito sobre ela, não se prepara... E quando ela chega para nós, ou para alguém muito querido, a dor é imensurável...

Ontem assisti ao último filme do Clint Eastwood, "Além da vida", que faz uma discussão acerca das experiências de quase morte e também das comunicações com os espíritos de pessoas que já partiram desta vida. Muito bem feito o filme. Delicado e arrebatador, em vários momentos. 

Aí acordei com este tema na cabeça e me lembrei do meu poeta predileto, Fernando Pessoa, que tem um breve poema sobre este tema, o qual resolvi compartilhar com vcs. 

Beijos

Deíla
 
Nota do editor do Ecos das Lutas
Com a publicação destas três Poesias de Quinta (113, 114 e 115), corrigimos nossa falha de não ter postado nas duas últimas quintas-feiras este espaço apreciado por nossos leitores e leitoras. Obrigado à Deíla pela continuidade na colaboração.


A morte chega cedo

Fernando Pessoa

A morte chega cedo, 
Pois breve é toda vida 
O instante é o arremedo 
De uma coisa perdida. 
O amor foi começado, 
O ideal não acabou, 
E quem tenha alcançado 
Não sabe o que alcançou.

E tudo isto a morte 
Risca por não estar certo 
No caderno da sorte 
Que Deus deixou aberto.

Nenhum comentário: