quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Poesia de Quinta - Número 140

Por Deíla Maia



Desculpem estas últimas semanas sem poesias. Ando meio adoentada, nada grave, mas estou de repouso total. Ossos do ofício da maternidade, infelizmente.
 
Esta semana encontrei minha querida tia Sissy no hospital e ela me declamou lindamente esta poesia, que eu não conhecia. 

Então, dedico carinhosamente este lindo poema de Olavo Bilac para ela.

Engraçado, que a última poesia de quinta também foi dele e sobre o mesmo tema, mas bem diferente. 

Beijos.

Deíla



Poemas - Via láctea (Olavo Bilac)



Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso! E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto,
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E ao vir do Sol, saudoso e em pranto
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado- amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Têm o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."

Em tempo:
Atualizando a coluna. Essa Poesia de Quinta nº 140 foi originalmente enviada em 22/09/2011

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