Por Haroldo Saboia
São Luís deu início, no dia 10 de fevereiro, às comemorações - que serão estendidas por todo o ano - do 1º Centenário de Nascimento de Maria Aragão, uma mulher, negra, médica que transformou sua vida em uma bela e longa história de lutas por um mundo melhor.
Na semana que antecedeu ao Carnaval, a festa do centenário de Maria reuniu vários entre os melhores compositores e artistas de São Luís, ensejou a reapresentação da excelente peça de Ethel Santos que conta e reconta da vida de Maria , "A Besta Fera", além de reunir grupos de dança que animaram por toda a tarde do dia 10 o belo espaço, projetado por Oscar Niemeyer, que compõe o Memorial Maria Aragão.
Outras homenagens serão prestadas como, provavelmente em março, o lançamento da segunda edição do livro "Maria Aragão: A Razão de Uma Vida", que reúne com esmero e competência depoimentos que prestou ao escritor e militante maranhense, ora radicado em Brasília, Antonio Francisco.
Maria foi lembrada em dezenas de artigos e reportagens publicados em jornais e revistas, como nos meios eletrônicos. Muitos ressaltaram o fato do nascimento de Maria, há cem anos, coincidir com a fundação do Partido dos Trabalhadores, em 1980, também em 10 de fevereiro.
Neste espaço gostaria de alertar - mais uma vez - as autoridades municipais e estaduais para a necessidade de dar início, urgentemente, aos preparativos das comemorações do IV Centenário de São Luis.
Em sua História do Maranhão, o professor Mário Martins Meireles relata, não sem certa singeleza, o nascimento de nossa cidade:
"Escolhido para sede da colônia um altaneiro promontório, na confluência dos dois maiores rios da Ilha, defronte a Jeviré, aí rezaram os capuchinhos, a 12 de agosto, a primeira missa no Maranhão. (...)
A 8 de setembro de 1612, foi, por fim, solenemente fundada a colônia.
Rezada a missa pelos missionários, saíram os franceses em procissão, com os fidalgos à frente e um gentil-homem carregando o crucifixo, ladeado por Juí, filho do morubixaba Japiaçu, e Patuá, neto de cacique Marcoiá Peró, cada um com um círio aceso; chegados ao ponto escolhido (na hoje Pedro II), e após entoado o TE DEUM LAUDAMUS e proferido um sermão ...."
Não me cabe aqui analisar o caráter idílico emprestado ao cenário muito menos discutir da veracidade e do rigor histórico da narração. Não tenho os conhecimentos requeridos. Trata-se tão somente de admitir a data - 8 de setembro de 1612 - como um marco. Um corte histórico.
Relembrar, festejar, comemorar o IV Centenário de São Luis significa discutir, analisar, repensar sua história e formação. Reavaliar e, sobretudo, recriar o espaço urbano, social e geográfico de São Luis, a cidade em que vivemos.
O senador pernambucano Marco Maciel, conservador, em artigo em O Estado de S. Paulo de 25 de novembro de 2009 sugere a criação urgente de uma comissão para incentivar as comemorações do bicentenário da Independência que será em 2022.
Cita o poeta Carlos Drummond de Andrade que ao tomar conhecimento que o Congresso Nacional havia constituído uma comissão, em 1983, para as comemorações dos 100 da República seis anos depois, esbravejou:
"Tão cedo? Perguntará alguém. (...) nunca é cedo para se falar em República, palavra raramente escrita ou pronunciada em pronunciamentos políticos já notaram? O pessoal fala muito em democracia, para desejá-la plena ou para limitá-la, relativizando. Mas a República mesmo, que entre nós já tem 94 anos de idade, parece que saiu da moda no vocabulário. Ninguém mais é republicano neste País."
Como a Independência, como a República, também as cidades são fatos históricos. Elas resultam da construção coletiva dos homens! Lembro trecho que escrevi em material da minha candidatura à Câmara Municipal, em 2008.
"Este ano, mais que nunca, seu voto fará história: elegerá a Câmara Municipal dos 400 anos de São Luis, do seu IV Centenário.
Fundada em 1612, São Luís por suas lutas, pelo valor e pela bravura de sua gente, tornou-se a Ilha Rebelde; pela beleza de sua arquitetura, Patrimônio Cultural da Humanidade. Hoje, seu desafio é preparar-se para ser uma grande metrópole capaz der acolher com dignidade sua população de um milhão de pessoas.
Preparar o IV Centenário de São Luís é repensar as condições de vida e o futuro de sua população!
São Luís deu início, no dia 10 de fevereiro, às comemorações - que serão estendidas por todo o ano - do 1º Centenário de Nascimento de Maria Aragão, uma mulher, negra, médica que transformou sua vida em uma bela e longa história de lutas por um mundo melhor.
Na semana que antecedeu ao Carnaval, a festa do centenário de Maria reuniu vários entre os melhores compositores e artistas de São Luís, ensejou a reapresentação da excelente peça de Ethel Santos que conta e reconta da vida de Maria , "A Besta Fera", além de reunir grupos de dança que animaram por toda a tarde do dia 10 o belo espaço, projetado por Oscar Niemeyer, que compõe o Memorial Maria Aragão.
Outras homenagens serão prestadas como, provavelmente em março, o lançamento da segunda edição do livro "Maria Aragão: A Razão de Uma Vida", que reúne com esmero e competência depoimentos que prestou ao escritor e militante maranhense, ora radicado em Brasília, Antonio Francisco.
Maria foi lembrada em dezenas de artigos e reportagens publicados em jornais e revistas, como nos meios eletrônicos. Muitos ressaltaram o fato do nascimento de Maria, há cem anos, coincidir com a fundação do Partido dos Trabalhadores, em 1980, também em 10 de fevereiro.
Neste espaço gostaria de alertar - mais uma vez - as autoridades municipais e estaduais para a necessidade de dar início, urgentemente, aos preparativos das comemorações do IV Centenário de São Luis.
Em sua História do Maranhão, o professor Mário Martins Meireles relata, não sem certa singeleza, o nascimento de nossa cidade:
"Escolhido para sede da colônia um altaneiro promontório, na confluência dos dois maiores rios da Ilha, defronte a Jeviré, aí rezaram os capuchinhos, a 12 de agosto, a primeira missa no Maranhão. (...)
A 8 de setembro de 1612, foi, por fim, solenemente fundada a colônia.
Rezada a missa pelos missionários, saíram os franceses em procissão, com os fidalgos à frente e um gentil-homem carregando o crucifixo, ladeado por Juí, filho do morubixaba Japiaçu, e Patuá, neto de cacique Marcoiá Peró, cada um com um círio aceso; chegados ao ponto escolhido (na hoje Pedro II), e após entoado o TE DEUM LAUDAMUS e proferido um sermão ...."
Não me cabe aqui analisar o caráter idílico emprestado ao cenário muito menos discutir da veracidade e do rigor histórico da narração. Não tenho os conhecimentos requeridos. Trata-se tão somente de admitir a data - 8 de setembro de 1612 - como um marco. Um corte histórico.
Relembrar, festejar, comemorar o IV Centenário de São Luis significa discutir, analisar, repensar sua história e formação. Reavaliar e, sobretudo, recriar o espaço urbano, social e geográfico de São Luis, a cidade em que vivemos.
O senador pernambucano Marco Maciel, conservador, em artigo em O Estado de S. Paulo de 25 de novembro de 2009 sugere a criação urgente de uma comissão para incentivar as comemorações do bicentenário da Independência que será em 2022.
Cita o poeta Carlos Drummond de Andrade que ao tomar conhecimento que o Congresso Nacional havia constituído uma comissão, em 1983, para as comemorações dos 100 da República seis anos depois, esbravejou:
"Tão cedo? Perguntará alguém. (...) nunca é cedo para se falar em República, palavra raramente escrita ou pronunciada em pronunciamentos políticos já notaram? O pessoal fala muito em democracia, para desejá-la plena ou para limitá-la, relativizando. Mas a República mesmo, que entre nós já tem 94 anos de idade, parece que saiu da moda no vocabulário. Ninguém mais é republicano neste País."
Como a Independência, como a República, também as cidades são fatos históricos. Elas resultam da construção coletiva dos homens! Lembro trecho que escrevi em material da minha candidatura à Câmara Municipal, em 2008.
"Este ano, mais que nunca, seu voto fará história: elegerá a Câmara Municipal dos 400 anos de São Luis, do seu IV Centenário.
Fundada em 1612, São Luís por suas lutas, pelo valor e pela bravura de sua gente, tornou-se a Ilha Rebelde; pela beleza de sua arquitetura, Patrimônio Cultural da Humanidade. Hoje, seu desafio é preparar-se para ser uma grande metrópole capaz der acolher com dignidade sua população de um milhão de pessoas.
Preparar o IV Centenário de São Luís é repensar as condições de vida e o futuro de sua população!
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