Direito de resposta deveria ser uma regra sagrada ao bom jornalismo. Sem necessidade de determinação judicial. Algo, portanto, a ser respeitado por todo bom jornalista. Não é assim. E não só no Maranhão.
Abaixo, Ecos publica os textos-direito de resposta de dois casos envolvendo o Deputado Federal Domingos Dutra (PT/MA): um envolvendo diretamente ele, com o jornalista Clóvis Rossi (Folha de São Paulo); o outro, com a assessoria de imprensa do deputado petista, jornalista Fátima Souza, com o jornalista Aldenízio Sá, vulgo Décio Sá.
Ambos os textos não foram publicados onde deveria... Leia e tire suas conclusões:
RESPOSTA DE DOMINGOS DUTRA A CLÓVIS ROSSI
"Prezado Jornalista Clóvis Rossi,
Em face de ter passado o final de semana no interior do Maranhão, acompanhando o drama de milhares de maranhenses atingidos pelas enchentes, somente em 28 de Abril último tomei conhecimento do seu artigo, intitulado “E o Nobel do Cinismo Vai Para..”, publicado no Jornal Folha de São Paulo, edição de sábado, dia 25 de abril. Por isto somente agora lhe respondo. Como o Senhor é um democrata, solicito que leia, reflita e publique a resposta à matéria publicada.Jamais defendi privilégios, pois deles nunca desfrutei em campanha eleitoral ou no exercício do mandato". (leia a carta completa aqui)
RESPOSTA DE FÁTIMA SOUZA A ALDENÍZIO SÁ
"Caros,
Sou assessora de imprensa do Deputado Domingos Dutra e tive a surpresa de ler, no Blog do Décio Sá, um comentário sobre meu trabalho.
Escreveu ele:
“Reclamação
Dutra andou reclamando que a imprensa, principalmente a local, não deu o devido destaque ao ofício enviado por ele ao presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), cobrando providências em relação ao suposto uso irregular de suas passagens áreas internacionais. O petista afirma que das sete viagens tidas como sendo suas ao exterior, usou apenas duas para visitar Santiago do Chile com a mulher Núbia. O resto teria sido utilizada por pessoas que sequer conhece. Sobre a falta de repercussão do assunto, não poderia ser diferente. A assessora de imprensa do petista é uma ilustre desconhecida no Maranhão”. Usa o celular com prefixo de São Paulo.”
A respeito deste desrespeito profissional do Senhor Décio Sá em relação ao meu trabalho, enviei resposta a ele, pedindo direito de resposta. Gostaria que Você lesse abaixo o que escrevi ao Sá. Felizmente não tive nenhum tipo de problema até agora com Jornalistas do Maranhão, ao contrário. Décio Sá, o ilustre conhecido é o primeiro a reclamar.
Eis a ele minha resposta:
“Ilustre conhecido Décio Sá
É melhor eu me apresentar primeiro, já que em seu Blog, você me trata por ilustre desconhecida: meu nome é Fatima Souza e como você, sou jornalista profissional, diplomada há 25 anos, tempo que tenho de carreira.
Neste um quarto de século, trabalhei nas redes de TV Cultura, Bandeirantes, SBT e Record, na Rádio Bandeirantes, além de fazer reportagens para o Jornal Diário de São Paulo, Revista Claudia e Super Interessante.
Tive também a oportunidade de acompanhar os Deputados na CPI do Sistema Carcerário, por todo o Brasil (inclusive no Maranhão quando, infelizmente não tive o prazer de te conhecer porque você não estava na cobertura do assunto), que resultou num vídeo que mostra a realidade dos presídios.
Se você quiser assistir a este vídeo, entre no meu site http://www.madrugadanews.com.br/ que tem milhares de acessos por mês, e clique, do lado direito, parte inferior da tela, em “O Grito das Prisões”. Poderá assim conhecer um pouco do meu trabalho e me “conhecer”, já que narro e apareço no vídeo.
Em querendo, se lhe sobrar tempo, acesse o site da TV Record, e assista a entrevista minha que foi ao ar no último domingo, no Repórter Record, onde falo sobre o PCC e o crime organizado, já que minha especialidade são matérias policiais e investigativas, que me renderam, ao longo de minha carreira, três prêmios Vladimir Herzog. Aliás, só ganhei três porque, por falta de super ego, como muitos profissionais e coleguinhas nossos, só me inscrevi três vezes.
Também poderá me “encontrar”, além de programas jornalísticos, em programas de TV onde falei como convidada, como o da Hebe Camargo (que se confessa minha fã); da Luciana Guimenez, da Olga Bongiovanni, da TV Brasil, TV Cãmara, e seria demais continuar citando as dezenas de lugares que fui, sempre convidada como especialista em jornalismo policial. Só não pude aceitar, infelizmente, um convite feito pela produção da sua colega de empresa, Ana Maria Braga, que durante os duros ataques do PCC em São Paulo, me convidou para comentar a violência descabida da facção. Na época eu estava na TV Record e não considerei ético me apresentar em emissora concorrente.
Se tiver acesso ao material exibido pela Discovery Chanel, também poderá me “conhecer”, assistindo a minha participação num especial sobre o crime organizado no Brasil, quando tive o prazer de receber, em São Paulo, repórter que veio do exterior para me entrevistar.
Poderá então, talvez, lembrar da minha cara, que durante vinte longos anos esteve no vídeo, especialmente na TV Bandeirantes, onde trabalhei 13 anos e fiz matérias diárias para o Jornal da Band e também para o Brasil Urgente, no qual, durante cinco anos trabalhei ao lado do Datena, fazendo reportagens policiais e entrando ao vivo.
Se quiser conhecer um pouquinho mais do me trabalho, pode comprar, em qualquer livraria, meu livro “PCC, A Facção”, lançado pela Editora Record, do Rio de Janeiro, que não se importou de eu ser paulista, e o publicou e, para minha felicidade, já está indo para a segunda edição.
Se ainda não lhe for suficiente para conhecer esta ilustre desconhecida, entre no Google, coloque o nome Fatima Souza, e se divirta lendo um pouco das entrevistas que dei e os comentários sobre o meu trabalho profissional, conhecido por paulistas, cariocas, baianos, goianos, enfim pelo Brasil e por muitos – tenho certeza – maranhenses.
Se o Deputado Domingos Dutra reclamou da imprensa local do Maranhão, que não dá voz aos seus reclamos, deve ter seus motivos.
Eu, apesar de ter o “defeito” de ser paulista e ter um telefone com “DDD 11”, de São Paulo, tenho enviado releases do meu chefe para muitos jornalistas ai do Maranhão e a recepção tem sido muito boa. O Senhor é o primeiro que reclama do fato de minha terra natal ser impedimento para que eu faça assessoria para o Deputado. Não sabia que um “DDD” seria um dia motivo para que meu excelente curriculum profissional fosse por ralo abaixo.
Aliás, pensei que num mundo globalizado o jornalismo já tivesse rompido todas as barreiras geográficas. Penso que o seu trabalho, ai no Maranhão, seja conhecido em todo o Brasil e não se limite apenas ao seu Estado, só porque você usa o “DDD 98”.
Sei que você e o seu trabalho vão muito além da marca do seu celular que usa e do prefixo que ele tenha.
Não sei se o Senhor conhece a minha cidade, mas da sua, posso dizer que é linda. Estive aí muitas vezes, fui muito bem recebida por este povo caloroso e sem preconceitos, que respeitou o lugar de onde vim, o trabalho que faço, sem se preocupar com “bairrismo”. Profissional é profissional em qualquer lugar do País ou do mundo.
Bem, agora que o senhor já me conhece um pouco, agradeceria que, doravante, lesse os releases que enviou em nome do Deputado, à jornalistas de todo o Brasil e aos do Maranhão, incluindo o Senhor, a quem, aliás, mandei o release sobre o ofício enviado pelo Dutra ao presidente da Câmara Michel Temer, sobre as passagens aéreas da Câmara. Acho que, por não me conhecer, não teve o trabalho de abrir o e-mail enviado pela ilustre desconhecida (deve ter achado que era Spam) e não deu importância a notícia.
Agradeceria também se o Senhor, tão conhecido no Maranhão e no Brasil, publicasse esta minha resposta em seu Blog.
Independente dos nossos DDDs, dos nossos Estados ou para quem trabalhamos, a regra vale ainda para todos nós: direito de resposta. Ouvir os dois lados, o que o Senhor não fez, usando, de forma irônica o meu nome em seu Blog, sem sequer entrar em contato comigo. E olha que o meu telefone o Senhor tinha... com DDD paulista e tudo!Grata
Abraços
Fatima Souza
Jornalista, escritora e assessora de imprensa.”
É isso gente. Agradeço a todos a atenção em ler este meu desabafo.
Fatima Souza
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