sábado, 13 de junho de 2009

No Senado é assim... pra ser secretário particular, tem que ser neto do Sarney; pra ser assistente parlamentar, tem que ser sobrinha do Sarney...

Quase todo maranhense conhece a chacota divulgada pelo deputado Domingos Dutra, em seu livro sobre o Sarney - "O Camaleão" - que diz:

"No Maranhão é assim, pra nascer é Maternidade Marly Sarney, pra ir de táxi, é no Posto Kyola Sarney, pra estudar tem a escola José Sarney, pra ir de um lado a outro da ilha, tem a ponte José Sarney... Tem também o Fórum Desembargador Sarney, o Tribunal de Contas Roseana Sarney" e por ai vai...

Pelo visto, nova edição d' O Camaleão vai ter que acrescentar as nomeações nepotistas e "secretas" de Sarney:

"No Senado, é assim, No Senado é assim... pra ser secretário particular, tem que ser neto do Sarney; pra ser assistente parlamentar, tem que ser sobrinha do Sarney..."

Enquanto isso, no Senador nenhuma voz pede a cassação do mandato de Sarney na Comissão de Ética... argumentos não faltam. Cadê o PSol, o senador José Nery, o PT de Tião Viana, o PDT de Cristovam Buarque, o PSDB de Athur Virgílio???? Que falta faz um senador da oposição maranhense no Senado!






Ato secreto deu cargo no Senado a sobrinha de Sarney que mora em MS (http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090613/not_imp386653,0.php)

Apesar dos 1.079 quilômetros que separam sua casa de Brasília, ela foi contratada para vaga de confiança

Por Rosa Costa, Rodrigo Rangel e Leandro Colon

Os boletins secretos que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), afirma desconhecer foram utilizados em maio de 2003 para nomear sua sobrinha Vera Portela Macieira Borges para um cargo na Casa. Apesar de morar em Campo Grande (MS), a 1.079 quilômetros de Brasília, ela foi contratada para exercer o cargo de confiança de assistente parlamentar, com salário de R$ 4,6 mil, originalmente na presidência do Senado. Sarney exercia, na ocasião, seu segundo mandato como presidente da Casa. Vera está na folha de pagamento do Senado até hoje.

Assinada pelo então diretor-geral Agaciel Maia, a primeira nomeação de Vera foi publicada, às claras, no dia 24 de março de 2003, mas ela não tomou posse. Um mês e meio depois, porém, Agaciel assinou duas outras medidas, mas com caráter de sigilo. Uma delas, só agora divulgada, tratava da nomeação da sobrinha do presidente do Senado.

Procurada ontem, a assessoria de Sarney confirmou o parentesco, a nomeação e informou que, na verdade, Vera dá expediente no escritório político do senador Delcídio Amaral (PT-MS), em Campo Grande. De acordo com os assessores de Sarney, ela é funcionária de carreira do Ministério da Agricultura e está "cedida" ao Senado, lotada na assessoria do parlamentar petista. No entanto, o Estado telefonou ontem para o escritório de Delcídio em Campo Grande e, lá, funcionários disseram - em entrevista gravada - não conhecer nenhuma Vera Macieira.

"Não tem ninguém aqui com esse nome. É estranho isso", disse um assessor do petista em Campo Grande. No gabinete do senador em Brasília, que faz contato diariamente com o escritório de Delcídio na capital sul-mato-grossense, Vera também é uma desconhecida, de acordo com outros assessores consultados pela reportagem.

O Estado falou com o próprio Delcídio, que afirmou ter Vera Macieira entre os funcionários de seu escritório em Campo Grande. "Ela trabalha comigo, sim, e dá expediente de segunda a sexta-feira", disse o senador. Delcídio, porém, não soube informar o nome completo da assessora nem precisar há quanto tempo trabalha em seu escritório. "Eu acho que tem quatro ou cinco anos. Ela veio do Ministério da Agricultura."

O senador disse que foi Sarney quem lhe pediu que acolhesse Vera em seu escritório. "Ele me solicitou, porque ela estava aqui, em Campo Grande, e eu atendi", disse. Delcídio afirmou ter "de cinco a seis" funcionários no escritório - o que diminuiu sensivelmente a possibilidade de não conhecerem a suposta colega. "Ela exerce funções administrativas no escritório e quem disse que ela não trabalha lá está sendo leviano."

O nome da servidora foi ignorado no ajuste feito pela Casa para se enquadrar à súmula antinepotismo do Supremo Tribunal Federal (STF). Vera é filha de José Carlos de Pádua Macieira, irmão de Marly Sarney, mulher do presidente do Senado. A súmula do STF proíbe "a nomeação de parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, da autoridade nomeante investido em cargo de direção".

A assessoria de Sarney atribuiu a "um erro técnico" o fato de a nomeação ter sido publicada reservadamente. Na quarta-feira, o Estado revelou que o Senado contratara João Fernando Sarney, de 22 anos, por um salário de R$ 7,6 mil. Ele é neto do presidente do Senado, que também tem outra sobrinha na Casa. É Maria do Carmo de Castro Macieira, filha de outro irmão de Marly, nomeada em ato público para o gabinete da ex-senadora Roseana Sarney - hoje governadora do Maranhão. Maria do Carmo mora e trabalha em São Luís, no escritório político de Roseana. Seu salário é de R$ 2,7 mil.

Por determinação de Sarney, os atos secretos - hoje publicados em meio aos demais, na data em que passaram a fazer efeito - serão divulgados separadamente. Para sua assessoria, a iniciativa é "demonstração de transparência e uma sinalização de que o senador não tentou ocultar nenhum fato".

Ontem, o procurador Marinus Marsico, representante do Ministério Público no Tribunal de Contas da União, entrou com pedido de abertura de investigação dos atos secretos.

A ‘farra em família’ do clã Sarney no Senado
Jornal Pequeno
Na quarta-feira, 10, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que o Senado contratara o neto do presidente do Senado, João Fernando Michels Gonçalves Sarney, de 22 anos, por um salário de R$ 7,6 mil. Ele passou 18 meses pendurado na folha de pagamento do Senado como funcionário do gabinete de Epitácio Cafeteira (PTB-MA), um senador amigo da família Sarney.

Na quinta-feira, 11, o jornal trouxe mais uma informação bombástica. Assim que João Fernando foi demitido, em razão da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que proibiu o nepotismo no poder público, a mãe dele foi contratada - para o mesmo cargo, no mesmo gabinete, e com o mesmo salário (R$ 7,6 mil).

Trata-se de Rosângela Terezinha Michels Gonçalves, que foi candidata a Miss Brasília em 1976, 4ª colocada no Miss Brasília 1980 (representando o Grêmio Esportivo Brasiliense) e Miss Acre 1982.

João Fernando é filho de Fernando Sarney (superintendente do Sistema Mirante), que teve uma relação fora do casamento com a ex-miss. O nome de João Fernando aparece no inquérito da Polícia Federal que investigou seu pai Fernando Sarney. No inquérito (página 36), a PF informa que o jovem recebia dinheiro em espécie da São Luís Factoring - empresa do grupo Mirante apontada pela PF como suspeita de lavagem de dinheiro. João Fernando e outros integrantes da família Sarney tiveram sigilo fiscal e bancário quebrados pela Justiça Federal.

Outra sobrinha
Além de Vera Macieira, outra sobrinha de José Sarney é funcionária do Senado - Maria do Carmo de Castro Macieira, filha de outro irmão de Marly, nomeada em ato público para o gabinete da ex-senadora Roseana Sarney (hoje ocupante do governo do Maranhão). Maria do Carmo mora e trabalha em São Luís, no escritório político de Roseana, filha de José Sarney. Seu salário é de R$ 2,7 mil.

Por determinação de Sarney, os atos secretos - atualmente publicados em meio aos demais, na data em que passaram a fazer efeito - serão divulgados separadamente. Para sua assessoria, a iniciativa é "demonstração de transparência e uma sinalização de que o senador não tentou ocultar nenhum fato".

Na sexta-feira, o procurador Marinus Marsico, representante do Ministério Público no Tribunal de Contas da União, entrou com pedido de abertura de investigação dos atos secretos.

(Rosa Costa, Rodrigo Rangel e Leandro Colon, de O Estado de S. Paulo, e Redação do JP)

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