quinta-feira, 11 de junho de 2009

Poesia de Quinta

Poesia de Quinta - Número 36
Por Deíla Maia

Poesia de Quinta de hoje é de uma autora norte-americana que viveu muitos anos na Índia, MAURA MOYHIHAN, pois era filha do embaixador americano em Nova Delhi.

Ela acabou se apaixonando pela cultura indiana e escreveu um livro de contos, que por sinal eu estou lendo agora. Chama-se "Hotel Yoga: histórias da India". Neste livro consta também esta poesia, na qual ela faz um paralelo interessante acerca do o paradoxo entre as duas culturas (ocidental x indiana). A poesia não tem título.

Esta poesia vai especialmente dedicada ao Sameer, um indiano que conheci há pouco tempo e que está atualmente morando no Brasil, experimentando um outro lado das diferenças culturais.
Namaste.
Deíla

Sou uma refugiada do novo mundo,
procurando asilo no velho mundo
de verdades imutáveis,
procurando girar a Roda do Dharma.

No novo mundo nos foi dito
que as máquinas nos libertariam da escravidão,
que esta nova ordem nos tornaria homens livres,
que conforme nos rendemos à servidão industrial,
tornamo-nos livres para saquear tudo o que há aqui,
livres para desperdiçar nossa liberdade numa falsa alegria.

A natureza é violada, deslocada,
e não somos mais sensíveis à Sua dor;
escolhemos a reprovação, a desgraça...

Aqui estamos, encharcados nesta noite chuvosa e,
ainda que em mundos distintos, somos iguais.

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