Neste 9 de novembro, há 20 anos caía o muro de Berlim, e com ele a bipolarização (capitalismo x socialismo) no mundo.
Nos jornais e matérias jornalísticas de tevê, o enfoque é totalmente conservador e liberal, como não poderia deixar de ser.
Da Folha de São Paulo, dois textos se salvam: "Transição à democracia tem muitos muros", de Claudia Antunes e "Muro interno", entrevista com Eric Hobsbawm. No primeiro, a autora enumera oito fatores que levaram à queda do muro. Dá uma dimensão mais ampla do processo. No segundo, Hobsbawm situa criticamente as consequências do fim da guerra fria.
Numa das partes mais interessantes da entrevista de Eric Hobsbawm, quando a Folha questiona se a queda do muro representou o colapso do pensamento de esquerda, o historiador britânico responde convicto:
"Ela simbolizou, mas não foi a causa, da crise do pensamento de esquerda, que já vinha desde os anos 1970. Estritamente falando, ela apenas demoliu a crença de que o socialismo de corte soviético (economia planificada comandada por um Estado centralizador que eliminou o mercado e a iniciativa privada) era uma forma factível de socialismo.
Na verdade, como foi a única tentativa de realizar o socialismo na prática, seu fracasso desencorajou os socialistas como um todo -embora a maior parte deles tenha sido crítica do sistema soviético.
Entretanto as raízes da crise da esquerda retrocedem ainda mais. Ela ainda não chegou ao fim, mas o colapso do capitalismo financeiro global em 2008-9 -que foi uma espécie de queda do Muro de Berlim para a ideologia neoliberal- oferece uma chance de reabrir as perspectivas para a esquerda. Mas, espera-se, em uma base mais realista do que no passado."
Ambos os textos da Folha estão acessíveis só para assinantes. Mas gratuitos e disponíveis para baixar estão seis artigos da Revista Espaço Acadêmico - no. 102, da Universidade Estadual de Maringá (UEM) - no especial "Dossiê - Muro de Berlim 20 anos". Sao cientistas sociais refletindo sobre esse momento histórico abordando variados aspectos. Acesse aqui. E boa leitura.
Nos jornais e matérias jornalísticas de tevê, o enfoque é totalmente conservador e liberal, como não poderia deixar de ser.
Da Folha de São Paulo, dois textos se salvam: "Transição à democracia tem muitos muros", de Claudia Antunes e "Muro interno", entrevista com Eric Hobsbawm. No primeiro, a autora enumera oito fatores que levaram à queda do muro. Dá uma dimensão mais ampla do processo. No segundo, Hobsbawm situa criticamente as consequências do fim da guerra fria.
Numa das partes mais interessantes da entrevista de Eric Hobsbawm, quando a Folha questiona se a queda do muro representou o colapso do pensamento de esquerda, o historiador britânico responde convicto:
"Ela simbolizou, mas não foi a causa, da crise do pensamento de esquerda, que já vinha desde os anos 1970. Estritamente falando, ela apenas demoliu a crença de que o socialismo de corte soviético (economia planificada comandada por um Estado centralizador que eliminou o mercado e a iniciativa privada) era uma forma factível de socialismo.
Na verdade, como foi a única tentativa de realizar o socialismo na prática, seu fracasso desencorajou os socialistas como um todo -embora a maior parte deles tenha sido crítica do sistema soviético.
Entretanto as raízes da crise da esquerda retrocedem ainda mais. Ela ainda não chegou ao fim, mas o colapso do capitalismo financeiro global em 2008-9 -que foi uma espécie de queda do Muro de Berlim para a ideologia neoliberal- oferece uma chance de reabrir as perspectivas para a esquerda. Mas, espera-se, em uma base mais realista do que no passado."
Ambos os textos da Folha estão acessíveis só para assinantes. Mas gratuitos e disponíveis para baixar estão seis artigos da Revista Espaço Acadêmico - no. 102, da Universidade Estadual de Maringá (UEM) - no especial "Dossiê - Muro de Berlim 20 anos". Sao cientistas sociais refletindo sobre esse momento histórico abordando variados aspectos. Acesse aqui. E boa leitura.
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