sábado, 16 de maio de 2009

Sem bilhão, Sarney dá o troco em Lula com CPI da Petrobrás

Se a vingança é um prato que se come frio, esse Sarney não esperou passar a quentura. Vem pouco mais que uma semana após a "escala" do presidente Lula por São Luís (05/5).

Vindo do Piauí, Lula não fez mais do que sobrevoar de helicóptero parte das áreas alagadas, colocar os pés no aeroporto de São Luís para conceder uma entrevista coletiva e voltar para Brasília. Sem os salamaleques pretendidos pela oligarquia, o presidente não foi nem ao Palácio dos Leões, onde Roseana Sarney queria coroar sua volta ao Governo Estadual sob as bençãos do líder petista.

O que mais doeu, no entanto, foi Lula dizer que dinheiro para o Maranhão só com projetos, e bem elaborados, pois não adiantava projeto mal feito que não tinha como liberar a verba, além do País ter hoje órgãos de controle atuantes para fiscalizar a aplicação dos recursos... Foi um balde de água fria. Sobretudo no deputado Sarney Filho, que já estimara aos mais de 40 prefeitos presentes que o Maranhão precisaria de UM BILHÃO, UM BILHÃO, UM BILHÃO para a dar conta do socorro aos desabrigados pelas enchentes no estado.

Pois o senador amapo-maranhense deu o troco. E proporcional ao tamanho do bilhão negado "para reconstruir o Maranhão": uma CPI da Petrobrás, empresa de orçamento anual estimado em R$ 43 bilhões de reais em 2009 (leia mais aqui).

É o que revela matéria do jornal O Estado de São Paulo deste sábado (16/5): "Para evitar se desgastar, Sarney deu aval a tucanos".

A quem possa ter dúvidas do tamanho da mágoa, basta ler a entrevista de Roseana Sarney à revista IstoÉ desta semana. Adivinha de quanto ela se reclama de não ter para gastar no seu governo?

"Jackson Lago gastou R$ 1 bilhão, em convênios, para se eleger. E gastou mais R$ 1 bilhão antes de sair", choraminga a governadora biônica... pra empatar com o irmão, só faltou citar mais uma vez a cifra. Essa família só pen$a naquilo!

Leia, abaixo, o texto de Christiane Samarco e Eugênia Lopes, de O Estado de São Paulo.


PARA EVITAR SE DESGASTAR, SARNEY DEU AVAL A TUCANOS
Presidente do Congresso avisou Planalto que não impediria oposição

O desfecho da sessão de ontem, no Senado, quando foi criada a CPI da Petrobrás, teve o aval explícito do presidente do Congresso, senador José Sarney (PMDB-AP). Mas se Sarney é o "pai" do fato consumado, a "mãe" é briga política entre PSDB e DEM, destravada com a decisão dos democratas de apoiar o ex-presidente para o comando do Senado, em fevereiro.

A rusga na oposição cresceu com o debate interno sobre a criação da CPI da Petrobrás: o DEM, liderado pelo senador Agripino Maia (RN), é majoritariamente contra a instalação imediata da comissão, enquanto a maioria dos tucanos tem pressa de abrir a investigação. "A maioria da minha bancada tem posição mais cautelosa de ouvir o presidente da Petrobrás primeiro", explica Agripino.

Não foi por acaso que Sarney deu sinal verde a seu primeiro-vice, senador Marconi Perillo (PSDB-GO), para que assumisse a presidência da sessão e fizesse a leitura do requerimento da CPI. Como presidente, Sarney seria o único que poderia tirar o vice da cadeira e impedir a leitura. Consultado por telefone, ele não só garantiu a Perillo que não iria ao Senado, como acrescentou que o tucano tinha legitimidade para proceder a leitura. Mais que isso: contou que avisara ao Planalto, na véspera, que não se desgastaria em um duelo com a oposição para evitar a CPI. (
leia mais)

Um comentário:

Anônimo disse...

Se roseana esá sendo processada pelo TSE pelos mesmos motivos que jackson, porque somente este teve seu processo agilizado?
será que houve maracutaia?
Se houve, quem levou e quanto?