terça-feira, 25 de junho de 2019

O CAMALEÃO DA UFMA

Franklin Douglas (*)

Neste dia 26 de junho, a comunidade universitária da UFMA responderá a uma consulta sobre quem deverá exercer a Reitoria e a Vice-Reitoria da Universidade Federal do Maranhão. Dos diversos postulantes a reitor e a vice-reitor, especialmente um chama a atenção por sua semelhança com o camaleão, aquele réptil conhecido por mudar de cor, olhar em 360 graus e até em duas direções ao mesmo tempo.
Esse camaleão já foi sarneyzista, quando Roseana Sarney (PMDB) foi governadora; já foi castelista e é, quando convém, um dinista daqueles muy amigo, que ora ajuda a eleger – como em 2006, a deputado federal –; ora ajuda a derrotar – como em 2008, para prefeito de São Luís (quando João Castelo saiu vitorioso); ora se reaproxima, como em 2014, para se arrogar partícipe da vitória de Flávio Dino (PCdoB) ao Governo do Estado, ambicionando integrar o secretariado do governo dinista.
“Lulista”, já sonhou em ser candidato a prefeito de São Luís pelo PT.
“Dilmista”, assinou, no apagar das luzes, manifesto contra o impeachment de Dilma Rousseff.
“Esquerdista”, fez questão de distribuir, no primeiro turno das eleições de 2018, foto ao lado do candidato do PT à Presidência da República e do candidato do PSOL ao Senado Federal. Foi tão próximo do ex-ministro da Educação que abençoou projeto de pesquisa com a esposa deste, professora da USP, em parceria com próximos seus na UFMA para, em seguida, fazer vista grossa quando denunciado pelo bolsonarismo local como escândalo envolvendo o PT com a administração da UFMA. Mirando longe, submergiu e sumiu do mapa, no segundo turno de 2018, quando Jair Bolsonaro consolidou sua perspectiva de vitória eleitoral.
E, assim como José Sarney, o camaleão-mor, que se dizia amigo do Lula e foi ao jantar de posse de Bolsonaro – a fim de galgar cargos federais na União e no Maranhão –, o camaleão da UFMA agora anda serelepe dizendo-se maior aliado do senador Roberto Rocha (PSDB) e do deputado federal Aluísio Mendes (Podemos), o sarneyzista melhor situado nas indicações de cargos federais no governo Bolsonaro no Maranhão. Com o apoio de ambos, já se dá por reitor empossado.
Falta combinar com a comunidade universitária... com o Conselho Universitário... com o Ministério da Educação... com o presidente da República e seu filho mais barulhento no Twitter, que não perdoa um aliado do velho ou do neoPT. Ao avistar o CAMALEÃO DA UFMA na lista tríplice enviada a Brasília, será ele o primeiro a bradar: NELE NÃO!!!
Eis o contexto das “eleições” na universidade. No Maranhão, já se derrotou essa espécie de animal político. Falta fazer igual na UFMA.

(*) Franklin Douglas – professor e doutor em Políticas Públicas. E-mail: franklin.artigos@gmail.com