terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Em carta ao Maranhão, bispos convocam caminhadas em todas as paróquias, no dia 2 de fevereiro, por justiça e paz




Ao Povo de Deus
e a todas as pessoas de boa vontade
“Justiça e paz se abraçarão” (Sl 85,11)

Ainda estão vivas em nós a forte emoção e dor, provocadas pelos últimos acontecimentos no Estado do Maranhão – a morte violenta da Ana Clara, criança de seis anos que faleceu após ter seu corpo queimado nos ataques a ônibus; os cruéis assassinatos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas; o clima de terror e medo vivido na cidade de São Luís.
A nossa sociedade está se tornando cada vez mais violenta. É nosso parecer que essa violência é resultado de um modelo econômico-social que está sendo construído.
A agressão está presente na expulsão do homem do campo; na concentração das terras nas mãos de poucos; nos despejos em bairros pobres e periferias de nossas cidades; nos altos índices de trabalhadores que vivem em situações de exploração extrema, no trabalho escravo; no extermínio dos jovens; na auto-destruição pelas drogas; na prostituição e exploração sexual; no desrespeito aos territórios de indígenas e quilombolas; no uso predatório da natureza.
Esta cultura da violência, aliada à morosidade da Justiça e à ausência de políticas públicas, resulta em cárceres cheios de jovens, em sua maioria negros e pobres. O nosso sistema prisional não reeduca estes jovens. Ao contrário, a penitenciária transformou-se em uma universidade do crime. Não nos devolve cidadãos recuperados, mas pessoas na sua maioria ainda mais frustradas que veem na vida do crime a única saída para o seu futuro.
Vivemos num Estado que erradicou a febre aftosa do gado, mas que não é capaz de eliminar doenças tão antigas como a hanseníase, a tuberculose e a leishmaniose.
É verdade que a riqueza no Maranhão aumentou. Está, porém, acumulada em mãos de poucos, crescendo a desigualdade social. Os índices de desenvolvimento humano permanecem entre os mais baixos do Brasil.
Não é este o Estado que Deus quer. Não é este o Estado que nós queremos! Como discípulos missionários de Jesus, estamos comprometidos, junto a todas as pessoas de boa vontade, na construção de uma sociedade fraterna e solidária, sem desigualdades, sem exclusão e sem violência, onde a “justiça e a paz se abraçarão” (Sl 85,11 ) .
A cultura do amor e paz, que tanto almejamos, é um dom de Deus, mas é também tarefa nossa. Nós, bispos do Maranhão, convocamos aos fieis católicos e a todas as pessoas que buscam um mundo melhor a realizarem um gesto concreto no próximo dia 2 de fevereiro, como expressão do nosso compromisso com a justiça e a paz. Neste dia – Festa da Apresentação do Senhor, Luz do mundo, e de Nossa Senhora das Candeias –, pedimos que se realize em todas as comunidades uma caminhada silenciosa à luz de velas, por ocasião da celebração. Às pessoas comprometidas com esta causa e às que não puderem participar da celebração sugerimos que acendam uma vela em frente à sua residência, como sinal do seu empenho em favor da paz.
Invocando a proteção de Nossa Senhora, Rainha da Paz, rogamos que o Espírito nos oriente no sentido de assumirmos nossa responsabilidade social e política para construirmos uma sociedade de irmãs e irmãos que convivam na igualdade, na fraternidade e na paz.

Centro de Formação de Mangabeiras-Pinheiro – MA, 15 de janeiro de 2014


Dom Armando Martin Gutierrez – bispo de Bacabal
Dom Carlo Ellena – bispo de Zé Doca
Dom Élio Rama – bispo de Pinheiro
Dom Enemésio Lazzaris – bispo de Balsas
Dom Franco Cuter – bispo de Grajaú
Dom Gilberto Pastana de Oliveira – bispo de Imperatriz
Dom José Belisário da Silva – arcebispo de São Luís
Dom José Soares Filho – bispo de Carolina
Dom José Valdeci Santos Mendes – bispo de Brejo
Dom Sebastião Bandeira Coêlho – bispo de Coroatá
Dom Sebastião Lima Duarte – bispo de Viana
Dom Vilsom Basso – bispo de Caxias
Dom Xavier Gilles de Maupeou d’Ableiges – bispo emérito de Viana

sábado, 18 de janeiro de 2014

Sete milhões desempregados. Situação seria pior se outros 61 milhões sem-empregos buscassem o mercado de trabalho


61 milhões estão fora da força de trabalho


Um contingente de 61,3 milhões de brasileiros de 14 anos ou mais não trabalha nem procura ocupação -e, portanto, não entra nas estatísticas do desemprego.

Trata-se de 38,5% da população considerada em idade de trabalhar pelo IBGE, ou o equivalente à soma do total de habitantes dos Estados de São Paulo e do Rio.
Nos EUA, ainda se recuperando da crise, a taxa é similar, 37,4% -as metodologias, porém, não são as mesmas.
Referente ao segundo trimestre de 2013, o dado brasileiro ajuda a ilustrar como, apesar das taxas historicamente baixas de desemprego, o mercado de trabalho mostra sinais de precariedade.
Mesmo tirando da conta os menores de 18 e os maiores de 60 anos, são 29,8 milhões de pessoas fora da força de trabalho, seja porque desistiram de procurar emprego, seja porque nem tentaram, seja porque são amparados por benefícios sociais.
Esse número supera o quádruplo dos 7,3 milhões de brasileiros oficialmente tidos como desempregados nas tabelas do IBGE -o que dá uma ideia de quanto o desemprego poderia crescer se mais pessoas decidissem ingressar no mercado e disputar vagas.
Os dados sugerem que grande parte dos que estão fora da força de trabalho é dona de casa: 40,9 milhões são mulheres. Entre os desempregados, a proporção de mulheres é bem menor, de pouco mais da metade.
O grau de instrução da maioria dos que não trabalham nem procuram emprego, previsivelmente, é baixo: 55,4% não chegaram a concluir o ensino fundamental.
Mas uma parcela considerável, de quase um quarto do total, inclui os que contam com ensino médio completo ou mais escolaridade.
Considerando toda a população em idade de trabalhar, de 159,1 milhões, as proporções dos grupos menos e mais escolarizados são semelhantes, na casa dos 40%.

MELHORA
A nova pesquisa ainda não permite análise da evolução dos dados nos últimos anos, mas outros trabalhos apontam melhoras na participação feminina e na escolaridade do mercado de trabalho.
Estudo de 2012 do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) apontou que mais da metade das mulheres participa atualmente da força de trabalho, ante menos de um terço no início da década de 1980.
O ministro do Trabalho, Manoel Dias, disse que a pasta ainda está avaliando os resultados da nova pesquisa. Ele ressaltou que não é possível dizer que houve alta do desemprego, já que se trata de nova metodologia

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

A pirâmide salarial brasileira...




"Esta é a pirâmide salarial brasileira, e nos dá um quadro real da condição social da população .... e do reduzido poder aquisitivo da classe trabalhadora, com salários que variam entre o minimo de R$ 724 (306 dólares) e R$ 1.300, 00 (550 dólares) e máximo R$ 2000,00 (846 dólares) - 66% da população.
 
Apenas uma reduzida minoria da população, 14%, possui um poder aquisitivo de padrão internacional, quer dizer, com salários na faixa entre R$ 3.000,00 (1.650 dólares) a R$ 33.000,00 (14 mil dólares).
 
Claro, estão fora os excluídos do mercado de trabalho... abaixo da linha da pobreza (Datafolha)."

Josias de Souza - "Oligarquia Sarney revitalizou direitos humanos"


Blog do Josias de Souza

Não se chega aos primeiros lugares entre os Estados mais desiguais do país de um dia para o outro. No Maranhão, se você escolher um ano ao acaso para demarcar o começo do processo –digamos 1966, quando José Sarney tornou-se governador—os maranhenses levaram quase meio século para atingir alguns dos piores indicadores sociais. Ninguém prestava muita atenção. Mas nas últimas duas semanas os brasileiros redescobriram o Maranhão.
Registrado numa reportagem-documentário dirigida por Glauber Rocha (assista acima), o discurso inaugural de Sarney já realçava há 48 anos: “O Maranhão não quer a miséria, a fome, o analfabetismo, as mais altas taxas de mortalidade infantil, de tuberculose, de malária. O Maranhão não quer a violência como instrumento da política para banir direito dos mais sagrados que são os da pessoa humana…”
Desde então, o Maranhão não foi governado senão por Sarney e pelos políticos autorizados por ele. Chama-se Jackson Lago a única exceção. Durou pouco. Eleito em 2006, assumiu o governo em 2007. No início de 2009, o TSE passou-lhe o mandato na lâmina. Assumiu o segundo mais votado. Quem? Roseana Sarney. Quer dizer: na prática, o descalabro maranhense é um empreendimento 100% feito pela oligarquia Sarney.
Hoje, ainda sob Roseana, reeleita em 2010, o Maranhão é vice-campeão de analfabetismo e de mortalidade infantil. Exibe a pior renda per capita do país. Em matéria de IDH, o Índice de Desenvolvimento Humano, está em penúltimo lugar, à frente apenas de Alagoas. Contra esse pano de fundo, a crise no sistema prisional maranhense é a maior contribuição dos Sarney ao Brasil.
As cenas de presos decapitados e esquartejados causaram um estrago irreversível na normalidade de um modelo político que escondia 50 anos de anormalidade e hipocrisia. Pelo excesso de descaso, os Sarney expuseram-se a si próprios. Só suicidas didáticos deixariam o melado escorrer a esse ponto. Só uma irresponsabilidade revolucionária poderia chegar a tal grau de auto-desconstrução.
É como se os Sarney tivessem planejado minuciosamente seus erros, cometendo-os em série. O recesso de final de ano transformou o noticiário num deserto. Súbito, os detentos de Pedrinhas (que nome para um complexo prisional!?!) saciaram a fome de manchetes. A velocidade da crise, cheia de efeitos especiais, içou o inferno das cadeias ao primeiro plano.
Introduziu-se no cenário uma novidade burlesca: os Sarney tornaram-se fator de progresso. Mudaram a agenda nacional, contra eles mesmos. Roseana caprichou. Desde 2010, vinha sendo alertada pelo Conselho Nacional de Justiça para a necessidade de resfriar a fervura de Pedrinhas. Deu de ombros. Em 2012, recebeu ofício do então presidente do STF e do CNJ, Carlos Ayres Britto.
No texto, o ministro sugeria à governadora a assinatura de um compromisso para a adoção de providências destinadas a desarmar a bomba-relógio dos presídios maranhenses. Ayres Britto aposentou-se em 2013 sem receber uma resposta de Roseana. Sobrevieram as explosões. Parecia suficiente. Mas José Sarney queria ir mais longe.
Em 24 de dezembro, véspera do Natal, quando Pedrinhas já tinha virado assunto nacional, o pai da goverandora falou a uma emissora de rádio da família. Declarou: “Aqui no Maranhão, nós conseguimos que a violência não saísse dos presídios para a rua.” Heimmm?!? Citanto o Estado do Espírito Santo, onde, por ordem dos presos, criminosos “tocaram fogo em ônibus, tocaram fogo na cidade, quebraram tudo”, Sarney celebrou: “Nós temos conseguido que aqui [no Maranhão] essa coisa não extrapole para a própria sociedade.”
Decorridos dez dias, o crime organizado de Pedrinhas cuidou de transformar Sarney numa oportunidade a ser aproveitada. Seguindo ordens emanadas do xadrez, criminosos atearam fogo em ônibus que circulavam pelas ruas de São Luís. Num desses veículos, atacado no bairro de Sarney Filho (quanta ironia!!!), o marginal conhecido como Porca Preta, 17, tocou fogo também em três seres humanos: Juliane Souza e suas duas filhas: Ana Clara, 6, e Lorane, 1. Por mal dos pecados, a menina Ana Clara morreu.
Habitantes de uma espécie de versão maranhense do Carandiru, os presos de Pedrinhas se deram conta de que só ganhariam existência se virassem notícia. E decidiram invadir a mídia nacional. Eles agora trabalham como figurantes no departamento do mal da TV Mirante, a emissora dos Sarney, que retransmite a programação da Rede Globo para os lares maranhenses.
Por meio do Jornal Nacional, a bandidagem de Pedrinhas informa que o Brasil, espécie de Maranhão hipertrofiado, virou um país que Nelson Rodrigues chamaria de óbvio permanente. Um país em que o sistema prisional é um diagnóstico exposto e incurável. As imagens do Maranhão compõem um trailer do Brasil. Quem assiste tem a sensação de estar no centro do insolúvel.
Os pelotões de Pedrinhas são a tampa final numa panela de pressão em que ferve a inépcia de décadas. Como que decidida a potencializar a irrealidade em que ainda vive o poder público, Roseana diz que o Maranhão “é um Estado que está se desenvolvendo, um Estado que está crescendo”. Segundo ela, “um dos problemas que está piorando a segurança é que o Estado está mais rico, mais populoso também.”
Supremo paradoxo: a falta de nexo da governadora agora é exposta na emissora da própria família. “De fato, é verdade: o Maranhão ficou mais rico”, noticiou o Jornal Nacional, retransmitido ao vivo pela TV Mirante. Entre 2010 e 2011, o PIB maranhense engordou 15,3%. Bem mais do que o crescimento do país no mesmo período: 2,7%. O diabo é que esse desempenho não melhorou a vida dos maranhenses pobres, ainda às voltas com alguns dos “piores índices sociais do país.”
Pelo acerto de seus erros, os Sarney dão lições de direitos humanos ao país. Vivo, Glauber Rocha talvez filmasse um novo documentário no Maranhão, uma continuidade do filme de 1966. Chamaria ‘São Luís em Transe’. Mostraria que o descaso, quando é muito, leva a uma combustão espontânea que convida o país a se reinventar. Se tiverem sensibilidade, os presidenciáveis de 2014 lançarão um olhar diferente para os presidiários. Num país em que não há pena de morte nem prisão perpétua, cedo ou tarde eles voltarão às ruas.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

16 MIL ASSINATURAS PEDEM INTERVENÇÃO FEDERAL NO MARANHÃO.



Senadores da Comissão de Direitos Humanos (Ana Rita-PT, Humberto Costa-PT, Randolfe Rodrigues-PSOL) receberam 16 mil assinaturas da petição que pede ao Procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a intervenção federal no Maranhão.
 

O abaixo-assinado já teve mais de 4.150 compartilhamentos via Facebook, 221 tweets, 39 socializações via Orkut e envio de 340 emails, totalizando até o momento 16.785 assinaturas confirmadas, em 13/01/2014).
 

Ainda não assinou? Assine aqui:

https://secure.avaaz.org/po/petition/Rodrigo_Janot_ProcuradorGeral_da_Republica_Nos_apelamos_solicite_a_INTERVENCAO_FEDERAL_NO_MARANHAO_junto_ao_STF/share/ — com Luis Antonio Pedrosa e outras 19 pessoas.

domingo, 12 de janeiro de 2014

Faroeste maranhense (VII) - No Fantástico...

Fantástico' divulga vídeo da ação policial em Pedrinhas antes de ataques.
Preso relata pressão e medo para escolher facção ao entrar no presídio.


Imagens exclusivas obtidas pelo "Fantástico" mostram policiais da Tropa de Choque da Polícia Militar do Maranhão e da Força Nacional retirando armas, facões, facas, celulares, drogas e até um caderno da contabilidade de dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, em uma vistoria no presídio no dia 31 de dezembro de 2013.

O material pertencia a duas facções rivais que disputam o controle do presídio e controlam o tráfico de drogas na capital maranhense. Segundo um dos presos ouvidos pelo "Fantástico", logo que ingressam na unidade, o detento é pressionado e ameaçado a escolher em qual das duas facções fará parte.
Foi logo após a inspeção policiais em dezembro que o chefe de uma das facções, Wallison dos Santos, deu a ordem para que Hilton John Alves Araújo, o "Praguinha", seu comparsa do lado de fora das celas, iniciasse os ataques nas ruas, inclusive determinando que fosse incendiada a casa onde mora o comandante da tropa de Choque da PM, o que não ocorreu. Santos demonstrava revolta com a apreensão de uma pistola calibre 380, fogão, ventilador e outros pertences do grupo.
Três dias após a inspeção, vários tiros atingiram duas delegacias de São Luís e um posto da polícia e quatro ônibus foram incendiados.

Cinco pessoas ficaram feridas devido aos ataques. A menina Ana Clara, de 6 anos, morreu devido às queimaduras após ter mais de 90% do corpo queimado.
A intervenção policial no presídio começou após uma série de mortes no estado – foram mais de 60 casos dentro de penitenciárias, segundo relatório do Conselho Nacional de Justiça, obrigando o governo do Maranhão a decretar estado de emergência no sistema prisional.
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onda de ataques no Maranhão (Foto: Arte G1)
“É uma coisa que eu jamais pensei que ia acontecer na minha família. Às vezes eu ligava a televisão, ficava vendo o noticiário, as crueldades que acontece, a gente muda de canal. A gente pensa que isso nunca vai acontecer com a gente”, diz o pai de Ana Clara, Anderson de Souza.

Pressão de facções
A reportagem do “Fantástico” entrou nesta semana no complexo com a Comissão de Direitos Humanos. No Centro de Triagem, um preso relatou que as facções fazem pressão para que os detentos aceitem suas regras.
Assim que chegam à unidade o preso é obrigado a decidir se quer aderir ao Primeiro Comando do Maranhão (PCM) ou o Bonde dos 40. Caso contrário sofre represália.
Rapaz, até mesmo pra assinar papel ou joga por com eles ou morre”
- “O que é assinar papel?”
É pra dizer que é da facção do Bonde dos 40 ou PCM. Tem um estatuto, um livro que eles assinam. Olha e se não fizer mata família, mata parente, mata inocente, é o que tá acontecendo aí"
- Aí todo mundo acaba entrando numa facção?
"Tem que entrar forçado"
O complexo de Pedrinhas é uma prisão estadual formada por 8 unidades. A superlotação é apontada como um dos maiores problemas: são 2.196 presos – 23% a mais do que a capacidade (1.700). Segundo especialistas, uma verdadeira “panela de pressão” onde rebeliões, mortes violentas, inclusive com decapitações, vêm sendo registradas há algum tempo.
“De outubro (de 2013) pra cá a situação se agravou bastante e isso dá pela formação das facções criminosas. Mas, o que é preciso lembrar é de que essas facções criminosas tiveram facilitada a sua formação pelo processo de superlotação e concentração de presos na capital”, diz o presidente da Associação dos Magistrados do Estado, Gervásio Santos.
Falta de agentes
Desde 2007, Pedrinhas já registrou a morte de 171 presos. Só em 2013, foram 60 mortos e 169 fugas. Na penitenciária, também faltam agentes e o estado contratou funcionários terceirizados. 
"Nós tínhamos um número muito pequeno de agentes penitenciários. Havia uma necessidade emergencial de mão-de-obra dentro dos presídios e foi o modelo que se aplicou”, diz o secretário de segurança pública, Aluisio Guimarães Mendes Filho.

Nesta semana, senadores e a presidente do Conselho Nacional de Secretários Estaduais da Justiça, Cidadania, Direitos Humanos e Administração Penitenciária (Consej) estarão no estado tentando buscar soluções para a crise no sistema penitenciário.