segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Ê-Maranhão - número 30

ê-maranh@o

  Boletim Eletrônico do Projeto "Nós de Rede".  Ano II  -  Nº 30  -  28 Fev 2011

Um verdadeiro caso de se ficar de boca aberta. Só comprovadamente pela Polícia Federal são R$ 4 milhões de reais desviados. Na cabeça da quadrilha, segundo a Operação Donatários, o ex-presidente do INCRA e atual presidente estadual do PT, Raimundo Monteiro.
Um escândalo que em país sério levaria à prisão imediata dos envolvidos. O Governo Federal exonerou toda a cúpula do INCRA no estado. O Governo do Maranhão NOMEOU o cabeça da operação para ser Assessor Especial no melhor governo da vida de Roseana Sarney. Como se diz no Maranhão, "agora lascou"!

Confira abaixo a repercussão de mais um escândalo envolvendo petistas maranhenses que decidiram aliar-se ao esquema Sarney:

VIAS DE FATO

Enquanto Habeas Corpus são feitos pelas madrugadas, cresce a suspeita que o vice-governador do estado, também esteja envolvido no esquema de corrupção. O superintendente da Polícia Federal Fernando Segóvia confirmou o envolvimento de Raimundo Monteiro ex-superintendente do INCRA no Maranhão. Monteiro foi Indicado pelo vice-governador, Washington Oliveira, os dois juntos garantiram na marra que Roseana tivesse o apoio do PT na última eleição. A prisão dos envolvidos foi impedida por vazamento de informações em torno da Operação Donatários da Polícia Federal.  (leia mais).



CUNHA SANTOS



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Mas será só o Benedito? Descoberto novo caso de desvio de dinheiro no Governo Roseana: 
O Incra colocou, em situação de inadimplência,43 entidades conveniadas com a Superintendência Regional no Maranhão junto Siafi.
Esse episódio envolvendo o Monteiro é profundamente lamentável. Não tem nota que limpe a degeneração constatada pela PF. Um pena, q exige PENA!


E, por fim, seguem abaixo duas listas para ficarem anotadas para o futuro: uma, a dos acusados de desvio de verbas no INCRA; a outra, a de apoiadores de Raimundo Monteiro. Guardem bem essas listas!

Os acusados
1 – Benedito Terceiro – Superintendente
2 – Raimundo Monteiro dos Santos – Ex-superintendente
3 – Antônio Carlos Trinta Abreu – Servidor
4 – Antonio Vicente da Silva – Servidor
5 – Elmo Sousa Araújo – Servidor
6 – José Albino Silva Boueres – Servidor
7 – José Luís Costa Ferreira – Servidor
8 – José Ribamar Silva Costa – Servidor
9 – Leonísio Lopes da Silva Filho – Servidor
10- Raimundo Félix da Sousa Neto – Servidor
11- Reginaldo do Espírito Santo Ferreira – Servidor
12- Rui Alcides dos Santos – Servidor
13- Almerinda Ferreira Costa – Servidora
14- Leila Raquel Lima Pereira – Servidora
15- Maria do Socorro Sousa Buhatem – Servidora
16- Rubem Sérgio dos Santos – Delegado da Polícia Civil
17- Armando Pires Arruda – Servidor do Iterma
18- Walber Carvalho Braga – Servidor do Iterma
19- Josué Ferreira Carvalho – Presidente de Projeto de Assentamento (PA)
20- Mizael Amorim Pereira – Presidente de Projeto de Assentamento (PA)
21- Antonio Diniz Araújo – Empresário
22- Carlos Magno Rates Lobão – Empresário
23- Enivone da Silva Brasil – Empresária
24- Fernando Santana Rosa – Empresário
25- Francisco de Araújo Sales (“Chico Professor”) – Empresário
26- Francisco Matias da Silva (“Nego Chico”) – Empresário
27- João Manoel Gaudêncio da Silva – Empresário
28- José Paulino Rosa – Empresário
29- Luís Otávio Costa Silva – Empresário
30- Naísa Moura Araújo – Empresária
31- Osnir Rodrigues Fonseca (“Giba”) – Empresário
32- Reginaldo Macedo Ferreira – Empresário
33- Rosilene Correia Bezerra – Empresária
34- Carlos Henrique Fernandes Ribeiro – Lobista
35- Hebeth Macedo Ferreira – Lobista
36- Paulo Renato Pereira Pires – Lobista
37- Zenilton Virinal Ferreira – Lobista
38- João Batista Magalhães – Lobista.
A turma pró-Monteiro
Alcides – Diretor do Sinproessema, DM de Chapadinha
Ana Maria Araújo Castro-Secretária de Formação Política do SINDSEP
Angela Maria Sousa-Presidenta do SINDSEP
Antônio Erismar, Vice-Prefeito de Açailândia
Bernardo Sousa – Presidente DM de BrejoCarlos André Costa – DM de Araioses
César Soares – Secretário de Finanças do DM de Pinheiro
César Carneiro, Dirigente estadual do PT, DM de Pedreiras
Cecília Aparecida Amim Castro – Dirigente estadual do PT, DM de São LuísCleinaldo Castro Lopes – Presidente do SINTSEP-MA
Edmilson Carneiro-Secretário de Relações Institucionais do PT-MA, DM de Vargem Grande
Evandro Sousa, Dirigente Estadual, DM de Presidente Dutra
Felipe Sodré – Presidente do DM de Pinheiro
Fernando Magalhães- Secretário Geral do PT-MA, DM de São Luís
Fernando Pereira-Secretário de Finanças do STIU-MA e Dirigente da FNU
Fernando Silva, Presidente do PT de São Luís
Fransuila das Chagas, Vereadora do PT em Balsas
Henrique Sousa, Dirigente do DM de São Luís
Jarliene Mendes, Dirigente estadual do PT, DM de Cândido Mendes
João da Eletrônica, Dirigente estadual do PT, DM de Pedreiras
João Silva, Dirigente Estadual do PT, DM de Balsas
Joãozinho Rios, DM de Caxias
José do Carmo – Presidente do STIU-MA
José Inácio Rodrigues – Secretário de Desenvolvimento Agrário do PT, DM de BequimãoJosélia Maria de Alencar Nogueira-Vice-Presidenta do SINTSEP
Nonato Chocolate – Executiva Estadual
Jucelina Ramos Vale-Diretora Executiva do SINTSEP e da CUT
Mariana Nascimento – Dirigente estadual do PT, DM de São Bernardo
Gilvan Alves – Ex-vereador, DM de São Bernardo
Maria da Graça, Presidenta do DM de Balsas
Luciene Chaves Mendonça Martins-Secretária Geral da CUT
Juvenal Neres – Dirigente Municipal do PT, Secretário-Adjunto de Assistência Social de Chapadinha
Maria Coelho – Dirigente Estadual do PR, Diretora do Sinproessema, DM de Chapadinha
Francisco das Chagas Costa – Presidente DM de Araioses
Jomafre Araújo Braga – Sindicato dos Servidores Públicos, DM de Araioses
José de Anchieta Sobrinho – DM de Araioses
José Carlos Viana Silva – Secretário-Adjunto de Cultura de Brejo, DM de Brejo
Mundico Teixeira, Secretário de Finanças do PT-MA, DM de Caxias
Masinho, Dirigente Estadual do PT-MA, DM de Santa Inês
Ney Jeferson – Presidente do DM de Caxias
Nivaldo Araújo – Presidente da CUT-MA
Normando Araújo dos Santos-Secretário Jurídico do SINDSEP
Paulo Romão – Dirigente Estadual do PT, DM de São Luís
José Ribamar Lima – Presidente do DM de Chapadinha, Secretário Municipal de Trabalho
Luiz Eduardo Braga – Secretário de Assistência Social de Chapadinha
Professor Abel, Dirigente municipal, DM de Sítio Novo
Raimundo Pereira de Souza – Vice-Presidente da CUT
Robert Lobato – Dirigente Estadual, DM de São Luís
Roberto França – Presidente do DM de São João dos Patos
Rodrigo Comerciário, Dirigente Estadual do PT, DM de São Luís
Rogério do PT, Dirigente Municipal, DM de Pedreiras
Socorro Lago, Secretária de Movimentos Sociais e Populares do PT-MA, DM de São Luís
Valter César Dias Figueiredo – Secretário Geral do SINDSEP
Vâner João Almeida – Secretário Geral do STIU-MA
Washington Luiz – Vice-governador
Zé Carlos- Deputado Estadual do PT-MA
Joab Jeremias Pereira de Castro-Secretário de Comunicação do PT-MA
Francimar Melo – Presidente do DM de Dom Pedro
Paulo Andrade – Presidente do DM de Cajapio

sábado, 26 de fevereiro de 2011

(menos dois): Wagner Baldez desfilia-se do PT

Wagner Baldez: 82 anos na luta!
Wagner Baldez: eis um militante social de História, com "H" maiúsculo. Ele é a memória viva das lutas sociais maranhense.

Acompanhou a Greve de 1951. Opinou nas Oposições Coligadas, antecipando em 50 anos o que aconteceria ao se retirar a candidatura de Neiva Moreira para apoiar a candidatura de José Sarney a governador: "Estávamos criando um novo coronel!", lembra dos debates na oposição a Vitorino Freire, nas eleições de 1965.

Resistiu aos tempos da Ditadura Militar (1964-1985), apoiou a Greve de 1979 pela meia-passagem.

 Aluno de Maria Aragão, como costuma se gabar, acompanhou a médica comunista em sua militância pela anistia, pela redemocratização, na Campanha das Diretas Já. Participou do comitê de Defesa da Ilha contrário à implantação da Alcooa em São Luís. Foi militante de primeira hora do movimento Oposição pra Valer (com Haroldo Saboia, Ananias Neto e Aldionor Salgado), que resistia à entrega do MDB a oligarquia Sarney no Maranhão.

Baldez foi às ruas também por Lula em 89 e pelo Fora Collor em 1992. Defendeu a unidade das oposições em torno de Jackson Lago, em 2006, e foi aliado fiel do movimento de resistência da "Balaiada" contra o golpe de judiciário que retirou Jackson Lago do Palácio dos Leões. 

Participou na linha de frente das passeatas da juventude pelo Fora Sarney, quando dos escândalos do Senado Federal.

Nunca engoliu a aliança Lula-Sarney. Por isso, afastou-se de Helena Barros Heluy e Washington Luis - Baldez militava no setor dos aposentados do Sindicato dos Servidores Federais (Sindsep), presidido por Washington - quando eles aderiram à oligarquia. Uma pena ver Helena aliada ao Sarney, lamentava nas plenárias petistas.

Nas últimas eleições internas votou com o campo antissarney no PT. Torceu por Flávio Dino no Encontro Estadual (não era delegado) e participou de sua campanha. Revolta-se com o veto imposto a Dino na composição do governo federal de Dilma, a quem já não votou no segundo turno - anulou o voto.

Também deixa o Partido dos Trabalhadores, saindo junto com  o editor deste blogue. 

Para Wagner Baldez, a luta antioligarquia continua, agora fora do PT maranhense!

Artigo - João de Deus: Egito, Brasil, Maranhão

Não se cansem, não se cansem.
A liberdade ainda não foi alcançada


Os primeiros ventos revolucionários do século XXI sopram do mundo árabe e causam tensão no resto do planeta. Milhões de pessoas vão às ruas e no curto prazo de cerca de 30 dias, na Tunísia e Egito, derrubam ditaduras, governos títeres dos EUA e Israel. Não há dúvidas, é de uma revolução que se trata. Revolução política bem entendido, ou seja, fortes abalos capazes de botar abaixo um tirano, reconfigurar as regras do jogo a partir de baixo e criar uma abertura democrática de participação mais ampla das massas no poder, com sérias repercussões sociais, econômicas e geopolíticas.

Não se trata de uma revolução social. Social em sentido forte, como usado em Lukács na expressão “ontologia do ser social”, que abrange o econômico, o político e o cultural. Não se trata daquele terremoto demolidor do sistema de relações sociais de produção que faz ruir todo o aparato superestrutural – político, jurídico e ideológico –, substituindo-o por um novo modo de produção da existência material de uma sociedade. Pelo menos por enquanto. O povo continua ocupando as ruas, num processo que se amplia a cada dia: Tunísia, Egito, Argélia, Iêmen, Bahrein, Marrocos, Líbia... “Não se cansem, não se cansem. A liberdade ainda não foi alcançada”, é o que grita um militante com um megafone, no meio da praça Tahrir (Liberdade), no centro do Cairo.

Tudo isso após um giro à esquerda que já dura mais de uma década na América Latina, onde governos de esquerda ou centro-esquerda conseguem propiciar mobilidade social dos mais pobres e mais independência frente aos governos dos países centrais.

Os países do centro do capitalismo já sentem a ferrugem lhes roer. A grande crise de 2008/2009 impactou com mais intensidade esse grupo. E, como saída, os governos optaram mais uma vez por preservar o grande capital, os causadores da crise, principalmente o financeiro, em prejuízo do mundo do trabalho e dos serviços públicos. E justamente por essa razão, uma nova crise se aproxima, é só uma questão de tempo. E, como sempre, esse processo não se faz sem atritos. Assim, ao mesmo tempo que a extrema direita recrudesce na Europa, vemos também o crescimento do ativismo social. Greve geral em novembro de 2010, depois de 20 anos sem mobilizações desta envergadura, em Portugal, para resistir à “flexibilização” de leis trabalhistas; forte onda de mobilizações ganha corpo na Inglaterra para impedir cortes nos gastos públicos; sem falar nas jornadas de lutas na Grécia e, mais recentemente, na Itália, pela derrubada de Berlusconi, e até nos Estados Unidos, no estado de Wisconsin, onde estudantes saíram às ruas contra o corte de direitos trabalhistas do funcionalismo público. São fenômenos em íntima conexão.

A grande questão: o que o centro do capitalismo fará para seguir valorizando o capital impunemente, sem a submissão da periferia? Uma possível resposta: intensificará a sangria da sua própria população. Mas: tais contingentes humanos aceitarão calados ao desmoronamento do que resta do estado de bem-estar social levantado em décadas desde o pós-Segunda Guerra? As classes dominantes dos países ricos parecem cair numa espécie, ainda que incipiente, de isolamento, por mais paradoxal que possa parecer, com a exposição das contradições internas daquelas sociedades, viciadas por sua vez em doses sempre crescentes de mais-valia arrancadas da periferia.

O Brasil, país que assistiu nos últimos 8 anos de governo Lula a uma significativa mobilidade social das classes trabalhadoras, vê agora, neste início de governo Dilma, a retomada de medidas de austeridade fiscal que se supunham superadas. Tais são os pontos mais importantes da conjuntura nacional: o aumento de 0,50% na taxa básica de juros; o anúncio de corte (50 bilhões de reais) do orçamento da União; e a imposição pelo governo de um aumento moderado do salário mínimo, para R$545, quase sem ganho real, conseguida com ampla maioria na Câmara. Tudo isso em apenas 50 dias. As centrais sindicais mal tiveram tempo de ensaiar uma reação mais contundente. São medidas claramente vinculadas à agenda conservadora derrotada em outubro de 2010, freando (em vez de aprofundar) o processo de mudanças e ascensão dos de baixo, visando proteger os de cima da grande crise que ronda. A grande mídia, embora também surpreendida, aplaudiu a “vitória do governo”, mesmo em prejuízo de sua expressão política mais legítima, a oposição demo-tucana em frangalhos, revelador do compromisso mais profundo, de classe, dessa mídia com o andar de cima.

Ainda é cedo para definir o que será o governo Dilma, que, apesar dos primeiros movimentos, promete preservar os programas sociais, a educação, a saúde e o PAC, não ficando claro onde exatamente essa quantia fabulosa de 50 bilhões vai incidir. Corte, por isso mesmo, quase impossível de realizar plenamente sem causar paralisia dos serviços públicos. Mas nem por isso devem as classes trabalhadoras esperar (nem muito menos pagar) pra ver. A hora é de levantar as bandeiras e ganhar as ruas, pressionando pela esquerda um governo de coalizão que sinaliza perigosamente para as classes abastadas e o mercado, colocando em risco o legado conquistado nos últimos 8 anos, abrindo caminho para um realinhamento do Brasil com aquele grupo de países que ora caminha para o isolamento e para o fosso de uma nova crise financeira.

E falando em isolamento e crise, tratemos do Maranhão. Esta ilha de miséria cercada de ascensão econômica e social por todos os lados. Afinal, como se explica o fato de um estado cuja natureza exuberante – com tão diversificadas paisagens (o agreste ao leste, chapadas e cachoeiras ao sul, a Amazônia Legal a oeste, dois tipos litorâneos ao norte, um de manguezais e outro com os Lençóis Maranhenses, e uma mata de cocais no meio) e portanto enorme potencial turístico – e cujo grupo político dominante foi aliado de todos os governos centrais até aqui, não consegue alavancar-se econômica e socialmente, isso num contexto em que o nordeste cresce mais que o resto do país?

Em recente discurso na Assembleia Legislativa do MA, o deputado Bira do Pindaré/PT ressaltou com muita propriedade os contrastes que marcam essa realidade: 55,9% da população vivendo na pobreza absoluta (com menos de R$ 272 por mês), sem acesso a serviços básicos de saúde, educação, esgotamento e água potável; a 2ª pior taxa de mortalidade infantil do país; “620 mil pessoas acima de 15 anos não sabem ler, nem escrever”; 26ª colocação no ENEM de 2009; 2ª pior expectativa de vida; 1º em exportação de trabalho escravo, de vítimas do latifúndio que ainda impera numa terra de coronéis; sistema de segurança pública calamitoso etc. Tudo isso ante “300 mil Km² de terras férteis, 13 bacias hidrográficas” e uma posição estrategicamente invejável no globo, com um porto cujas águas são as mais profundas do Brasil, localizado na ilha de São Luís, a curta distância de países da América, Europa e África.

Politicamente, a oligarquia que governa o estado há mais de 40 anos praticamente ininterruptos, comandada por José Sarney, senador pelo AP e novamente presidente do Senado, conseguiu isolar o Maranhão até mesmo dos avanços democráticos duramente conquistados Brasil afora nos últimos 30 anos. Um governador eleito uma única vez pelas oposições foi deposto e o último pleito, de outubro de 2010, foi marcado por fortíssimos indícios de fraude sistemática.

Guardadas sempre as devidas proporções, o local e o global se vinculam desigual e combinadamente em meio a um capitalismo em crise e um mundo convulsionado. Egito e Maranhão se assemelham em dois pontos significativos impressionantes: catástrofe social e governo autoritário e violento, com aparência de estado de direito, eleições fraudadas e parlamento monopolizado. Uma combinação explosiva que produz, lá, a vanguarda da luta social, e cá, a vanguarda do atraso. Isso talvez se explique pela inserção do estado num país e numa região em que, além de abertura democrática, a energia da luta social é canalizada em grande medida para o momento político-eleitoral. Junte-se a isto a expectativa (elemento subjetivo) que o trabalhador pobre do Maranhão guarda no crescimento e mobilidade social de que vem gozando o resto do Brasil, principalmente o sofrido nordeste, e veremos, ao menos tendencialmente, não fortes solavancos revolucionários, mas pequenos abalos que vão minando a estrutura de poder dominante. A oligarquia carcomida vai desmoronando, e tanto mais rápido será seu fim quanto mais profundamente os partidos de esquerda, os movimentos sociais e o povo sentirem (elemento subjetivo) que a aliança de Sarney com o governo federal, ao contrário de funcionar como catalisador de desenvolvimento, constitui-se na verdade em barreira quase intransponível para a entrada até mesmo dos programas sociais criados por Lula e Dilma e minuciosamente instrumentalizados pela política dos coronéis, chegando sempre a conta-gotas às mãos do povo, e ainda sendo alardeados como realizações locais em períodos eleitorais.

O que fará a coligação de direita que sempre governou o estado – PMDB, DEM etc., agora com a participação pífia e cada vez mais restrita do setor do PT ligado ao vice-governador Washington Oliveira – frente às recentes medidas do governo federal, principalmente o citado corte de 50 bi, que afeta justamente aquilo que sempre garantiu a sobrevivência de velhas oligarquias, ou seja, o orçamento público? Ao que tudo indica, “o melhor governo da minha vida” de Roseana Sarney será o pior da vida do povo. E o compromisso da presidenta de erradicar a pobreza do país encontrará um poderoso obstáculo no Maranhão.

O germe da contradição já vem produzindo resultados importantes. A vitória de Roseana no 1º turno (a poucos milímetros do 2º turno) se deu graças a elementos como: o apoio de Lula, Dilma e um setor do próprio PT/MA que capitulou; abuso ostensivo do poder econômico (como sempre); e enfrentamento predominantemente moderado da oposição de esquerda. Contudo, a oposição tradicional representada pelo PDT de Jackson, que contou com a participação de setores oligarquizados (basicamente o PSDB de João Castelo), e que por curto período foi testada no governo do estado, foi substituída por um campo mais à esquerda – PCdoB, PSB, PPS e setores do PT que resistiram ao duro golpe da direção nacional do partido em favor de Sarney, na forma de uma intervenção – liderado por Flávio Dino. Um claro sinal de que o povo busca alternativa.

Assim, o 3º mandato de Roseana, que ela promete ser “o melhor governo de minha vida” (grifo nosso) e que é continuidade de 2 anos arrancados de Jackson, já começa em crise e paralisia: rebeliões nos cárceres, com um saldo de 94 mortos desde 2007, sendo 24 (7 decapitados) só nas duas últimas – uma em novembro do ano passado (na penitenciária de Pedrinhas) e outra há pouco mais de uma semana (em Pinheiro); a queda de Anselmo Raposo da SEEDUC, indicado de Washington; o apagão na UEMA/campus de Imperatriz, por falta de pagamento da conta de luz; e agora os escândalos na FAPEMA (Fundação de Amparo à Pesquisa/MA), envolvendo, dentre muitos outros, sarnopetistas também ligados ao vice-governador!! São fatos que não deixam dúvidas quanto à situação crítica em que se encontra mergulhado este governo.

Do outro lado, os petistas antioligarquia, reunindo quase todas as correntes do partido no MA, bem como lideranças importantes como Sílvio Bembem, Chico Gonçalves, o ex-prefeito de Imperatriz Jomar Fernandes, o dep. federal reeleito Domingos Dutra e o dep. estadual em primeiro mandato Bira do Pindaré, fundam neste início de fevereiro em ato público o campo Resistência Petista, que pretende ser um enclave contra o conservadorismo sarneysta.

Cabe por fim, tentar dar respostas, mesmo que em grandes linhas, à pergunta perene suscitada por Lenin: que fazer? E aqui, ao menos a linha mestra de atuação surge com clareza. Só a luta social e a ação diligente da esquerda podem botar um fim ao reinado da oligarquia Sarney no Maranhão e livrar também o Brasil desta praga. É preciso acumular mais força, o que só é possível com polarização política e na sociedade, sem trégua. Não há conciliação possível entre democracia e regime oligárquico. O povo mais empobrecido e os sujeitos atuantes não querem mais saber do meramente diferente, o que já foi testado com Jackson. Já deram sinais de que preferem, isto sim, o diametralmente oposto, oposição antagônica. Foi o que ficou claro, por exemplo, na reta final da campanha de 2010, quando Flávio Dino, com atraso, abandonou o discurso do bom-mocismo, mostrando que sua candidatura era, não diferente, mas o contrário do que aí está. Cresceu vigorosamente, ultrapassou Jackson e chegou à beira do segundo turno. É quase impossível demover o aparato sarneysta, que envolve os principais meios de comunicação de propriedade familiar, sem mobilização de sujeitos sociais, o que por sua vez só se faz com polarização política. O discurso (e ação) conciliatório, nesta realidade, só produz descrédito e desconfiança no seio do povo e dos movimentos, e coloca em risco tudo o que se conseguiu até aqui. 2012 vem aí e o movimento contraditório da realidade sempre nos brinda com surpresas.

(*) João de Deus Castro é Maranhense, servidor público do Ministério Público Federal em São Paulo (MPF/SP)

Poesia de Quinta - Número 120

Por Deíla Maia

Pessoal, 

Esta escola da Poesia Concretista já tem mais de 50 anos no Brasil e ainda assim continua sendo vanguarda. 
Tem gente que não gosta muito deste tipo de poesia, pois acham que se afastam do âmago poético, do lírico...
Eu gosto. Acho poesias extremamente criativas, que pensam na palavra como um todo, não apenas no significado poético, mas também na forma, no espaço que as palavras tomam, na luz, cores etc. 
Envio hoje um exemplo de poesia concretista para vcs. 
Espero que gostem.

Beijos,

Deíla



quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Adeus, PT!

     
 
        Comuniquei ao secretário-geral do PT do Diretório Municipal de São Luís, Paulo Jorge Serra, na manhã da última quinta-feira (24/02/2011), na sede da Assembleia Legislativa do Maranhão, meu ato de desfiliação do Partido dos Trabalhadores (PT).

Oriento-me pelo que já tinha analisado na reunião do campo antissarney de tendências e correntes, ocorrida em 05.02.2011: só nos restam três caminhos no PT - (1) sair, (2) construir a saída ou (3) ser indiretamente expulsos pela entrada dos sarneyzistas no partido.
Após nossa histórica vitória pró-Flavio Dino no Encontro Estadual de junho-2010, a intervenção da maioria do Diretório Nacional no PT-MA nos colocou diante de um único cenário: ou ganhávamos a eleição com Flávio Dino e retomávamos o PT ou, derrotados eleitoralmente, os sarnopetistas nos tomariam o partido no qual somos maioria na base de filiados, em número de diretórios, na militância social e nas urnas (quando elegemos Domingos Dutra-deputado federal e Bira do Pindaré-deputado estadual e eles, ao coligar com o PMDB, acabaram por prejudicar o próprio Raimundo Monteiro, que teria sido o segundo federal eleito, se o PT tivesse saído sozinho).
As reuniões da Executiva Estadual do PT-MA a toque de caixa, o atropelo na instância, a mordaça na bancada estadual, a convocação de encontros regionais sem comunicação às demais forças, as filiações em massa a partir de agora para ganhar as prévias para 2012, a vinda de Tadeu´s e Luis Fernando´s da vida ao partido, a degradação nos escândalos de desvios de dinheiro público envolvendo os sarnopetistas (casos SEDUC, Fapemagate e desvios de recursos na Prefeitura de Barra do Corda e também no INCRA), o veto à participação do campo petista que resiste à oligarquia em cargos do governo federal (vetaram o candidato a governador que dividiu o Maranhão ao meio!), a omissão do debate sobre o enfrentamento da questão das oligarquias nos documentos das próprias tendências da esquerda do PT, antes podíamos dizer que era o Lula, agora não mais (é o PT que banca o Sarney!), apenas antevêem a dura realidade: o PT peemedebizou-se pelos bigodes do Sarney. A isso, soma-se a difícil ação unitária e articulada do campo de forças petistas antissarney.
Como cantou a Legião Urbana, "quando a esperança está dispersa, só a verdade é que liberta!". E a dura verdade é essa: o PT, jaz! Não virá por ele o projeto popular de transformação do Maranhão.
Não cuspirei no prato que comi. Há 20 anos dedico-me ao PT: do grêmio do Marista, quando entrei na juventude petista pelas mãos de Nilce, na coordenação do DCE/UFMA quando militei na articulação estudantil, na assessoria aos sindicatos e movimentos, na direção partidária em São Luís onde fui secretário de formação e na Executiva Estadual onde cheguei a Secretário-Geral, depois de ter sido secretário de organização, comunicação e agrário; estive em todos os Encontros Nacionais de Guarapari (ES)-1997 até hoje; no rompimento com a Articulação no episódio do Mensalão e na ida à Democracia Socialista/Mensagem ao Partido, na participação ativa que nos conduziu ao governo Jackson Lago, no histórico encontro em que derrotamos todos os tipos de abuso da oligarquia e vencemos com Flávio Dino. Não me arrependo de nada do que fiz no PT. Ao contrário, orgulho-me de ter vivido ao máximo a militância partidária.
Mas, para os próximos 20 anos (pelos menos!) me imponho novos desafios: mudo de casa, mas permanecerei do lado esquerdo da rua, contribuindo para reaglutinar a esperança que está dispersa.
Aos que ficam e resistem, minha solidariedade. Com eles, com certeza, nos encontraremos nas lutas e nas ruas!!

          
(*) Franklin Douglas - jornalista e professor, 37 anos. Publicado como artigo no Jornal Pequeno de 27.02.2011

(**) Alterado em 28.02.2011 para duas retificações: 
(1) onde tinha Prefeitura de Presidente Dutra leia-se Prefeitura de Barra do Corda e (2) acrescentar o escândalo de desvios de milhões de reais no INCRA comandado pelo presidente estudual do PT, Raimundo Monteiro.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Congresso em Foco publica inquérito da Polícia Federal sobre Fernando Sarney

Leia a íntegra do inquérito sobre Fernando Sarney
Investigações da Polícia Federal apontam formação de quadrilha, tráfico de influência e crimes o contra o sistema financeiro nacional. Relatório da Operação Boi Barrica inclui conversas telefônicas e mensagens eletrônicas dos envolvidos
O inquérito da Operação Boi Barrica, rebatizada como Faktor, foi aberto pela Polícia Federal no início de 2007. Em 2006, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) foi notificado de uma grande movimentação de dinheiro em espécie nas contas das empresas da família Sarney às vésperas das eleições ao governo do Maranhão, disputadas por Roseana Sarney (PMDB).
Com base nessa informação, os policiais começaram a analisar as movimentações financeiras da empresa São Luís Factoring, sediada no endereço do grupo de comunicação Mirante, pertencente à família e dirigida por Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
Em meio às investigações, a Polícia Federal acusa Fernando de cometer formação de quadrilha, crime contra a administração pública e crimes contra o sistema financeiro nacional. Existiu, segundo a PF, tráfico de influência de pessoas ligadas a Fernando Sarney para interferir em obras e projetos na empresa de ferrovias Valec, na Eletrobrás e na Petrobras.
Leia a íntegra do documento
Parte 1 – Introdução
Nesse trecho, os delegados Márcio Anselmo e Thiago Monjardim mostram o início da investigação sobre a São Luís Factoring. Eles questionam o fato de a empresa de fomento mercantil servir apenas para antecipação de capital de giro do próprio grupo Mirante de Comunicação. Para os policiais, não há sentido em uma empresa de factoring ter como único cliente o grupo que a controla.
Parte 2 – Da organização criminosa
Nesse trecho, a Polícia Federal acusa Fernando Sarney de ser o chefe de uma organização criminosa, conceito aceito no Brasil por força da Convenção de Palermo, em 2000, na Itália.
Parte 3 – Das atividades na área de energia
Nesse trecho, a Polícia Federal mostra interceptações de telefonemas e mensagens de correio eletrônico de pessoas ligadas à família Sarney, como o ex-ministro das Minas e Energia Silas Rondeau e o diretor financeiro da Eletrobrás, Astrogildo Quental. Segundo os policiais, os aliados de Fernando Sarney usam sua influência para "beneficiar os negócios do grupo" do filho do presidente do Senado, José Sarney.
Nesse trecho ainda, o relatório descreve as atividades de Aluízio Guimarães Filho, que, para a PF, é o responsável pelo vazamento ilegal das investigações à família Sarney.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

O modus operandi em três quadros...

Fapemagate: o modus operandi de cooptar, no Maranhão...

Perseguição ao Capiberibe: o modus operandi de como neutralizar o adversário, no Amapá....

No mundo: o exemplo do modus operandi de como se perpetuar, na Res-Pública
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Poesia de Quinta - Número 119

Por Deíla Maia

Pessoal, 

Entrando na onda destas revoluções populares que estão começando a ocorrer nos países árabes (Tunísia, Egito e outros vão entrar também nesta lista), a poesia de quinta de hoje é de um poeta português que faz uma interessante reflexão sobre o assunto. 
Espero que gostem.

Beijos,

Deíla


PORQUE O POVO DIZ VERDADES 
Antonio Aleixo

Porque o povo diz verdades,
Tremem de medo os tiranos,
Pressentindo a derrocada
Da grande prisão sem grades
Onde há já milhares de anos
A razão vive enjaulada.
Vem perto o fim do capricho
Dessa nobreza postiça,
Irmã gemea da preguiça.
Mais asquerosa que o lixo.
Já o escravo se convence
A lutar por seu prol
Já sabe que lhe pertence
No mundo um lugar ao sol!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Cineasta Silvio Tendler participa de homenagem a Maria Aragão

Por César Teixeira

O cineasta Silvio Tendler encontra-se em São Luís, a convite do Instituto Maria Aragão, para o lançamento do seu filme “Utopia e Barbárie”, no Cine Praia Grande, dias 16 e 17 de fevereiro, às 19h, como parte da programação da 3ª Semana Político-Cultural do IMA, em comemoração aos 101 anos de nascimento da médica e militante comunista Maria José Aragão.

Será também exibido o documentário “Encontro com Milton Santos ou o Mundo Global Visto do Lado de Cá”, premiado como melhor filme pelo júri popular do Festival de Cinema de Brasília, em 2006. Após cada exibição serão realizados debates com a participação dos professores da Ufma Ilse Gomes e Murilo Santos.

“Utopia e Barbárie”, o novo documentário de Tendler, é uma revisão histórica dos principais acontecimentos mundiais Pós II Guerra Mundial, onde busca não apenas resgatar os principais acontecimentos do pós guerra como também instigar a reflexão sobre as utopias e as barbáries que foram formadas ao longo desse período.

Construído cuidadosamente em 19 anos de trabalho, o documentário é um road movie histórico que percorreu 15 países: França, Itália, Espanha, Canadá, EUA, Cuba, Vietnã, Israel, Palestina, Argentina, Chile, México, Uruguai, Venezuela e Brasil. Em cada um desses lugares, Tendler documentou os protagonistas e testemunhas da história, apresentados de forma apartidária.

“Utopia”, que só estreará dia 23 de abril nos cinemas brasileiros, conquistou os prêmios de “Melhor Direção” e “Melhor Montagem” no Festival do Paraná de 2009. Ganhou também o “Prêmio da Juventude” no Festival Internacional de Cinema e Vídeo de Vila Nova de Famalicão (Portugal), em 2010. Recebeu ainda uma menção honrosa no Festival Internacional Santiago Alvarez in Memoriam (Cuba), em 2010. O filme foi selecionado ainda para os festivais de Viña del Mar, Uruguai e Montreal.

Por sua vez, o documentário “Encontro com Milton Santos ou o Mundo Global Visto do Lado de Cá”, premiado como melhor filme pelo júri popular do Festival de Cinema de Brasília, em 2006, aborda o tema da globalização sob uma perspectiva da periferia, de cidades, países e continentes, tendo como base uma entrevista feita em janeiro de 2001 com o geógrafo Milton Santos - um dos principais expoentes do pensamento brasileiro do século XX.
O filme mostra uma citação de Josué de Castro sobre os dois grupos que dividem a humanidade: os que não dormem porque não comem e os que não dormem com medo dos que não comem. Milton Santos aborda no filme o fracasso do projeto neoliberal, mostrando que o caminho da humanidade é a reconstrução de um estado socializante, defendendo o socialismo como solução e alternativa para a humanidade.

Entre trabalhos de Silvio Tendler destacam-se ainda “Os anos JK, Uma Trajetória Política” (1980), “Jango” (1984) e Josué de Castro - Cidadão do Mundo” (1994), já exibidos em São Luís por ocasião da 1ª Semana Político Cultural do Instituto Maria Aragão, realizada em outubro de 2001.

Para Lúcia Nascimento, uma das organizadoras da 3ª Semana, a vida de Maria Aragão “esse é um momento significativo para o debate político-cultural em São Luís”. Sobretudo tendo como inspiração a figura exemplar de Maria Aragão, nascida em 10 de fevereiro de 1919 em Pindaré-Mirim e falecida em 23 de julho de 1991 na capital

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

"Rato" na mira de gatunos...


Há uma mídia bandida no Maranhão. Ela se alimenta da hipocrisia, das acusações difamatórias, da impunidade e de contra-cheques públicos obscuros.

Essa mídia bandida, ou melhor, esses mídias-bandidos escondem da sociedade que possuem múltiplos contra-cheques públicos que lhes servem de "jabá" oficial: aquele que se paga ao comunicador para fazer valer na esfera pública determinadas opiniões.  Subvertem os princípios da Administração Pública, o da moralidade, sobretudo. Conseguem ter, ao mesmo tempo, múltiplas jornadas de trabalho em tribunais (de justiça, de contas), em comitês de imprensa de poderes legislativos (estadual e municipais), em assessorias parlamentares e de prefeituras municipais, além dos órgãos de comunicação nos quais trabalham. Estes sim, extensivamente divulgados a todos. Pois interessa ao (seu) "ofício"...

E o "ofício" é a difamação dos atores políticos distoantes da oligarquia dominante. Os difamados, ao não-processar, e mesmo quando processam-lhes, muitas das vezes não vêem os processos chegar ao fim. E da impunidade permanece a atuação dos mídias-bandidos que vendem, também, a não-publicação das difamações aos possíveis alvos. E estes, para pelo menos neutralizá-los, pagam pelo não-"ofício". Tem mídia-bandido que vive (e morre) disso!

E dessa cultura geral da mídia bandida maranhense se constrõe a hipocrisia. Escondem tudo isso, mas são os primeios a apontar o dedo e alertar a opinião pública sobre os desvios dos seus opositores, mesmo quando não há desvios!

Nova vítima
Eis o caso do jornalista e dirigente do PCdoB, Marcio Jerry. O trocadilho com o Jerry do desenho animado nos títulos dos textos já são em si difamatórios, o rato (agora nomeado para gabinete). Aponta-se crime onde não há, cobra-se suposta incoerência e, como arautos da moral e dos bons costumes, destroi-se (ou se tenta destruir) uma reputação. Pura hipocrisia.

Isso porque ao se fazer a cobrança política, ao apontar incoerência e colocar em xeque ações praticadas com os recurso públicos, tudo isso faz parte da luta política. O que não condiz com uma prática democrática da luta política é deturpar valores e cobrar posições que sequer os acusadores de plantão se preocupam em seguir.

Eis o comportamento típico dos elementos que são fruto (as vezes são inocentes úteis) do  sistema oligárquico cuja formação social é arcaíca, patrimonialista e mandonista.

Jerry é um dirigente político que se dedica à mudança social e política no Maranhão. De esquerda desde a adolescência, tem toda a legitimidade em assessorar um parlamentar de seu partido; dedicado exclusivamente a essa causa, é perfeitamente legal sua nomeação na Assembleia Legislativa; sem acumular outros contra-cheques obscuros, está moralmente resguardado para a assessoria política que prestará. E nessa atividade parlamentar, não se bate ponto: ao contrário do Executivo Estadual - donde não se cobra dos sarnopetistas o ponto batido, as bolsas indevidamente recebidas...

Como se vê: pura luta política, e com armas sem pudor (e com muita hipocrisia). Márcio Jerry está sob a mira de gatunos.  Nem o Tom do desenho animado é tão cruel ao caçar seu Jerry.


P.S.: Essa opinião de Ecos, como as demais, é politicamente livre, economicamente autônoma e intelectualmente independente. Tampouco serve para pleitear qualquer benesse pessoal ou a parente. Sarnopetistas, não nos meçam por suas réguas!

Publicado no Jornal Pequeno, p. 02, de 19.02.2011.

FAPEMA em debate na UEMA

O Fapemagate começará a dar o que falar sobretudo a partir desta semana, quando as aulas reiniciam na UFMA e UEMA.

Em ofício ao Ministério Público, Assembleia Legislativa, OAB/MA, deputados da oposição e outros, o DCE/UFMA cumpre o seu papel de entidade combativa: exige esclarecimentos sobre as bolsas indevidamente pagas a sarnopetistas e aliados da governadora sem vínculos com a pesquisa científica ou até mesmo com a academia.

Falta ouvir a voz da Apruma, do Sintema, da Anel, da Conlutas...

Debate dia 16/2
Na UEMA-auditório da CECEN, a partir das 16 horas desta terça-feira (15/2), os professores Francisco Gonçalves (Comunicação-UFMA), Alberes Cavalcanti (Ciências Humanas e Sociais-IFMA) e Zulene Barbosa (Ciências Sociais-UEMA) palestram sobre "O papel social e político da Fapema para o Maranhão".

O debate é organizado por professores das três universidades públicas, que bem sabem o prejuízo de se ter uma Fapema aparelhada para a politicagem... Nada de novo no governo de Roseana Sarney, ela que já chegou a extingir a Fapema e seu segundo governo. Não será surpresa se a solução que a governadora Sarney encontrar para as desencontradas explicações para o Fapemão seja a extinção do órgão.

Ao debate, nas turmas, no parlamento e nas ruas!

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Poesia de Quinta - Número 118

Por Deíla Maia

Pessoal, 

Semana passada foi meu aniversário e ganhei de presente esta linda poesia, lá do Rio de Janeiro, que gostaria de compartilhar com vcs. 

O autor é o meu amigo e duplamente colega, médico e advogado, aliás, triplamente (kkkkk), pois ele é tb poeta, e nós dois, coincidentemente, nascemos na mesma data (06 de fevereiro). Não é demais?

Espero que gostem. Eu ADOREI, Roberto. 

Ah, semana passada eu me equivoquei com a numeração. Coloquei novamente 116, quando o correto seria 117. Obrigada, Franklin, por ter observado isso e me avisado.

Beijos,

Deíla


AQUARIANOS

Roberto Lana

Os aquários costumam
ser transparentes, brancos,
fluidos, aquáticos,
porém não apáticos,
porque neles nadam peixes,
seus únicos habitantes,
que tem asas nos pés
e lhes agrada
estarem sempre em movimento
em busca de alimento,
e as mudanças bruscas
de sentido e sem sentido
fazem sentido
como neles se inspirassem
todos os aquarianos
como você e eu...

PT e Maria Aragão: descompasso crescente


Na Répública, Dilma só participa de reuniões do PT após o expediente; na província, vice-governador, assessor e secretário-executivo fazem questão de agendar reunião partidária em pleno expediente... coisas do Maranhão!

Parabéns a todos nós petistas pelo dia de hoje (10 de fevereiro - 31 anos de vida), embora o PT/MA fique cada vez mais distante dos ideais de Maria Aragão, que também aniversaria hoje: completaria 101 anos!




(O Globo)
PT prepara defesa de legado de Lula
Gerson Camarotti e Chico de Gois, O Globo

Incomodado com a frequente comparação entre o início do governo Dilma Rousseff e o governo Lula, o diretório nacional do PT deve aprovar nesta quinta-feira uma resolução para que o partido defenda o legado do governo Lula.

O texto deve alertar para a tentativa de "desvalorizar" o significado histórico da gestão do ex-presidente e de "apequenar" a imagem dele como líder político mundial. A resolução vai anteceder o esperado discurso de Lula na sua volta à presidência de honra do PT, durante ato político pelos de 31 anos da sigla.

O PT deve declarar na resolução uma defesa incondicional do governo. A expectativa é que, além de Lula, Dilma participe do evento. Mas, segundo assessores do Palácio do Planalto, ela só deve comparecer depois das 18h, após o fim do expediente.

Em um dia preparado para Lula brilhar, Dilma também vai ocupar os holofotes na primeira cadeia de rádio e TV de seu governo, em pronunciamento nesta quinta-feira à nação . O tema será Educação, devido ao início das aulas. O pronunciamento foi gravado sexta-feira.

Leia mais em PT prepara defesa de legado de Lula

Ê-Maranhão - número 29

ê-maranh@o
  Boletim Eletrônico do Projeto "Nós de Rede".  Ano II  -  Nº 29  -  09 Fev 2011

Espalha-se como fogo de monturo a proposta de se criar uma CPI da Fapema. Somente uma investigação a fundo poderá abrir a caixa preta da principal instituição financiadora da pesquisa no Maranhão. Na Assembléia Legislativa, requerimento já apresentado convoca a presidente do órgão, Rosane Guerra, para prestar esclarecimentos. Mas só a mobilidação das ruas pode garantir a CPI da Fapema. As comunidades científicas da UFMA, IFMA e UEMA também começam a se movimentar.
 
Abaixo, acompanhe a repercussão do chamado Fapemagate ou Fapemão, como está sendo chamado o caso de pagamento de bolsas de pesquisa a apadrinhados dos Sarneys, sem qualquer vínculo com as universidades. E o pior, para Roseana Sarney, se a água está suja, joga-se a água e a criança fora. O melhor governo da vida da governadora Sarney extinguiu a Univima, demitindo seus 690 funcionários. Confira abaixo:
 

JM CUNHA SANTOS

Fernando Antonio Magalhães de Sousa - R$ 32.000,00. Cargos: Secretário Geral do PT e assessor especial símbolo DGA do vice-governador do Estado, Washington Macaxeira Luís. Paulo Romão Meireles Neto - R$ 16.000,00. Cargos: Diretor Estadual do PT e secretário executivo do vice-governador do Estado, Washington Macaxeira Luís
.  (leia mais).

BLOG DO CARLOS LEEN


BLOG DO cesar bello


BLOG DO ED WILSON
 
BLOG DO JOHN CUTRIM
 
 

 
Os deputados Rubens Pereira Jr., Marcelo Tavares e Bira do Pindaré protocolaram, hoje, na mesa diretora da assembleia legislativa o pedido de convocação da presidenta da FAPEMA, Rosane Guerra, para que venha a Casa do Povo esclarecer todas as denúncias referentes aos pagamentos de bolsas de estudos para aliados petistas do vice-governador, ex-prefeitos e amigos particulares da governadora Roseana Sarney.

Esta convocação pode ser o primeiro passo para a oposição pedir uma CPI sobre os fatos gritantes que indignou políticos, movimentos sociais e principalmente o meio acadêmico do Maranhão. (leia mais).
 
 
 
 
 
 

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: Professores da UEMA UFMA e IFMA se organizam para debate O PAPEL SOCIAL E POLÍTICO DA FAPEMA PARA O MARANHÃO dia 15/02 às 16h na UEMA 
: @ muito bom! Se nota de blog, jornal e revista não vale, então dizer o quê do DiárioOficial e nº de empenho de pagto?
: Eita que essa FAPEMA rende. Cadê a oposição na Assembléia. É hora de criar a