sexta-feira, 28 de agosto de 2009

A NOVELA DA OLIGARQUIA E O NOVELO DAS OPOSIÇÕES

Por Haroldo Saboia

Após a retomada do Palácio dos Leões pelo julgamento não de um recurso, mas de verdadeira trapaça (ainda sujeita a apreciação pelo Supremo Tribunal Federal) e a atabalhoada ascensão de Sarney à Presidência do Senado, os donos do poder no Maranhão revelam sinais de manifesta incapacidade em ocupar e dominar os territórios reconquistados.

Parecem atores de uma estranha novela da qual desconhecem o roteiro e o local das filmagens. Ou melhor, lembram os personagens de O Anjo Exterminador, do cineasta espanhol Luis Buñuel, em que os participantes de uma fausta ceia, depois de regiamente servidos, não conseguem deixar o recinto e, dia após dia, perdem cada vez mais as boas maneiras, as máscaras de civilização e urbanidade, adquirindo o comportamento de verdadeiros animais.

Outra não estaria sendo a postura dos convidados de Roseana Sarney Murad ao rega-bofe do governo tomado no tapetão, sem qualquer legitimidade.

Os ricardo-murads versus os joão-albertos da vida aqui, os gastões-dias contra os césares-pires ali, o maridão contra o indiciado-primeiro-irmão-fernando acolá. Dizem que é um Deus nos acuda sem fim.

Tudo sob a regência da biônica governadora com seus propalados impropérios...

No Senado, em Brasília, a mesma novela. O velho coronel Sarney já não é mais capaz de circular nos espaços de poder da Presidência do Senado com a mesma desenvoltura dos idos tempos. Encurralado em investigações de familiares pela Polícia Federal, em atos secretos, nepotismos, empréstimos consignados, apartamentos de empreiteiras, mansões não declaradas ao fisco e à Justiça Eleitoral, e não sei quantas outras ilicitudes, Sarney conseguiu a proeza de transformar a crise resultante da sua eleição à presidência da Casa em uma das maiores crises da República.

Crise na Receita Federal, crise no PT, crise na bancada petista que perdeu dois de seus senadores, crise na candidatura da ministra Dilma Roussef com a entrada na disputa de Marina da Silva e a reafirmação da postulação de Ciro Gomes. Breve, crise por toda parte. Todas com a marca do senador Sarney, caríssimo aliado do Presidente Lula!!!

Enfim, Roseana e seu pai, ou se preferirem Sarney e sua filha não conseguem administrar nem a crise de lá nem a de cá. A rigor, as crises correspondem a uma só novela de tristes e perigosos personagens.

Enquanto isso, fica o Senado paralisado e o Maranhão sem governo.

O que fazer?

Face à crise do Senado, somar a nossa indignação à de toda a Nação, hoje mais que nunca, conhecedora do caráter, dos métodos e do agir de José Sarney.

E aqui se trata de desfiar o novelo que representa para as oposições maranhenses as eleições de 2010.

É ilusão pensar que poderemos reconstruir uma ampla aliança nos moldes de Frente de Libertação do Maranhão que elegeu o Dr.Jackson Lago, sem analisar os acertos e os inúmeros e gravíssimos erros de sua administração.

Como parece até mesmo infantil pensar que sem fazer a mais tímida oposição à Oligarquia Sarney, às suas figuras e ao seu (des) governo, alguma corrente política pode vir a liderar as lutas do conjunto das oposições maranhenses.

Qual a melhor tática para as oposições?

Lançar um, dois ou três candidatos, no primeiro turno, para o Governo do Estado?

E como proceder em relação ao Senado, para o qual teremos duas vagas em um único turno?

São questões difíceis, que exigem discussões aprofundadas e amadurecidas.

Acima de tudo, temos que ter clareza e coragem no enfrentamento do poder oligárquico que fará tudo para confundir, dividir, cooptar e enfraquecer as oposições.

Não podemos esquecer que, pela primeira vez em quarenta anos de mando e desmandos, a Oligarquia conseguiu cooptar e levar para o seu governo, como Secretário de Estado, um representante (bastante minoritário, é verdade) de um partido de esquerda, o Partido dos Trabalhadores.

E, ainda, temos que ter consciência que nesse embate o Presidente Lula dará as costas aos seus aliados históricos e ao povo do Maranhão, para jogar água nos moinhos da Oligarquia Sarney, como fez em 2006.

O que é lamentável, sim. Mas, de maneira alguma, vai nos tirar a vitória, se formos capazes de retomar em nossas mãos a esperança no futuro, reconquistando a confiança em nossa própria libertação!

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Poesia de Quinta - Número 46

Por Deíla Maia

Pessoal

Como a maioria das pessoas que me conhecem já deve saber, não gosto de datas comerciais, destas criadas para nos estimular (às vezes até "obrigar") a comprar presentes, ir a restaurantes etc. etc.

Gosto das datas especiais, criadas por nós mesmos, ou mais ainda, dos dias comuns que a gente torna especial por algum motivo (ou até sem motivo). Assim, as quintas-feiras são sempre um dia especial para mim, devido à Poesia de Quinta.

E aproveitando este meu momento de bom humor, e como agosto é o mês do Dia dos Pais, e eu gosto de ser diferente, rsrsrsrs, resolvi homenagear às mulheres... E por isso escolhi a poetisa (ou poeta, como queiram!!!) ADÉLIA PRADO. Até porque, com este poema, ela parafraseia um conhecido poema de Carlos Drummond de Andrade, que é o Poema de Sete Faces, em que ele começa assim: "Quando nasci, um anjo torto, desses que vivem na sombra disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida! ..."

O Poesia de Quinta de hoje vai especialmente dedicado a uma mulher batalhadora e guerreira, que curte muito estes nossos momentinhos poéticos, minha querida e eterna profa. Oriana Gomes. E a todas as outras mulheres que se desdobram para cumprir seus múltiplos papéis.

Beijos.
Deíla


COM LICENÇA POÉTICA
Adélia Prado

Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
- dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

E VOCÊ, PARA QUEM DARIA UM CARTÃO VERMELHO?

Enquete livre: e você, para quem daria um cartão vermelho?
Deixe sua resposta nos comentários abaixo.

CARTÃO VERMELHO PARA O SARNEY

Parabéns ao Suplicy. Mostrou que não se verga aos 80% de popularidade de Lula, que comete uma falta técnica (como se diz no futebol: quando um jogador prejudica outro do mesmo time) contra o PT, ao empurrar goela abaixo o podre senador-coroné.

O que o senador Eduardo Suplicy (PT/SP) cobrou e Sarney não consegue explicar. Confira abaixo:

"- Venho a esta tribuna reiterar que não vejo como o Senador José Sarney continue na Presidência do Senado Federal, enquanto S. Exª não explicar satisfatoriamente todas as questões relativas aos fatos contidos nas representações apresentadas perante o Conselho de Ética.
- Em discurso disse que, como homens públicos todas as irregularidades ou desvios de que somos acusados devem ser investigados com mais rigor do que aquele que é dispensado à população em geral. Por que digo isso?
- Pelo fato de sermos tomados como paradigmas, como exemplos a serem seguidos. O País não suporta mais tantas denúncias sem respostas à altura. Precisamos apurar a verdade das acusações que pesam sobre os ombros de todos os Senadores e de funcionários desta Casa.
- No início deste mês de agosto, o Senador José Sarney ocupou a tribuna e, durante aproximadamente uma hora, apresentou sua defesa para as denúncias representadas contra ele no Conselho de Ética. Entretanto, várias dúvidas persistem, ainda não foram suficientemente esclarecidas.
- Apesar dos apelos, inclusive pessoal meu, da Bancada do Partido dos Trabalhadores, do Líder do PT, Senador Aloizio Mercadante, o Senador Sarney não se dispôs a comparecer ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, e esclarecer inúmeras questões. Senão vejamos:

- Naquele pronunciamento de 05 de agosto, o Senador Sarney afirmou: “...Vera Portela Macieira Borges. Realmente, é sobrinha por afinidade minha. Eu requisitei do Ministério da Agricultura para a Presidência e pedi ao Senador Delcídio que a colocasse no Gabinete em Mato Grosso, porque ela tinha se casado, e assim ela continuava trabalhando, não me julgando que nisso houvesse qualquer falha ou qualquer um dos Srs Senadores aqui nunca deixou na vida de cumprir ou de ajudar as pessoas que lhes pediram que legalmente tomassem providências”.
- Será que pode ser considerado ético, o Presidente requisitar uma sobrinha que mora em outro estado para trabalhar seu gabinete, no caso da Presidência, e depois pedir par a um outro Senador que a coloque a disposição de seu gabinete?
No meu entender, o Senador José Sarney colocou em situação difícil o meu colega de bancada, o Senador Delcídio Amaral. Alguns podem considerar normal, mas eu gostaria aqui de expressar: não recomendaria que isso fosse feito a mim próprio e ao próprio Senador José Sarney.

- Ainda em seu pronunciamento o Senador Sarney disse: “Isabella Murad Cabral Alves dos Santos também não é minha parenta. Foi nomeada pelo Senador Cafeteira, que, segundo me afirmou, foi a pedido do Sr. Eduardo Lago, que é primo do Governador do Maranhão, que era meu adversário, e não por mim”.

- Ora, nesta passagem, o Senador Sarney deixou de dizer que Isabella Murad é sobrinha de seu genro, Jorge Murad. O Senador também apontou o parentesco do empresário Eduardo Lago com adversários seus na política maranhense, mas não mencionou que Lago está sendo investigado pela Polícia Federal por ter feito, às vésperas da campanha eleitoral de 2006, diversos depósitos em contas controladas pelo seu filho [Fernando Sarney].

- Outro ponto: o Senador Sarney afirma não conhecer Luiz Cantuária. Como acreditar em tal afirmação tendo em vista ser esse senhor um político ligado a seu grupo político do Amapá, tendo sido nomeado pelo próprio Senador Sarney para vaga no Conselho Editorial do Senado, cujo Presidente também é o Senador José Sarney?

- Em outro trecho, o Senador afirma: “outra denúncia que fizeram é que meu neto tinha sido privilegiado com agenciamento de créditos consignados de uma forma fraudulenta. Meu neto nunca teve nenhuma relação com o Senado”. Entretanto, o Senador Sarney deixou de dizer que, de acordo com as representações apresentadas, foi após a contratação da empresa de seu neto pelos Bancos HSBC, Caixa Econômica Federal, Fibra e Daycoval que essas instituições ampliaram o volume de empréstimos consignados para funcionários do Senado.

- Não estou dizendo que existam irregularidades nessas relações comerciais. Estou afirmando que aqui cabe uma investigação, no mínimo, para que não pairem dúvidas acerca da lisura de tais operações.

- Com relação à fundação que leva seu nome, o Senador José Sarney disse: “Tratou-se também da Fundação Sarney, acusando-me de nela ter funções administrativas e ter negado isso desta tribuna”. Mais uma vez, o Presidente José Sarney não disse tudo. Ele é presidente vitalício da fundação e, pelo seu estatuto, ele tem responsabilidades. Também não lembrou de dizer que foi graças a um expediente seu, dirigido ao Ministério da Cultura, que a fundação conseguiu autorização para captação de recursos através da Lei Rouanet e de ter sido amplamente divulgado pela imprensa foto em que o Senador Sarney aparece juntamente com o Presidente da Petrobras na assinatura do contrato de patrocínio para a liberação de R$1,3 milhão. Da mesma forma, é importante ressaltar que o Ministério Público Estadual do Maranhão reprovou as contas apresentadas pela fundação entre 2004 e 2007 e decidiu intervir na entidade.

- Relatório de auditores do Ministério Público apontou que R$ 500mil, de um patrocínio repassado à entidade, foram parar em contas de firmas fantasmas, em nome de aliados políticos da família Sarney e em outras empresas da família.

- Pois bem, Presidente Sarney que, possivelmente, de seu gabinete... Gostaria que estivesse aqui; mas, quem sabe, ele esteja me ouvindo. Em uma entidade que, pelo seu estatuto, prevê que, em caso de extinção, todos os seus bens serão incorporados ao patrimônio da família de seu instituidor e onde, apesar da insistência do Ministério Público, a direção se nega a alterar esse item, o mínimo que se pode esperar é que S. Exª, além de não trabalhar pela captação de recursos para ela, também batalhasse pela correção de suas contas e já tivesse alterado suas normas para desvinculá-la de sua família. Me parece que é uma questão de bom senso. O que dizer de tal situação?

- Mais uma denúncia que diz respeito ao Senador. É o caso da filha de um de seus ajudantes de ordem, o Sr. Aluísio Guimarães Mendes Filho. A estudante Gabriela Aragão Guimarães Mendes, 25 anos, foi nomeada em 5 de janeiro de 2007 como assessora parlamentar do gabinete de S. Exª. Até hoje está na folha de pagamento do Senado, mas, de acordo com o jornal O Estado de São Paulo, trabalha como estagiária na Caixa Econômica Federal. É mais um caso que ainda não foi devidamente explicado.

- Em outra matéria do jornal O Estado de S.Paulo, de 22 de julho do corrente, são transcritos trechos de uma conversa telefônica de S. Exª e seu filho, Fernando Sarney, que teria ocorrido em 2 de abril de 2008. Nela, Fernando solicita a sua interferência no sentido de contratar o então namorado de sua neta, filha de Fernando, Henrique Dias Bernardes, para o cargo em comissão de assistente parlamentar, AP3, na vaga antes ocupada pelo irmão de sua neta, Bernardo Brandão Cavalcanti Gomes. S. Exª disse que vai falar com o então Diretor-Geral, Agaciel Maia. O Henrique foi nomeado. Não vi sua negativa a respeito dessa interferência, que me parece indevida. A impressão que ficou é que os cargos comissionados do Senado são preenchidos não por competência, mas por ligações familiares.

- Nós estamos em 25 de agosto e, ainda que tenhamos hoje aprovado algumas proposições, acordos internacionais, requerimentos e proposições, nenhum deles requereu uma atenção profunda de todos nós, como o Senado e o país precisam. Inclusive, na reunião dos líderes hoje os Líderes da Oposição não compareceram, porque avaliam que a Casa não voltou ainda à sua normalidade. As grandes questões nacionais não estão sendo suficientemente discutidas, inclusive e sobretudo com respeito aos projetos.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

FORA SARNEY constrange Waldir Maranhão em Jornada Internacional de Políticas Públicas

O secretário de Ciência e Tecnologia, Waldir Maranhão (PP), teve que mudar o rumo de seu discurso quando foi surpreendido pelos gritos de FORA SARNEY vindos da platéia presente à abertura da IV Jornada Internacional de Políticas Públicas, iniciada hoje no centro de Convenções do SEBRAE (Cohafuma). A reação foi imediata quando o deputado-secretário afirmava representar o governo da "nossa governadora Roseana Sarney"... pra quê! Ainda tentaram salvá-lo com uma palmas, mas ai as vaias foram em maior número.

Waldir Maranhão podia ficar sem essa.

TERÁ MAIS
O movimento de juventude pelo Fora Sarney, promete mais na Jornada de Políticas Públicas, que reúne 600 pesquisadores de quase todos os estados brasileiros e de países como Colômbia, França, Argentina, dentre outros.

No dia do show organizado pela apresentadora Paulinha Lobão, próxima quinta-feira, promete uma ação também de peso. Paulinha Lobão apelou ao senador Lobão para viabilizar a realização de seu show no mesmo espaço onde se realizada a Jornada e já, previamente, agendada para a UFMA e para outro congresso, o Regional Nordeste de Ciências Contábeis. O show deve abafar a programação científica dos dois eventos.

A ação de Paulinha, tornada pública a partir da coluna do Dr Peta de domingo no Jornal Pequeno, tem causado o maior alvoroço no campus do Bacanga. Indignação é o termo mais recorrente. Não tendo o direito de agenda sobre o local, apela para a pressão política de familiares-senadores para obrigar o reitor Natalino Salgado a impor à organização aceitar o evento sertanejo dos Lobões. Coisas do Maranhão!

Eleições no PT: 06 candidatos a presidente, 07 chapas à direção estadual. BIRA SAI NA FRENTE


Mais que o cumprimento de uma mera formalidade, os procedimentos de inscrição dos candidatos a presidente e das chapas à nova direção do PT é um termômetro de como andam a mobilização, a organização e o apoio político das bases aos postulantes.

A partir desses critérios, pode-se dizer: Bira do Pindaré e a chapa Unidade Petista largaram na frente nas eleições do PT.

É o que mostram os dados preliminares das incrições para o PED, o Processo de Eleições Diretas do PT. Ontem (segunda-feira, 25/8), às 20h, encerrou-se o prazo para a incrição de candidatos a presidente e das chapas à Direção Estadual do Partido dos Trabalhadores.

Seis candidatos a presidente se inscreveram. Sete chapas se apresentaram para disputar as 49 vagas do diretório estadual - presidente e líder da bancada na Assembléia Legislativa, contam em separado para completar os 51 membros no total.

Um dos critérios para inscrever os candidatos a presidente é a apresentação de um abaixo-assinado de pelo menos 0,1% do total dos filiados no estado. O Maranhão tem 26 mil filiados, segundo lista de aptos a votar. Então, cada candidato precisaria ser subcrito por pelo menos 27 filiados. Dos seis inscritos, Bira foi o com maior respaldo, foi apresentado por 327 filiados.

Atrás de Bira, com 327 apoios, vieram:
Rodrigo Comerciário, com 110 filiados subscrevendo sua candidatura;
em terceiro, Raimundo Monteiro, com 92 filiados;
em quarto, Augusto Lobato, com 60 filiados;
em quinto, Edmilson Carneiro, com 36 filiados;
em sexto, Fransuíla Farias, com 32 filiados.

Assim ficam,então, demarcadas as posições internas em relação à presidência do PT

Bira do Pindaré, reunindo as tendências Luta Solidária, Democracia Socialista, Tendência Marxista e os apoios de Manoel da Conceição e dos dirigentes da Executiva Estadual do PT Silvio Bembem, Márcio Jardim, Franklin Douglas e Silvana Brito;

Rodrigo Comerciário, abrindo uma dissidência no campo da CNB;

Raimundo Monteiro, candidato da maioria da CNB e com o apoio do deputado federal Washington Luiz e dos dirigentes da Executiva Estadual do PT Rose Frazão e José Inácio;

Augusto Lobato, reunindo a Democracia Radical, PT de Aço e Articulação de Esquerda e dos dirigentes da Executiva Estadual do PT Domingos Dutra, Ricardo Ferro e Terezinha Fernandes;

Edmilson Carneiro, abrindo uma dissidência na CNB e com o apoio do secretário do governo Roseana Sarney, José Antonio Heluy;

Fransuíla Farias, vereadora de Balsas e também em dissidência na CNB e com apoio do dirigente da Executiva Estadual do PT Mundico Teixeira.

Na disputa para a direção estadual, a novidade é a chapa sem cabeça do deputado Domingos Dutra. Ele lidera a chapa "Em defesa da nossa história", diferenciando-se da chapa apresentada por Augusto e Jomar. Pelo critério de quantidade de municípios e capacidade de preencher a quantidade de vagas em disputa, a chapa de Dutra é a terceira mais forte, com 93 candidatos à Direção Estadual e espalhada em quase 70 municípios. Fica atrás de "Unidade Petista"- com 124 candidatos e mais de 60 municipios e "Josué Pedro-Construindo um novo Maranhão", com 96 candidatos e mais de 50 municipios

Foram sete as chapas registradas para as 49 vagas a Direção Estadual, 08 vagas ao Conselho de Ética e 08 vagas ao Conselho Fiscal (que podem ser acrescidas de 1/3 de suplentes e no mínimo 30% de cotas às mulheres). Há ainda a lista de inscritos para delegados/as ao Congressso Estadual do Partido.

Unidade Petista (com Bira-presidente) - 124 candidatos;
Josué Pedro-Construindo um Novo Maranhão (com Monteiro-presidente) - 96 candidatos;
Em Defesa de nossa história (sem cabeça pra presidente) - com 93 candidatos;
Amanhecer na luta (com Augusto-presidente) - 81 candidatos;
A força vem da base (com Edmilson-presidente) - 68 candidatos;
Renovar é preciso (com Rodrigo Comerciário-presidente) - 46 candidatos;
Construindo a mudança no Maranhão (com Fransuíla-presidente) - 25 candidatos

Leia mais no aqui

domingo, 23 de agosto de 2009

Lobões enquadram reitor da UFMA

Coisas do Maranhão! Vejam essa do Doutor Peta deste domingo, no Jornal Pequeno.

"Meu amigo, a ‘janta’ salgou, outro dia, lá pros lados da universidade do Bacanga, envolvendo uma apresentadora de tv, dona de rádio e ‘cara-metade’ de político/empresário!!! Tudo por conta de um evento internacional promovido pela instituição que estava impedindo a ‘dita cuja’ de realizar, no estacionamento da instituição, um show comemorativo do aniversário da sua emissora!!!

Inconformada com a recusa dos organizadores na liberaração do local para o mega evento, a apresentadora ‘botou quente’: “Vamos ver quem manda nessa cidade”!!! Resultado: o show vai acontecer e os participantes do evento científico ficarão sem local para estacionar, o que deixou contrariada toda a comunidade universitária!!! É a fraca!!!" ...

Cinema de Domingo: MARANHÃO 66 DE GLAUBER ROCHA

Aproveitando o domigão, Ecos pesca do "Blogue do Noblat" o filme de Glauber Rocha - Maranhão 66. Para quem ainda não assistiu, uma boa para ver como o Maranhão em nada mudou, em seus indices sociais, de (José) Sarney a (Roseana) Sarney.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

ENTRE A PARVOÍCE E A CAPITULAÇÃO

Anotem aí o que Haroldo Saboia antecipa - em seu artigo de hoje no Ecos - a partir da crise do Senado: o preço alto que Lula, Dilma e PT pagarão por salvar Sarney será a consolidação da candidatura Ciro e ascensão da candidatura Marina com forte presença nos movimentos sociais... isso, por um PMDB que nem Ulisses controlou, quanto mais Sarney!

Está correto Saboia com Thiago de Mello: "faz escuro, mas eu canto porque a manhã vai chegar".

Por isso, para o editor deste blogue, ante um desfigurado PT, a opção ficar no PT do Maranhão é cumprir a tarefa histórica de resistir e não deixar ele ser capturado pela oligarquia, como já fez com o PT nacional. Afinal, cantar no escuro porque a manhã vai chegar!


ENTRE A PARVOÍCE E A CAPITULAÇÃO
Por Haroldo Saboia

Como entender a vitória de Sarney nesta já histórica quarta- feira, 19 de agosto (sempre agosto!) de 2009, no indevidamente denominado Conselho de Ética do Senado da República?
Antes de tudo,convém lembrar que há vitórias e vitórias. Todos conhecemos a antiga expressão “vitória de Pirro”.

No caso, temos ainda que analisar sob o ângulo de Sarney, do Presidente Lula e do Partido dos Trabalhadores.

Defendo a tese que Sarney não era o candidato de Lula à Presidência do Senado. Sua candidatura resultou de articulações dos setores mais conservadores e fisiológicos da sociedade e do parlamento brasileiro.

O PMDB, sob as ordens de Renan Calheiros, primeiro inviabilizou a candidatura do petista Tião Viana e em seguida lançou Sarney que - após estar suficiente seguro do seu favoritismo em plenário - comunicou a Lula, como fato consumado, sua decisão.

Ao PT não restou outra saída senão a derrota com a candidatura do senador Tião Viana; a Lula, pragmaticamente aceitar a realidade que lhe foi imposta.

A crise que se estabeleceu no Senado, então, não foi provocada pelo bancada petista derrotada.
Na realidade, essa crise é recorrente, estrutural e tem origem na primeira investidura de Sarney como Presidente da Casa, em 1995, quando, ao nomear Agaciel Maia diretor geral, montou uma estrutura de poder tão centralizada quanto corrupta.

Não é a toa que o esquema Sarney/Agaciel sobreviveu a queda de três presidentes: Jader Barbalho, Antonio Carlos Magalhães e Renan Calheiros.

Estrutura tão forte - posto que sustentada na ardilosa construção de dossiês contra senadores e funcionários, de carreira ou comissionados, - que está sobrevivendo até mesmo à queda de Agaciel e ao aparente balança-mas-não-cai de Sarney apesar da repulsa generalizada da sociedade, confirmada pelas mais diferentes pesquisas de opinião, em todo o país.
Em artigo com o título “Sarney tenta impor terror ao Senado” (JP, 03/07/2009) antecipei:
“Neste contexto, o não afastamento de Sarney expressaria antes de tudo o triunfo dos mais grosseiros aos mais requintados métodos de ameaças e chantagens utilizados pelo senador do Amapá contra o Presidente Lula e o PT, contra as lideranças dos mais diferentes partidos e todo o conjunto de senadores.”

Na realidade, o dramalhão oferecido pela Comissão de “Ética” à Nação, nesta quarta, ao cobrir Sarney com o manto da impunidade e submeter o senador Artur Virgílio a farsa de um julgamento em que foi absolvido pelos seus próprios acusadores (o que é isso senão o triunfo da ameaça e da chantagem?) antes de colocar um ponto final à crise desafiou os brios da Nação.
Louco ou ingênuo aquele que acreditar no silêncio imposto pela intolerância das maiorias eventuais dos parlamentos desacreditados.

Naquela ocasião, afirmei ainda:

“Não é a primeira vez que a astúcia de Sarney supera o apuradíssimo faro político de Lula”

É verdade, lamento.

Lula e o PT pagarão - ou já começam a pagar - caríssimo por tamanha parvoíce que cheira a capitulação.

A fatura já é do conhecimento de todos.

No afã de defender a permanência de Sarney na presidência do Senado, o PT e Lula, como em um passe de mágica, conseguiram manter e oxigenar a caminhada (cada vez mais irreversível) de Ciro Gomes em direção ao Planalto e, de quebra, ensejaram a construção da candidatura, com ampla base de apoio social à esquerda, da senadora Marina da Silva à Presidência da República.
Creio que nem os tucanos do PSDB seriam capazes de imaginar, de uma só tacada, tamanho golpe na candidatura da ministra Dilma Roussef.

É o preço do apoio do PMDB à Dilma, dirão.

Desde quando Sarney detém o controle político do PMDB, um conglomerado de interesses fisiológicos regionais que flutua ao sabor das circunstâncias as mais imprevisíveis?

E mesmo se o senador controlasse politicamente o PMDB, poderiam Lula e o PT, afrontando a sociedade e a História, depositar em mãos de Sarney o destino da candidatura Dilma?

P.S: À Lina Vieira,
Sim, é verdade. Sei que vivemos momentos difíceis, mas, mesmo assim, não cantarei como Neruda em sua Canção Desesperada: “Surgen frias estrellas, emigran negros pájaros/.../Sólo la sombra trémula se retuerce em mis manos”.

Antes, ecoar a Madrugada Camponesa de Thiago de Mello: “Faz escuro, mas eu cantoporque a manhã vai chegar.”

Blogue do Treze de volta

O Blog do Treze está de volta. O objetivo é, nesse momento tão difícil do PT e de eleições internas, ser um instrumento de informações aos internautas que não conseguem entender a autofagia do partido e suas inúmeras tendências.

Agora, não será por falta de informação que o leitor(a) ficará desavisado da situação do partido no Maranhão. E só acredita nas imentiras de Décio - que recentemente desinformou seus leitores sobre o lançamento da candidatura Bira - sobre os fatos do PT quem quiser. Informação de boa fonte, agora tem.
O Blog do Treze também dá links a outros blogues de petistas maranhenses. A intenção é transparecer as diversas visões presentes no partido.
Lá já é possível, por exemplo, opinar sobre a estratégia eleitoral do PT-MA para governador em 2010 e conferir as fotos do lançamento da chapa da Unidade Petista e Bira-presidente. Passe lá, e confira. Acesse aqui.

Blog do Treze registra lançamento da campanha de Bira para presidente do PT, que conta com os apoios de Manoel da Conceição, Franklin, Bembem e Marcio Jardim

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Poesia de Quinta - Número 45

Por Deíla Maia

Pessoal
Sabe aquelas poesias simples e profundas, que a gente descobre por acaso, folheando um livro e que é exatamente o que a gente estava precisando ouvir naquele momento? Foi assim que descobri esta poesia no último domingo e por isso a separei para esta nossa Poesia de Quinta.
A poesia se chama EMERGÊNCIA, de Mário Quintana. Vejam que linda!!!!
Beijos borbulhantes.


Deíla



EMERGÊNCIA
Mário Quintana

Quem faz um poema abre uma janela.
Respira, tu que estás numa cela
abafada,
esse ar que entra por ela.
Por isso é que os poemas têm ritmo
- para que possas profundamente respirar.
Quem faz um poema salva um afogado.

SARNEY OU A IMPOSTURA COMO REGRA

Por Haroldo Saboia

Por coincidência, o jornal “O Estado do Maranhão” deste domingo trata do mesmo tema que abordei em meu artigo, neste espaço do JP, na sexta passada: as relações de José Sarney com os poderosos nos anos de ditadura que sucederam ao golpe militar de 1964.

O título é pomposo. "Lembrai-vos de l968: Sarney resiste ao Ato Institucional nº 5". Embora assinado por festejado historiador, o estilo mais parece ao do próprio Sarney (perceptível nas raríssimas vezes em que escreve os textos que assina).

Busca a matéria, em distorcendo os fatos, assegurar a Sarney realce que sua figura pública diminuta não logrou conquistar apesar do sem-número de cargos que ocupou.

Sarney e seu jornal querem impor, sem qualquer cerimônia, uma versão distorcida da nota que fez publicar, em 1968, cinco dias após a edição do Ato Institucional nº5 que, entre outras medidas, institucionalizou a censura, o terror e a tortura como métodos de governo.

Que diz a nota do então governador Sarney,em 17 de dezembro de 1968 , reproduzida, no último domingo, em seu jornal?

Entre outras afirmações, Sarney declara:

1 - “Meu mandato (...) só foi possível graças à (...), obra, como tantas vezes afirmei da REVOLUÇÃO, QUE EU APOIEI E POR ELA FUI APOIADO”

2 - “COMPREENDO PERFEITAMENTE, HOMEM DE GOVERNO, AS DIFICULDADES ENFRENTADAS PELO EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA REPÚBLICA, MARECHAL ARTUR DA COSTA E SILVA”;

3 - “CONHEÇO O PENSAMENTO DAS FORÇAS ARMADAS, SEU PATRIOTISMO. CREIO NOS SEUS ALTOS PROPÓSITOS E NOS SEUS PENSAMENTOS OBJETIVOS”;

4 - “Espero que esta fase possa servir para apressar a retomada da normalidade democrática”.

5 - “(...) reafirmo a confiança e a solidariedade do Maranhão que nunca lhe faltaram para a manutenção da ordem e do progresso do Brasil”.

Em que idioma estas palavras representam manifestações de resistência, desaprovação, contestação ou simples repulsa?

Em bom vernáculo elas traduzem - isto sim - a mais abjeta louvaminha, a mais asquerosa bajulação.

Vemos em todas as letras que, longe de resistir ou repudiar, Sarney proclama aos quatro ventos que se tornou governador “GRAÇAS À REVOLUÇÃO QUE EU APOIEI E POR ELA FUI APOIADO”.

Como para Sarney a impostura é regra e a dissimulação meio de vida - neste domingo seu jornal afirma que “José Sarney passou a ser alvo das hostilidades do autoritarismo, que realizou ações ofensivas para intimidá-lo e pressioná-lo para que deixasse o governo”.

Sarney (ou seu festejado confrade que assina a matéria) se refere ao seu não alinhamento político com o “general-presidente (que) fazia parte da chamada linha-dura”, Costa e Silva.

Mas aquele que, HOJE, seu jornal chama de linha-dura, não é o mesmo general que na nota (reproduzida na mesma página) Sarney, arrivista, se refere quando diz compreender “PERFEITAMENTE... AS DIFICULDADES ENFRENTADAS PELO EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA REPÚBLICA, MARECHAL ARTUR DA COSTA E SILVA”?

A famosa nota é reproduzida duas vezes na nona página de O Estado do Maranhão, edição 09/08/2009: no alto, à direita, em duas colunas (“Sarney faz manifesto ao povo do Maranhão) e, na parte inferior, em fac-símile com o título AO POVO DO MARANHÃO com a indicação, vazada, Manifesto.

A matreirice é tal que Sarney (ou sua parceria) teve o cuidado de retirar da reprodução ao alto o tratamento bajulador Excelentíssimo Senhor e outros quejandos.

O embuste, todavia, não para aí. A notícia da visita do Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira ao Maranhão também é falseada.

O fato relevante - omitido por seu jornal familiar - é que não teve coragem de comparecer a solenidade de formatura dos economistas maranhenses de 1968. Sarney, paraninfo, teve medo de comparecer ao ato público em que estaria como patrono da turma, JK, o construtor de Brasília, cassado pelo ditador Castelo Branco (seu “eloqüente apoiador e incentivador”).

Sorrateiro,compareceu a um almoço, restrito aos formando, no Jaquarema, clube de elite na época. E até hoje, gabola, canta e decanta o episódio como uma grande saga pessoal.

Situação parecida foi criada pela imaginação de Sarney que dá conta de um suposto discurso em que protestara contra as cassações de abril de 64, logo após o golpe. Ficção. O propalado discurso não consta de nenhum registro histórico. Mera bazófia tão ao gosto do coronel de Curupu e Maguari.

(Em tempo: há dois meses escrevi, neste espaço, que a Sarney não poderia permanecer na presidência do Senado “ sem a institucionalização do terror, da caça às bruxas, do aniquilamento da resistência ética e democrática no Senado Federal”. Lamentavelmente, os fatos têm comprovado essas análises e as repetidas cenas de truculência e violência, no Senado, contra jovens estudantes, como a ocorridas ontem, nos leva a crer que o pior está por acontecer.)

Poesia de Quinta - Número 44

Por Deíla Maia

Olá!

O tempo é tão relativo... Parece que quanto mais tempo "livre" surge, mais ocupada eu fico. Quase o Poesia de Quinta não saiu hoje, mas dei um jeito de arranjar um "tempinho" (como na poesia T e t).

Escolhi uma poesia minha mesma, que eu fiz quando era adolescente (há muuuuiiiiitttoooo tempo então) e que um dia destes serviu para mim como uma luva. Foi publicada no livro "Arte de ser", a primeira antologia da SOBRAMES/MA (Sociedade Brasileira de Médicos Escritores, seccional Maranhão), nos idos de 2003 (!!!!!), da qual faço parte, e que agora estamos nos mobilizando para lançar a nossa 2ª coletânea, na próxima Feira do Livro de São Luís, em outubro deste ano.

Tomara que dê certo!!!!

Dedico o Poesia de Quinta de hoje ao meu querido colega de versos, Michel Herberth, atual presidente da SOBRAMES/MA, que vem conduzindo com muito entusiasmo e empenho este grupo de sonhadores. Parabéns!!!!!

Beijos.

Deíla



SALTO DE UM ABISMO
Deíla Barbosa Maia

Viver é se emocionar...
É sentir tudo que acontece ao redor
Então não deixe a vida passar
Com você apenas como um mero espectador.


Viva, aja, sinta, sorria, sofra
Sim, sofra, não tenha medo de sofrer.
Pois o sofrimento é como um salto de um abismo


Todos têm medo,
Pois mesmo inconscientemente,
Pensamos que não acabará nunca.


Mas sempre acaba.
E quem consegue sobreviver à queda
Valorizará muito mais
Cada precioso segundo da vida.

SARNEY E A DITADURA MILITAR: BAJULAÇÃO E MENTIRA

Por Haroldo Saboia

Sarney mente compulsivamente. Entre suas mentiras mais recorrentes destaca-se sua auto proclamada defesa de princípios democráticos naqueles anos de chumbos e, em especial, nos dias mais emblemáticos do terror: queda de João Goulart e edição do Ato Institucional, sem número, de abril de 64 e o “golpe no golpe” de 13 de dezembro de 1968, o AI-5.

Nesta quarta feira no Senado Federal, Sarney em seu discurso desfia um sem número de mentiras muitas delas já devidamente caracterizadas e registradas pela imprensa.

Sarney mente, por exemplo, quando afirma que: “Na semana depois do Golpe Militar, em um clima de grande temor, de grande apreensão dentro do Congresso, em que o caráter dos homens é posto à prova, quatro dias depois, fui à tribuna da Câmara, para defender o mandato dos Deputados cassados:

‘José Sarney lidera a campanha contra a cassação de Deputados’ – quatro dias depois de 31 de março. Havia uma inquietação muito grande, temores de todos os lados, mas eu fui para a tribuna do Congresso, da Câmara dos Deputados, para defender contra a cassação dos Deputados e tive a oportunidade de dizer, sob aplausos da Bancada udenista, em meu discurso:

‘Aqui não se cassa ninguém fora dos termos previstos na Constituição e na Lei Magna, que deve ser respeitada a todo custo. ’Não era fácil naquele tempo se tomar uma posição dessa natureza.”

Quatro dias depois de 31 de março foi à tribuna da Câmara para defender o mandato dos deputados cassados?

Mentira. Primeiro porque não teria jamais coragem para tal atitude. Segundo, pelo fato que quatro dias depois do golpe não havia nem deputado nem ninguém cassado. A primeira lista de cassações de mandatos e de direitos políticos foi no dia 9 de abril de l964. Não quatro, mas nove dias depois do golpe. E, além do mais, divulgada no dia seguinte, 10.

Quem tiver dúvida pode consultar o Banco de Dados da Folha de São Paulo, Cronologia do Golpe de 1964. Lá encontramos:

“9. abr.64 — EDITADO O ATO INSTITUCIONAL N.º 1 (AI-1), QUE PERMITE A CASSAÇÃO DE MANDATOS E A SUSPENSÃO DE DIREITOS POLÍTICOS.

10. abr.64 — É DIVULGADA A PRIMEIRA LISTA DE CASSADOS PELO AI-1. ENTRE OS 102 NOMES ESTÃO O DE JOÃO GOULART, JÂNIO QUADROS, LUÍS CARLOS PRESTES, LEONEL BRIZOLA E CELSO FURTADO, ASSIM COMO 29 LÍDERES SINDICAIS E ALGUNS OFICIAS DAS FORÇAS ARMADAS”.

Sarney mente ainda quando diz que foi à Tribuna (da Câmara dos Deputados) e “sob os aplausos da bancada udenista” afirmara que ali “não se cassava ninguém...”. Balela.
A História é outra. E não será uma figura minúscula como o velho coronel Sarney que haverá de apagar o papel dos udenistas como coadjuvantes do golpe militar.

Maria Victoria Benevides, historiadora e fundadora do Partido dos Trabalhadores, em seu livro “A UDN E O UDENISMO: ambigüidades do liberalismo brasileiro (1945-1965)” narra a posição deste partido por ocasião do golpe de 64.

“Em sua primeira nota oficial logo após a queda de Goulart, a UDN se congratula com as Forças Armadas pela “vitória contra a ameaça da ditadura comunista e contra a subversão dos ideais cristãos”, propondo-se a continuar “na luta contra a inflação e o câncer da corrupção e do empreguismo” (3/4/64, Arquivo UDN). Na ação das Forças Armadas a UDN apontava a realização de seu próprio programa, enraizado nas antigas teses anticomunistas e moralistas. Nesse sentido, a UDN apoiaria todas as “medidas revolucionárias” formalizadas pelo Ato Institucional...”

Como registra a historiadora, a UDN estava ocupada era aplaudir o golpe militar e não um discurso que Sarney nunca pronunciou.

Na realidade, figura menor Sarney tem o vezo de criar situações imaginárias com o intuito de realçar seu papel na História construída - na sua visão - pela ação de indivíduos e nunca por processos coletivos, pelos movimentos sociais. As conquistas do povo brasileiro consubstanciadas na Constituição de 1988 são apresentadas por Sarney como magnanimidades suas enquanto presidente sabe lá Deus como, da República.

Outra invencionice gabola tão reprisada por Sarney é que foi o “único governador do país a protesta contra o Ato-5”. editado em 13 de dezembro de 1968.

Mais uma mentira. Na realidade, a nota de Sarney data de 17 de dezembro de 68(quatro dias depois) e foi publicada pelo Jornal do Dia, de São Luis, em na edição da quarta feira, 18.

Nela longe de protestar, bajula. Exalta a ditadura militar e bajula os ditadores de plantão em especial o marechal Costa e Silva.“Fui eleito pelo Povo. MEU MANDATO TROUXE A MARCA DA LUTA E SÓ FOI POSSÍVEL GRAÇAS À moralização eleitoral, às garantias surgidas e à liquidação da oligarquia política, OBRA, COMO TANTAS VEZES AFIRMEI, DA REVOLUÇÃO QUE EU APOIEI E POR ELA FUI APOIADO”.

Sarney, capacho da ditadura e dos militares golpistas, continua:

“Compreendo perfeitamente, homem de governo, as dificuldades enfrentadas pelo Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Marechal Artur da Costa e Silva, tendo de romper a ordem jurídica, marchando para o estabelecimento de medidas de exceção que ferem os postulados democráticos (...) Conheço o pensamento das Forças Armadas do Brasil, o seu Patriotismo, creio nos altos propósitos e nos seus permanentes objetivos”.

Como podemos observar, Sarney distorce adredemente não apenas a História como a Língua Portuguesa e tenta passar como protestos suas genuflexões aos generais ditadores.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

CAMALEÃO DE DUTRA INCOMODA SARNEY


Já pipoca pela grande imprensa a tentativa de censura do senador amapo-maranhense José Sarney ao deputado Domingos Dutra.

O velho oligarca não gostou de ter sido comparado a um camaleão por Dutra. De fato, um desrespeito com os camaleões!

Abaixo a matéria da Folha On Line e o discurso de Dutra, onde desafia o Sarney a:

1. uma acareação, para discutirmos se o que está escrito aqui no Camaleão há alguma inverdade;

2. deixar transcorrer normalmente os processos no Conselho de Ética do Senado, e que lá prove sua inocência;

3. abrir a contabilidade, a história, a documentação — não para mim, mas para a imprensa brasileira — , toda história da Fundação republicana chamada José Sarney;

4. retirar a censura imposta ao jornal O Estado de S.Paulo;

5. devolver para o povo do Maranhão o Convento das Mercês;

6. informar se esse carro é o carro oficial da Presidência, porque, se for, tem que devolver;

7. a aceitar ser enterrado em um cemitério comum, como todos os maranhenses, como todos os mortais;

8. cumprir a Constituição. A Constituição diz que ninguém pode ganhar mais 24 mil e 500 reais, o Senador está ganhando mais de 50 mil reais;

9. dizer todas as manobras que fez para cassar o ex-Governador Jackson Lago.

"Se o Senador Sarney cumprir tudo isso, eu nunca mais falarei o nome dele desta tribuna", promete Dutra. Leia abaixo.



SARNEY PEDE A TEMER PUNIÇÃO PARA DEPUTADO QUE O CHAMOU DE "CAMALEÃO"
MÁRCIO FALCÃO
Da Folha Online, em Brasília
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), encaminhou um ofício nesta quinta-feira ao presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), pedindo que o deputado Domingos Dutra (PT-MA) seja punido por ter distribuído um folheto no plenário da Casa que trazem ofensas contra ele.

Segundo Sarney, Dutra quebrou o decoro parlamentar ao repassar para senadores o folheto intitulado de "O Camaleão", com referências agressivas contra o peemedebista. A base da denúncia foi a investigação da Polícia do Senado que comprovou o fato.

Dutra pode ser alvo de um processo no Conselho de Ética da Câmara ou receber advertência. A punição vai depender de Temer.

Em resposta ao pedido do presidente do Senado, Dutra subiu à tribuna e afirmou que Sarney age como um cacique.

"Há muita gente que pergunta o que pode perguntar, por que o senador Sarney, que ontem gritou da tribuna do Senado que está com 55 anos de mandato, por que razões ele tem esse poder tão longo. Uns devem concluir apressadamente que é porque ele é um líder. Na verdade, o senador Sarney não é um líder. O senador Sarney é um cacique e mantém esse poder tão longo porque é dissimulado, porque não tem identidade política, porque é vingativo e, sobretudo, porque é um camaleão", disse.

DISCURSO DE DUTRA

SR. PRESIDENTE (Janete Capiberibe) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado Domingos Dutra.

O SR. DOMINGOS DUTRA (PT-MA. Sem revisão do orador.)

(...) Sra. Presidenta, eu sou do Maranhão, Estado abençoado por Deus. Nós estamos localizados entre 3 grandes regiões do Brasil: as Regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste. O Maranhão não sofre a violência das secas, que tanto têm martirizado os nordestinos. Não sofre com o isolamento provocado pelas enchentes, como sofre a Região Norte.

O Maranhão é um Estado rico em recursos naturais. Somos o único Estado do Brasil com 3 rios nacionais: o Rio Tocantins, que separa o Maranhão do Estado de Tocantins; o Rio Gurupi, que separa quase a totalidade do Estado do Pará; e o Rio Parnaíba, que separa o Maranhão do Estado do Piauí. Nós temos diversas bacias de água doce: a bacia do Rio Pindaré, a bacia do Rio Munim, a bacia do Rio Corda, a bacia do Rio Mearim, a bacia do Rio Balsas. O Maranhão é, portanto, um Estado rico em recursos naturais. Nós temos a maior mata de babaçual do Brasil — 8 milhões de hectares cobertos com babaçual. Trezentas mil mulheres, Deputada Janete Capiberibe, retiram o seu sustento e contribuem com a economia do Estado por meio do extrativismo de babaçu.

O Maranhão tem uma composição étnica das melhores. Nós somos resultado do índio, dono deste País, do europeu — primeiro chegaram os franceses, depois vieram os portugueses, que expulsaram os franceses, depois vieram os holandeses — e também do africano, do qual sou descendente. Portanto, é essa composição que faz com que o maranhense seja um povo ordeiro, trabalhador, hospitaleiro e honesto.

Apesar de tudo isso, Deputado Paes de Lira, nós somos um Estado rico com uma população extremamente pobre. Muitas causas existem, mas a principal causa é a causa política. Nós últimos 63 anos, o Maranhão foi governado por 2 oligarquias, chefiado por 2 caciques: durante 20 anos, o Maranhão foi chefiado por um pernambucano que foi Senador pelo Estado chamado Vitorino Freire, que mandou e desmandou no Maranhão por 20 anos, e há 41 anos o Maranhão é chefiado, humilhado, massacrado por uma oligarquia comandada pelo Senador José Sarney, que derrotou Vitorino pregando a modernidade, mas que se transformou não num líder, mas num faraó extremamente doente.

E é nesse sentido que venho aqui, a esta tribuna, falar um pouco sobre isso.

Nós do Maranhão estamos hoje com os mais baixos indicadores sociais. Nós somos os Estado que mais exporta mão-de-obra escrava para o Pará e outros Estados do Norte. Nós somos o Estado que tem o menor índice de acesso a computadores, à Internet. Portanto, infelizmente, o Maranhão é um Estado rico com uma população pobre.

Há muita gente que pergunta o que pode perguntar, por que o Senador Sarney, que ontem gritou da tribuna do Senado que está com 55 anos de mandato, por que razões ele tem esse poder tão longo. Uns devem concluir apressadamente que é porque ele é um líder. Na verdade, o Senador Sarney não é um líder; o Senador Sarney é um cacique e mantém esse poder tão longo porque é dissimulado, porque não tem identidade política, porque évingativo e, sobretudo, porque é um camaleão.

Nos últimos 40 anos da política brasileira, o Senador Sarney não ficou distante de quem sentou na cadeira de Presidente da República. Antes da Revolução, fingia que era Oposição, era para ser cassado. Com a Revolução, passou para o lado dos militares, foi Presidente da Arena, serviu e lambeu a bota dos militares. Quando o Brasil começou a mudar com a emenda Dante de Oliveira, das Diretas, que o povo tomou as ruas, ele fingiu um racha na Arena, juntou-se com Tancredo. Tancredo largou as ruas, veio para este plenário, para o Colégio Eleitoral, o Senador Sarney acabou sendo Vice de Tancredo, por circunstância misteriosa Tancredo morre e ele acaba assumindo a Presidência da República sem ter direito, porque como Tancredo não assumiu a Presidência não havia direito para o Vice.

O Deputado Ulysses Guimarães dessa cadeira, para evitar um conflito, preferiu abdicar de assumir a Presidência para ele assumir. Era de 4 anos o mandato. Ele trocou canais de rádios e tevê por mais um ano. Deixou o Brasil com 86% de inflação. O Presidente Collor, o ex-presidente dizia na campanha: se eu for eleito, eu vou mandar prender o Sarney. Collor se elegeu e ao invés de mandar prender e cumprir a promessa, três dias antes de assumir a Presidência foi ao Sítio do Pericumã, fez um acordo com o Presidente Sarney, ele decretou feriado bancário para a Dona Zélia Cardoso de Mello decretar o Plano Collor que levou à falência milhares de brasileiros mais pobres. Collor assume, ele ficou e serviu o Collor.

Quando o Collor entrou em desgraça, vendo que Collor ia cair apoiou o impeachment de Collor.

Veio Itamar Franco, ele serviu Itamar Franco.

Veio Fernando Henrique Cardoso, durante sete anos e meio o Senador Sarney serviu Fernando Henrique Cardoso.

Na campanha de 2002 ele dividiu seu time. Espalhou gente no time de Serra, de Garotinho, de Ciro e ficou espiando. Quando ele soube que o Lula ia ganhar, aqui de Brasília disse: sou Lula, mas no Maranhão quem decide é minha filha.

O Presidente Lula ganhou as eleições, e hoje o Senador Sarney está grudado no Lula como carrapato. Não que ele ame o Lula, ele ama os cargos. Se amanhã o Serra, que não vai acontecer, viesse a ganhar a Presidência, ele estaria com Serra.

Aqui, em uma linguagem popular, até se o Fute, o Lúcifer, o Satanás viessem governar o Brasil por lá estaria o Sarney servindo o Lucifer, o Fute e o Satanás.

Portanto, Sr. Presidente, nesse sentido, resolvi escrever um livrinho chamado O Camaleão, que está na 3ª edição. É um livreto muito simples, que começou com mil; a 2ª edição, todo mundo queria. E resolvi fazer a 3ª edição de O Camaleão. Até o Papa está pedindo este livreto pela importância que ele tem. Coisa simples.

Neste O Camaleão, Sr. Presidente, o que é que eu falo: falo da cassação do Governador Jackson, que foi injusta; falo aqui dos pecados que ele tem pela quantidade de crimes praticados; eu botei neste O Cameleão uma carta que entreguei ao Senador Tião Viana, dizendo que se o Senador Sarney fosse Presidente do Senado ia continuar o mar de lama que Renan continuou; que ele queria ser Presidente para influir no TSE para cassar o Governador Jackson; que ele queria interferir na Polícia Federal contra os inquéritos.

E que tem mais um motivo que está escondido: o Senador Sarney imagina que o Vice-Presidente José Alencar não sustentará até o próximo ano. E como o Presidente Michel Temer, a partir de abril, não pode assumir nenhum cargo, se o Presidente Lula viajar, ele espera que, nas viagens do Presidente Lula, ele possa assumir a Presidência da República em plena democracia.

Ninguém está notando, mas esse é o principal motivo da resistência do Presidente Sarney. Ele não acredita que o Vice sobreviva; e que o Presidente Temer, que é o sucessor imediato, a partir de abril, sendo o candidato, se o Presidente Lula viajar, o Presidente Temer não pode assumir, e o Presidente Sarney imagina, nas viagens do Presidente Lula, no impedimento do Vice, do Presidente Michel Temer, ele imagina assumir a Presidência da República.

Botei aqui neste livrinho O Cameleão, os 12 pecados capitais do Sarney;

Coloquei aqui a família de 125 milhões;

Coloquei aqui o culto à personalidade, escola, o Fórum da Justiça do Trabalho no Maranhão, o nome é José Sarney;

O Tribunal de Contas do Maranhão é Roseana Sarney; o Fórum da Judicidade é Desembargador Sarney Costa, é o pai; o posto de táxi é Marly Sarney, é a esposa; a Maternidade, lá de São Luís do Maranhão, é Marly Sarney, é a esposa; o Bairro é Sarney Filho, é o próprio filho; a Ponte que une as 2 cidades, é Ponte José Sarney; o Município é Presidente Sarney.E como até lá no Maranhão tem um Município chamado São José de Ribamar, e o nome dele também é José de Ribamar, ele mandou fazer uma estátua muito grande do santo e, na hora, botou foi a cara dele. Se botar o bigode, o santo fica com a cara do Senador Sarney.Estou listando aqui: escola, biblioteca, tudo com nome de Sarney. Listo aqui a quantidade de hospitais e de escolas com o nome de Sarney.

Falo aqui do Convento das Mercês, que ele tomou de conta. O prédio mais importante do Maranhão,O Convento das Mercês, onde o Padre Antônio Vieira, em 1650, celebrava os seus sermões, o Presidente José Sarney tomou de conta. Tomou de conta para cultuar a sua personalidade. E lá, nesse convento, ele cavou a sua sepultura, que na linguagem intelectual é chamado mausoléu. Para o pobre que está me ouvindo é cova, é sepultura. Pois ele cavou a sua cova. Está aqui para quem quiser ir no Maranhão para ver.Ele pegou esse prédio, sobretudo para cavar a sua cova, e colocou duas palmeiras imperiais nos pés, duas palmeiras imperiais na cabeceira.

E por que Sarney quis esse prédio e a sua sepultura, a sua cova? Porque ele não quer ser enterrado em um cemitério comum. Em um cemitério comum ninguém saberá onde ele está enterrado. Ele quer ficar lá para todo mundo dizer assim: Ali está enterrado o Sarney. Ele imagina que daqui a 100 anos passe por láum maranhense ainda com o resquício da passagem dele, com dor de barriga. Aí, ora na cova, passa a dor de barriga, para depois ele querer a canonização no Vaticano. É para isso!

Pois bem. Nesse livrinho não há nenhuma ofensa. Está tudo na legalidade. É permitido escrever um livreto, em que não há nenhuma ofensa, nenhuma inverdade.

Pois bem. Anteontem, o Presidente da Casa, Deputado Michel Temer, procurou-me para entregar uma representação, do dia 17 de julho, assinada pelo Senador José Sarney, Presidente do Senado Federal, pedindo à Comissão de Ética uma censura para mim, porque entreguei esse livreto para o Senador Mauro Fecury, que é do Maranhão, no plenário do Senado.

E aqui diz o seguinte: Ofício nº 1.414, de 2009 - SFBrasília, 17 de julho de 2009.Sr. Presidente, comunico a V.Exa. que o Deputado Federal Domingos Dutra, no último dia 9 de julho, entrou no plenário desta Casa, durante a sessão especial do Senado Federal, em homenagem ao Maestro Sílvio Barbato, e começou a distribuir o folheto O Camaleão, em anexo, contendo referências agressivas à pessoa do Presidente do Senado, conforme comunicação feita pela polícia desta Casa.Como tal fato constitui conduta vedada a Parlamentares, conforme previsto no art. 5º, inciso III, do Código de Ética e Decoro Parlamentar desta Casa, bem como no art. 9º, § 2º, inciso II, do Código de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal, com a redação dada pela Resolução nº 25, de 2008, encaminho a V.Exa. para as providências devidas a presente comunicação que se faz acompanhar do respectivo expediente da Polícia do Senado.Cordialmente, Senador José Sarney, Presidente do Senado.

E aqui tem um ofício da Polícia do Senado, que eu comunico a V.Exa.:No dia 9 de julho do corrente ano, durante a sessão tal, o Deputado Domingos Dutra adentrou ao plenário do Senado e entregou 1 livreto, intitulado O Camaleão, a alguns Senadores presentes.Então, ontem, o Deputado Antonio Carlos Magalhães Neto, Corregedor desta Casa, combinou comigo o dia de me entregar a representação que o Senador Sarney fez contra um Deputado que tem livre acesso às dependências do Congresso, por este livreto que não contém nenhuma inverdade, nenhuma agressão e que se circunscreve dentro da liberdade que qualquer Parlamentar tem.

Portanto, o Senador Sarney, como tem aquele ditado popular que quem usa o cachimbo com o vício fica e como ele serviu os militares, ele está pensando que estamos na ditadura: censurou o Jornal Pequeno do Maranhão, está tentando censurar, acaba de censurar o jornal O Estado de S.Paulo e está pedindo a censura para um Deputado melhor do que ele, porque eu não tenho a história de tramóias que ele tem. Ele está pedindo que a Câmara abra um processo disciplinar contra um Deputado pelo simples fato de ter ido ao Senado Federal entregar esse livreto.

Queria, Sr. Presidente, portanto, fazer esse registro e queria desafiar o Presidente Sarney.

Queria, diante do Brasil, se ele topar o desafio, eu prometo que até o final de meus 110 anos que eu vou viver, porque minha mãe tem 93 e eu puxei para ela, se ele fizer isso, eu nunca mais falo o nome do Senador Sarney.

Primeiro desafio: eu gostaria que o Senador José Sarney topasse uma acareação comigo. Eu o chamo para uma acareação, para discutirmos se o que está escrito aqui no Camaleão há alguma inverdade.

Segundo desafio: que ele deixe transcorrer normalmente os processos no Conselho de Ética do Senado, e que lá prove sua inocência. Aí, eu vou acreditar que ele é uma pessoa inocente, e não haverá motivo para crítica. Mas que ele não tente brecar os processos sumariamente.

Terceiro desafio: que o Senador José Sarney abra a contabilidade, a história, a documentação — não para mim, mas para a imprensa brasileira — , toda história da Fundação republicana chamada José Sarney.

Terceiro desafio: que ele retire a censura imposta ao jornal O Estado de S.Paulo e que não amedronte, não ameace mais nenhum meio de comunicação do País.

Quarto desafio: que o Senador devolva para o povo do Maranhão o Convento das Mercês que ele surrupiou. Esta é a palavra mais educada. Que ele devolva esse convento, que é do povo brasileiro.

Quinto desafio: como eu tenho dúvida, eu aqui, neste livrinho, não estou afirmando, mas lá na fundação dele tem este carro oficial. (Mostra figura.) Não sei se é uma réplica ou se é o carro oficial. Lá na Fundação do Senador José Sarney tem esse carro oficial. Então, que o Senador José Sarney informe se esse carro é o carro oficial da Presidência, porque, se for, tem que devolver. Já me disseram que esse carro é para quando ele for embora desse mundo, o caixão do seu corpo ir em cima do carro para levar para sepultura. É tudo sincronizado. Então, gostaria que ele devolvesse o carro, se for o carro da Presidência.

Um outro desafio: quando ele for embora, que o Senador aceite — eu desejo vida longa para ele; ele está com 80, tem as orelhas muito grandes e, dizem o ditado popular que quem tem orelha grande vive muito, e eu desejo que ele viva mais do que eu — ser enterrado em um cemitério comum, como todos os maranhenses, como todos os mortais.

Um outro desafio: que o Senador aceite cumprir a Constituição. A Constituição diz que ninguém pode ganhar mais 24 mil e 500 reais, o Senador está ganhando mais de 50 mil reais.

Ele é aposentado como servidor do Tribunal de Justiça, recebe uma pensão como ex-Governador, recebe pensão como ex-Presidente da República, recebe aposentadoria como Senador, recebe salário atual da Mesa e como Senador, que ele aceite receber apenas o que diz o teto.

E por último, que o Senador aceite e diga todas as manobras que fez para cassar o ex-Governador Jaques Lago, do Maranhão. Se o Senador Sarney cumprir tudo isso, eu nunca mais falarei o nome dele desta tribuna.

Pode anotar, Sra. Presidente. Só mais um minuto para concluir. Se o Senador Sarney...não tenho ódio pessoal contra o Senador, não tenho amizade pessoal, nunca fui na casa dele, nunca tomei cerveja com ele, portanto a minha luta é política, não é pessoal. Não desejo mal a ele, também não toco nos filhos dele mesmo estando na política, porque são coisas diferentes. O Deputado Sarney Filho é uma pessoa que respeitamos, quando tiver um embate com ele será com ele, não misturo as coisas. O conflito é com o Senador Sarney que está envergonhando o Brasil, envergonhando o Congresso Nacional e fazendo as pessoas terem nojo da política e dos políticos.

Portanto, faço aqui este desafio. Na terça-feira, vou combinar com o Deputado Antonio Carlos Magalhães Neto para receber a notificação e vou decidir o que fazer com esse belíssimo exemplar de censura de um oligarca doente que tem mania de faraó.

Muito obrigado, Sra. Presidente.

Poesia de Quinta - Número 43

Por Deíla Maia

Pessoal

O Poesia de Quinta de hoje é bem diferente. Escolhi uma pessoa super bem humorada, LUIS FERNANDO VERÍSSIMO, bem mais conhecido como cronista, escritor do que como poeta. Tirei estas poesias do seu livro "Poesia numa hora dessas?!", que é muito leve e divertido.

Como a primeira é bem curtinha - MISTÉRIOS - (mas profunda, reflexiva), vou colocar duas. A segunda, IDEAL, eu acho muito bem feita, trabalha a questão da forma, dos mesmos versos de trás para frente... É bem inteligente mesmo.

Ofereço o Poesia de Quinta de hoje para uma das pessoas mais inteligentes e bem humoradas e a única com nível de estresse zero que eu conheço, meu irmão Bernardo Jr., vulgarmente conhecido como "Gordo" ou "Nhanhon". kkkkkkk

Beijos.

Deíla


MISTÉRIOS
Luis Fernando Veríssimo

Ninguém é o que parece
ou o que aparece.
O essencial não há quem enxergue.
Todo mundo é só a ponta
do seu iceberg.

IDEAL
Luis Fernando Veríssimo

Poema
ideal
é o
que
de cima para baixo e
de baixo para cima
quer dizer o mesmo
como este que
quer dizer o mesmo
de baixo para cima
de cima para baixo e
que
é o
ideal
poema

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Presidência do Senado coloca Sarney no olho do furacão (XV)

Se no estudo de outros idiomas, como inglês ou espanhol, aprendemos sobre o "falso combinado" - expressão que parece igual em nosso lingua, mas não é... -, talvez tenhamos que importar essa "regra" para a política. É a melhor forma de entender a declaração de Lula sobre Sarney: "A presidência do Senado não é problema meu"...

Aparentemente o presidente Lula parece distanciar-se de Sarney, mas é só um "falso combinado". Isso se o combinado não for de verdade, com o perdão do trocadilho em piada numa situação tão séria.


Mas o fato é: pela primeira vez Lula perde uma em sua passagem pelo Planalto. Mesmo com seu apoio, Sarney já era. Como já disse aqui, a exposição negativa da velha oligarquia começa a se refletir em pesquisas locais, onde a candidatura à reeleição de sua filha - a governador biônica Roseana Sarney, pela primeira vez, patina abaixo dos dois digitos nas sondagens. Já é uma candidatura nati-morta, a ponto de setores da oposição maranhense já sonharem em dividir entre si as duas vagas do segundo turno...

Semana decisiva para o futuro de Sarney. De duas, uma: ou renuncia ou se cristaliza como um moribundo político. As duas possibilidades mostram sua fragilidade. Bom para a luta maranhense!

Blogue do Noblat
SARNEY PERDEU

Recomenda-se prudência com a informação vazada por gente do governo de que o senador José Sarney (PMDB-AP) admite renunciar à presidência do Senado.

Está abatido e preocupado com a saúde da mulher. Até pode ser. Mas entre dezembro último e janeiro, ele jurou três vezes a Lula que não seria candidato a presidente do Senado. E acabou sendo.

Quando começou a ser alvo de graves denúncias, Sarney jogou na mesa carta parecida. Ameaçou se licenciar do cargo. O governo entrou em pânico.

Marconi Perillo (PSDB-GO), o vice-presidente, assumiria o lugar de Sarney enquanto durasse a licença.

Lula detesta Perillo que o alertou sobre o mensalão antes do mensalão virar escândalo – e saiu por aí dizendo que o alertara.

Se Sarney renuncia, Perillo terá só 15 dias para comandar o processo de escolha do sucessor dele.

Ainda assim Lula prefere Sarney onde está, do jeito que está, a qualquer outro nome.

Na semana passada, provocado por repórteres e interessado em se livrar de perguntas sobre seu apoio a Sarney, Lula disse que nada tinha a ver com a crise do Senado.

Nada tinha a ver com a eleição de Sarney pelo Amapá para o Senado, muito menos para a presidência do Senado. No dia seguinte, voltou a defender Sarney.

Na verdade, Lula só quer ser deixado livre para tentar salvar o aliado.

Pouco se lhe dá que Sarney esteja coberto de lama da cabeça aos pés. E que caso sobreviva passe a funcionar como um pato manco na presidência do Senado.

Melhor para Lula governar com um presidente do Senado fraco e credor de sua ajuda.

O PMDB de Renan Calheiros jamais esquecerá que Lula socorreu Sarney no momento mais difícil da trajetória política dele. Lula terá reafirmado sua condição de parceiro confiável. A eleição de 2010 é logo ali.

A saúde de José Alencar, o vice-presidente, talvez o impeça no próximo ano de substituir Lula em suas ausências. Michel Temer (PMDB-SP), presidente da Câmara, não poderá fazê-lo a partir de abril porque é candidato a vice de Dilma Rousseff ou à reeleição.

A vez será do presidente do Senado. Ora, haverá algo que possa simbolizar mais fortemente o entendimento em curso entre PT e PMDB para a eleição de Dilma do que a figura de Sarney sentado na cadeira de Lula?

Seria um esplêndido fecho para a biografia do próprio Sarney.

Ele apanhou como cão vadio de Lula e de Fernando Collor durante a eleição presidencial de 1989 – a primeira pelo voto direto depois de 21 anos de ditadura militar.

Desceu a rampa do Palácio do Planalto certo de que seria vaiado – não foi. Havia legado a Collor, o presidente eleito, uma inflação mensal de 80%.

Vinte anos depois estaria de volta ao palácio e festejado por aqueles que o apedrejaram antes.

Em sua defesa, Sarney disse que a crise era do Senado, não dele. A afirmação ainda fazia algum sentido na época em que foi feita. Não faz mais.

No princípio, o que se viu foi a exposição das mazelas do Senado. Há outras escondidas. Mas de algum tempo para cá o que se vê é a devassa dos negócios da família Sarney e de um modo de fazer política que se apropria do público em benefício do privado.

Sarney virou a bola da vez. E por culpa dele e de mais ninguém.

Foi candidato a presidente do Senado imaginando livrar seu filho Fernando de investigações da Polícia Federal. O que fez Fernando em matéria de negócios suspeitos se voltou contra o pai.

Agora é o filho que pressiona Sarney a renunciar à presidência do Senado. Uma vez fora dali, calcula Fernando, ele, a família e o próprio Sarney serão deixados em sossego.

De fato, a mídia costuma esquecer os que caem. Prevalece o sentimento de que não se deve espezinhar quem caiu.

Resta saber o que pesará mais – se o orgulho de Sarney ou a conveniência da família.

O orgulho empurrará Sarney para uma guerra que já perdeu – mesmo que se mantenha na presidência do Senado, o que parece improvável. A conveniência o cobrirá de vergonha.


O Estado de São Paulo
Crise piora e senadores ameaçam boicotar Sarney até a renúncia

Na volta do recesso parlamentar, a partir de hoje, senadores vão pressionar para que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), deixe o cargo até quarta-feira pela manhã, antes da reunião do Conselho de Ética que analisará onze ações contra o parlamentar. Caso Sarney resista, entrará em cena um movimento de boicote nas sessões presididas por ele.

Amigo de Sarney, ex-ministro no seu governo e companheiro de Academia Brasileira de Letras (ABL), o senador Marco Maciel (DEM-PE) será um dos integrantes do grupo escalado para convencer o presidente do Senado a abrir mão do cargo. Maciel terá a missão de explicar a Sarney o risco de constrangimento que sofrerá em plenário se insistir em permanecer no comando do Senado.

Procurado ontem pelo Estado, Maciel confirmou as conversas com seus colegas, mas evitou qualquer previsão. Na avaliação dele, o dia decisivo para a crise será amanhã, quando a maioria dos parlamentares estará presente em Brasília.

"Conversei com alguns senadores, mas tudo informalmente", contou. "Não falei com o presidente Sarney. Nada se materializou ainda. Não tenho nada a declarar, é preciso sentir o clima até terça-feira."

Senadores contrários a Sarney articulam um boicote nas sessões em plenário caso ele fique na presidência e o Conselho de Ética arquive as cinco representações e seis denúncias protocoladas - referentes a nepotismo, envolvimento em atos secretos e desvio de recursos da Petrobrás pela Fundação José Sarney."

Não terá como fazer votação. O presidente Sarney vai perceber isso", disse Cristovam Buarque (PDT-DF). "Não é golpe. É um direito nosso de não ir às sessões. Um desconhecimento à autoridade do senador. Ele não tem mais condições de continuar." (leia mais aqui)


Jovem Pan
OPOSIÇÃO DÁ COMO CERTA RENUNCIA DE SARNEY

Ouça aqui

Folha On Line
Fundação Sarney é acusada de novo desvio

HUDSON CORRÊA
RODRIGO VARGAS

Documentos do Ministério Público Estadual apontam suposto desvio de dinheiro do governo do Maranhão pela Fundação José Sarney em 2004, quando a entidade recebeu R$ 960 mil do Estado.

A suspeita recai sobre uma empresa de instalação elétrica chamada Quintec que, segundo o Ministério Público, recebeu R$ 48,5 mil da fundação, ou seja, parte do dinheiro repassado pelo governo.

O endereço da Quintec é o da casa da pedagoga Conceição de Maria Martins Pereira, vice-presidente da Abom (Associação dos Amigos do Bom Menino das Mercês), entidade que tem o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), como "presidente de honra e perpétuo". Sarney também é presidente vitalício da fundação que leva seu nome e foi criada para abrigar o acervo da carreira política e pessoal dele, mas nega ter responsabilidade sobre ela.

Na casa em que funcionaria a Quintec, uma moradora informou que não há no local nenhuma empresa. Conceição não estava no local.

José Carlos Sousa Silva, presidente da Fundação José Sarney, não quis falar com a reportagem. Em nota divulgada nesta semana, ele negou irregularidade nas contas da entidade. (leia mais aqui)

Poesia de Quinta

Poesia de Quinta - Número 42
Por Deíla Maia

Pessoal

Às vezes algumas pessoas me perguntam, pedem indicações de sites de poesias.
A internet é muito pródiga em diversos sites, blogs, enfim.
Por hoje, eu indico o site abaixo, Mar de Poesias. Tem poesias de diversos autores, por ordem alfabética, é legal.

http://www.mardepoesias.com.br/poetas_consagrados.php

E de lá colhi esta poesia, de uma poeta portuguesa que eu aprecio bastante, Florbela Espanca.
Ela faz poesias bem rimadas, muitos sonetos. Suas poesias às vezes são um pouco tristes, mas estonteantemente belas.

Espero que gostem.

Beijos


Deíla


O MEU IMPOSSÍVEL
Florbela Espanca

Minh`alma ardente é uma fogueira acesa,
É um brasido enorme a crepitar!
Ânsia de procurar sem encontrar
A chama onde queimar uma incerteza!

Tudo é vago e incompleto! E o que mais pesa
É nada ser perfeito. É deslumbrar
A noite tormentosa até cegar,
E tudo ser em vão! Deus, que tristeza!...

Aos meus irmãos na dor já disse tudo
E não me compreenderam!... Vão e mudo
Foi tudo o que entendi e o que pressinto...

Mas se eu pudesse a mágoa que em mim chora
Contar, não a chorava como agora,
Irmãos, não a sentia como a sinto!...