quarta-feira, 29 de julho de 2009

Família, família...

Essa encontrei no blogue A VELHA DEBAIXO DA CAMA (acesse aqui).

Muito boa. Valeu, Velha!

Estudantes reforçam MST em ocupação de fazenda de juiz flagrado em trabalho escravo

O DCE da UEMA em Imperatriz reforça a ação do Movimento Sem Terra (MST) que ocupou a fazenda do juiz Marcelo Baldochi, flagrado em prática de trabalho escravo em sua fazenda no município de Bom Jardim.

Fazendas do município de Bom Jardim são presença costumeira na lista suja do trabalho escravo. Confira aqui.

Enquanto o Tribunal de Justiça do Maranhão usou mão de ferro sobre o juiz Jorge Moreno, no caso de Baldochi ele tem passado a mão macia sobre sua cabeça...

A ação do MST é corretíssima e merece apoio de todos comprometidos com o combate ao trabalho escravo e a reforma agrária pra valer. No Governo do Estado da governadora biônica Roseana Sarney, a Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo (COETRAE) praticamente foi extinta. Não se tem notícia de reunião da mesma no atual governo.

Se ia mal das pernas antes, sob direção do PCdoB (primeiro com Salvio Dino, depois com Eurico Fernandes, na secretaria de Direitos Humanos e presidência da COETRAE), quando tinha poucos instrumentos para dar respostas às demandas do movimento social, no governo de proveta, ela inexiste!

Cabe o exemplo dos estudantes da UEMA aos demais movimentos. Caravanas de solidariedade aos sem-terras da fazenda seria uma boa iniciativa.

Abaixo, a nota do DCE/UEMA:

Nota do DCE da UEMA/CESI, de Imperatriz, em apoio aos Trabalhadores Rurais Sem Terra que ocupam a Fazenda Por do Sol

O Diretório Central dos Estudantes, órgão maximo de representação estudantil da Universidade Estadual do Maranhão, Centro de Estudos Superiores de Imperatriz, vem a publico prestar total apoio aos movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, que ocupam desde o dia 25 do corrente mês, a Fazenda Por do Sol, no município de Bom Jardim próximo a reserva Gurupi no Estado do Maranhão.

A fazenda é de propriedade do Juiz Marcelo Testa Baldochi, recentemente incriminado por uma reportagem feita pelo programa da TV Globo – Fantástico, que denunciava o envolvimento do Juiz com o trabalho escravo na região. Segundo os depoimentos da matéria feita pelos trabalhadores Baldochi ainda extraia madeira de forma ilegal, causando crime ambiental, e através de um sistema de servidão por dividas, mantinha vários “peões” na fazenda, entre eles um rapaz de 15 anos.

Existe ainda uma denuncia do próprio Ministério Publico com base no relatório de fiscais do Ministério do Trabalho, dando conta de que em fiscalização realizada em setembro de 2007 na fazenda Por do Sol encontravam-se trabalhadores em situação degradante.

O DCE UEMA/CESI retifica seu repudio a esse tipo de membro da sociedade, que por ser um magistrado deveria proteger os menos favorecidos ao invés de explorá-los, e presta apoio total e irrestrito a ocupação feita pelo MST nas terras do senhor Marcelo Baldochi. Que estas sirvam agora para a Reforma Agrária, que respeite o Meio Ambiente e produza para alimentar nosso povo.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Miriam Leitão pode ser a próxima colunista a ser sacada de O Estado do Maranhão


A considerar o procedimento tomado com relação ao colunista Elio Gaspari, Mirian Leitão deve ser a próxima jornalista a ser expulsa das páginas do jornal da família Sarney, O Estado do Maranhão.

Gaspari deixou as páginas dominicais de O Estado após duro texto em que criticou Fernando Sarney. Pelo texto abaixo (deve ter doído lá do outro lado da ponte! Coitado do editor de Economia...), Miriam Leitão deve ser a próxima. Como dissemos antes, daqui a pouco O Estado do Maranhão não terá mais colunistas nacionais a publicar para a seus leitores!


Anormal profundo
PanoramaEconômico - Por Mirian Leitão
Na página 06 - Economia, de O Estado do MA (24.07.2009)


Parece pequeno. Afinal, o que é um emprego no meio de tanto desvio? O que é mais um ato secreto no meio de tantos baixados por tanto tempo? O que é mais uma ajuda de Agaciel Maia, que ajudou tanto os senadores que o nomearam e o mantiveram na Casa? O que é uma filha pedindo um favor a seu pai, que transfere o pedido para o avô da jovem, que quer apenas um emprego para o namorado?

Tudo parece normal e pequeno, e é um exemplo exato do velho vício brasileiro que tem piorado nos últimos tempos. Maria Beatriz Sarney acha normal dizer: “Pai, meu irmão saiu do Senado, dá para o Henrique (namorado dela) entrar no lugar dele?”

A pergunta revela que uma jovem chamada Beatriz, da elite brasileira, acha que o país tem que dar um emprego público a seu namorado, sem concurso, através do tráfico de influências.

A tragédia brasileira poderia terminar aí, se o pai, Fernando Sarney, dissesse: — Não, minha filha, o que é isso? Cargo público se consegue por concurso, por mérito.

Mas Fernando não surpreende. Nem a filha, nem o país. “Podemos trabalhar isso sim”, diz ele. E mais adiante: “Vou falar com Agaciel.”

Agaciel é o mesmo dos escândalos passados. É o mesmo que foi posto no cargo por José Sarney. Este também não surpreende: “Já falei com Agaciel, pede o Bernardo para falar com ele.” Bernardo é o rapaz que está saindo do cargo. Irmão de Beatriz, neta de José Sarney, que nomeou Agaciel.

Filha e pai têm conversas no dia seguinte. Seria bom, se a jovem dissesse: — Pai, pensei esta noite, que absurdo eu pedi ontem! É uso da máquina pública como se ela pertencesse à nossa família.

Se ela tivesse dito isso, havia esperança de que uma nova geração da mesma família tivesse valores novos. Infelizmente, ela insiste, acha normal que se o irmão saiu da vaga, que ela seja dada ao seu namorado. Vai ao avô com o pedido. Ele poderia ter dito, para melhorar sua biografia: — O que é isso, minha neta? Isso não se faz!

Mas ele reclama que ela demorou a tratar do assunto. Falasse antes para “eu agilizar”.
Os telefonemas e transações continuam. Fernando Sarney liga para o ajudante de ordens do pai para explicar a questão e diz uma frase emblemática: “O irmão está saindo, é uma vaga que podia ser nossa.” O país ficou sabendo assim que existem vagas “deles”, capitanias, que vão do irmão da Beatriz para o namorado da Beatriz.

Em outro diálogo, o outro filho de Fernando Sarney, João Fernando, mostra como eles ocupam essa capitania. Ele trabalha em outra vaga familiar, no gabinete do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA), amigo de José Sarney. João Fernando se diverte. Conta ao pai um fato inusitado. O senador, seu chefe, o chamou. “Eu pensei que era coisa séria.” E era para vê-lo porque ele nunca vai lá. Todos acham normal. Pai, filho, senador Cafeteira, que um jovem se abolete num cargo público e não compareça ao local de trabalho. “Chamei para te ver”, disse o senador Cafeteira.
Voltando ao caso de Henrique, o que precisava ocupar o cargo do irmão da namorada, neta de José Sarney. O ajudante de ordens diz que o senador Sarney falará com Agaciel Maia, o diretor do Senado. Fernando, então, fala com o pai. José Sarney reclama de novo dos prazos: “Mas ele (Bernardo, irmão da Beatriz) entrou logo com um pedido de demissão...” O que o avô não gostou é dessa pressa de sair antes que o cargo ficasse garantido com a família. E promete falar com Agaciel. Fernando, seu filho, responde: “É só isso aí, é isso que eu queria. Que tu desse uma palavrinha com ele (Agaciel). Se tu der, resolve.” E resolveu. O cargo foi dado ao namorado da Beatriz, em ato secreto.

Nesses diálogos obtidos pelo “Estado de S. Paulo” está desnuda uma faceta da política brasileira. Um velho vício do Brasil, agravado: a família em questão é rica, muito rica. O avô, patriarca do clã, está inclusive esfriando a cabeça numa ilha particular. Poderia pendurar quem quisesse nos muitos negócios da família: Henrique, Bernardo, Beatriz, João Fernando. Aliás, os prósperos negócios familiares estão nas mãos do pai de Beatriz, sogro de Henrique. Por que não ocorre a ninguém isso?

Ainda haveria uma esperança, se após o diálogo divulgado, o presidente do Senado repetisse a frase que disse diante de Tancredo morto: “Serei maior que eu mesmo.” E encerrasse toda aquela conversa de mais uma vez tratar os bens públicos como parte de suas muitas propriedades. Fosse maior do que tem sido, por décadas.

Mas não há esperança. Os diálogos eram aqueles mesmos. Lá da sua ilha, o patriarca desculpa a todos: “Foram conversas de pai e filho.” São sempre assim então as conversas de pai e filho? O senador sem voto Wellington Salgado (PMDB-MG), conhecido por abonar qualquer mau comportamento, diz que é tudo normal. É político ocupando “espaço disponível”. Espaço para ele não é no sentido figurado, é físico mesmo: é emprego para a parentela. O advogado da família diz que o crime é divulgar a conversa. “É diálogo de natureza política”, entende o ministro da Justiça, Tarso Genro.

Tudo parece normal. E é um instantâneo do anormal profundo com o qual o país tem convivido.

PARA SARNEY O INFERNO SÃO OS OUTROS

Por Haroldo Saboia

Há poucos dias, neste espaço, afirmei que:

“Sarney não permanecerá à frente do Congresso Nacional. Ou renuncia ou será destituído da Presidência do Senado Federal.
Nem mesmo o apoio público do Presidente Lula - a contragosto ou de bom grado, seja lá como for – será suficiente para mantê-lo no cargo.” (O Maranhão e seu futuro, JP, 10.07.2009).

Hoje o quadro mudou, consideravelmente.

Não é mais a Presidência do Senado o objeto de discussão e sim seu mandato.

SARNEY PARECE NÃO PERCEBER QUE, PELO DESENROLAR DOS FATOS, EM BREVE NEM MESMO A RENÚNCIA DA PRESIDÊNCIA O LIVRARÁ DA CASSAÇÃO DO MANDATO.

CARACTERIZADA A FALTA DE DECORO NO EXERCÍCIO DE SUAS ATIVIDADES PARLAMENTARES É O PRÓPRIO MANDATO DE SARNEY (PELO EX-TERRITÓRIO DO AMAPÁ) QUE JÁ ESTÁ SENDO QUESTIONADO.

Esquece que as formalidades de um processo de destituição da presidência pouco diferem daquelas de cassação de mandato por falta de decoro parlamentar.

E todos sabem que dois terços dos membros do Senado terão seus mandatos renovados nas eleições do próximo ano. E a base do Governo - que a muque ainda segura Sarney - é composta por 45 (quarenta e cinco) senadores dos quais 37 (trinta e sete), em fim de mandato, estarão submetidos ao julgamento popular nas urnas de 2010.

São desses seus pares e da Nação inteira que Sarney desdenha.

Sim, da Nação inteira. Afinal, todas as redes nacionais de televisão revelaram não apenas a intimidade de membros da oligarquia maranhense como - o mais estarrecedor - a intimidade do clã com a coisa pública.

O desdém, o pouco caso, de Sarney advém de seu viés autoritário que é, diga-se de passagem, bem mais forte e acentuado que seu arraigado espírito patrimonialista. Embora suas incursões pelo espaço e pela coisa pública sejam quase como um sestro, um tique, uma compulsão. Tais ações somente podem ser produzidas e reproduzidas sob o manto protetor da impunidade e da repressão.

Não surpreendem, portanto, os comentários, veiculados nesta quinta feira, segundo os quais, impassível a qualquer repulsa da sociedade, Sarney - longe de colocar-se na defensiva - insiste em responsabilizar setores do Governo Lula (em especial, o Ministério da Justiça conduzido por Tarso Genro) pelo “vazamento” das notícias que dão conta de ações delituosas suficientes para indiciar seu filho Fernando e uma dúzia e meia de comparsas.

Ora, o que o Sr. José Sarney está a exigir, para si e para os seus, do governo e do Estado brasileiros nem o Presidente Lula nem qualquer instituição podem assegurar: a mais absoluta impunidade, algo que só a violência das ditaduras permite.

Relembro o artigo “Terror no Senado”:

“Não há hipótese de permanência de José Sarney na Presidência do Congresso Nacional sem a institucionalização do terror, da caças às bruxas, do aniquilamento da resistência ética e democrática no Senado Federal.
Patrono da nomeação como Diretor-Geral do Sr. Agaciel Maia, há catorze anos, ao exercer o primeiro de três mandatos como Presidente da Casa, Sarney é o responsável político pelos atos de seu mais graduado funcionário de confiança.” (JP, 03.07.2009)

O que as gravações divulgadas revelam é um Sarney não apenas na qualidade de superior hierárquico de Agaciel Maia como, igualmente, responsável direto pelos seus atos administrativos.

De Sarney emanavam as ordens executadas pelo diretor geral mesmo quando a presidência da casa era ocupada por outro senador.

Resta, por outro lado, perguntar até quando Sarney continuará colocando o Presidente, seu governo e sua bancada de apoio no Senado contra a parede, exigindo uma blindagem cada vez mais cara do ponto de vista ético, político e eleitoral?

Quando será que o presidente Lula, a ministra-candidata Dilma e a direção do PT compreenderão que a presença de Sarney no palanque da disputa presidencial de 2010 será fator de enfraquecimento e de debilidade de qualquer candidatura, por mais forte que seja no ponto de partida?

Que não esperem nenhum gesto de grandeza de Sarney, figura medíocre cevada no regime militar, que não encontra limite para suas ambições.

Nos dias de hoje, oportunas as palavras do dramaturgo francês.

Na redoma do seu clã e no aconchego de sua fortuna, PARA SARNEY O INFERNO SÃO OS OUTROS.

Poesia de Quinta

Poesia de Quinta - Número 42
Por Deíla Maia

Pessoal,

A Poesia de Quinta de hoje quase não sai: estou doente e meu computador de casa deu problemas...

Mas não resisti e vim aqui uns minutinhos ver meus emails e mandar uma gotinha poética a todos.

Obrigada pelo apoio e carinho de todos que têm me ligado, mandado mensagens... Puxa, até "Rádio Alegria" eu recebi hoje de manhã, de um amigo querido e me emocionei. Quando a gente adoece assim, vê o quanto se é querido. Ainda bem!!!!

E a Poesia de Quinta vai para minha amigOona!!!!! Querida, sei que vc está perto de mim, no coração.

Obrigada mesmo a todos!!!!!

Deíla


SERENATA
Cecília Meireles

" ... Permita que eu feche os meus olhos,
pois é muito longe e tão tarde!
Pensei que era apenas demora,
e cantando pus-me a esperar-te.
Permite que agora emudeça:
que me conforme em ser sozinha.
Há uma doce luz no silencio,
e a dor é de origem divina.
Permite que eu volte o meu rosto
para um céu maior que este mundo,
e aprenda a ser dócil no sonho
como as estrelas no seu rumo ... "

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Presidência do Senado coloca Sarney no olho do furacão (XIV)



Que dirá Sarney agora? Que a voz não era dele?

Do Planalto, certamente monitorado por pesquisas, já se tem sinais que o preço de sustentar Sarney está sendo alto demais... O Lulismo, que a cada dia que passa vai asfixiando o petismo (o abraço com Collor matou um dos maiores símbolos do PT, a campanha de 1989!), parece não ter mais como suportar a defesa do presidente do Senado. O silêncio começa a ser mais ensurdecedor.

Renato Machado, no Bom Dia Brasil de hoje (veja abaixo) - só falta dizer: alguém tome às ruas! Mas da UNE atrelada ao PCdoB, o seu novo presidente (da UJS/PCdoB, eleito semana passada no 51º Congresso), prevalece a orientação dos Comitê Central de Aldo Rebelo, Inácio Arruda e, pelo silêncio de quem cala consente, Flávio Dino: a UNE não bate em Sarney, muito menos vai às ruas em defesa da moralidade no Senado.

Sarney a cada dia mais morimbundo, a presidência do Senado já não lhe serve muito. O indiciamento de Fernando Sarney pela Polícia Federal revela a fragilidade crescente do velho oligarca.

Imaginem o estrago que esses escândalos não estão fazendo Maranhão adentro. Desta vez, não tem como a Mirante cortar o sinal ou a Cemar cortar o fornecimento de energia. De suas parabólicas ou direto da Globo em São Paulo, os canais do interior maranhense assistem à derrocada do velho Sarney: nunca vimos isso antes na história do Maranhão recente! Com certeza, cresce a massa crítica ao Sarneismo também no interior do estado.

Só por isso, a presidência do Senado já valeu a pena para o povo maranhense!


Bom Dia Brasil
Novos trechos de gravações ligam Sarney a atos secretos
A pressão aumentou com as novas denúncias. Senadores da oposição voltaram a pedir o afastamento de Sarney da presidência do Senado

Tudo isso está acontecendo em pleno recesso que, segundo muitos políticos, ajudaria a esfriar a crise. Esqueceram de combinar com os fatos. As gravações foram feitas em março e abril do ano passado durante uma investigação sobre Fernando Sarney, filho de José Sarney.

A nomeação de Henrique Dias Bernardes para um cargo no Senado não teria chamado atenção, se a Polícia Federal não estivesse investigando Fernando Sarney, filho do presidente do Senado. As gravações, autorizadas pela Justiça, foram divulgadas pelo jornal “O estado de São Paulo”.

Nas conversas, Maria Beatriz Sarney, neta de José Sarney, pede ao pai um emprego para o namorado.
- Maria Beatriz Sarney: Pai, deixa eu te perguntar uma coisa. Meu irmão saiu do Senado, né? Vai sair a exoneração dele amanhã. Aí você acha que dá pro Henrique entrar na vaga dele ou não?
- Fernando Sarney: Dá sim, mas amanhã de manhã cedo tu tem que me ligar, pra eu falar com o Agaciel. Fernando Sarney diz que acionou o então diretor-geral do Senado Agaciel Maia.
- Maria Beatriz Sarney: Pai?
- Fernando Sarney: E aí, meu bem? Já falei com o Agaciel. Peça ao Bernardo pra procurar o Agaciel e eu vou falar com o papai ou eu mesmo com o Garibaldi amanhã aí em Brasília, quando eu for, amanhã ou depois, pessoalmente, que é o único jeito de resolver. E aí se for o caso, pra ele já levar tudo do Henrique, já dizer: "a pessoa que o Fernando quer botar é essa aqui".

Em outra conversa, Beatriz conta que ligou para o avô.
- Maria Beatriz Sarney: Falei com o vovô, né?
- Fernando Sarney: Sim.
- Maria Beatriz Sarney: Aí ele falou assim: "ah, mas você tinha que ter falado antes, pra eu já agilizar".

Em outro trecho, Fernando Sarney conversa com um assessor de José Sarney sobre o pedido.
- Fernando Sarney: O irmão da Bia, quando papai era presidente do Senado, eu arrumei emprego pra ele lá.
- Assessor: sei.
- Fernando Sarney: Ele agora está saindo, eu liguei pro Agaciel pra ver a possibilidade de botar o namorado da Bia lá. Porque me ajuda, viu, é uma forma e tal de dar uma força para mim. E o irmão tá saindo, é uma vaga que podia ser nossa. O senador diz ao filho que vai ajudar.
- José Sarney: Olha, você não tinha me falado o negócio da Bia.
- Fernando Sarney: Ela falou comigo sexta-feira.
- José Sarney: Mas ele (Bernardo) entrou logo com o pedido de demissão, agora pra...
- Fernando Sarney: Eu falei com o Agaciel.
- José Sarney: Já falou com o Agaciel?
- Fernando Sarney: Falei, falei. Pedi pro Agaciel segurar com ele. Agaciel tá com os dois currículos na mão dele, tá com tudo lá.
- José Sarney: Tá bom. Eu vou falar com ele.
- Fernando Sarney: Pra prevenir. É só isso aí, o que eu queria. Que desse uma palavrinha com ele.

O presidente do Senado, na época, era Garibaldi Alves (PMDB-RN). A nomeação foi confirmada por ato secreto. Garibaldi disse que não ficou sabendo da negociação: “Não tinha conhecimento da nomeação. Tenho conhecimento, agora, que essa nomeação não foi assinada por mim, foi assinada pelo diretor-geral e não foi publicada”.

Em outra conversa gravada pela Polícia Federal, João Fernando, também filho de Fernando Sarney, conta em tom de deboche que foi chamado ao gabinete do senador Epitácio Cafeteira. Ele era funcionário, mas não teria o costume de comparecer.
- João Fernando: Fui lá achando que era alguma coisa importante. Aí cheguei lá e ele falou: "Não, pô, eu só queria te ver. Teu pai perguntou se você tava trabalhando e eu tinha que te ver pra falar pra ele”.
- Fernando Sarney: Ah, então tá certo. Ele tá tomando conta de ti aí... Senadores de oposição consideraram grave o que as gravações revelaram e voltaram a falar em afastamento do presidente Sarney.

“A crise só vai ter solução com a saída dele da presidência”, disse o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (PSDB-AM). “Com o presidente da Casa no exercício da função, as investigações e sindicâncias terão sempre a suspeita de que terão sido investigações sob tutela”, ponderou o líder do Democratas, senador Agripino Maia (DEM-RN). (assista aqui)

Ricardo Noblat
Sarney está irritado com o governo. E culpa Tarso

Vocês pensam que o senador José Sarney (PMDB-AP) está na defensiva?
Que nada!
Mandou um duro recado para Lula.
Está irritado com o ministro Tarso Genro, da Justiça, que poderia ter controlado melhor a Polícia Federal e impedido que vazasse gravações que o comprometem - e a sua família.
Desconfia que o governo faz jogo duplo: ao mesmo tempo que o defende, o sacrifica.
Lula respondeu que Tarso não teve culpa. Que a polícia não tem culpa. E que ele, Sarney, não deve se preocupar. Continuará blindado pelo governo.


Mirian Leitão
Diálogos da família Sarney não são nada normais

É assustador. Nada que nós ouvimos nesse diálogo é normal. Se os políticos estão aceitando como normal, eles estão errados. Um político deve ocupar espaço, mas para influir nas políticas públicas, e não para dependurar parentes de geração em geração nos cargos públicos.A frase dita pelo empresário Fernando Sarney, de que “a vaga podia ser nossa” é um flagrante do pior lado da política brasileira. Uma doença chamada patrimonialismo, que significa tratar o bem público como se fosse propriedade privada, como se pertencesse pessoalmente ao político e à sua família.
Essa confusão entre o público e o privado é histórica. Vem do Brasil Colônia. Mas ficou mais escancarada nesta base parlamentar. É um vício que se mantém, e, pior, que está se agravando nos últimos anos.

O enorme risco que o país corre com esta atitude de determinados políticos que se acostumarem, de acharem que faz parte da cena, o desvio, o mau comportamento, é que a população começa a se afastar dos políticos. Começa a achar que não vale a pena manter a instituição do Congresso.
Contra esse sentimento é preciso lutar. Se você acha que nada disso é normal, você é que está certo. Na Inglaterra, por fatos assim, e até menos graves, houve queda do presidente do Parlamento, perda de mandato de representantes, que agora estão enfrentando a Justiça.


Cristiana Lobo
A fragilidade de Sarney


A já difícil situação de José Sarney no comando do Senado ficou ainda mais delicada com a divulgação pelo jornal O Estado de S. Paulo do áudio de conversas familiares onde o assunto era a nomeação do namorado da neta dele para um cargo de confiança na presidência do Senado - o que foi feito por um ato secreto. Ainda assim, Sarney não dá indicações de que tomará qualquer providência - seja o afastamento temporário ou definitivo da presidência do Senado.
Antes do recesso parlamentar, Sarney vinha evitando presidir as sessões do Senado para não ouvir de colegas pedidos para que se afastasse - como, aliás, fez o senador Pedro Simon que pediu sua renúncia. Para alguns senadores, o noticiário indica que o constrangimento vai persistir e que outros devem repetir Simon. Cristovam Buarque (PDT-DF) já anunciou hoje que vai subscrever pedidos de afastamento dele da presidência.
Até o presidente Lula que vinha publicamente defendendo José Sarney, em conversas reservadas reconhece que, do ponto de vista da política, agiu certo ao sair em defesa do aliado. Mas já admitiu que “paga preço alto” por isso.
Amigos de Sarney no PMDB não esquecem a conta que é feita pelo senador Romero Jucá indicando que ele tem o apoio de 45 senadores da base. Só que 37 destes vão disputar a eleição do ano que vem - e isso os deixa mais sujeitos à pressão da opinião pública - que, conforme pesquisas internas, tem recriminado Sarney.
Assim como é difícil para os políticos falar mal de Lula é muito difícil também falar bem de Sarney

Mais Gravações no Estadão
Gravação da PF mostra Fernando como operador da família Sarney
Único dos três filhos a não entrar oficialmente para o mundo da política, ele se mostra eficiente articulador

As gravações feitas pela Polícia Federal no âmbito da Operação Boi Barrica - com autorização judicial - revelam o empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), como operador atuante nos negócios e também na política. Um dos alvos preferidos dele, revelam os diálogos, é o setor elétrico - nos telefonemas, interlocutores como o diretor da Eletrobrás, Astrogildo Quental, e o assessor do ministro Edison Lobão (Minas e Energia) Antonio Carlos Lima, o Pipoca.

Responsável pelo dia a dia das empresas do clã Sarney no Maranhão, Fernando, avesso aos holofotes e único dos três filhos de Marly e José Sarney a não entrar oficialmente para o mundo da política, se mostra um eficiente articulador, sempre preocupado com dinheiro e com os interesses da família no setor público. Apontado pela Polícia Federal como chefe de uma organização criminosa com tentáculos sobre órgãos do governo federal comandados por apadrinhados do pai, Fernando esbanja poder.

Nas interceptações da Boi Barrica, é personagem de muitas conversas cifradas, pontuadas por suspeitas. Num diálogo gravado pela polícia em 26 de março de 2008, por exemplo, Fernando e o irmão deputado Zequinha Sarney (PV-MA) falam sobre uma transação pendente no Maranhão.

"Aquele assunto, Fernando, lá do Maranhão, é 900 mil, não tem nada de 5 milhões, não", diz Zequinha. "O negócio é quente."

"Então é tudo procedimento. Procede tudo, né?", pergunta Fernando.

O deputado responde: "Procede, mas não da maneira que tu falaste. Não era assim também não. Era nota fria."

Com o irmão, a quem chama de Zecão, Fernando também falava frequentemente sobre pesquisas eleitorais e a cobertura política dos veículos da família, no Maranhão.

Os contatos de Fernando, que por dia costumava atender e efetuar uma média de 150 chamadas em seu celular, se concentram entre o Maranhão e Brasília. Há dezenas de ligações, por exemplo, para Astrogildo Quental - até hoje diretor financeiro da Eletrobrás, por indicação de Sarney.

Nas conversas com Astrogildo, seu colega de faculdade, Fernando fala pouco. No máximo, sobre indicações para postos na estatal. "Vou ver se eu consigo com o Lobão, em Brasília, semana que vem", diz ele ao amigo, chamado de Astrinho, sobre um pleito do grupo no Ministério de Minas e Energia, comandado por Edison Lobão, outro indicado de Sarney. A dupla Fernando-Astrogildo prefere conversar pessoalmente. Há várias ligações para marcar reuniões.

Em outro diálogo a que o Estado teve acesso, Fernando é contatado pelo ex-senador Maguito Vilela, à época vice-presidente do Banco do Brasil. Também nesse caso, a conversa não se estende ao telefone. Maguito queria falar pessoalmente com Fernando. "Precisava falar com você na quarta-feira", diz ele. "Tenho estado muito com seu pai", observa Maguito, alçado ao cargo no Banco do Brasil pelo PMDB de Sarney.

''CENTRAL''
Fernando funciona como uma central de solução de problemas de todo tipo. Costuma ser acionado com frequência pelos auxiliares de seu pai no Senado. Em outro diálogo interceptado pela PF, quem liga para ele é Aluísio Mendes Filho, ajudante de ordens de Sarney e hoje na Subsecretaria de Inteligência do governo do Maranhão. Aluísio passa o telefone para Fernando César Mesquita, outro assessor de Sarney no Senado.

"O cara que é vice-presidente do Eike, o Paulo Monteiro, tá aí no Maranhão. Ele vai te procurar aí pra falar um negócio aí sobre esse problema da usina deles", diz Mesquita. "Diga a ele pra me ligar", responde Fernando. O Grupo EBX, de Eike Batista, estava às voltas, à época, com problemas na Justiça para instalação de uma usina termoelétrica nas imediações do Porto de Itaqui, no Maranhão. Ao Estado, Mesquita disse que apenas intermediou o contato entre o representante da EBX e Fernando. "Eu conheço tanto o pessoal do Eike quanto o Fernando. Eles estão construindo uma termoelétrica no Maranhão e queriam um contato de relações públicas com o Fernando. Foi isso", afirmou.

Fernando também aparece em conversas com Pipoca - assessor de Lobão cuja mulher é dona de empresa de fachada que recebeu parte do dinheiro repassado pela Petrobrás à Fundação José Sarney. Numa das conversas, Pipoca reclama de mal-entendido envolvendo "coisas" que tinham conversado sobre a Eletrobrás.

Fernando o consola. "Eu luto pra te botar no melhor dos mundos, Pipoca." Nos diálogos, Fernando trata com igual desenvoltura e dedicação desde assuntos de negócios e nomeações no serviço público até assuntos mais comezinhos.

Num dos diálogos, ele e um assessor de Sarney tratam de convites para a filha, Ana Clara, assistir à "missa do papa". Procurado, o empresário não atendeu às ligações ontem. Em nota, seu advogado, Eduardo Ferrão, reagiu à divulgação, pelo Estado, das gravações feitas pela PF.

A nota diz que as conversas são "estritamente privadas, sem qualquer conotação de ilicitudes". As conversas revelaram a mobilização da família para empregar no Senado o namorado de uma neta de Sarney. A nomeação saiu via ato secreto. O próprio Sarney foi gravado pela PF. Os diálogos revelaram sua relação com o ex-diretor do Senado Agaciel Maia nos favores a parentes e agregados, algo que o senador vinha negando.
"Trata-se da divulgação mutilada de trechos de longas conversas telefônicas mantidas entre familiares", escreveu o advogado de Fernando. O Estado publicou as gravações na íntegra, sem nenhuma alteração

OUÇA OS DIÁLOGOS:

Diálogo 1 (26/3/2008 - 18h40min27s): Fernando Sarney e irmão falam sobre "négocio quente" no MA

Diálogo 2 (26/3/2008 - 18h46min13s): Fernando Sarney recebe telefonema de Maguito Vilela

Diálogo 3 (25/3/2008 - 13h44min20s): Fernando Sarney fala sobre indicação no Ministério das Minas e Energia

Diálogo 4 (28/3/2008 - 19h26min14s): Fernando e José Sarney conversam sobre Operação Boi Barrica


Dora Kramer
Capitania hereditária

Agora não falta mais nada: está provado que o presidente do Senado, José Sarney, mentiu ao negar a existência de atos secretos, que descumpriu a Constituição no tocante à prática do nepotismo e que foi o mandante de pelos menos parte dos ilícitos imputados ao ex-diretor Agaciel Maia.

Se o Senado, o Conselho de Ética, a tropa de choque, presidente Luiz Inácio da Silva e agregados ainda assim continuarem sustentando que Sarney é vítima de uma conspiração e sua permanência na Casa deve ser defendida, é porque estão dispostos a daqui em diante serem tratados como cúmplices.Não que isso lhes renda algum prejuízo imediato, mas só por uma questão de nitidez de procedimentos e de respeito aos fatos.

O primeiro e mais eloquente deles remete a uma declaração do já diretor-geral afastado do cargo, avisando que não poderia nem admitiria ser responsabilizado sozinho pela edição de decisões administrativas validadas ao arrepio do preceito constitucional da publicidade.

"Ninguém pode dizer que não sabia", afirmou Agaciel há pouco mais de um mês. No dia 13 de junho, três depois de o Estado revelar a existência dos atos, coincidentemente no mesmo dia 10 em que o ex-diretor casou a filha numa cerimônia à qual compareceram três ex-presidentes da Casa: Renan Calheiros, Garibaldi Alves e, no altar como padrinho, José Sarney.

As denúncias sobre os desmandos já eram divulgadas havia quatro meses e, havia dois Agaciel estava afastado do posto. Ainda assim, aos senadores não ocorreu a inadequação das presenças que confirmavam os laços de intimidade com o funcionário de conduta já condenada. Bem como os organizadores da festa não atinaram para a impropriedade do fundo musical com a trilha sonora do filme O Poderoso Chefão. Descuido de quem não deve? Não, descaso de quem não teme a lei por acreditá-la forte apenas para as pessoas comuns.

As gravações dos diálogos entre o filho do senador, o empresário Fernando Sarney, a filha dele, Maria Beatriz, e o patriarca da família - obtidas com autorização judicial pela Polícia Federal durante uma investigação de tráfico de influência tendo Fernando Sarney como principal alvo - valem por um compêndio em matéria de malversação de poder político. Mas não revelam só a total sem-cerimônia de uma família no tocante ao uso privado do bem público. Não deixam a menor dúvida a respeito dos modos e meios de atuação do presidente do Senado e a forma pela qual formou seus descendentes dentro do mesmo conceito.

Não é o único? Não, mas é a síntese.Em meio às conversas em que um avô, um filho e uma neta consideram-se donos de um feudo no Senado Federal, uma frase de Agaciel Maia é definitiva:

"Fernando, isso daí só você conversando com o presidente (Garibaldi Alves) ou com seu pai, eu não tenho autonomia."

Referia-se ao pedido que lhe fazia Fernando para "segurar" para o namorado da filha a vaga antes ocupada pelo filho. O empresário, por sua vez, atendia ao apelo da moça que, conforme lhe ensinara a família, achou que o posto pertencia ao clã.

Estava certa. Dias depois, mediante "uma palavrinha" do avô, o rapaz estava devidamente empregado. De qualificações, funções, tarefas a serem exercidas, de nada disso se tratou nos telefonemas.

Ao contrário. Numa outra gravação, esta reproduzindo diálogo entre Fernando Sarney e o filho João Fernando, o que se registra é a zombaria de ambos pelo fato de o rapaz ter sido chamado ao gabinete empregador, do senador Epitácio Cafeteira, para ele dar uma olhada no funcionário. Nas conversas sobre emprego, só interessa quem deveria falar com quem para fazer de alguém o beneficiário da "colocação". E, como informou o diretor-geral, para isso seu poder era restrito. Decisões dessa ordem cabem ao chefe.Ou chefes, pois as quatro palavras fatais - "eu não tenho autonomia" - de Agaciel Maia deixaram bem claro que quaisquer nomeações relativas a senadores eram liberadas mediante autorização superior.

Além da responsabilidade específica de José Sarney, fica estabelecido também o nexo entre as ações do ex-diretor geral e as decisões dos senadores que ficam, assim, sob suspeição passível de investigação para que se possa iniciar o tão reclamado trabalho de separação do joio do trigo. Isso na otimista hipótese de existir tal divisão.


Jovem Pan
Garibaldi Alves diz que Sarney deve se explicar
Senador falou à JP que o Conselho de Ética não é isento para julgar o presidente do Senado

O senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) falou a Anchieta Filho sobre as novas denúncias contra o presidente do Senado, José Sarney. Em uma das conversas entre Fernando Sarney e sua filha, Maria Beatriz Sarney, divulgadas nesta quarta-feira, há uma citação do nome de Garibaldi.

O senador fez questão de ressaltar que, em momento algum durante sua gestão à frente do Senado, foi procurado por Fernando Sarney para tratar da nomeação de pessoas ligadas à família Sarney.

“O ato de nomeação não foi publicado e não está assinado por mim, mas pelo diretor geral. Não fui eu que assinei o ato, não fui procurado. Na verdade, eu não tinha conhecimento desse assunto”, disse, se defendendo. Para ele, a situação do presidente José Sarney é difícil.

Ele vai ter que prestar todos os esclarecimentos, terá que se defender dessas acusações e ver realmente se tem condições e autoridade política para continuar presidindo o Senado”, ressaltou.

O senador Arthur Virgílio apresentou a quarta representação contra Sarney no Conselho de Ética, que deve analisar todos esses processos na volta do recesso parlamentar. Mas Garibaldi não acredita na isenção do órgão para julgar o presidente do Senado.
“Eu não acredito muito na instância do Conselho de Ética, pelo fato da sua composição, que prevalece a presença de parlamentares ligados ao presidente Sarney, ao governo. Então, não há muita isenção para isso. Não vejo como fórum mais adequado”, lamentou (ouça aqui)



CBN - Lucia Hipólito
O crime de formação de família dos Sarney


UOl e JP On line
Novos diálogos revelam atuação de família Sarney no Judiciário
Novos diálogos divulgados nesta quinta-feira (23) indicam influência da família Sarney no Judiciário. As gravações foram feitas durante a Operação Boi Barrica, da Polícia Federal e reveladas pelo jornal "Estado de S.Paulo". Ontem, grampos mostraram ligações diretas entre o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e ação de nepotismo na Casa, evidenciando sua proximidade com o ex-diretor-geral Agaciel Maia.

Nos novos trechos divulgados, José Sarney sugere ao filho Fernando que ele converse com um "amigo", para conseguir ter acesso aos autos de um processo e o andamento de um dos recursos apresentados pelos advogados da família ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Os diálogos também evidenciam o papel do empresário Fernando Sarney como operador de interesses da família. De acordo com a reportagem, um dos alvos de Fernando é o setor elétrico. As conversas mostram o filho do presidente do Senado falando sobre indicação no Ministério das Minas e Energia. Nomeação de namoradoEm um dos diálogos divulgados ontem, Fernando Sarney afirma à filha, Maria Beatriz Sarney, que mandou Agaciel Maia reservar uma vaga para o namorado dela, Henrique Dias Bernardes. Ainda segundo a gravação, Sarney se compromete a falar com Agaciel para confirmar a nomeação. Bernardes foi nomeado oito dias depois, por ato secreto.
Ontem, a Diretoria Geral da Casa informou que o servidor será demitido. O advogado de Fernando Sarney afirmou, em nota, que as gravações "não revelam a prática de qualquer ato ilícito". (confira aqui)

quarta-feira, 22 de julho de 2009

GRAVAÇÕES LIGAM SARNEY A AGACIEL, revela Estadão



O Estado de São Paulo traz em sua edição de hoje os diálogos capturados pela Polícia Federal na operação Boi Barrica. Ligam, em definitivo, Sarney a Agaciel, a atos secretos e a um mundo de coisas que Sarney diz não saber (como, por exemplo, articular um concessão de TV para a Mirante em Estreito), que não tinha visto, que não era com ele...


Uma sequencia de diálogos gravados pela Polícia Federal com autorização judicial, durante a Operação Boi Barrica, revela a prática de nepotismo explícito pela família Sarney no Senado e amarra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), ao ex-diretor-geral Agaciel Maia na prestação de favores concedidos por meio de atos secretos. Em uma das conversas, o empresário Fernando Sarney, filho do parlamentar, diz à filha, Maria Beatriz Sarney, que mandou Agaciel reservar uma vaga para o namorado dela, Henrique Dias Bernardes.

Ouça a seguir os diálogos que ligam Sarney a atos secretos e a favores de Agaciel:











sábado, 18 de julho de 2009

Dora Kramer: A CRISE NÃO VIAJA

N´O Estado de São Paulo de hoje. Acesse aqui.

"Quando o então presidente da República José Sarney se afastava do País costumava-se dizer que "a crise viajou". Se a memória não falha, quem disse pela primeira vez a frase foi o então senador Fernando Henrique Cardoso.

Mas, agora, com Sarney na presidência do Senado, passe ele suas férias na ilha de Curupu ou no exterior, a crise não viajará nem arrefecerá. Bobagem imaginar que duas semanas de recesso do Congresso tenham o poder de amenizar uma situação que, em cinco meses, não fez outra coisa além de se agravar.

Ao presidente do Senado apetece considerar que a crise é resultado de "uma campanha pessoal do jornal O Estado de S. Paulo" que obrigou "outros jornais e televisão a repercuti-la".

A despeito da fidalguia do senador de atribuir ao Estado um poder de influência grande o bastante para arrastar atrás de si a concorrência; não obstante a descortesia de imputar aos demais veículos de comunicação nacionais e internacionais traços de indigência e carência de discernimento, sua avaliação do caso é tão certeira quanto o foi na análise que balizou sua decisão de ascender pela terceira vez à presidência do Senado.

Na "prestação de contas" do primeiro semestre de mandato apresentada ontem para um plenário pleno de cinco senadores, o presidente da Casa falou uma verdade: "Infelizmente, avaliei mal."

Lamentavelmente, foi a única dita em sua inteireza. No restante do discurso, Sarney variou entre a mentira, a meia-verdade e as tergiversações habitualmente de plantão.

O cotejo entre os fatos, seus atos, seu discurso de posse e sua prestação de contas o demonstra.

Ontem afirmou ter sido candidato quase obrigado. "Fui convocado e aceitei minha candidatura para servir ao País.

"No fim do ano passado, quando o amigo Marcos Vilaça ainda tentava demovê-lo da empreitada e convencê-lo a disputar a presidência da Academia Brasileira de Letras - um fecho de biografia muito mais seguro que o comando do conturbado Senado -, Sarney aludiu a razões familiares e concluiu: "O destino me leva à política."

Numa nova conversa com o amigo, em março último, deu-lhe razão, mostrou-se arrependido da escolha e aventou a hipótese de renúncia antes do término do mandato, ao completar 80 anos de idade, em abril de 2010.

Foram razões políticas e não deveres cívicos que fizeram Sarney atender aos apelos do PMDB - interessado no comando do Congresso todo -, ao DEM - empenhado em impedir que o PT ocupasse o cargo - e interpretasse como incentivo a estratégica neutralidade do presidente Luiz Inácio da Silva em relação à candidatura do correligionário Tião Viana.

Segue a prestação de contas de ontem com o presidente do Senado afirmando que em seu discurso de posse enfatizou "a necessidade de fazermos uma reforma administrativa" para fazer frente aos "sérios problemas que precisavam ser enfrentados".

No discurso de posse, Sarney não só não enfatizou como sequer citou reforma alguma. Só depois de lido o pronunciamento escrito é que anunciou de improviso o corte de 10% nas despesas.

Um mero factoide (no dia seguinte, manchete dos jornais) diante da enormidade das mazelas depois reveladas.

Naquele discurso, aliás, Sarney dizia que acima de tudo estava a "independência, a autonomia e a dignidade da Casa". Seria esse o seu lema, ainda que ao sacrifício dos "deveres de amizade, deveres políticos ou partidários".

A submissão ao Palácio do Planalto e a invocação de todos os deveres há cinco meses negados testemunham a quebra do compromisso assumido.

"As circunstâncias", disse ele ontem, transformaram a "reforma" em "pretensa crise de desmoralização do Senado" e inviabilizaram "a discussão dos grandes temas do nosso momento político".

Quais sejam, as medidas provisórias, as reformas política e tributária e a crise econômica mundial. Para esta última, Sarney nomeou uma comissão de notáveis, cuja única função seria imprimir majestade ao início do seu mandato, pois concretamente não haveria nada que pudesse propor. Como, de resto, não o fez e o mundo ainda assim se acalmou.

Sobre as MPs, sua única atitude foi dar ao Palácio do Planalto na companhia do presidente da Câmara, para saber de que forma seria mais conveniente ao presidente da República se conduzir o assunto no Congresso.

A respeito das reformas política e tributária, atribuir o fracasso à crise é retirar da leniência do Executivo e da indiferença do próprio Legislativo suas inestimáveis contribuições.

Mas, segundo as contas prestadas pelo presidente do Senado, a adversidade não o impediu "de tomar as medidas necessárias para a modernização" da Casa, o "saneamento dos graves problemas de natureza ética e legal que foram revelados" - na maioria, pela "campanha pessoal do jornal O Estado de S. Paulo".

Assegurou não ter titubeado em agir. E citou, uma a uma, as decisões tomadas sob intensa pressão. Entre as quais se inclui o afastamento de Agaciel Maia, ora em gozo de licença-prêmio.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

EDUARDO GALEANO: OS MAPAS DA ALMA NÃO TÊM FRONTEIRAS


Por Haroldo Saboia

Por ocasião da Cúpula das Américas, realizado em Trinidad e Tobago, país caribenho, o presidente Hugo Chaves brindou o chefe de estado norte-americano Barack Obama com exemplar do livro, escrito em 1978, “AS VEIAS ABERTAS DA AMERICA LATINA”, de autoria do jornalista uruguaio Eduardo Galeano.

José Sarney não se conteve e, raivoso, logo revelou sua verdadeira face de político de direita, conservador e autoritário. Em seu artigo semanal na Folha de São Paulo, de 24 de abril, Sarney colocou à mostra suas patas e garras ideológicas e se referiu ao gesto como:

-“... factóide criado por Chávez no oferecimento de um livro de 1971, um velho panfleto antiamericano...”

A ousadia de Chavez ao presentear Obama com uma obra que narra todo o longo processo de exploração da AL pelo império norte-americano constitui verdadeira lição a todos (em especial no nosso Maranhão de hoje) que resistem em entender que “NÃO SE CONSTRÓI O NOVO SEM SUPERAR O PASSADO; E NÃO SE SUPERA O PASSADO ESQUECENDO-O” como lembrou o Correio da Cidadania, de l5 de junho, ao comentar o episódio.

Em homenagem aos leitores do JP, transcrevo este comovente texto (divulgado pela Agência CARTA MAIOR) de 9 de julho; são palavras de Galeano, ao ser condecorado com a Ordem de Maio, da República Argentina, intituladas OS MAPAS DA ALMA NÃO TÊM FRONTEIRAS:

“Permitam-me agradecer esta premiação que estou recebendo, que para mim é um símbolo da terceira margem do rio. Nesta terceira margem, nascida do encontro das outras duas, florescem e se multiplicam, juntas, nossas melhores energias, que nos salvam do rancor, da mesquinhez, da inveja e de outros venenos que abundam no mercado.
Aqui estamos, pois, na terceira margem do rio, argentinos e uruguaios, uruguaios e argentinos, rendendo homenagem a nossa vida compartilhada, e, portanto, estamos celebrando o sentido comunitário da vida, que é a expressão mais íntima do sentido comum.
Ao fim e ao cabo, e perdão por ir tão longe, para um ponto onde a história ainda não se chamava assim, lá no remoto tempo das cavernas, como se viraram para sobreviver aqueles indefesos, inúteis, desamparados avôs da humanidade? Talvez tenham sobrevivido, contra toda evidência, porque foram capazes de compartilhar a comida e souberam defender-se juntos. E se passaram os anos, milhares e milhares de anos, e vemos que o mundo raramente recorda essa lição de sentido comum, a mais elementar de todas e a que mais nos faz falta hoje.

Eu tive a sorte de viver em Buenos Aires, nos anos 70. Cheguei corrido pela ditadura militar uruguaia e acabei saindo corrido pela ditadura militar Argentina. Não saí: me saíram. Mas nestes anos comprovei, uma vez mais, que aquela lição pré histórica de sentido comum não havia sido esquecida de todo. A energia solidária crescia e cresce ao vai e vem das ondas que nos levam e nos trazem, argentinos que vêm e vão, uruguaios que vamos e viemos. E no tempo das ditaduras, soubemos compartilhar a comida e soubemos defender-nos juntos, e ninguém se sentia herói nem mártir por dar abrigo aos perseguidos que cruzavam o rio, indo para lá ou vindo de lá.

A solidariedade era, e segue sendo, um assunto de sentido comum e, portanto, era, e segue sendo, a coisa mais natural do mundo. Talvez por isso sua energia, sempre viva, foi mais viva do que nunca nos anos do terror, alimentada pelas proibições que queriam mata-la. Como o bom touro de lida, a solidariedade cresce no castigo.

E quero dar um testemunho pessoal de meu exílio na Argentina.

Quero render homenagem a uma aventura chamada Crise, uma revista cultural que alguns escritores e artistas fundaram com o generoso apoio de Federico Vogelius, onde eu pude aportar algo do muito que me havia ensinado Carlos Quijano, em meus tempos do semanário Marcha.

A revista Crise tinha um nome um tanto deprimente, mas era uma jubilosa celebração da cultura vivida como comunhão coletiva, uma festa do vínculo humano encarnado na palavra compartilhada. Queríamos compartilhar a palavra, como se fosse pão.

Nós, sobreviventes daquela experiência criadora, que morreu afogada pela ditadura militar, seguimos acreditando no que acreditávamos então.

Acreditávamos, acreditamos, que para não ser mudo é preciso começar por não ser surdo, e que o ponto de partida de uma cultura solidária está na boca daqueles que fazem cultura sem saber que a fazem, anônimos conquistadores dos sóis que as noites escondem, e eles, e elas, são também aqueles que fazem história sem saber que a fazem. Porque a cultura, quando é verdadeira, cresce desde o pé, como alguma vez cantou Alfredo Zitarrosa, e desde o pé cresce a história. A única coisa que se faz desde cima são os poços.

A ditadura militar acabou com a revista e exterminou muitas outras expressões de fecundidade social. Os fabricantes de poços castigaram o imperdoável pecado do vínculo, a solidariedade cometida em suas múltiplas formas possíveis, e a máquina da separação continuou trabalhando a serviço de uma tradição colonial, imposta pelos impérios que nos dividiram para reinar e que nos obrigam a aceitar a solidão como destino.

À primeira vista, o mundo parece uma multidão de solidões amontoadas, todos contra todos, salve-se quem puder; mas o sentido comum, o sentido comunitário, é um bichinho duro de matar. A esperança ainda tem quem a espere, alentada pelas vozes que ressoam desde nossa origem comum e nossos assombrosos espaços de encontro.

Eu não conheço felicidade maior que a alegria de reconhecer-me nos demais. Talvez essa seja, para mim, a única imortalidade digna de fé. Reconhecer-me nos demais, reconhecer-me em minha pátria e em meu tempo, e também me reconhecer em mulheres e homens que são meus compatriotas, nascidos em outras terras, e reconhecer-me em mulheres e homens que são meus contemporâneos, vividos em outros tempos.

Os mapas da alma não têm fronteiras.”



Tradução: Katarina Peixoto
(*) Palavras proferidas em Montevidéu, dia 9 de julho, quando Galeano foi condecorado com a Ordem de Maio, da República Argentina.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Poesia de Quinta

Poesia de Quinta - Número 41
Por Deíla Maia

Pessoal,

A Poesia de Quinta de hoje é incendiária, polêmica, do jeito que eu gosto. Traz uma poesia de MAHMOUD DARWISH, considerado por muitos o maior poeta da Palestina.

Ele nasceu em 1942 e morreu há pouco tempo, em 09 de agosto de 2008. Nascido próximo à Galiléia, ele teve seu vilarejo arrasado pelas forças israelenses, na guerra de 1948 e teve que se refugiar por um ano no Líbano. Quando seus familiares voltaram para suas terras, tudo estava transformado em uma colônia agrícola israelense.

A poesia dele reflete bem a dor, o exílio, o orgulho árabe. Bem interessante. Conseguiu refletir muito bem suas experiências por meio dos seus poemas. Gosto de poesias assim: verdadeiras, reais, vivas... Um retrato poético da vida!!!

A Poesia de Quinta de hoje vai especialmente dedicada ao Eduardo, este eterno defensor da causa palestina (e dos sem-teto, sem-terra, sem sem...) rsrsrsrsrs, que me introduziu nesta exótica e bela poesia.

Beijos de paz!!!!!

Deíla


CONFISSÃO DE UM TERRORISTA!
Mahmoud Darwich

Ocuparam minha pátria
Expulsaram meu povo
Anularam minha identidade
E me chamaram de terrorista

Confiscaram minha propriedade
Arrancaram meu pomar
Demoliram minha casa
E me chamaram de terrorista

Legislaram leis fascistas
Praticaram odiada apartheid
Destruíram, dividiram, humilharam
E me chamaram de terrorista

Assassinaram minhas alegrias,
Seqüestraram minhas esperanças,
Algemaram meus sonhos,
Quando recusei todas as barbáries

Eles... mataram um terrorista!

terça-feira, 14 de julho de 2009

NESTA QUARTA, PASSEATA VIRTUAL DO FORA SARNEY!




Como diz Marcelo Tas, pensa de forma "analógica", e não "digital", quem não compreende o poder de mobilização das novas mídias, especialmente às pertinentes à rede mundial de computadores.

Se a juventude, até os anos 90, ia às ruas em massa, "Fora Collor" por exemplo, agora ela caminha fortemente pelas infovias.

Em 1992, o Fora Collor tinha a UNE, a CUT, o PT e lideranças oposicionistas sérias dando oxigênio às movimentações de rua.

Em 2009, neste Fora Sarney, UNE, CUT e maioria do PT estão amordaçados pela governabilidade conservadora imposta por Lula. A primeira, controlada pelo PCdoB; a segunda, sob hegemonia da tendência cujo presidente defendeu a volta de Delúbio "mensalão" Soares ao partido; O último, sob pressão de Lula. As lideranças sérias de ontem estão, hoje, na tribuna do Senado e de seus blogues defendendo o Sarney, salvo raras exceções.

A Conlutas, controlada por Psol e PSTU, ainda é incipiente, em termos de organização, para colocar uma massa nas ruas. E, além do mais, boa parte de seus membros ainda raciocina "analogicamente"...

Nesse cenário pouco incentivador de mobilização social da juventude, ainda assim eclode com força o twitter e os blogues. Acham pouco?

Essa é opinião pública livre. E erra - ou age de má fé - quem a considera opinião publiCADA. Estamos diante da ascenção de uma nova forma de exercício da democracia participativa: o que pode vir a ser uma democracia direta digital! Salve a internet!

E a usemos antes que o capital a submeta a sua lógica, como fez com o rádio quando ele surgiu e encantou Bertold Brecht, que via nele um formidável instrumento de fazer avançar a democracia.

Todos à passeata virtual do #fora sarney!!!.


PASSEATA VIRTUAL #forasarney

Quando:
Quarta-feira (dia 15), das 15 h às 16h horas - horário de Brasília;

Local:
Em toda a rede mundial de computadores (internet)

Ponto de partida:
Seu terminal de computador, telefone celular, PDA, etc, ou seja, qualquer aparelho que possa enviar uma mensagem de e-mail, SMS, Twitter, etc, direto pro Congresso ou nos endereços diretos dos parlamentares.

Ponto de chegada:
Congresso Nacional, através da caixa de mensagens de nossos “representantes” lá. Ou seja, endereços de e-mail, twitters, caixas postais de telefone, etc…



Como vai funcionar:
Na quarta, principalmente no intervalo das 15 às 16 horas, você que tem um blog e/ou site na internet deverá estampar, de forma bem visível em seu blog/site, um “banner” ou selo com a mensagem “#forasarney”, conforme abaixo.


Ação direta:
No período das 15h às 16h poste em seu Twitter, várias mensagens incluindo o termo #forasarney pedindo a seus seguidores (“followers”) para “retuitá-las”(RT), ou seja, para simplesmente repostá-las com as iniciais “RT” à frente, mantendo sempre a tag #forasarney, visando a multiplicar a mensagem pela rede.


Durante esse mesmo intervalo de horário, envie, também, emails e SMS com a mensagem “Fora Sarney! #forasarney” para os nossos Senadores

segunda-feira, 13 de julho de 2009

A FUNDAÇÃO DE JOSÉ SARNEY


A Fundação da Memória Republicana teve seu nome alterado para Fundação José Sarney... mas, para o presidente do Senado, não é de responsabilidade administrativa dele essa alteração.

A Fundação José Sarney tem um estatuto que fala em José Sarney 12 vezes. E, no artigo 19 do capítulo 5, registra que ela possui um "presidente vitalício": José Sarney. Se ele morrer, a presidência é de Marly Sarney, sua esposa. Se ela morre, fica com Roseana ou Fernando ou Sarney Filho. Sem nenhum deles, fica com os netos. Enfim, a fundação é dos Sarneys! Mas o senador amapo-maranhense não tem "nenhuma responsabilidade administrativa" sobre a fundação...

O estatuto coloca ainda que o fundador da entidade, entre várias outras funções, possui a de assumir responsabilidades financeiras. Sarney, no entanto, deve entender que responsabilidade financeira é uma coisa; administrativa, outra. Por isso, ele se justifica dizendo que não é dele qualquer responsabilidade administrativa.

A Fundação tem um membro fundador que possui poder de veto sobre qualquer decisão de seu Conselho Curador. Ou seja, sem a anuência e vontade dele, nada acontece. Adivinha de quem é esse poder de veto? Dele mesmo, do "Jota Esse"! Poder de veto dele junto a um conselho que tem entre seus membros a filha, o filho, o genro e dois muy amigos! Pelo visto, para Sarney, não dá pra confiar nem na sombra.

Pelo estatuto, compete a Sarney presidir reuniões do conselho curador, orientar atividades e representá-la em juízo. Mas o velho oligarca não se sente com qualquer responsabilidade administrativa sobre a Fundação que leva seu próprio nome.

O Conselho Fiscal da Fundação José Sarney é composto de três membros: um é assessor de ministro indicado por ele para o Governo Federal; outro é seu assessor na presidência do Senado; o terceiro é também amigo dele. Mas Sarney não tem qualquer responsabilidade administrativa sobre a Fundação, rebateu de própria voz, sentado na cadeira da presidência do Senado Federal.

O presidente em exercício da Fundação só o é por procuração do "dono de fato" da fundação, o próprio senador de Curupu. Mas ele não tem qualquer responsabilidade administrativa sobre a Fundação...

Todas essas informações estão no estatuto da entidade registrado em cartório; em livro de tiragem esgotada, do jornalista Emílio Azevedo, que expõe o "Caso do Convento das Mercês"; nas páginas do Jornal Pequeno em diversas matérias; e, agora, é de conhecimento da opinião pública nacional pelas páginas do jornal O Estado de São Paulo e outros veículos nacionais de comunicação.

Um conjunto de evidências, fatos e provas que desmontam a afirmação de José Sarney, ao plenário do Senado Federal, para justificar que nada tinha a ver, nada sabia dos desvios de dinheiro para empresas fantasmas e de sua família de recursos de R$ 1,3 milhão (um milhão e trezentos mil reais) da Petrobras a sua Fundação José Sarney para projeto de digitalização de acervo que nunca saiu do papel...

Um mentira, para defender-se de uma maracutaia, e 81 senadores enganados.

Até quando senadores e senadoras engolirão a seco as mentiras do velho coronel? Na internet, nas ruas, nas páginas do jornais, a opinião pública já deu o seu recado. Depois de até contas secretas no exterior (e esse é outro mega-escândalo!), parece faltar pouco para afundar o barco de Sarney. Ou vai ele, ou se vão os 54 senadores que disputarão eleições do ano que vem. Porque a credibilidade da instituição Senado, com a permanência de Sarney na presidência, já se foi!

sexta-feira, 10 de julho de 2009

O MARANHÃO E SEU FUTURO

Por Haroldo Saboia

Celso Furtado – o paraibano que, como poucos brasileiros, soube entender a lógica (1) do subdesenvolvimento do Nordeste, (2) do crescimento desigual das diferentes regiões do nosso país e (3) da relação de subordinação entre os países periféricos (ditos do terceiro mundo) e os mais ricos (das economias centrais do “primeiro mundo”) – em O LONGO AMANHECER, escrito em 1999, um de seus últimos estudos sobre a nossa realidade, afirmou:

“Em nenhum momento de nossa história foi tão grande a distancia entre o que somos e o que esperávamos ser”

Seu entendimento, antes de revelar uma visão pessimista, refletia uma percepção aguda e uma tomada de posição corajosa em um momento em que prevaleciam, quase como pensamento único, as teses neoliberais. Teses que nortearam o desmonte de importantes instrumentos de ação do Estado, empresas e organismos públicos, além de transferir para a iniciativa privada (nacional e estrangeira) parcela incomensurável do patrimônio público nacional.

Tal como Furtado, penso que poderíamos afirmar que em nenhum momento de sua história foi tão grande a distância entre o Maranhão, hoje, e o Maranhão pelo qual sonhávamos.

O “golpe de Estado pela via judiciária” que afastou o governador eleito Jackson Lago e, no tapetão, permitiu que a candidata derrotada nas urnas assumisse o governo, modifica completamente o quadro político no Estado e exige de todos que fazem oposição à oligarquia Sarney maturidade, coragem e sabedoria para a disputa de 2010.

É verdade que, sem base popular, os sarneys perderam a força eleitoral e política que mantiveram, mesmo em contínuo enfraquecimento, por quatro décadas no Estado. Sobrevivem graças a um verdadeiro círculo vicioso de poder: o controle do governo estadual, do poder local e de uma forte bancada no Senado e na Câmara Federal lhes permitiu uma decisiva influência no Governo Federal e, em conseqüência, as rédeas dos cargos federais no Maranhão e as indicações que o pacto federativo garante a cada Estado na repartição do poder central (ministérios e organismos federais e regionais).

Essa lógica levou Sarney a quebrar lanças pela reconquista da Presidência do Senado, sem a qual não teria reconquistado o governo estadual para a filha Roseana nem permitido que o filho Fernando continuasse a operar seus negócios, com desenvoltura pouco comum a qualquer cidadão em liberdade graças a um providencial salvo conduto.

Toda essa ardilosa construção parece ruir. E efetivamente os sinais da debacle são visíveis.

Sarney não permanecerá à frente do Congresso Nacional. Sarney ou renuncia ou será destituído da Presidência do Senado Federal.

Nem mesmo o apoio público do Presidente Lula - a contragosto ou de bom grado, seja lá como for – será suficiente para mantê-lo no cargo.

Um escândalo, dia após dia. No momento em que a grande imprensa dá sinais de recuar logo em seguida, pressionados talvez pela grande força da mídia alternativa, ela volta com maiores evidências de incompatibilidade absoluta entre as exigências da opinião pública por uma moralização do Senado e a permanência de Sarney em sua direção.

Ontem mesmo a imprensa divulgou nova nota da bancada do PT no Senado em Casa.

Fica claro, transparente, que por maior que seja o desejo dos senadores petistas em atender aos apelos e às exigências de presidente Lula, a realidade - o murmurinho das ruas - cala mais forte na consciência de muitos deles. Notáveis as indagações dos senadores Marina da Silva e Tião Viana: em que o presidente Lula está contribuindo para o fortalecimento do poder legislativo e o soerguimento ético do Senado Federal ao defender a permanência de José Sarney?

Eles parecem lembrar velha lição de um filósofo italiano, retomada por um dramaturgo espanhol, há séculos:

AO REI TUDO. MENOS A HONRA!

Lição que está na memória popular. Quem não se lembra do antigo provérbio “quem muito se abaixa, o fundilho aparece”?

Em 2010, ano eleitoral, dois terços do Senado será renovado pelo voto popular.

O Maranhão terá, assim, a oportunidade de derrotar a governadora de proveta, de quatro votos, e eleger dois de seus três senadores. Além de toda a bancada de deputados federais e estaduais.

Às oposições, o grande desafio de retomar a caminhada interrompida. Sem acomodações e sem espertezas. Até porque outro velho provérbio tem sido muito lembrado: esperteza quando é demais acaba engolindo o esperto.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Poesia de Quinta

Poesia de Quinta - Número 40
Por Deíla Maia

Pessoal,

Estou vivendo um momento tão lindo na minha vida, que não consegui pensar em outro poeta que não o meu predileto, que já foi alvo de várias Poesias de Quinta, o meu querido Fernando Pessoa, desta vez através do heterônimo de Alberto Caeiro.


Tenho certeza que vocês irão gostar. Esta poesia é muito linda e reflete bem este meu momento.

Beijos
Deíla


O AMOR É UMA COMPANHIA
Alberto Caeiro

O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.

Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.

terça-feira, 7 de julho de 2009

FORA SARNEY A TODO VAPOR: o que surpreende é ausência do PSol-Maranhão na campanha...

Ecos das Lutas recebe duas agendas, um abaixo-assinado e uma corrente na internet do movimento Fora Sarney. Repassamos aos leitores/as:


MANIFESTAÇÕES E PROTESTOS EM BRASILIA E SÃO PAULO!

Em Brasília, na quarta-feira (08/07) às 18 horas, em frente ao Congresso Nacional.
Em São Paulo, será no sábado (11/07) às 14 horas, em frente ao MASP, na avenida Paulista.

Mobilizações de ruas que vêm sendo organizadas pelo movimento FORA SARNEY, que não desiste, apesar da estratégia Lula-salva-Sarney.


PSOL-Maranhão

Se no Pará se vê o senador José Nery nas ruas coletando abaixo-assinados pela CPI da Máfia do Senado, nas Alagoas é a vereadora Heloísa Helena e, no Rio, o deputado Chico Alencar. O PSOL tomou pra si a campanha de rua pela FORA SARNEY.

O que surpreende é o PSOL maranhense. A aguerrida militância da Conlutas ainda não deu as caras na campanha Fora Sarney, por que será?


ABAIXO-ASSINADO NA INTERNET

O abaixo-assinado pelo Fora Sarney na internet está no http://www.apoiopopular.org/?page_id=20. Vá lá e assine.

Para os emails de Lula, de Sarney e do lider do PT no Senado, sugere-se também enviar mensagens com "Fora Sarney". Os correios eletrônicos são:

Liderança do PT: mercadante@senador.gov.br
Presidência e Vice do Senado: sarney@senador.gov.br e marconi.perillo@senador.gov.br
Presidência da República: protocolo@planalto.gov.br

Para copiar tudo de uma vez e ficar mais fácil colar:
mercadante@senador.gov.br, sarney@senador.gov.br, marconi.perillo@senador.gov.br, protocolo@planalto.gov.br

domingo, 5 de julho de 2009

Cinema de Domingo

Aproveitando o domigão, o blogue pesca do "Fora Sarney" algumas sugestões para cinéfilos internautas.

Assista:

"A queda do bigodão": http://www.youtube.com/watch?v=n7uBejqQJlc

"Funk do Sarney (Eu num sei o que é ato secreto)": http://www.youtube.com/watch?v=_6DL5ixHykY

sábado, 4 de julho de 2009

PT do Maranhão defende o Fora Sarney!

O Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores divulgou ontem à noite uma nota de repúdio contra os escândalos no Senado, sob a forma de um manifesto contra a manutenção de José Sarney (PMDB-AP) na presidência do Senado. Os petistas, durante o dia, reuniram-se na sede da Assembléia Legislativa, no Sítio Rangedor, para discutir sobre a conjuntura política, as eleições de 2010 e a eleição interna do partido através do PED (Processo de Eleição Direta), que ocorrerá em novembro.

Ao final da reunião, o PT/MA aprovou uma resolução de repúdio aos escândalos do Senado, com uma nota em que condena as práticas políticas de Sarney, alicerçadas no nepotismo, no clientelismo e no uso privado da coisa pública. Eis a íntegra da nota:

“O Diretório Estadual do PT do Maranhão, reunido no auditório da Assembléia Legislativa do Maranhão, aprova a seguinte resolução:

1. O Partidos dos Trabalhadores do Maranhão sempre se posicionou contra a oligarquia Sarney.

2. O PT, sempre que pôde, demonstrou ao País que a prática política do velho oligarca José Sarney se alicerçava no nepotismo, no clientelismo e no uso privado da coisa pública.

3. Felizmente, o Brasil agora também toma conhecimento do verdadeiro político José Sarney. De seu estilo que chantageia o presidente Lula para se manter à frente da Presidência do Senado, mesmo diante de tantos escândalos, nomeação de parentes, mordomos e “atos secretos”. Apegar-se ao poder em benefício próprio é única lógica que Sarney reconhece na prática da política.

4. O Senado Federal não pode ficar refém das práticas do atraso. Reformar-se é preciso. E é condição preliminar o afastamento do senador José Sarney da presidência da casa. A governabilidade do Governo Federal, a viabilização da candidatura Dilma-presidente, o enfrentamento à CPI da Petrobras não pode depender e se sustentar na permanência de José Sarney na presidência do Senado.

5. O PT-MA solidariza-se com a maioria da bancada de senadores do partido, reforça a posição dos cidadãos e cidadãs do País e, especialmente dos maranhenses, que nas praças, nas ruas, no twitter e blogs da internet, também exigem a moralização do Senado e constroem o Movimento Fora Sarney. Incentiva a todos os movimentos sociais e de juventude a também se manifestar. O destino de um governo e de um Parlamento, o futuro do País, não pode ficar sob as chantagens de um velho oligarca.

6. Em defesa da República, da ética, da transparência e moralização do Senado Federal, FORA SARNEY!”

(Jornal Pequeno - 04/07/2009)

sexta-feira, 3 de julho de 2009

SARNEY TENTA IMPOR TERROR AO SENADO

Por Haroldo Saboia

Não há hipótese de permanência de José Sarney na Presidência do Congresso Nacional sem a institucionalização do terror, da caça às bruxas, do aniquilamento da resistência ética e democrática no Senado Federal.

Patrono da nomeação como Diretor-Geral do Sr. Agaciel Maia, há catorze anos, ao exercer o primeiro de três mandatos como Presidente da Casa, Sarney é o responsável político pelos atos de seu mais graduado funcionário de confiança.

Atos que constituem verdadeira afronta à opinião pública nacional e que têm como mais grave efeito a descrença popular na representação política, no processo democrático. Se os setores mais conscientes da sociedade são tomados por fortes sentimentos de indignação, por outro lado parcelas da população reagem com a indiferença resultante do fenômeno da banalização do mal.

Neste contexto, o não afastamento de Sarney expressaria antes de tudo o triunfo dos mais grosseiros aos mais requintados métodos de ameaças e chantagens utilizados pelo senador do Amapá contra o Presidente Lula e o PT, contra as lideranças dos mais diferentes partidos e todo o conjunto de senadores.

Sarney quando acena com sua renúncia ao cargo não o faz em respeito ao sentimento da Nação e, sim, como manobra suja e surrada, tola tentativa de assustar o PT e o Presidente Lula com o espantalho do PSDB na Presidência da Mesa.

Ora, todos sabem que em face da renúncia do Presidente, o primeiro-vice (senador tucano Marconi Perillo) regimentalmente assume apenas em caráter provisório, sendo obrigado a convocar nova eleição para o resto do mandato da Presidência.

Surpreende a reação do Presidente Lula, no episódio. Parece capturado pelo súbito maniqueísmo de Sarney, para quem a referência político-ideológica (direita, esquerda) nunca teve valor nenhum.

Para o ex-presidente da Arena e da PDS (caricaturas partidárias que sustentaram a ditadura militar), os partidos somente “valem o quanto pesam” na aritmética do poder: não esqueçamos que há dois meses Sarney tudo fez para conquistar o apoio tanto do PSDB como dos DEMOS-PFL (que obteve) contra o candidato do PT, Tião Viana.

Não é a primeira vez que a astúcia de Sarney supera o apuradíssimo faro político de Lula.
Em fevereiro, sua eleição à Presidência do Senado da República resultou de um movimento de articulação dos setores mais fisiológicos e conservadores do Parlamento e da sociedade.

Sarney, então – e por várias vezes defendi este ponto de vista neste espaço – impôs seu nome e venceu, contra o PT e contra Lula.

Ao negar sua candidatura reiteradas vezes; ao driblar Lula outras tantas (adiando sucessivamente, por motivos os mais prosaicos, audiências marcadas com o Presidente), Sarney assistiu com arrogante indiferença ao lançamento da candidatura do Tião Viana. É que tinha consciência tanto da superioridade numérica de sua candidatura em relação à do senador petista como – o que constitui o dado mais importante – da reação pragmática de Lula face a qualquer resultado daquela disputa.

Sarney ganhou e, como previa, ganhou e levou Lula pelo laço..., pelo laço do pragmatismo do Presidente.

Mas nem Lula nem Sarney, por mais fortes que se imaginassem, não conseguiram abafar o mau cheiro que anos de corrupção fizeram exalar, não dos porões, mas dos gabinetes da alta hierarquia dos membros e da burocracia do Senado.

Também não conseguiram convencer a opinião pública ou neutralizar o sentimento da sociedade.
Lula não tem a mínima noção do desgaste político que está acumulando com esse seu apoio para-ético a Sarney.

Melhor faria se ouvisse as sábias palavras de Millor Fernandes, em janeiro de 1988, quando Sarney usou e abusou de todos os expedientes, dos mais espúrios, para arrancar um quinto ano de mandato da Constituinte.

Eis Millor Fernandes ao comentar o livro de Sarney “BREJAL DOS GUAJÁS”:

-“Fiquei estarrecido. Não se pode confiar o destino de um povo, sobretudo neste momento especialmente difícil, a um homem que escreve isso.
(...) Não escrevi imediatamente sobre o livro por uma questão de... piedade. Mas agora, depois da jogada de gigantesca corrupção em que, como medíocre ditador, troca a esperança de 140 milhões de brasileiras e brasileiros por mais um ano de sua gloríola regada a jerimum, começo uma pequena análise dessa ópera de 50 páginas.
Esclareço logo que não se trata de um caso de má, ou até mesmo péssima, literatura, de uma opinião malévola ou discutível.
Em qualquer país civilizado BREJAL DOS GUAJAS seria motivo de IMPEACHMENT.”

Fora Sarney! Impeachment nele!

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Poesia de Quinta

Poesia de Quinta - Número 39
Por Deíla Maia

Pessoal,

O Poesia de Quinta de hoje será com uma poesia de um juiz maranhense WELITON CARVALHO, que lançou um livro muito bonito em 2006, que se chama Tempo em conserva.

Nesta poesia que escolhi para hoje , "A vida, simplesmente", ele traz uma representação tão bucólica e, ao mesmo tempo, real da vida, do quotiano. Espero que gostem.

A Poesia de Quinta de hoje vai especialmente dedicada ao meu companheiro de poesias Semião Júlio, o poeta matuto, que está aniversariando hoje. Parabéns!!! Muita saúde, alegrias e muitas poesias em sua vida. Nada melhor para um poeta do que ser presenteado com uma bela poesia!

Beijos
Deíla

A VIDA, SIMPLESMENTE
Weliton Carvalho

Busco o verso livre da rima, da métrica, de tudo:
anseio pela vida, simplesmente.

Que belo verso!
anseio pela vida, simplesmente.

Mas que é a vida, simplesmente?
Esse fluir do tempo? A espera de quê?
De nada? De tudo? Do talvez?

Não esperes acontecimentos extraordinários:
eles são tão raros durante a tua existência
(podem jamais acontecer)

E tua vida fluindo e tu a esperar:
a vida passando, se exaurindo
naquilo que é real e comum.

A vida, por falta de melhor definição,
é uma tarde melancólica, uma manhã,
a chuva fina, uma tentativa de poema,

afazeres no escritório, promessas ao ano novo,
e todas as plausíveis justificativas ao fracasso:
é ainda o gozo de chegar em casa,
tirar o sapato que te fez um calo:
que alívio o pé sentindo o chão frio!

o domingo morno, o beijo,
o filme no sábado à noite,
o cobertor sobre o frio,

os teus cinco sentidos:
a vida te escapando,
simplesmente.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Presidência do Senado coloca Sarney no olho do furacão (XIII)




Sarney a um passo da renúncia. Infelizmente, só Lula o tem salvado. PSol, PDT, DEM, PSDB, metade da bancada do PT (Eduardo Suplicy enviou email sugerindo que Sarney licencie-se) e senadores do próprio PMDB (Pedro Simon, Garibaldi Alves) o querem fora da presidência do Senado.

Manter a pressão popular é fundamental para não deixar que Lula reflua o sentimento nacional de acabar com este último coronel da política brasileira. Não há projeto nacional ou governabilidade que sustente o conjunto de escândalos em que se transformou o Senado. Isso não é Res-pública!

Erra Lula nessa avaliação.

Erra José Dirceu ao querer encontrar contradições entre os denunciantes de Sarney. Erra o PT que se coloca ao lado dessa posição (felizmente não é o caso de metada da bancada de senadores, não é caso do PT do Maranhão).

Erram os deputados Flavio Dino (PCdoB), Washington Luiz (PT) e Helena Heluy (PT) ao silenciarem. Se de Washington e Helena não se podia esperar posição divergente, afinal um ganhou um mandato por defender o "Lula + Sarney" e o filho da outra ganhou uma secretraria no governo Roseana - e ela nada disse, como nada tem dito sobre o nepotismo, improbilidade administrativa e atos secretos de Sarney -, o que espanta é o cala-boca em Flávio Dino.

Flavio escreve toda semana no Jornal Pequeno, produz jornal do mandato, tem programa de rádio na São Luís AM, mas parece que vive em outro mundo, em outra "República". Não vê, não ouve, não fala!

Como quer ser alternativa/terceira via sem combater politicamente a primeiríssima via, que é o sarneismo? Como se credenciar a liderar uma terceira via de esquerda se o único sentimento anti-oligarquia lhe vem de quem lhe possibilitou o mandato, o ex-governador José Reinaldo?

O silêncio dos três lhes custarão caro, senão em votos em 2010, mas desde já em biografia para a História.

Ao contrário dos que silenciam por aqui, Brasil afora cada vez mais se pronunciam os cidadãos e cidadãs, a exemplo de artistas, no twitter. Na mídia nacional, o cerco continua.

Sarney está a um passo da renúncia. Como diz o (não tão) mais camuflado dos blogueiros do esquema oligárquico, "Se Sarney renuncia, acaba".

É, é isso mesmo o que todos brasileiros e brasileiras que lutam por uma política e um país mais decentes, queremos!


O Globo: Celebridades transformam 'Fora Sarney' em febre no Twitter

A indignação contra os constantes escândalos do Senado, que envolveram até mesmo o presidente da Casa, José Sarney , chegou ao Twitter. Na noite desta segunda-feira, depois de alguns dias de tentativas, a expressão " #forasarney " se tornou uma das mais comentadas no site, graças à intervenção de um grupo de celebridades auto-denominado " Piratas do Twitter ". Muitos 'twiteiros' mais antigos criticaram o grupo por tentar ganhar espaço na mídia com o uso da ferramenta. Além disso, eles também foram questionados por assumirem a iniciativa do "#forasarney" como se fosse sua.
Formado pelo ator
Bruno Gagliasso , o músico Júnior Lima , os humoristas Rodrigo Scarpa e Marco Luque e o VJ da MTV Felipe Solari , o grupo se apropriou da iniciativa criada no final da semana passada e, com muita irreverência e alguma ingenuidade política, conseguiu movimentar a rede social. (leia mais aqui)

Bom Dia Brasil: Aumenta pressão para renúncia de Sarney

Três partidos pediram formalmente afastamento de Sarney da presidência do Senado. Isolado, ele conta agora apenas com apoio do PT. O presidente Lula pede calma.

É enorme a pressão pelo afastamento de José Sarney da presidência do Senado. O partido Democratas, o PSDB, o PDT e o PSOL querem. O presidente Lula pede calma. Apoio, agora, só do PT. O clima é de muita tensão nos corredores e no plenário do Senado.

É enorme a pressão pelo afastamento de José Sarney da presidência do Senado. O partido Democratas, o PSDB, o PDT e o PSOL querem. O presidente Lula pede calma. Apoio, agora, só do PT. O clima é de muita tensão nos corredores e no plenário do Senado. (assista aqui)
Um neto escolado
Suspeito de usar a influência do avô para operar créditos consignados no Senado, José Adriano Cordeiro Sarney (ex-José Sarney Neto), diz que tem qualificação suficiente para não precisar de costas quentes. Ele afirma ter se formado em administração na Sorbonne e feito pós-graduação em Harvard. Não é bem assim. A página dos ex-alunos de Harvard na internet, de acesso restrito, informa que José Adriano fez um curso de extensão, que é equivalente a um curso de graduação, e não uma pós, como disse o neto de Sarney. É um dos poucos cursos de Harvard em que não há processo seletivo. (leia mais aqui)

CBN: Não tinha outro lugar para o neto de Sarney trabalhar?

(ouça aqui)


O Estado de São Paulo: DEM retira apoio e Sarney fica mais isolado no Senado. Nem em seu partido, o PMDB, senador conta com solidariedade integral

Foi uma terça-feira infernal para o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). No final da manhã, o PSOL protocolou na Mesa Diretora uma representação contra ele e o líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL). Logo depois, os 14 senadores do DEM fecharam posição em favor do afastamento de Sarney até que todas as denúncias contra ele sejam apuradas. Ao final da tarde, com as manifestações do PDT, do PSDB e de três peemedebistas, Sarney contabilizou 36 senadores (44% do total) contra a sua permanência no comando do Senado. (leia mais aqui)


DEM pede afastamento de Sarney e PT busca solução intermediária
PSOL formaliza pedido de investigação
Sugestão do PSDB para Mesa vira saia-justa
Sarney e neto vão depor à PF sobre crédito consignado

Blogue do Noblat: Mais da metade do Senado quer que Sarney se licencie

Com que cara José Sarney (PMDB-AP) presidirá o Senado de hoje por diante depois que o PSDB (13 senadores), o DEM (14), o PDT (5) e o PSOL (1) lhe pediram publicamente para se afastar do cargo?

Dos 19 senadores do PMDB, três pediram a mesma coisa (Pedro Simon, Jarbas Vasconcelos e Garibaldi Alves, ex-presidente do Senado).

Dos 12 senadores do PT, um (Eduardo Suplicy) foi à casa de Sarney aconselhá-lo a deixar o cargo. Tião Viana só não foi porque perdeu a eleição para Sarney em fevereiro último. Pegaria mal para ele.

E mais cinco senadores do PT são favoráveis a que Sarney peça para sair, segundo eles mesmos disseram em reunião de bancada realizada ontem à noite.

Aos números: excluído Sarney, são 43 senadores de um total de 80 que querem ver o atual presidente do Senado pelas costas - temporariamente ou em definitivo. É mais da metade do Senado.

O dilema de Sarney é o seguinte: sabe que serão remotas as chances de cumprir o mandato de dois anos como presidente do Senado se concordar em se afastar do cargo. É o que a História ensina.

Foi assim no passado recente com os presidentes do Senado que pediram licença em meio a fortes turbulências - Jader Barbalho, Antonio Carlos Magalhães e Renan Calheiros.
Jader e Antonio Carlos foram depois obrigados a renunciar ao mandato de senador para escapar de serem cassados.

De resto, a essa altura da vida (quase 80 anos de idade e 50 de política), tendo sido presidente da República, largar o cargo sob pressão e nas atuais circunstâncias seria um vexame para Sarney.

Por outro lado, insistir em ficar grudado na cadeira de presidente poderá representar para Sarney vexame de igual tamanho ou até maior.

E se surgirem novos e embaraçosos fatos que possam enfraquecê-lo ainda mais?
Sarney prefere se arriscar a só desocupar a cadeira sob severo e insuportável constrangimento? Quem pode garantir que isso não ocorrerá?
(leia mais aqui)


UOL: PT não define posição sobre permanência de Sarney no Senado; três partidos pedem afastamento

O PT foi o último partido a reunir sua bancada nesta terça-feira (30) para discutir a crise do Senado e definir sua posição em relação à permanência ou não de José Sarney (PMDB-AP) na presidência da Casa. Mas o partido não chegou a uma decisão sobre este último ponto e limitou-se a antecipar que pedirá a criação de uma comissão para promover uma reforma "profunda" no Senado.
O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) disse apenas que haverá uma reunião com Sarney, provavelmente na manhã desta quarta. Apenas depois da conversa com o presidente do Senado a bancada volta a se reunir para decidir sobre a manutenção do apoio ao peemedebista. "Iremos procura-lo amanhã para termos um diálogo sobre a crise, expressarmos todas as nossas preocupações e recomendações e a partir desse diálogo voltaremos a nos reunir e expressaremos nossa posição", disse Mercadante. (leia mais aqui)

PSDB também decide apoiar afastamento de Sarney
Em reunião, DEM decide pedir afastamento
PSOL representa contra Sarney e Renan