terça-feira, 31 de março de 2009

O Convento é do povo!


Foi pacífica, ordeira, sem qualquer ato de violência e enfrentamento com a Polícia Militar o ato da Marcha pela Democracia em frente ao Convento das Mercês - no bairro do Desterro, Centro Histórico de São Luís.

Lá, a Marcha fez saber à opinião pública que o Convento das Mercês é do povo. Não é propriedade particular de José Sarney (leia aqui como Sarney se apropriou do Convento). Nunca imaginou o Padre Antonio Vieira, quando fundou o Convento em 1645, que 364 anos depois este patrimônio deixaria de ser da Igreja ou do povo maranhense para ser o mausoléu de um velho oligarca maranhense ou barraco de festa junina organizada por Roseana.

É no Convento das Mercês que a senadora Roseana Saney, com os recursos federais da Caixa Econômica e apoio financeiro da Companhia Vale do Rio Doce, organiza uma espécie de São João fora de época - o Vale Festejar, onde convida atores globais e políticos para cortejar.

Numa contraposição a esse escândalo com o dinheiro público, em 2006 estudantes da UFMA, o ex-deputado Haroldo Saboia, o escritor e jornalista Emílio Azevedo (autor do livro "O Caso do Convento das Mercês) e o editor deste blogue (Franklin Douglas) propuseram a organização do VALE PROTESTAR. O Vale Protestar cresceu, tomou pernas próprias e se consolidou como principal articulador do movimento "Xô, Rosengana", que envolve estudantes e juventude da capital.

Com o ato, os movimentos sociais buscaram evidenciar como, apropriando-se de bens públicos, a velha oligarquia vai se tornando uma das famílias mais ricas do Pais. No Maranhão da oligarquia Sarney é assim, eles não enriquecem pelo trabalho, mas pela espoliação dos bens do povo!

(*) mausoléu - s. m., túmulo sumptuoso de Mausolo, rei da Caria, em Halicarnasso, que é considerado uma das sete maravilhas do mundo; por ext. monumento funerário grande e rico

GOLPE NUNCA MAIS - Hoje, na praça Deodoro, ato-show reúne Beth Carvalho, Estrela do Som, movimentos sociais, partidos e povo em defesa do Maranhão

Nesta quarta-feira (31/03), acontece o ato-show pela Democracia, na praça Deodoro, a partir das 15 horas.

Será o ato-show GOLPE NUNCA MAIS, no marco dos 45 anos do golpe militar, defragrado pelo generais em 31 de março de 1964 e do qual a oligarquia José Sarney foi uma das principais beneficiadas.

No ato-show estarão presentes João Pedro Stédile (MST), vereadora Cristina Almeida (PSB/AP), Pastor Ariovaldo (Visão Mundial), lideranças políticas maranhenses (vereadores, prefeitos, deputados estaduais, deputados federais, lideranças das direções partidárias), representantes dos movimentos socias de moradia, sem-terras, Fetaema, quilombolas, mulheres, indígenas, juventude, quebradeiras-de-coco, dentre outros, e o governador do Estado, Jackson Lago.

Depois do ato pela Democracia realizado em Imperatriz, o ato da capital maranhese promete ser a maior mobilização já vista na ilha. "Vamos retomar a praça Deodoro para as grandes lutas populares do povo, como fizemos na Greve de 79, nas Diretas, no Fora Collor. Agora será a luta pelo valor de nosso voto", explica Jonas Borges, do Movimento Balaiada pela Democracia e coordenador do MST.

Beth Carvalho e Estrela do Som
Beth Carvalho, artistas maranhenses como César Teixeira, Josias Sobrinho, Bateria da Favela, os cordelistas Moisés Nobre, Crispiano Neto e Antonio Francisco, os artistas populares Gigi e Os Balaios, Lamartine do Favelafro (movimento Hip Hop), tambor de crioula de Simei, dentre outros, também farão um grande show em defesa do Maranhão e da Democracia.

Haverá ainda o reggae pela Democracia, com a radiola Estrela do Som e equipe de DJ´s da Itamaraty sob coordenação do radialista e regueiro Ademar Danilo (do Chama-maré).

A Marcha pela Democracia percorrerá as principais ruas de São Luís até o Palácio dos Leões, onde se encontrará com o governador Jackson Lago e o conduzirá até a praça Deodoro. Uma outra passeata de estudantes, partindo da Igreja da Conceição (Monte Castelo) também percorrerá as ruas da cidade, chegando à praça Deodoro.

O ato-show GOLPE NUNCA MAIS - em defesa da Democracia e do Maranhão será a principal manifestação pública a ser realizada na capital maranhense. Nele, pretende-se cobrar publicamente por que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não coloca em julgamento o processo de cassação de Roseana Sarney.

domingo, 29 de março de 2009

Zeca Baleiro embola contra Sarney nas páginas da IstoÉ

MARANHÃO, ENGENHOSA MENTIRA

Não me espantará que num futuro próximo o Maranhão venha a ser chamado de "Uganda brasileira"
Zeca Baleiro - Última palavra (IstoÉ, nº 2035, 1ºabr/2009)



O Maranhão é um Estado do Meio Norte brasileiro, um preciosismo para nomear a região geograficamente multifacetada que é ponto de interseção entre o Nordeste e a Amazônia. Com área de 330 mil km2, pleno de riquezas naturais, tem fartas agricultura e pecuária, uma culinária rica e diversa e uma cultura popular exuberante. Não obstante tudo isso, pesquisa recente coloca o Estado como o segundo pior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do País, atrás apenas de Alagoas.

Sou maranhense. Nasci em São Luís, capital do Estado, no ano de 1966, mesmo ano em que o emergente político José Sarney assumiu o governo estadual, sucedendo o reinado soberano do senador Vitorino Freire, tenente pernambucano que se tornou cacique político do Maranhão, a dominar a cena estadual por quase 40 anos. De 1966 até os dias de hoje, são outros 40 anos de domínio político no feudo do Maranhão, este urdido pelo senador eleito pelo Amapá José Sarney e seus correligionários, sucedâneos e súditos, que gerou um império cujo sólido (e sórdido) alicerce é o clientelismo político, sustentado pela cultura de funcionalismo público e currais eleitorais do interior, onde o analfabetismo é alarmante.

O senador José Sarney, recém-empossado presidente do Senado em um jogo de caras barganhas políticas, parecia ter saído da cena política regional para dar lugar a ares mais democráticos, depois de amargar a derrota da filha Roseana na última eleição ao governo do Estado para o pedetista Jackson Lago. Mas eis que volta, por meio de manobras politicamente engenhosas e juridicamente questionáveis, para não dizer suspeitas, orquestrando a cassação do governador eleito, sob a acusação de crime eleitoral, conduzindo a filha outra vez ao trono de seu império. Suprema ironia, uma vez que paira sobre seus triunfos políticos a eterna desconfiança de manipulações eleitoreiras (a propósito, entre os muitos significados da palavra Maranhão no dicionário há este: "mentira engenhosa").

Em recente entrevista, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disparou frase cruel: "Não vamos transformar o Brasil num grande Maranhão." A frase, de efeito, aludia a uma provável política de troca de favores praticada pelo Planalto atualmente - segundo acusação do ex-presidente -, baseada em jogo de interesses regionais tacanhos e tráfico de influências. Como alguém nascido no Maranhão, e que torce para que o Estado alcance um lugar digno na história do País (potencial para isso não lhe falta, afinal!), lamento o comentário de FHC, mas entendo a sua ironia, pois o Maranhão tornou-se, infelizmente, ao longo dos tempos, um emblema do que de pior existe na política brasileira. Não é de admirar que divida o ranking dos "piores" com Alagoas, outro Estado dominado por conhecidas dinastias familiares.

Em seus tempos de apogeu literário, São Luís, a capital do Maranhão, tornou-se conhecida como a "Atenas brasileira". Mais recentemente, pela reputação de cidade amante do reggae, ganhou a alcunha de "Jamaica brasileira". Não me espantará que num futuro próximo o Maranhão venha a ser chamado de "Uganda brasileira" ou "Haiti brasileiro". A semelhança com o quadro de absoluta miséria social a que dois célebres ditadores levaram estes países - além do apaixonado apego ao poder, claro - talvez justificasse os epítetos.

Zeca Baleiro é cantor é compositor

Diário de uma marcha - parte 5: a tomada da Litorânea

Ivan Ferreira, 11 anos. Acompanhado de sua avó, ele já participou de Marchas à Brasília, de Imperatriz a São Luís, de encontro de sem-terrinhas.

Por que mais esta?

- Porque quero terra pra plantar, escola pra estudar. O que essa "ligarquia" nunca deu!

Se a consciência política do menino é impactante, não é surpreendente ver o brilho infantil de seus olhos em contemplar o mar. Vindo de assentamento (até pouco tempo, acampamento à beira da estrada, como nos informa sua avó Francisca Ananias), em Pedro do Rosário, é a primeira vez que ele vê o "marzão"...

Ivan conquista o mar e, de quebra, contribui para o povo do Maranhão reconquistar sua fé de que é possível resistir ao golpe do tapetão.

É por ele, de 11 anos e que "quer terra pra plantar, escola pra estudar", que acreditamos que esta liberdade ninguém nos tomará: respeitem o nosso voto, amedrontada sarneyzada quando vê um outro mar, agora de gente, em frente à mansão do Sarney no Calhau. A casa mal-assombrada do outro lado da ponte, como brinca o Jotapê. "Xô Satanás! Sarney nunca mais!!", espantam os maus espíritos os caminhantes.

É a Marcha do Povo Maranhense conquistando o litoral ludovicense!


... e a marcha ruma à praia...







... e a marcha protesta na mais rica mansão do Maranhão...



... e a marcha chega à litorânea...




... e às areias da praia ...






... com as bandeiras nas ruas, quem pode nos calar?!

Zé (anti-Sarney) Reinaldo n´O Imparcial

O ex-governador José Reinaldo Tavares é capa do jornal O Imparcial deste domingo. Numa entrevista esclarecedora ao repórter Francisco Júnior, Tavares deixa frases firmes para a história:

"Eu acho isso uma aberração. O Tribunal Superior Eleitoral aplica medidas diferentes de acordo com a pessoa que está sendo julgada. O parecer do vice-procurador eleitoral do Ministério Público, o mesmo do caso Jackson, relativo ao processo que pede a cassação do governador de Tocantins, recomenda eleição indireta (...)"

"A maneira como eles estão tentando volta ao governo é ilegítima porque não é por eleição. É ilegítima porque é no tapetão"

"A Roseana não consegue distinguir o que é público do que é privado"

Confira a entrevista aqui.

sábado, 28 de março de 2009

Diário de uma marcha - parte 4: a chegada à ilha

O estreito dos mosquitos já não é tão estreito. Ficou mais largo depois da duplicação da ponte, feita no governo José Reinaldo.

Duplicação que José Sarney sequer deixou o Lula vir inaugurar a única via de acesso terrestre à capital maranhense, de quase um milhão de habitantes. Sarney ficou com medo do povo ver algo acontecer no desenvolvimento do Maranhão sem que passasse por suas mãos. O que, convenhamos, não foi muito nestes 40 anos de domínio da oligarquia...


Mas a ponte ficou estreita mesmo foi para a dimensão da luta empreendida pela Marcha pela Democracia: só de engarrafamento atrás da marcha vieram 15 quilômetros de automóveis...

Disseram que pontes iam ser quebradas, ferrovias obstruídas, BR´s interditadas pela Marcha pela Democracia... Não entendem a força de um protesto e uma mobilização pacífica. Ghandi ainda haverá de ensinar a eles, acostumados a tomar o poder pela força e/ou pelo tapetão!

(em breve postarei também a foto... problemas na máquina impossibilitou de fazer desde já)

Balsas pela democracia

O histórico engajamento do Dr. Jackson Lago nas lutas democráticas e seu apoio aos movimentos sociais é reconhecido por todos nós. Sempre esteve defendendo uma sociedade mais justa, em benefício do povo maranhense.

Nos últimos 40 anos um único grupo político governou o estado do Maranhão – a família SARNEY – tornando-o um estado campeão... campeão brasileiro de miséria, pobreza, desnutrição, desigualdade social; um dos piores sistemas de saúde e educação de nossa Nação.

Parece que esta família acha que o Maranhão é propriedade deles, pois além de ser dona da maioria dos canais de TV e emissoras de rádios, ainda faz questão de colocar seu nome (mesmo sendo proibido por lei) em tudo: Avenida Sarney, Biblioteca Sarney, Tribunal de Contas Roseana Sarney, Ponte Sarney, Fórum Sarney, Escola Sarney, etc.

Jackson Lago assume o sentimento de resistência de milhões de maranhenses que não concordam com a prática de abuso de poder político, econômico e midiático deste grupo que mandava no Maranhão.

Lutando por esse ideal, de um Maranhão de Todos, do Povo e para o Povo é que a população maranhense decidiu mudar. Elegeu em 2006 Jackson Lago, para ser seu Governador, um candidato pertencente ao Movimento de Libertação do Maranhão.

O governo Jackson Lago está implantando uma maneira diferente de governar, com a participação popular e a cultura municipalista fazendo convênio com todos os municípios. Em apenas dois anos inaugurou 126 escolas de ensino médio, construindo novas e reformando outras (Roseana construiu 3 em sua gestão), pavimentou mais de 1.200 km de estradas, iniciando assim a solução do histórico quadro de abandono das rodovias maranhenses.

E agora o acusam e conseguem condená-lo por abuso de poder.

Quem realmente está abusando do poder? Quem sempre abusou do poder?

Nosso governador Jackson é um homem simples, honesto e honrado. Mesmo tendo sido Secretário de Saúde de São Luis e do Estado, Prefeito de São Luis três vezes, não acumulou riquezas e não tem qualquer patrimônio de origem duvidosa.

Especialistas de todo o país informam aos principais jornais, revistas e meios de comunicação que a cassação de Jackson trata-se de uma armação política do grupo Sarney, um grupo que para nossa sorte não conta mais com o apoio do povo.

O governador Jackson está sendo cassado num processo confuso. Apenas 4 dos 7 ministros do TSE votaram pela cassação do diploma de governador de Jackson Lago por abuso do poder político. Isso porque Jackson participou em abril de 2006, de um evento no aniversário de Codó, junto com o prefeito, que é do seu partido PDT, Edison Vidigal e o ex-governador José Reinaldo, que no palanque assinou simbolicamente um convênio com o município.

O outro fato é uma reunião fechada no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pinheiro com 40 a 50 pessoas. Esses atos aconteceram bem antes do registro de candidatura, bem antes das convenções. Mesmo que houvesse abuso de poder nestes casos não mudaria o resultado da eleição. A diferença de votos que Jackson teve sobre Roseana é maior que a soma dos seu eleitores em Codó e Pinheiro.

A esperança da mudança e sentimento de justiça permanece no coração do Maranhão. O povo de Balsas acredita que não há mal que dure para sempre.

Estamos felizes com a visita do governador Jackson nesta data, aniversário de Balsas, demonstrando a postura de um verdadeiro líder, que não se abate, que continua resistindo e na luta, e que realmente governa para o interesse do povo maranhense.

O povo de Balsas se solidariza com o Governador Jackson Lago. Reconhece os sacrifícios que lhe têm sido impostos por liderar ao longo destes anos a luta por um Maranhão livre, democrático com justiça social.

O povo de Balsas repudia o arbítrio na decisão da Justiça pela cassação de seu mandato de Governador do Estado do Maranhão, promovendo assim uma Ação de Reintegração de Posse do Estado à oligarquia que durante 4 décadas considerava-se sua dona. E pior, legitimando esta reintegração de posse anulando os nossos votos e de mais um milhão e trezentos mil eleitores que no exercício dos direitos da democracia, sem cometer nenhuma ilegalidade, votaram na mudança representada por Jackson Lago.

Dr. Jackson, nossa gratidão por tudo o que já foi feito. Conte com o povo do sertão nesta caminhada.

A LUTA CONTINUA.

Convenção dos Ministérios das Igrejas Assembléia de Deus do Sul do Maranhão - COMADESMA Associação Comercial e Industrial de Balsas - ACIB Núcleo Cerrado Vivo Sindicato dos Contadores do Sul do Maranhão Central Única das Favelas – CUFA/Balsas União Municipal dos Estudantes Secundaristas
Diretório Municipal do PDT
Diretório Municipal do PSB
Diretório Municipal do PSDB
Diretório Municipal do PRB
Diretório Municipal do PPS
Diretório Municipal do PC do B

FETAEMA pela Democracia

Após mais de quatro décadas sob o domínio político de uma oligarquia, em 2006, nós, homens e mulheres do campo e da cidade nos unimos numa “Frente de Libertação” e proclamamos nossa maioridade política, elegendo Jackson Lago Governador do Estado.

A eleição de Jackson Lago, além de possibilitar a consolidação da democracia no Estado, veio contribuir para dignificar a vida no campo através de políticas públicas que historicamente reivindicadas pelos trabalhadores e trabalhadores rurais, contribuindo para implementação do PADRSS – Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário e para tirar o Maranhão da estagnação em que se encontrava há décadas.

Inconformada com a derrota política nas urnas, a oligarquia vencida no pleito questionou a eleição de Jackson na Justiça Eleitoral alegando a prática de diversos crimes eleitorais, a exemplo de abuso do poder político, ocorridos antes de ser oficializada a candidatura a Governador, com o objetivo de impor a manutenção de seu domínio político aos cidadãos e cidadãs maranhenses por via indireta, em clara afronta aos princípios democráticos e a vontade soberana do povo maranhense.

Através de uma decisão complexa e sem unanimidade, tomada por quatro Ministros contra três, dois dentre os quais rejeitaram todas as acusações feitas contra Jackson Lago, o Tribunal Superior Eleitoral cassou o mandado democraticamente conquistado pelo Governador, deixando o povo maranhense indignado.

Diante destes fatos, nós, trezentos e dezenove dirigentes sindicais representantes de 214 municípios maranhenses, participantes do Conselho da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Maranhão – FETAEMA, realizado no período de 25 a 27 de março de 2009, no Sítio Pirapora – São Luís – MA, estamos convictos de que, no Estado Democrático de Direito, o poder se conquista através do voto e não por via judicial, motivo pelo qual manifestamos nossa solidariedade e apoio irrestrito ao governador Jackson Lago.

Temos esperança, confiamos na Justiça e acreditamos que a decisão do TSE será reformada para respeitar a soberania dos nossos votos e devolver o mandato de Jackson Lago, permitindo que o Governador possa continuar implementando as políticas e mudanças que o Maranhão necessita para desenvolver-se com justiça social.


São Luís, 27 de março de 2009.

FEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS RURAIS NA AGRICULTURA DO ESTADO DO MARANHÃO - FETAEMA

Assistentes sociais pela Democracia

NOTA DO CRESS/MA EM DEFESA DA DEMOCRACIA E DA VONTADE POPULAR

A “defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo” e a “defesa do aprofundamento da democracia enquanto socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida” estão entre os princípios fundamentais do Código de Ética do Assistente Social, aprovado em 13 de março de 1993, que normatiza a atuação dos profissionais da categoria.

O CRESS/MA, laico e apartidário, não apoia, nesta situação, este ou aquele grupo político e/ou candidato/a, solidarizando-se com a população maranhense pelo respeito ao voto da maioria, este, um princípio democrático.

Diante do atual momento político vivido no Estado do Maranhão, após a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pela cassação do mandato do Governador Jackson Lago (PDT), o Conselho Regional de Serviço Social da 2ª Região – Maranhão (CRESS/MA) manifesta o seguinte posicionamento:

a) mantida a cassação do governador eleito pelo voto popular nas eleições de 2006, devem ser realizadas novas eleições; julgado ilegítimo o mandato do primeiro colocado no pleito citado, por suposto abuso de poder político e econômico, a posse do segundo colocado não reflete a plena realização da vontade popular;

b) a impossibilidade de eleição do primeiro colocado modifica completamente o cenário político daquele momento, por isso tornando-se necessária a realização de novo pleito;

c) a vontade popular deve ser soberana para a garantia do exercício da democracia;

O CRESS/MA solidariza-se com outros movimentos sociais que, na atual conjuntura política também se colocam em defesa da democracia e apontam a necessidade de realização de novas eleições. Conforme outro princípio do Código de Ética do Assistente Social: “articulação com os movimentos sociais de outras categorias profissionais que partilhem dos princípios deste código e com a luta geral dos trabalhadores”, o CRESS/MA reafirma seu compromisso com a defesa dos interesses da categoria, dos trabalhadores e da população maranhense.

Conselho Regional de Serviço Social
2ª Região – Maranhão

Gestão Avançar na Luta

PC do B - 87 anos



O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) se proclama o primeiro partido comunista do País. Trava esta disputa histórica e pela memória com o PCB. Ambos se referenciam ao ano de 1922 como data de suas origens: "o PC do B se apresenta como o 'verdadeiro partido do proletariado', porque teria se mantido dentro da tradição política de 1922, enquanto o outro grupo [PCB] teria rompido com essa tradição ao abandonar o marxismo-leninismo e se alinhar à corrente revisionista soviética", explicar Jean Rodrigues Sales. Leia mais aqui.

Polêmica acerca de sua origem à parte, o PCdoB-MA comemorou ontem (sexta-28/3) seus 87 anos. No Maranhão, o PCdoB traz vínculos com o movimento sindical rural, movimento popular, de saúde e sindicatos urbanos (Sindimetal - metalúrgicos, Sintema - servidores da UFMA, Sinproessema - professores, etc). Rompeu com a CUT e constrói por aqui também a CTB (Central dos Trabalhadores do Brasil).

No movimento estudantil, organiza-se na UJS (União da Juventude Socialista), que atualmente predomina no DCE/UFMA.

No Parlamento, tem o deputado federal Flávio Dino e, na capital, 02 vereadores: Rose Sales e Fernando Lima. No Governo do Estado, tem Eurico Fernandes na Secretaria de Direitos Humanos.

Na política maranhense, o PCdoB tem uma relação de idas e vindas como sarneismo. Nos anos 1970/80, resistiu à ditadura; em 1985, perfilou-se à candidatura sarneísta de Jaime Santana à prefeitura da capital; a partir de 1988, somou nas eleições de São Luís com Jackson Lago, o PDT e o PSB (1992, 1996, 2000, 2004); em 1990, esteve com a Frente de Oposição (PT-PSB-PDT); de 1994 a 2002, compôs com o governo Roseana Sarney; em 2006, ficou com a frente O Povo no Poder (PT, PSB, PCdoB). Em 2008, viabilizou - com a corrente no PT que não se opõe a estratégia Sarney + Lula - a candidatura de Flávio Dino à Prefeitura e foi ao segundo turno, contra o PSDB de João Castelo... quase chegou lá.

Se Lula é uma metamorfose ambulante, é nele que parece se guiar o PCdoB maranhense. Nestes 87 anos, comemora seu aniversário filiando a ex-neoliberal tucana Táti Palácio (como ela mesma se rotulou nas rádios) e o ex-petista, empresário do ensino superior e professor da UFMA, Dimas Salustiano, dentre outros.

Parabéns ao PCdoB.

Que seus novos filados, comitês centrais, parlamentares e militantes sociais (o Eurico está sempre presente), encontremo-nos na praça Deodoro, no próximo dia 31 de março, no ato que demarca os 45 anos do golpe militar. Assim a gente comemora o aniversário também na praça do povo!

sexta-feira, 27 de março de 2009

QUEM FAZ UM CESTO FAZ UM CENTO E SE UM BALAIO, UMA BALAIADA

Por Haroldo Saboia

Por onde andam os novos balaios, os balaios da resistência republicana, das lutas pelo respeito ao sufrágio universal? Os balaios-operários das fortalezas que já vemos surgir e ressurgir, aqui e ali, como um grito de alerta à Oligarquia e seus sustentáculos?

Andaram por toda a parte. Suas vozes foram arrebatadas pelos ventos e chegaram a cada um dos assentamentos dos sem terra, dos sem trabalho, dos – quase - sem esperança.

Aqueceram os debates do Fórum Social Mundial, em Belém, vencendo as chuvas, os chuviscos e a umidade da Amazônia.

E conquistaram a simpatia das nações indígenas, dos povos das florestas e de tantas e quantas tribos, da Ásia aos países nórdicos, da África à Austrália e Filipinas, da Europa ao continente americano de Norte a Sul. Lá estavam pela simples razão de acreditar que um outro mundo é possível.

Nos 200 anos de nascimento de Darwin, os balaios conseguiram a proeza de espalhar pelo mundo inteiro que ainda sobrevive, entre o Nordeste e o Norte do Brasil, um território de esplendorosas paisagens e rica biodiversidade: o Maranhão.

Estado da Federação, todavia transformado em uma sorte de Galápagos político – nas apropriadas palavras do governador eleito Jackson Lago - tal anacrônica sua estrutura de poder político, social e econômico.

A imagem construída pela sua dura realidade histórica, cultivada com tanto capricho por suas elites, fez com que o Maranhão fosse descrito pela revista The Economist, em sua edição de 5 de fevereiro, como uma região onde predomina o semi-feudalismo e ONDE OS DINOSSAUROS AINDA VAGAM, em referência explicita a eleição de José Sarney à Presidência do Senado.

Um entre os provisionados do senador, dos mais raivosos, correu para criticar o semanário britânico por desconhecer que o próprio Sarney, em discurso no Senado, em 21 de março de 2003, após ser desbaratado o esquema LUNUS, proclamara ser a The Economist “a revista de maior prestígio, a Bíblia do mundo globalizado”.

E os balaios prosseguem em sua luta de resistência; dia a dia incorporam novos e novos apoios de intelectuais e militantes do Maranhão, do Brasil e do exterior.

O grande Oscar Niemeyer, centenário militante, cujo traço já desenhou no solo de nossa Ilha o Memorial Maria Aragão e, agora, levanta seu punho em defesa da vontade popular expressa nas urnas pelos maranhenses.

Do presidente Hugo Chávez - com seus ideais bolivarianos cantados já no século XIX pelo maranhense Sousândrade - à liderança lúcida e serena de João Pedro Stédile, que enfrentou com desdém toda sorte de provocação da imprensa miranteana pelo seu apoio corajoso à luta dos maranhenses.

Na mensagem de Frei Beto e na presença de fundadores do Partido dos Trabalhadores como Manoel da Conceição e, nesta semana, de Olívio Dutra (Constituinte, governador do Rio Grande do Sul e ministro de Lula,) - vemos motivos eloqüentes de que a vitória está ao alcance do nosso poder de mobilização. De todos e de cada um, na unidade e na sempre saudável diversidade.

E onde estão, neste momento, os balaios? Um pouco por toda a parte. Mas, sobretudo futucando a consciência de cada um.

- “Eu sou contra a Roseana e a Oligarquia Sarney, mas não estou gostando da maneira como o Jackson tá governando”.

É verdade que muitos pensam assim. Eu mesmo já manifestei, publicamente, meu ponto de vista pelo afastamento imediato do governo do seu Secretário de Planejamento, bacharel Aziz Santos. E esta continua sendo a minha posição (minha e de muita gente...).

Mas não serão divergências como esta, com o governador Jackson, que me afastarão da luta, das trincheiras que ajudei a construir ao longo da minha história.

Lutar pela defesa do seu mandato legítimo, conquistado por maioria absoluta; pela defesa da democracia; contra o tapetão e a trapaça armados pela oligarquia Sarney-Murad.

Não, não podemos ficar parados, imobilizados! Temos que estar atentos aos gritos dos balaios.
E eles já despontam, lá estão vindo!

Seguindo os trilhos da estrada de ferro São Luis-Teresina, cantando as cantigas de João do Vale; margeando o Itapecuru e ouvindo a histórias das lutas camponesas de José Nascimento, de Augusto Marques e tantos outros; parando neste e naquele povoado quilombola pra que todos fiquem impregnados do espírito forte, da inteligência e da coragem do Negro Cosme.

Quando eles atravessarem os Mosquitos e chegarem à Estiva, a Ilha toda estará como um ponto de interrogação.

Será desta feita nosso encontro com a História?

Teremos forças para levantar nossas bandeiras, cantar nossos hinos, tomar em nossas mãos nosso destino, nossa História?

Os novos balaios, com sua militância aguerrida, estão chegando para transformar São Luis, toda a Ilha, em uma grande PRAÇA de LIBERDADE.

Dia 31 na DEODORO reafirmaremos que não queremos a volta da opressão, da tirania, da Oligarquia.

PARA DIZER QUE QUEREMOS, SIM, DE VOLTA A NOSSA ESPERANÇA NO FUTURO!
TODOS JUNTOS ENSINAREMOS AO BRASIL COM QUANTOS BALAIOS E COM QUANTOS SONHOS E UTOPIAS SE FAZ UMA BALAIADA!!!

quinta-feira, 26 de março de 2009

Poesia de Quinta

POESIA DE QUINTA - Número 25
Por Deila Maia

Nesta última quinta-feira de março, mês da mulher, resolvi escolher uma poesia de uma poetisa maranhense com a qual eu me identifico muito, que é a DAGMAR DESTERRO.

Ela foi uma poetisa maranhense, formada em Ciências Jurídicas e Sociais e também em Pedagogia. Abrilhantou o nosso mundo durante 78 anos (1925 a 2004). Foi membro da Academia Maranhense de Letras. Esta poesia faz parte da obra "Pedra-vida", publicada em 1979.

Espero que no corre-corre do dia-a-dia vocês encontrem um minutinho para apreciar esta gota de poesia no imenso mar da vida.


CORRIDA
Dagmar Desterro

No avanço do tempo corre a vida,
mas nesse tempo há pedras espalhadas,
pedras agudas, carnes esfarrapadas,
sangue jorrando de cada ferida.

O tempo açoita a vida noite e dia
e ele chora, tropeça, levanta e continua.
Só a esperança anima a travessia;
e a alma corre, descabelada e nua.

E a vida não tem tempo, ao tempo, em meio,
de ver o belo existente no caminho;
não perder na corrida é o seu anseio;
sua atenção conserva em desalinho.

No embrião da vida, no tempo, avanço.
Subidas e descidas ─ tantas conheço:
e na vertigem do correr me canso.
Procuro, em vão, meu horizonte do começo.

Diário de uma marcha - parte 3: Olívio, o caminhante


Foto: Gilson Teixeira



Ele não tinha nenhum motivo para vir ao Maranhão.

Liderando a intenção de votos nas pesquisas para o Governo do Rio Grande do Sul, por que vir "criar problemas", no estado do aliado mais forte da governabilidade (conservadora) de Lula?

Tendo o TSE já votado o processo de cassação, por que insistir na resistência popular num estado periférico da política nacional?

Já tendo alcançado, pelo voto do povo, os mais destacados cargos públicos graúchos (Prefeito da capital, Porto Alegre, e Governador do Rio Grande do Sul), e já tendo sido ministro de Estado das Cidades, por que sair de sua política "paroquial" no Chuí para vir fazer política quase no Oiapoque?

Veio porque Olivio Dutra é a expressão e um ícone do PT grande, militante e socialista.

Veio sim, porque o projeto nacional é importante, mas não se sustenta sufocando os projetos locais de libertação. O preço de uma eleição para Governador do Rio Grande do Sul não pode ser a omissão à luta do povo do norte e nordeste;

Veio sim, porque a governabilidade no Parlamento é importante, porém, mais importante é governabilidade popular sustentada pelo povo mobilizado, consciente e organizado.

Veio sim, porque a luta continua. A decisão do TSE é passível de reversão, desde que argumentada nas contradições do acórdão, na mobilização do povo, da opinião pública nacional, nos movimentos sociais. Com Olívio, o povo gaúcho passou a ter o conhecimento da problemática maranhense, na qual quatro ministros cassam um governador mas não apreciam o pedido de cassação de Roseana Sarney.

Veio sim, porque Olívio Dutra conhece Jackson Lago, a sua trajetória, o seu compromisso com a luta do povo que, mesmo sob as contradições da Frente de Libertação, não anulam, pelo contrário, reafirmam que é possível avançar para a superação da antiga oligarquia. Oxigenar a política e o desenvolvimento econômico e social maranhense.

Veio sim, porque, tal como no Rio Grande do Sul, a alternância no poder pelo voto popular é salutar, rica e engracedora para vencedores e vencidos. Só não serve aos perdedores inconformados e golpistas. Que não ganha no voto, busca a vitória no tapetão.

Veio sim, porque, embora distantes 3.829 quilômetros, Rio Grande do Sul e Maranhão têm traços comuns de construção de resistência ao domínio e tirania dos poderosos e oligarcas. Lá teve Farroupilha, aqui Balaiada. Balaiadas ontem, hoje e sempre que as velhas oligarquias quiserem humilhar e esmagar o povo maranhense e seu direito ao voto e ao exercício da Democracia.

Valeu, Olívio!

Foto: Gilson Teixeira

Francisco Gonçalves pela Democracia

Ex-presidente do PT-MA, professor doutor do curso de Comunicação Social da UFMA e candidato a reitor do que poderíamos denominar como campo progressista da universidade, Francisco Gonçalves rompe o silêncio que se estabelecia na academia.

Cumpre um papel importante. Articulado a diversos movimentos sociais, Chico Gonçalves torna-se, com o seu artigo, a ponta de lança do desbloqueio no setor intelectual e docente universitário, especialmente na UFMA - e caminho para os setores médios.

Ontem, na UFMA, o jovem e bravo Wagner Baldez - 76 anos! - passou pelas turmas com alguns estudantes do movimento "Xô, Rosengana", distribuindo a nova edição do jornal Balaiada. Discursou contra o sarneismo. Foi aplaudido nas turmas.

Se os estudantes já estão se engajando nesta luta pela Democracia, a partir de Chico é possível esperarmos o envolvimento também dos professores e pesquisadores.

Abaixo, Ecos repercute o artigo professor Francisco.


O VOTO E O SONHO
Francisco Gonçalves
Professor da UFMA

Nos embates políticos em torno da decisão do TSE de cassar o mandato do governador Jackson Lago (PDT), tenta-se também cassar a esperança da população maranhense em qualquer possibilidade de mudança.

Mais do que votar em Jackson Lago nas eleições de 2006, a maioria dos eleitores maranhenses se manifestaram tacitamente contra o domínio de um grupo sobre a vida e o destino de todos.

Foi um voto contra o grupo Sarney.

As contradições da Frente pela Libertação do Maranhão, formada por aliança entre setores democráticos, populares e oligárquicos, eram evidentes. A própria aliança nasceu de contradições e divisões no grupo Sarney.

Os que abandonaram a família Sarney não romperam automaticamente com o sarneismo, ou seja, com as práticas clientelistas, mandonistas e patrimonialistas, que caracterizam o domínio oligárquico no Estado.

Os setores democráticos e populares não reuniam as condições políticas e eleitorais para propor uma alternativa, capaz de enfrentar os modos clientelistas e patrimonialistas de governar o Maranhão.

Os que votaram em Jackson Lago, movidos pelo desejo de mudança, têm todo o direito de dizer que sarneismo sem Sarney não é o horizonte da esperança e nem das transformações políticas desejadas pela maioria.

Os que votaram contra o domínio da família Sarney têm o direito de defender o seu voto, a exemplo dos militantes dos movimentos de reforma agrária, direitos humanos e moradia, que hoje marcham em direção à capital.

Para impor o silêncio a esses movimentos, que se manifestam na arena política a partir de uma agenda vinculada às demandas populares, não faltam as tentativas de desqualificar as suas lideranças e as suas propostas.

No jogo da mútua excomunhão, os que defendem a posse de Roseana Sarney buscam exorcizar os fantasmas que povoam a política maranhense e atribuir apenas ao adversário as marcas do patrimonialismo e do clientelismo.

No jogo das elites, os movimentos sociais podem estabelecer uma diferença ao vincular a defesa do voto à defesa das mudanças políticas necessárias para que um dia se possa viver no Maranhão sem a tutela dos grupos oligárquicos.

Em 2006, os eleitores manifestaram pelo voto a vontade de mudar os rumos da política do
Maranhão e os modos de governar o Estado. Este é o sonho que acalenta a esperança e não pode ser cassado por nenhum tribunal.

Olívio: "A marcha é o exemplo de como o povo pode ser sujeito e não objeto da história"

O ex-governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra (PT), caminhou ontem, com os participantes da Marcha pela Democracia no Maranhão. Ele percorreu trecho de acesso ao município de Santa Rita, onde participou também de um ato político.

“Vim aqui, a convite dos sem terra, do movimento de moradia, e do meu partido, o PT, para reforçar a idéia de que o povo tem que ser sujeito da historia, e não objeto. E, como protagonista, a ele cabe decidir seu destino”, discursou.

Olívio Dutra prestou sua solidariedade à marcha e também cobrou por que o TSE não julga o processo de cassação da candidatura da senadora Roseana Sarney. “Me parece estranho que um processo, de 15 mil páginas, tramite como uma lebre e um outro, de 300 páginas, como uma tartaruga”, analisou o líder petista gaúcho.

Visita a Jackson
Olívio Dutra também visitou o governador Jackson Lago, no Palácio dos Leões. Junto com Jackson Lago, Olívio Dutra foi da Frente Nacional de Prefeitos, quando ambos administraram São Luis e Porto Alegre, respectivamente, entre 1997 e 2001.

Olívio Dutra lembrou que no Rio Grande do Sul , há um prefeito do PDT, apoiado pelo PT, que esta sofrendo um processo de cassação. “Mas lá, ainda está no TRE, aqui foi um julgamento de uma instância só”, comparou ele.

“Recebi a solidariedade e o apoio do ex-governador Olívio Dutra é a certeza de que ao nosso lado estão homens e mulheres de bem, lutadores do povo”, agradeceu o governador maranhense.

Olívio Dutra também se dirigiu ao povo gaúcho. De Santa Rita ele concedeu entrevistas para rádios de lá e imprensa escrita, onde comunicou ao povo do Rio Grande do Sul o que esta acontecendo no Maranhão.

As atividades de Olívio Dutra fazem parte da agenda de mobilização do movimento Balaiada pela Democracia no Maranhão. O comitê pela Democracia reúne diversas organizações dos trabalhadores rurais, sem terras, de moradia, quilombolas, dentre outros.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Diário de uma marcha - parte 2: sob as águas de março, os primeiros passos




É pau, é pedra, é o fim do caminho


(ter que caminhar para o voto valer. Mas a brava gente não desiste. Quem disse que a vida seria fácil para os que lutam contra o esquema Sarney?)

É um resto de toco, um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol

É peroba do campo, é o nó da madeira
Caingá, candeia, é o MatitaPereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira

(eles vão ter que ouvir: por que o TSE não julga o processo de cassação contra Roseana Sarney?...)

É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira

É o pé, é o chão, é a marcha estradeira



São as águas de março fechando o verão,
É a promessa de vida no teu coração

SINDSEP e UNE apóiam luta pela Democracia


O Sindicato dos Servidores Federais no Maranhão (SINDSEP) aprovou por unanimidade moção de apoio ao governador Jackson Lago. Mais de 200 delegados presentes ao Congresso do Sindsep aprovaram a moção, informa Juliana Pinheiro, servidora federal do INCRA e militante histórica do Sindicato dos Servidores Federais.


E, do Rio de Janeiro, outro importante apoio: a gloriosa UNE (União Nacional dos Estudantes) também aprovou moção de apoio à luta pela Democracia no Maranhão. A moção foi submetida ao mais amplo fórum estudantil de reunião de DCE´s e Uniões Estaduais Estudantis (UEE´s) que os universitários possuem, o chamado CONEG (Conselho Nacional de Entidades Gerais).

O fórum da UNE aprovou a Moção de Apoio ao Povo do Maranhão no último domingo (22/3). O texto sustenta a solidaridade dos estudantes ao governador Jackson Lago frente aos ataques do feudo Sarney, que busca na justiça a sua cassação por abuso do poder econômico no 2º turno da eleição contra Roseana Sarney em 2006. A moção foi aprovada por unanimidade dos mais de 700 participantes do CONEG.

É a luta pela Democracia se espalhando pelo Brasil e pelo Maranhão.

terça-feira, 24 de março de 2009

Olivio pela Democracia

Olívio Dutra participa, nesta quarta-feita, da Marcha pela Democracia. Vem deixar seu abraço, apoio e exemplo de vida. Olívio, que já foi prefeito de Porto Alegre e Governador do Rio Grande do Sul, foi o principal impulsionador das experiências do Orçamento Participativo no Brasil.

Olívio Dutra acredita piamente que o povo é o senhor de seu destino. Por isso, estará aqui na Marhca do Povo Maranhense pela Democracia.

Ele chega às 12h30, no aeroporto. Segue para visita oficial ao governador Jackson Lago. Faz coletiva com a imprensa e, depois, vai ao encontro da marcha, onde caminhará com os militantes. Às 18 horas, participa do ato público em Santa Rita.

Diário de uma Marcha - parte 1: a saída


24 de março de 2009
. Começa a primeira Marcha do Povo Maranhense que não é por reforma agrária, que não é para denunciar a violência no campo, que não é para exigir uma política pública específica... inicia a Marcha pela Democracia, que é pela defesa do Maranhão da tirania de uma velha oligarquia, que é pelo valor do voto, que é pela soberania popular!

Quem estava lá?

Muitos, centenas, uns 600 diversos, e o que mais se sobressaiu: a simbologia, a disposição que é contagiante, envolvente. São Luís vai se impressionar!

Um militante, em especial, despertou minha atenção por sua peculiaridade: deficiente visual, ele, na verdade, parecia enxergar bem mais longe do que todos nós: parecia ver que o futuro de nosso povo, filhos, netos e bisnetos (como diz o grande Wagner Baldez) estará traçado a partir da capacidade de resistência do povo maranhense neste momento. O que vi, no meu raio de percepção bem menor que o dele, foi a forte presença do espírito de luta e resistência

Negro Cosme parecia por ali caminhar... como que por lá incorporar no rufar dos tambores do Tambor de Crioula do Quilombo Santa Rosa dos Pretos, que seguiu durante toda a primeira parte do percurso (até Cachoeira - um pouco antes de Encontrocamento) sob a dança, o transe do rodopiar sem cair e do conhaque do São João... tambor corria solto, na praça antes da marcha sair, em cima do caminhão levando aqueles jovens ansiãos, debaixo do sol, debaixo de chuva, no galpão de palha (como quase todas as casas neste Maranhão)...

Saída da Marcha pela Democracia. Que estava lá?

Maria Lúcia Telles, Mônica e muitas outras: mulheres, presentes!

Dada e muitas outras: quebradeiras de coco, presentes!

Ribamar da Fetaema: trabalhadores rurais, presentes!

Helen Jaqueline da Aconeruq e quilombo Santa Rosa dos Pretos: quilombolas, presentes!

Fred, Ricardo, Rejane do Vale Protestar e Xô Rosengana: juventude presente!

Zayra, Jonas, Noé, Elias do MST: sem-terras, presentes!

Carlito, Creuzamar, Martins: movimento de moradia, presente!

Eurico, Joiseane, Maria, Vicente: defensores dos direitos humanos, presentes!

Irmãs Notre Dame, padre e outros: religiosos, presentes!

Cândido, Luiz Pedro, Eduardo e outros: PDT, presente!

Vereador JR, Bira, Marcio, Franklin, Hildonjackson e outros: PT (sem bigode), presente!

Felipe, juventude socialista brasileira e outros: PSB, presente!

Emílio Azevedo e Altermar: PCB, presente!

Povo Maranhense, centenas, e o grande Wagner Baldez: presentes!!!

segunda-feira, 23 de março de 2009

MARCHA PELA DEMOCRACIA: Movimentos sociais fazem caminhada em defesa do voto popular no Maranhão

Sem-terras, sem-tetos, quilombolas, indígenas, mulheres, juventude realizam, de 24 a 31 de março, a Marcha do Povo Maranhense pela Democracia. Do município de Itapecuru-mirim a São Luís, serão 120 quilômetros percorridos a pé, diversos atos públicos e várias mobilizações em defesa da Democracia no Maranhão.

Esta é a primeira vez que uma marcha é organizada no Maranhão em torno de uma reivindicação política geral. Antes, restringia-se à reforma agrária, para denunciar a violência no campo ou por uma política pública localizada. A Marcha pela Democracia é uma reação do Movimento Balaiada pela Democracia no Maranhão à cassação do mandato do governador Jackson Lago (PDT).

Será também um chamamento à opinião pública nacional: como se vota um processo de cassação de 15 mil páginas e não se aprecia outro de 300 páginas que remete à inevitável cassação da candidatura de Roseana Sarney? Questiona o Movimento pela Democracia no Maranhão.

A Marcha pela Democracia está sendo convocada por diversos setores sociais como MST, Movimento de Moradia, entidades dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, organizações indígenas, entidades quilombolas, articulações do movimento GLBTT, agremiações estudantis e juvenis. Cada movimento terá uma espécie de coluna particular, com suas bandeiras e identidade visual próprias.

“Desta vez, nossa caminhada não será por uma bandeira de luta específica, será pelo respeito ao nosso voto, pela garantia da Democracia e da soberania popular em escolher seus governantes e representantes”, explica Elias Araújo, da coordenação do Movimento Sem Terra (MST), que integra o Comitê pela Democracia no Maranhão.

O que une tantos movimentos é que a questão deixou de ser um embate entre Jackson Lago e José Sarney. Evoluiu para a defesa da Democracia, do voto popular e da soberania do povo. A volta de Roseana Sarney é um ato de violência da velha oligarquia que não ficará sem resposta na exata medida, reagem os movimentos sociais no acampamento Balaiada, reinstalado em frente ao Palácio dos Leões, sede do Governo Estadual. “Um verdadeiro golpe na Democracia. Aqui, quando não ganha eleição, a oligarquia Sarney que levar no tapetão”, denuncia Carlito Reis – da União Estadual de Luta por Moradia.

“Querem que o nosso voto e nada sejam a mesma coisa. Não vamos permitir isso. Vamos denunciar para o País e o mundo o ataque que a Democracia está sofrendo no Maranhão. Para nós indígenas, nosso voto é nossa lei, nunca mais Sarney”, reforça Sonia Guajajara, do movimento indígena maranhense, para uma multidão de pessoas reunidas no primeiro ato público realizado no após a cassação, em Imperatriz, segunda maior cidade maranhense.

A diversidade dos movimentos envolvidos na organização da marcha se reflete nas próprias palavras-de-ordem ensaiadas por eles: “Nenhum passo atrás, Sarney nunca mais”, gritam sem-terras e quilombolas. “Meu voto é minha lei, nunca mais Sarney”, reforçam sem-tetos e indígenas. “Sarney: prejuízo para o Brasil. Vergonha para o Maranhão”, proclamam o Movimento Xô, Rosengana e Vale Protestar, composto por estudantes secundaristas e universitários. “Não vendi meu voto. Eleições gerais já”, reforçam outros movimentos de juventude. “Mulher guerreira não fica na jogatina, trabalha!”, repudiam as mulheres.

Estes vários movimentos realizaram plenárias de organização e mobilização desde que a cassação foi votada por 4 a 3, num complexo julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 03/3. O julgamento do TSE durou sete horas, terminando na madrugada do dia 04/3. O governador Jackson Lago foi acusado pela oligarquia de 11 crimes eleitorais.

Dois ministros do TSE – Marcelo Ribeiro e Arnaldo Versiani – rejeitaram todas as 11 acusações.

Um ministro – Ricardo Lewandowski – rejeitou 10 acusações, dando provimento apenas a uma: caso “Imperatriz” (compra de votos).

Outros dois ministros – Felix Fisher e Fernando Gonçalves – rejeitaram nove acusações, dando provimento a duas: casos “Codó” e “Pinheiro” (abuso de poder político).

O relator do processo – ministro Eros Grau – rejeitou seis acusações e deu provimento a cinco, dentre elas, as dos casos “Codó” e “Pinheiro” (abuso de poder político).

Tendo a tese de abuso de poder político sido rejeitada por três ministros (Marcelo Ribeiro, Arnaldo Versiani e Ricardo Lewandowski) e sustentada por outros três (Eros Grau, Felix Fisher e Fernando Gonçalves), coube ao ministro-presidente do TSE Ayres Brito desempatar, votando confusamente pela tese de abuso de poder político, finalizando em 4 a 3 o julgamento. Em seguida, o TSE determinou que a segunda colocada, Roseana Sarney (na época candidata pelo PFL, hoje filiada ao PMDB) fosse empossada. Sequer considerando que a Constituição trata de realização de novas eleições, quando vacância nos dois últimos anos de governo.

Como pode o TSE cassar por abuso de poder político um cidadão que não era sequer candidato oficial, pois as reuniões e convênios nos municípios de Codó (no aniversário da cidade, com cerca de 500 pessoas) e Pinheiro (reunião fechada, com 50 pessoas) aconteceram em abril de 2006, antes mesmo das convenções partidárias?

Como cassar um governador com pouco mais de dois anos, num processo de 15 mil páginas, em instância única, e não cassar Roseana Sarney, num processo de 300 páginas no mesmo período de tramitação e já dado provimento – cassação do registro de candidatura por abuso de poder econômico – por instâncias inferiores (TRE, Ministério Público Eleitoral etc)?

Perguntas que a Marcha pela Democracia que colocar para todo o país e para o TSE, que deve apreciar recursos (embargos de declaração) sobre a votação do dia 03 de março.


31 de março: golpe nunca mais

De Itapecuru até São Luís, a Marcha organizará diversas paradas para realizar panfletagens, mobilização da população local e atos públicos. Três deles acontecem em Santa Rita, Bacabeira e na Estiva, única entrada de São Luís, onde será recebida pelos movimentos sociais urbanos. Caminhadas vindas de bairros historicamente de resistência, como as ocupações por moradia, vão se juntar à marcha à medida que forem passando pela cidade.

Na capital, haverá diversas paradas até chegar ao centro da cidade, onde reforçam o ato “Golpe Nunca Mais”, que relembra os 45 anos da instalação da Ditadura Militar no País. O golpe militar foi dado em 31 de março de 1964, sob liderança do general Castelo Branco, derrubando o trabalhista João Goulart da Presidência da República. A época, José Sarney foi um dos principais apoiadores do militares.

O ato acontecerá na Praça Deodoro. Com isso, queremos resgatar a simbologia da praça para o povo maranhense. Ela já foi nossa no Fora Collor (1992), nas Diretas Já (1985), na Greve pela Meia-passagem (1979). Agora, ela será palco do povo maranhense em defesa de seu voto, da democracia e do Maranhão, registra Jocenilde Santos, do Movimento de Mulheres e do Comitê pela Democracia no Maranhão.

“Na Marcha e no ato público da praça Deodoro, teremos lideranças nacionais, deputados federais e estaduais, prefeitos, direções dos partidos, mas o destaque será o povo do Maranhão, que não se curvará à tirania de uma oligarquia que humilha presidente da República, senadores éticos e quer também humilhar os maranhenses”, repudia o manifesto do Movimento pela Democracia. Agora, ou vence a Democracia, ou prevalece a oligarquia, alertam os maranhenses.

“Se o senador Sarney insistir em tomar o governo na marra, poderá haver uma tragédia no Maranhão e ele será o único responsável. Na Democracia, o poder se conquista no voto e não por golpe”, reflete a indignação do povo maranhense o deputado federal Domingos Dutra, presidente do PT-MA.

“Não vendi meu voto, vamos resistir. Eles não vão cassar o nosso voto”, registra um anônimo cartaz na manifestação em Imperatriz. Tempos de luta para o Maranhão que se quer livre, democrático e justo. Luta que está apenas começando...

domingo, 22 de março de 2009

Novo julgamento de Jorge Moreno será 1º de abril

No último dia 18/03, o processo administrativo movido pelo deputado estadual Max Barros (DEM) contra o juiz Jorge Moreno foi colocado pela terceira vez em votação. Novamente foi adiada a sessão. Desta vez por pedido de vista do Desembargador Jamil Gedeon.

Já foram colhidos 13 votos, sendo parcialmente este o resultando: seis votos pela aposentadoria compulsória, cinco votos pelo arquivamento do processo, um voto pela remoção compulsória e um desembargador se deu por suspeito de julgar. Ainda faltam outros 11 desembargadores posicionarem-se.

Segundo norma da Constituição Federal, para que a pena de aposentadoria compulsória seja aplicada a Jorge Moreno é necessário haver maioria absoluta, 50% + 1 dos votos, contandos da composição do tribunal pleno. O Tribunal do Maranhão tem 24 desembargadores(as). São necessários 13 votos pela pena de aposentadoria compulsória a ser aplicada.

A próxima sessão está designada para acontecer dia 1º de abril de 2009, às 08:30, no Tribunal do Maranhão (Praça Pedro II - Centro).

Diante de tantos atos graves investigados, o Tribunal do Maranhão resolveu instaurar procedimentos contra alguns juízes acusados de "venda de sentenças", mas nenhum foi afastado de suas funções.

Na última sessão administrativa, foi colocado em discussão o processo contra o juiz Marcelo Baldochi, acusado de prática de trabalho escravo. Foi retirado de pauta, por um pedido de vista. Mas praticamente o processo está correndo para ser arquivado. A votação encontra-se 10 a 7 pelo arquivamento da denúncia...

Eis algumas frases ditas pelos desembargadores favoráveis ao arquivamento da denúncia:
“Não temos nada haver com isso, por enquanto. O trabalho escravo nunca foi provado”;
“Isso diz respeito à vida privada do magistrado”;
“Não há motivos para expor esse juiz. Submetê-lo ao vexame”;
“Ele assinou o TAC[termo de ajuste de conduta], isso é um reparo das irregularidades” .
“Eles querem um negócio de outro mundo, de outro planeta”.

Quanto ao juiz acusado pela CGU - Controladoria Geral da União de ter suas despesas com hospedagem paga pela Prefeitura de Dom Pedro com recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental (Fundef), entre os meses de abril e outubro de 2006, o Tribunal resolveu aplicar a pena de censura. De acordo com o relatório da CGU, o juiz Thales Ribeiro teve 330 diárias de um hotel pagos pela Prefeitura de Dom Pedro, no valor de R$ 6,6 mil. Assim caminha a justiça do Maranhão...

A nova data do julgamento de Moreno é dia primeiro de abril: Dia da Mentira!

Será que neste dia não prevalecerá a verdade no julgamento de Jorge Moreno?Acompanheremos.

O planeta água e o semi-árido

Neste 22 de março, tem-se o Dia Mundial da Água. Data a qual se busca a reflexão sobre esse bem cada vez mais precioso. O cinema já retratou, em MadMax, o que será a guerra pela água doce em nosso planeta. Podemos chegar ao futuro sem essa guerra? Quem sabe?

O que gosto de recordar, neste Dia Mundial da Água, é que o nosso Maranhão, sempre vendido somente pelas suas características amazônicas e como oásis do Nordeste, também tem sua região escassa de água: o semi-árido maranhense. Lá, chove muito, mas evapora ainda mais. Administrar o uso adequado da água é tarefa cada vez mais urgente, para os quem têm pouco e para os que (ainda tem) muito.

Abaixo, deixo um artigo sobre o semi-árido maranhense, que publiquei em 2003. À época, estava na coordenação da ASA (Articulação do Semi-Árido). Ainda nos serve para reflexão sobre o planeta água e a região do semi-árido.



PARA ALÉM DOS MANDACARUS

Ao longo da semana que passou, o Jornal Nacional veiculou uma série de reportagens especiais sobre o semi-árido brasileiro, denominada “Sertão Feliz”. As matérias abordaram como a vida do sertanejo vem sendo transformada com participação e organização popular, superando a velha realidade do coitado, pobre e abandonado que cerca os brasileiros das áreas secas do Nordeste.

A TV Globo fez chegar a todo o País que emerge com força uma nova concepção sobre a problemática da seca. Consolidou que, a exemplo do Alasca nos Estados Unidos, onde cai neve durante os 365 dias do ano e que não se fala em combater a neve, no semi-árido brasileiro a política de desenvolvimento deve ser de igual conteúdo.

Não se trata mais de combater a seca, mas conviver com a seca. E, a partir desta concepção, substituir carros-pipa e perfurações de poços por construção de cisternas, barragens subterrâneas, economia popular solidária e um novo modelo de desenvolvimento local, fruto da agricultura familiar. Uma estratégia de desenvolvimento que tenha o sertanejo como sujeito protagonista das formulações de soluções de seus problemas, levando em conta a realidade na qual está inserido.

Já disse o pensador, quando o novo está nascendo e o velho insiste em continuar a existir, estamos diante de uma revolução. É o que acontece nos 974.752 km2 dos 11 Estados (nove do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo) que compõem o semi-árido brasileiro: uma verdadeira revolução cultural em marcha. Que faz definhar o velho coronelismo e o antigo assistencialismo. No lugar disto, emerge uma cidadania ativa e uma luta coletiva por terra, trabalho, renda e direitos.

A criação do bode, o cultivo da palma, a ovinocultura, a apicultura, o aproveitamento da carnaúba e do babaçu, a educação por meio de modelos centrados na realidade a qual crianças e adolescentes vivenciam (o caju substituindo a uva nas contas da matemática, por exemplo) e a organização de base surgem como símbolo deste novo semi-árido, configurado nestas experiências bem sucedidas nesta região brasileira.

Por debaixo destes frutos, diversas raízes em forma de organizações locais. No semi-árido, são mais de 700 organizações de igrejas, ONG´s, sindicatos, ambientalistas e comunidades articuladas na construção dessa nova realidade. O Programa de construção de Um Milhão de Cisternas (P1MC) é apenas a porta de entrada dessa transformação.

Que estas experiências bem sucedidas que acontecem no semi-árido mais visível também rapidamente cheguem ao semi-árido maranhense. Área de 96.000 km2 reunindo 44 municípios e uma população total de 1.150.000 habitantes, situada na transição entre a Amazônia/Caatinga e Cerrado/Caatinga, localizado à leste do meridiano 44º, equiparado no Código Florestal ao Polígono das Secas. Onde chove muito (uma precipitação aproximada de 1.000mm), mas evapora ainda mais (uma evapotranspiração acima de 1.500mm).

Cá, como lá, há um povo sofrido, sob casas de taipa e palha, mas esperançoso, lutador e em efervescente organização. Como todo sertanejo, um forte, como diria Euclides da Cunha. Viva este povo maranhense e brasileiro!

Maria da Penha é capa da Revista Forum



A Revista Fórum de número 72 traz Maria da Penha em sua capa (http://www.revistaforum.com.br/sitefinal/NoticiasIntegra.asp?id_artigo=6636). A militante do movimento de mulheres foi escolhida para a capa da revista deste mês de março, após votação na internet feita pela revista.

Os internautas puderam votar, após uma pré-seleçao (também em votação pela internet), entre Clara Charf, Dilma Roussef, Heloísa Helena, Luiza Erundina, Maria da Penha, Margarida Alves e Marina Silva. Maria da Penha venceu com 36% dos votos de 1.238 internautas.

Parabéns a revista pela iniciativa. No Ecos, continua também nossa enquete: qual foi a maranhense que mais contribuiu para a luta das mulheres no estado? Passe lá e deixe seu voto.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Hoje tem plenária da juventude no Balaiada

Mais um plenária grande no acampamento Balaiada. Desta vez, foi dos movimentos de luta por moradia: União Estadual de Luta por Moradia, Fórum Maranhense de Moradia, Liga dos Necessitados por Moradia, Movimento de Lutas Urbanas e outros. Ponto de unidade: a defesa do voto de cada maranhense - NENHUM PASSO ATRÁS, SARNEY NUNCA MAIS.

Cerca de 250 militantes de diversos núcleos de moradia (Residencial Zumbi dos Palmares, João do Vale, etc) decidiram reforçar a Marcha do povo maranhense pela Democracia, constituindo um coluna própria, com as bandeiras e palavras-de-ordem por um Maranhão livre. Deliberaram ainda reforçar o ato do dia 31 de março. A coordenação do movimento também articula a vinda de uma liderança de peso para prestar sua solidariedade à marcha pela democracia.

PLENÁRIA DAS JUVENTUDES
Hoje diversas juventudes se reúnem, a partir das 17h30, no acampamento Balaiada. A plenária é suprapartidára e reunirá JS(Juventude Socialista-PDT), JSB (Juventude Socialista Brasileira-PSB), Juventude Tucana (PSDB), juventude do PCB, jovens petistas, juventude do movimento "Xô, Rosengana", Vale Protestar, participantes do CEJOVEM(Conselho de Juventude) e lideranças estudantis.

CAMINHADA NOS BAIRROS
Reuniões e caminhadas vêm movimentando os bairros Sol e Mar, Vila Luizão, Liberdade, Isabel Cafeteira, desde segunda-feira. Hoje estão previstos João Paulo e São Raimundo. Amanhã tem plenária da militância do PDT. É a cidade em movimento!

Poesia de Quinta

Poesia de Quinta - número 24
Por Deila Maia

A Poesia de Quinta de hoje vai especialmente dedicada ao meu querido amigo Ferdinando Serejo que, assim como eu, gosta de fazer reflexões filosóficas e poéticas, sobre os mais variados temas.

Tivemos uma conversa recentemente, assistindo a um show de blues aqui em São Luís, em que surgiu este assunto do curioso gosto pelos paradoxos nas poesias chinesas e, também, no pensamento chinês de um modo geral. Por exemplo, para eles, a harmonia de uma música está justamente no silêncio entre as notas. Bonito, não?

E refletindo sobre a importância do vazio, do não-ser, do metafísico, do que está para além da matéria, escolhi o Poema 11 do livro "TAO TE CHING - o livro que revela Deus", de Lao-Tsé. O grifo no final do poema é meu. Espero que gostem e que lhe toquem fundo no coração...

Este é um pequeno livro, lindo, de leitura não muito fácil, que exige bastante da mente, até porque é uma FORMA DE PENSAR bem diferente da nossa cultura ocidental. Pelo menos, é esta a minha opinião sobre ele. Eu li este livro em 2004 e, até hoje, ele mexe muito com a minha cabeça.

A história deste livro é bastante peculiar: foi escrito por volta do século VI a.C, por Lao-Tsé, fundador do Taoísmo. Segundo a lenda, ele teria escrito esta obra no final da sua vida, quando já tinha mais de 80 anos, quando ele estava se retirando da China, por discordar da forma como o país vinha sendo administrado. Em uma noite apenas, ele escreveu toda a obra (81 poemas), com o objetivo de deixar o legado da sua sabedoria para o guarda da fronteira da China. É um livro riquíssimo em ensinamentos e cuja leitura eu recomendo, principalmente para os amantes e curiosos acerca da cultura oriental.

Beijos metafísicos para todos!!!!



Poema 11
A ATUAÇÃO DO INVISÍVEL NO VISÍVEL -
Lao-Tsé

Trinta raios convergentes no centro
Tem uma roda,
Mas somente os vácuos entre os raios
É que facultam seu movimento.
O oleiro faz um vaso, manipulando a argila,
Mas é o oco do vaso que lhe dá utilidade.
Paredes são massas com portas e janelas,
Mas somente o vácuo entre as massas
Lhes dá utilidade-
Assim são as coisas físicas,
Que parecem ser o principal,
Mas o seu valor está no metafísico
.

Sobre futricas e mexericos...

Internauta anônimo, em comentários, pergunta: "E ai, Franklin, tu não vais comentar sobre a S-10 cabine dupla e o novo apartamento?".

Nossas considerações, em respeito aos leitores e leitoras de Ecos das Lutas:

Não. Ecos das Lutas não trata de futricas e fuxicos, trava a luta política. Faz jornalismo opinativo, com posição política e ideológica claramente manifestada em sua primeira postagem (confira em 04/01/2009).

O que incomoda é que Ecos desmontou, com fatos e fotos, (mais) uma mentira do Imirante/Decio Sá/O Estado do MA: a manifestação em Imperatriz. Se o revide a nossa contra-informação é calúnia e difamação, isto só revela o nível do jornalismo da oligarquia. E o espaço de embate, então, passa a ser outro, não o de comentários (anônimos ou não) dos blogues. E ponto final.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Deflagrada a MARCHA PELA DEMOCRACIA. Começam as caminhadas nos bairros. Hoje tem plenária da Moradia


Reunião realizada ontem (terça-17/3), em Itapecuru-mirim, deu o pontapé inicial para a realização da Marcha do povo maranhense pela Democracia. Participaram dela MST, STTR, Sintraf, Sindicatos urbanos de Itapecuru, Aconeruq, representantes de assentamentos e áreas quilombolas, rádios comunitárias e diretórios municipais do PDT e do PT de Itapecuru e municípios vizinhos.

A reunião foi o primeiro passo para a preparação do processo de mobilização para a marcha, que iniciará em Itapecuru. Com a marcha, o comitê maranhense pela democracia espera percorrer cerca de 200km parando em cada município e realizando atos públicos até chegar à praça Deodoro, em São Luís, no dia 31 de março, para participar do Ato-show GOLPE NUNCA MAIS, que marca os 45 anos do golpe militar.

Da marcha participarão sem-terras, sem-tetos, trabalhadores rurais, indígenas, quilombolas, estudantes e maranhenses que lutam pela soberania do voto popular.

CAMINHADAS NOS BAIRROS
O movimento Balaiada também inicia a partir de hoje as atividades de mobilização e debate com a população nos bairros.

Sob organização do presidente municipal do PDT, Júlio França, as atividades nos bairros de São Luís, a partir de hoje, serão diárias: sempre uma caminhada a partir das 16 horas e duas plenárias à noite.

Assim, serão três bairros por dia sendo mobilizados até o dia 31 de março, onde se espera uma grande movimentação no ato Golpe nunca mais. Até lá, cerca de 40 bairros serão visitados e lideranças comunitárias envolvidas na construção da resistência em favor da democracia.

MEGA CARREATA PELA DEMOCRACIA
Depois de duas carretas grandes e uma enorme ja realizadas, o comitê prepara agora a Mega Carreata pela Democracia: será no dia 29 de março. Também chamando o povo a participar do ato GOLPE NUNCA MAIS na praça Deodoro (31/3).

Marcha do povo maranhense pela Democracia, caminhadas nos bairros e reuniões comunitárias, mega carreata pela democracia, ato Golpe Nunca Mais, dentre outras, foram as atividadas confirmadas, ontem, na segunda plenária popular do movimento Balaiada.

AGENDA
HOJE TEM PLENÁRIA DO MOVIMENTO DE MORADIA
, a partir das 18h30, no acampamento Balaiada.

terça-feira, 17 de março de 2009

Luís Nassif: "golpismo com a ajuda da lei"

Quanto tempo levará para o PIG (Partido da Imprensa Golpista) maranhense desqualificar este texto do Luís Nassif??

Confira abaixo postagem do blogue no Luís Nassif de hoje (17/3) sobre "o jeito Sarney de fazer política" (
http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2009/03/17/golpismo-com-a-ajuda-da-lei/#more-29455).

Golpismo com a ajuda da lei
Coluna econômica-17/03/2009

O ex-presidente José Sarney mudou seu domicílio eleitoral e se candidatou senador pelo Amapá. Tempos depois, o governador João Alberto Capiberibe foi cassado por abuso de poder nas eleições. A acusação: teria comprado dois eleitores por R$ 26,00.

Agora é a vez do governador de Maranhão, Jackson Lago, ser vítima de um enredo semelhante. Lago foi cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por 4 votos a 3. Três dos votos eram de Ministros do Supremo Tribunal Federal - o relator Eros Grau, o presidente Carlos Ayres Britto e o Ministro Ricardo Lewandovski. O quarto, de um Ministro do Superior Tribunal de Justiça. Contra, votaram outro Ministro do STJ e os dois representantes da OAB.

A acusação é de abuso de poder. São três fatos incriminadores.

O primeiro, um evento no aniversário de 110 anos do município de Codó em 16 de abril de 2006. Foram convidados o governador José Reinaldo. Também foi convidado Jackson Lago. No encontro, o governador, no palanque, assinou simbolicamente um convênio com o município. Recentemente, o presidente Lula fez o mesmo na frente de 400 prefeitos. O governador José Serra repetiu o gesto, em evento recente. Em nenhum dos casos foi considerado abuso de poder, justamente porque convênios precisam de publicidade para que a população possa fiscalizá-los.

O que mais impressiona nesse processo é que, na ocasião, Jackson Lago não tinha nenhum cargo, sequer fora indicado candidato a governador - porque a convenção só ocorreu no mês de julho.

O segundo episódio foi uma reunião fechada com 40 a 50 pessoas do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pinheiros.

O terceiro foi uma “autodenúncia espontânea” de quatro eleitores de Imperatriz, dizendo que venderam seus . Posteriormente, um deles procurou a Polícia Federal para denunciar que tinham sido pressionados a efetuar tal denúncia. Eros Grau não tomou conhecimento, alegando que as provas foram apresentadas fora do prazo.

Em 2002, o candidato de Sarney, José Reinaldo, teve 48% dos votos válidos. A oposição teve 52% (somados o PDT, mais 5% do PT e 5% do PSB). Na época, o TSE anulou os votos do PSB, alegando atraso na entrega de documentos. Com isso, não houve segundo turno.

Agora, os Sarney tentaram de todo modo conquistar dois municípios promissores cassando os prefeitos: Santo Amaro, onde foi descoberto gás; e Barreirinhas, onde há um campo de petróleo promissor. Não conseguiram em Santo Amaro mas em Barreirinha o prefeito está afastado.
Antes, a corregedora Nelma afastou o juiz da comarca e enviou um substituto - que cassou o prefeito. Nelma é Sarney, cunhada do senador; o prefeito que assumiu é um primo de Sarney.

Além do relator Eros Grau ter negado a análise das provas do inquérito, o TSE ainda indicou para substituir Lago a candidata derrotada, a própria Roseana.

No mesmo TSE, corre uma denúncia de abuso de poder contra Roseana. Seu inquérito tem 300 páginas; o de Jackson, 15 mil. Só o de Jackson foi julgado.

Os ministros não tiveram tempo de ler as 300 páginas do inquérito de Roseana.

O homem por trás dessa coleta de “provas” para cassar inimigos é Chiquinho Scórcio, operador de Sarney e de Renan Calheiros.

Zé Dirceu fecha com FHC: segundo lugar não, nova eleição

Tal como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), José Dirceu (PT) também é contra a posse do segundo colocado em processos de cassação de cargos do executivo (governadores, prefeitos).

O ex-chefe da Casa Civil do Planalto expôs sua opinião em entrevista ao jornal O Tempo, de Minas Gerais, onde passará a escrever semanalmente uma coluna. Para Dirceu, falta no país uma verdeira reforma política: "O Congresso tem uma dívida com o país, que é a reforma política. No Senado, é preciso acabar com o papel do suplente. No caso de um senador deixar o cargo, bastaria convocar nova eleição". O petista enfatiza ainda: "Em caso de afastamentos envolvendo cargos do Executivo, também deveria ocorrer nova eleição e nunca a posse do segundo colocado".

Ao externar esta posição, José Dirceu contrapõe-se a um dos aliados que tem sido mais próximo, José Sarney. Se a tese é geral, vale também para Roseana Sarney.

"O ex-ministro José Dirceu posicionou-se contra a eventual posse de Roseana Sarney no Governo do Maranhão", concluiu Márcio Jardim, secretário geral do PT-MA.

A controvertida decisão do TSE de cassar por 4 a 3 o mandato do governador Jackson Lago, em instância única e mediante tese que necessitou o voto de desempate do presidente da corte, e indicar que o segundo lugar assumisse o governo, começa a despertar a atenção das principais lideranças políticas do País. No caso de Dirceu, seu alerta deve ter se aguçado após se dar conta de que o próximo da fila é o governador de Sergipe, Marcelo Déda, do PT...

segunda-feira, 16 de março de 2009

Programação Balaiada: plenária popular nesta terça, a partir das 18h30

A partir das 18h30 desta terça-feira (17/3), acontece a segunda Plenária Popular do movimento Balaiada, em frente ao Palacio dos Leões(acampamento Balaiada).

A intenção é reunir novamente todos os segmentos que ao longo da semana passada foram construindo o processo de mobilização por setor (direitos humanos, negros/as, juventudes, mulheres etc), fazer um balanço do processo e preparar o Ato Nacional GOLPE NUNCA MAIS-Pela Democracia e em Defesa do Maranhão - que será no dia 31 de março.

Na pauta da plenária também a MARCHA DO POVO MARANHENSE PELA DEMOCRACIA, que iniciará no dia 24 de março, saindo com grande ato público no Entrocamento. A marcha percorrerá 200km até chegar a São Luís. Em cada município por onde passar haverá um ato político, panfletagens nas escolas, bancos e feiras, mobilização da população para o que está acontecendo no Maranhão.

Agende-se e marque presença na Plenária Popular.