sexta-feira, 27 de março de 2009

QUEM FAZ UM CESTO FAZ UM CENTO E SE UM BALAIO, UMA BALAIADA

Por Haroldo Saboia

Por onde andam os novos balaios, os balaios da resistência republicana, das lutas pelo respeito ao sufrágio universal? Os balaios-operários das fortalezas que já vemos surgir e ressurgir, aqui e ali, como um grito de alerta à Oligarquia e seus sustentáculos?

Andaram por toda a parte. Suas vozes foram arrebatadas pelos ventos e chegaram a cada um dos assentamentos dos sem terra, dos sem trabalho, dos – quase - sem esperança.

Aqueceram os debates do Fórum Social Mundial, em Belém, vencendo as chuvas, os chuviscos e a umidade da Amazônia.

E conquistaram a simpatia das nações indígenas, dos povos das florestas e de tantas e quantas tribos, da Ásia aos países nórdicos, da África à Austrália e Filipinas, da Europa ao continente americano de Norte a Sul. Lá estavam pela simples razão de acreditar que um outro mundo é possível.

Nos 200 anos de nascimento de Darwin, os balaios conseguiram a proeza de espalhar pelo mundo inteiro que ainda sobrevive, entre o Nordeste e o Norte do Brasil, um território de esplendorosas paisagens e rica biodiversidade: o Maranhão.

Estado da Federação, todavia transformado em uma sorte de Galápagos político – nas apropriadas palavras do governador eleito Jackson Lago - tal anacrônica sua estrutura de poder político, social e econômico.

A imagem construída pela sua dura realidade histórica, cultivada com tanto capricho por suas elites, fez com que o Maranhão fosse descrito pela revista The Economist, em sua edição de 5 de fevereiro, como uma região onde predomina o semi-feudalismo e ONDE OS DINOSSAUROS AINDA VAGAM, em referência explicita a eleição de José Sarney à Presidência do Senado.

Um entre os provisionados do senador, dos mais raivosos, correu para criticar o semanário britânico por desconhecer que o próprio Sarney, em discurso no Senado, em 21 de março de 2003, após ser desbaratado o esquema LUNUS, proclamara ser a The Economist “a revista de maior prestígio, a Bíblia do mundo globalizado”.

E os balaios prosseguem em sua luta de resistência; dia a dia incorporam novos e novos apoios de intelectuais e militantes do Maranhão, do Brasil e do exterior.

O grande Oscar Niemeyer, centenário militante, cujo traço já desenhou no solo de nossa Ilha o Memorial Maria Aragão e, agora, levanta seu punho em defesa da vontade popular expressa nas urnas pelos maranhenses.

Do presidente Hugo Chávez - com seus ideais bolivarianos cantados já no século XIX pelo maranhense Sousândrade - à liderança lúcida e serena de João Pedro Stédile, que enfrentou com desdém toda sorte de provocação da imprensa miranteana pelo seu apoio corajoso à luta dos maranhenses.

Na mensagem de Frei Beto e na presença de fundadores do Partido dos Trabalhadores como Manoel da Conceição e, nesta semana, de Olívio Dutra (Constituinte, governador do Rio Grande do Sul e ministro de Lula,) - vemos motivos eloqüentes de que a vitória está ao alcance do nosso poder de mobilização. De todos e de cada um, na unidade e na sempre saudável diversidade.

E onde estão, neste momento, os balaios? Um pouco por toda a parte. Mas, sobretudo futucando a consciência de cada um.

- “Eu sou contra a Roseana e a Oligarquia Sarney, mas não estou gostando da maneira como o Jackson tá governando”.

É verdade que muitos pensam assim. Eu mesmo já manifestei, publicamente, meu ponto de vista pelo afastamento imediato do governo do seu Secretário de Planejamento, bacharel Aziz Santos. E esta continua sendo a minha posição (minha e de muita gente...).

Mas não serão divergências como esta, com o governador Jackson, que me afastarão da luta, das trincheiras que ajudei a construir ao longo da minha história.

Lutar pela defesa do seu mandato legítimo, conquistado por maioria absoluta; pela defesa da democracia; contra o tapetão e a trapaça armados pela oligarquia Sarney-Murad.

Não, não podemos ficar parados, imobilizados! Temos que estar atentos aos gritos dos balaios.
E eles já despontam, lá estão vindo!

Seguindo os trilhos da estrada de ferro São Luis-Teresina, cantando as cantigas de João do Vale; margeando o Itapecuru e ouvindo a histórias das lutas camponesas de José Nascimento, de Augusto Marques e tantos outros; parando neste e naquele povoado quilombola pra que todos fiquem impregnados do espírito forte, da inteligência e da coragem do Negro Cosme.

Quando eles atravessarem os Mosquitos e chegarem à Estiva, a Ilha toda estará como um ponto de interrogação.

Será desta feita nosso encontro com a História?

Teremos forças para levantar nossas bandeiras, cantar nossos hinos, tomar em nossas mãos nosso destino, nossa História?

Os novos balaios, com sua militância aguerrida, estão chegando para transformar São Luis, toda a Ilha, em uma grande PRAÇA de LIBERDADE.

Dia 31 na DEODORO reafirmaremos que não queremos a volta da opressão, da tirania, da Oligarquia.

PARA DIZER QUE QUEREMOS, SIM, DE VOLTA A NOSSA ESPERANÇA NO FUTURO!
TODOS JUNTOS ENSINAREMOS AO BRASIL COM QUANTOS BALAIOS E COM QUANTOS SONHOS E UTOPIAS SE FAZ UMA BALAIADA!!!

2 comentários:

Vaniafrazão disse...

Haroldo, percebe que ninguém lhe dá mais ouvidos? Nem comentários ninguém faz, sabe porque? Está patética essa sua posição de achar que tem condições de pedir para o governador Jackson Lago afastar um secretário da sua mais alta confiança, quadro histórico do partido, de respeito e de admiração pelos seus companheiros. Só você pra a essa alturaservir de bode expiatório. Desculpe mais você está sndo ridicularizado por muitos.

Anônimo disse...

Sou funcionário público municipal e sei como o Aziz Santos age. O artigo de Haroldo Saboia é o que muita gente sempre quis dizer. Histórico não dá o direito a ninguém de destratar e debochar dos outros. Se esse é o homem de confiança de dr. Jackson, coitado!!! Ou coitados de nós!!