sábado, 31 de dezembro de 2011

Em 2012...




Em 2012...
... [Não] vamos celebrar a estupidez humana...


... [Não] vamos celebrar nosso país e sua corja de assassinos, covardes, estupradores e ladrões...

... [Não] vamos celebrar nossa polícia podre e televisão...

... [Não] vamos celebrar nosso governo e nosso estado que não é nação...

... [Não vamos] celebrar a juventude sem escolas, as crianças mortas...

... [Não vamos celebrar] todos os mortos nas estradas, os mortos por falta dos (72 prometidos) hospitais...

... [Não] vamos celebrar nossa justiça, a ganância e a difamação...

... [Não] vamos celebrar os preconceitos, o voto dos analfabetos, queimadas, mentiras e sequestros...

... [Não vamos celebrar] Castelo, o trabalho escravo, toda a hipocrisia e todo roubo e toda indiferença...

... [Não] Vamos festejar a violência e esquecer a nossa gente que trabalhou honestamente a vida inteira e não tem mais direito a nada...

... [Não] Vamos celebrar a aberração de toda a nossa falta de bom senso, o descaso (da oligarquia) por educação...

... [Não] Vamos celebrar a fome, não ter a quem ouvir, não se ter a quem amar.


Em 2012,  [não] vamos alimentar o que é maldade, [não] vamos machucar o coração.

Que seja um ano em que nossa luta e paixão contribuam para um outro mundo, no qual a perfeição da letra da Legião Urbana em retratar nossa realidade seja menos celebrada, inclusive este que vos deseja um FELIZ ANO NOVO!

Franklin Douglas
Sob letra de Renato Russo
(link para ler a letra, ver o clip e ouvir a música PERFEIÇÃO: http://letras.terra.com.br/legiao-urbana/46967/)

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Só um partido autenticamente de esquerda poderia publicar uma nota dessas...

Como não concorda com o capitalismo monopolista em rearticulação no País a partir do governo federal...
... Como não diz amém à oligarquia...
... Como não deve qualquer financiamento de campanha à Vale...
... e como está antenado na luta ambiental, a partir do ecossocialismo...
... só o PSOL poderia publicar a nota abaixo: eis porque o PSOL é um partido necessário ao Brasil e ao Maranhão!




PSOL RESPONSABILIZA GOVERNO DO ESTADO E VALE SE HOUVER ACIDENTE ECOLÓGICO NA BAIA DE SÃO MARCOS

 
PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE (PSOL)
Diretório Estadual do Maranhão

PSOL RESPONSABILIZA GOVERNO DO ESTADO E VALE
SE HOUVER ACIDENTE ECOLÓGICO NA BAIA DE SÃO MARCOS
O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), através de sua Secretaria de Meio Ambiente, emitiu nota pública onde externa sua preocupação com a situação do navio Vale Beijing.
Para Lamartine Serra, secretário de Meio Ambiente do PSOL/MA, qualquer vazamento das sete mil toneladas de combustível será uma tragédia para todo o ecossistema ambiental, em proporções inimagináveis para a plataforma continental, atingindo todo o litoral e praias da orla maranhense, cuja maior responsabilidade será do Governo do Estado do Maranhão, inoperante em exigir que a VALE faça os reparos na fissura do casco do navio.
O dirigente psolista também denuncia o desinteresse que a VALE demonstra pelo estado do Maranhão e o descaso em solucionar o grave problema; a empresa prioriza administrar unicamente seus astronômicos lucros, acusa o PSOL.
“Não basta deslocar o navio para águas mais profundas, longe de seu porto, como forma de tentar minimizar o problema, a sociedade exige, clama por soluções seguras e transparentes, contra os possíveis danos ambientais e não meros paliativos”, critica Lamartine Serra.
Nós do PSOL do Maranhão alertamos a sociedade maranhense para a gravidade do que poderá vir acontecer em nosso estado nesse caso. Para se ter exemplo, o governo da China proibiu que esses navios da Vale atracassem em seus portos, pois não constataram as garantias de segurança contra acidentes ambientais de navios desse porte. Enquanto o governo chinês toma precauções e protege sua população e seu meio ambiente marítimo quanto a esses possíveis desastres ecológicos, no Maranhão o governo da oligarquia diz amém à Vale, conclui.
Leia, abaixo, a nota do partido na íntegra:
O PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE (PSOL) vem a público externar sua preocupação com a situação do navio Vale Beijing. Para o PSOL/MA qualquer vazamento das sete mil toneladas de combustível será uma tragédia para todo ecossistema ambiental, em  proporções inimagináveis para plataforma continental, atingindo todo o litoral e praias da orla maranhenses, cuja maior responsabilidade será do Governo do Estado do Maranhão, inoperante em exigir que a VALE faça os reparos na fissura do casco do navio.
Por sua vez, a VALE demonstra seu total desinteresse pelo estado do Maranhão, e descaso em solucionar o grave problema,  prioriza administrar unicamente seus astronômicos lucros. Não basta deslocar o navio para águas mais profundas, longe de seu porto, como forma de tentar minimizar o problema, a sociedade exige, clama por soluções seguras e transparentes, contra os possíveis danos ambientais e não meros paliativos.
O PSOL do Maranhão alerta a sociedade maranhenses para a gravidade do que poderá vir acontecer em nosso estado nesse caso. Para se ter exemplo, o governo da China proibiu que esses navios da Vale atracassem em seus portos, pois não constataram as garantias de segurança contra acidentes ambientais de navios desse porte. Enquanto o governo chinês  toma precauções e protege sua população e seu meio ambiente marítimo quanto a esses possíveis desastres ecológicos, no Maranhão o governo da oligarquia diz amém à Vale.
Os maranhenses estão fartos de propaganda e enganação: QUEREM UM GOVERNO DE VERDADE PARA O MARANHÃO!
Lamartine SerraSecretário de Meio Ambiente do PSOL/MA
Fonte: psolma.wordpress.com

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

10 anos sem Cassia Eller (dez1962 - 29dez2011)

SITUAÇÃO NO BEIJING DA VALE É DE DESESPERO!


Blog do Ricardo Fonseca:

MENSAGEM DE UM TRIPULANTE DE CATAMARà AO LADO DO BEIJING DA VALE

"Bom dia, estamos no catamara ACQQUA 2, ancorados exatamente entre o INDUSTRIAL FAITH e VALE BEIJING ha 20 milhas da Raposa, por enquanto tudo parado mas os rebocadores estao a postos, a XINGU voltou ontem pro porto, a cobertura aqui oscila bastante. Tao falando aqui q a real solucao seria um navio encostar no Vale (Beijing)  e fazer o desabastecimento de forma segura. A XINGU eh barcaca de rio, nao eh adequada para ALTO MAR, inclusive tao dizendo que ela eh cheia de oleo, mais o peso das defensas YOKOHAMA, pode virar na primeira onda.Estao criticando a organizacao falando q o local ideal seria o CUJUPE, 30m d profundidade.Porem la nao eh area de FUNDEIO vetado pela CAPITANIA. Aqui ta parecendo BIG BROTHER, tensao aumentando, marinheiros querendo se amotinar e trocando farpas pelo radio.Nego XINGANDO e falando alto no telefone.OPERACAO ABORTADA. XINGU  nao vira mais, estao estudando outra possibilidade, mais 1 dia de expectativa.
Nota do Blog do Ricardo Fonseca: Esses sao relatos da situacao real do Navio VALE BEIJING, relatados por um tripulante que trabalha na operacao de resgate e solucao para os problemas do navio. Via mensagem de celular. Acesso o Blog do Ricardo Fonseca aqui."

Quando ser neutro significa ser cúmplice...



Nesse contexto da reflexão do Noblat, como noticiar os 72 hospitais prometidos por Roseana e Ricardo Murad? A construção da Via Expressa? O saque de 29 milhões para obras que Castelo não fez com os 73 milhões de convênios deixados por Jackson Lago? A queda dos ministros de Dilma? As mortes no trânsito de São Luís ocasionadas por "playzinhos" da cidade?


O limite do ideal de jornalismo do Noblat é que ele não compreende que o jornalismo não é neutro: em momento algum! O que não quer dizer que seja sempre partidário, antiético, desfocado do interesse público.


Ricardo Noblat
Quando ser neutro significa ser cúmplice

Os jornalistas aprendem nos bancos escolares que títulos de notícias e notícias devem se limitar a apresentar os fatos da maneira mais neutra possível. Caberá aos leitores, e somente a eles, tirarem suas próprias conclusões.
A regra faz sentido? Acho que sim. Mas como toda regra ela comporta exceções. Abri várias ao longo dos meus quase 45 anos de jornalismo – uma delas quando vi em Brasília um rapaz agredir um idoso à saída de uma área de lazer chamada Pier 21.
O rapaz tinha discutido com sua mulher na mesa de um restaurante. Ela fora embora aborrecida. Ele depois saiu atrás dela e, na altura do estacionamento pago do Pier, pensou tê-la visto entrando em um carro na companhia de um senhor.
Não hesitou: atacou o homem pelas costas. Derrubou-o. E ao cair, o homem bateu com o braço direito na quina da calçada. O braço se partiu. O rapaz montou no homem e começou a esmurrá-lo. Até que foi tirado de cima dele.
Só depois, já detido por policiais, o rapaz constatou que não era dele a mulher que entrava no carro na companhia daquele homem que jazia no chão. Era mulher do homem que ele nunca vira antes e que agredira.
Ambas as mulheres eram louras. Ambas, baixinhas. A do agressor tinha pouco mais de 20 anos de idade. A outra, pouco menos de 50. “Eu me confundi, eu me confundi”, desculpou-se o rapaz nervoso.
Ele foi levado para a 1ª Delegacia de Polícia, interrogado e solto, embora tenha sido preso em flagrante. O homem foi levado para o Hospital de Base. Em face da fratura no braço, ficaria inativo por 60 dias.
O título da reportagem publicada pelo Correio Braziliense foi “O Selvagem do Shopping”. Poderia ter sido um título neutro do tipo “Rapaz agride homem à saída do Pier 21”. Ou: “Rapaz agride homem por engano”.
Mas como qualificar o ato do rapaz senão como um ato de selvageria, e de uma selvageria absurda, sem nenhuma explicação, sem atenuante algum? E se foi um ato de selvageria por que não dizê-lo com todas as letras?
A imprensa não deve ter medo de chamar as coisas pelo seu próprio nome. Não deve ser neutra diante de fatos comprovadamente graves e sobre os quais não reste a menor dúvida. Eu vi o rapaz espancar o homem. Ninguém me contou.
Quando a Polícia Militar do Pará invadiu um acampamento de sem-terras desarmados e matou uma dezena deles, o ato foi classificado de “massacre” por quase todos os jornais. E como massacre é tratado até hoje.
Foi um crime “bárbaro” o assassinato do jornalista Tim Lopes no Rio de Janeiro. Ele foi torturado por traficantes de drogas antes de ser morto. E depois de morto, seu corpo foi esquartejado e partes dele enterradas em locais diferentes.
Bush invadiu o Iraque a pretexto de que ali havia armas de destruição em massa. A ONU não encontrara tais armas – nem vestígios delas. Elas não foram localizadas desde a invasão.
Por que seria errado publicar uma foto de Bush na capa de um jornal sob a manchete: “Ele mentiu”. E por que você não se recorda de algum jornal que tenha feito isso?
Certa vez, li o perfil do presidente francês Jacques Chirac publicado pelo jornal espanhol “El Pais”. Ali foram descritos os métodos desonestos de Chirac de se manter no poder. E ele foi comparado ao chefe de uma gangue.
Se o autor do perfil reuniu informações suficientes e confiáveis para afirmar o que afirmou por que não deveria fazê-lo? E por que o jornal não deveria publicar?
Há fatos, pois, e muitos fatos, diante dos quais a imprensa não pode e não deve ser neutra. Se for sob a desculpa de tentar ser isenta estará apenas sendo cúmplice. E desinformando ao invés de informar.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Para Hobsbawm, protagonismo da classe média marca revoltas de 2011

O historiador britânico Eric J Hobsbawm (Rex Features)
Para historiador, classe operária perdeu seu papel histórico


A classe média foi a grande protagonista e força motriz das revoltas populares e ocupações que marcaram o ano de 2011. Esta é a opinião de Eric Hobsbawm, um dos mais importantes historiadores em atividade.
Andrew Whitehead, do Serviço Mundial da BBC

Em entrevista à BBC, o historiador marxista nascido no Egito, mas radicado na Grã-Bretanha, afirma ainda que a classe operária e a esquerda tradicional - da qual ele ainda é um dos principais expoentes - estiveram à margem das grandes mobilizações populares que ocorreram ao longo deste ano.
''As mais eficazes mobilizações populares são aquelas que começam a partir da nova classe média modernizada e, particularmente, a partir de um enorme corpo estudantil. Elas são mais eficazes em países em que, demograficamente, jovens homens e mulheres constituem uma parcela da população maior do que a que constituem na Europa'', diz, em referência especial à Primavera Árabe, um movimento que despertou seu fascínio.
''Foi uma alegria imensa descobrir que, mais uma vez, é possível que pessoas possam ir às ruas e protestar, derrubar governos'', afirma Hobsbawm, cujo título do mais recente livro, Como Mudar o Mundo, reflete sua contínua paixão pela política e pelos ideais de transformação social que defendeu ao longo de toda a vida e que segue abraçando aos 94 anos de idade.
As ausências da esquerda tradicional e da classe operária nesses movimentos, segundo ele, se devem a fatores históricos inevitáveis.
''A esquerda tradicional foi moldada para uma sociedade que não existe mais ou que está saindo do mercado. Ela acreditava fortemente no trabalho operário em massa como o sendo o veículo do futuro. Mas nós fomos desindustrializados, portanto, isso não é mais possível'', diz Hobsbawm.
Hobsbawm comenta que as diversas ocupações realizadas em diferentes cidades do mundo ao longo de 2011 não são movimentos de massa no sentido clássico.
''As ocupações na maior parte dos casos não foram protestos de massa, não foram os 99% (como os líderes dos movimentos de ocupação se autodenominam), mas foram os famosos 'exércitos postiços', formados por estudantes e integrantes da contracultura. Por vezes, eles encontraram ecos na opinião pública. Em se tratando das ocupações anti-Wall Street e anticapitalistas foi claramente esse o caso.''

À sombra das revoluções
Hobsbawm passou sua vida à sombra - ou ao brilho - das revoluções.
Ele nasceu apenas meses após a revolução de 1917 e foi comunista por quase toda a sua vida adulta, bem como um autor e pensador influente e inovador.
Ele tem sido um historiador de revoluções e, por vezes, um entusiasta de mudanças revolucionárias.
O historiador enxerga semelhanças entre 2011 e 1848, o chamado ''ano das revoluções'', na Europa, quando ocorreram uma série de insurreições na França, Alemanha, Itália e Áustria e quando foi publicado um livro crucial na formação de Hobsbawm, O Manifesto Comunista, de Marx e Engels.
Hobsbawm afirma que as insurreições que sacudiram o mundo árabe e que promoveram a derrubada dos regimes da Tunísia, Egito, Líbia e Iêmen, ''me lembram 1848, uma outra revolução que foi tida como sendo auto-impulsionada, que começou em um país (a França) e depois se espalhou pelo continente em um curto espaço de tempo''.

Historiador diz que revoluções no mundo árabe tomaram rumo inesperado
Para aqueles que um dia saudaram a insurreição egípcia, mas que se preocupam com os rumos tomados pela revolução no país, Hobsbawm oferece algumas palavras de consolo.
''Dois anos depois de 1848, pareceu que alguma coisa havia falhado. No longo prazo, não falhou. Foi feito um número considerável de avanços progressistas. Por isso, foi um fracasso momentâneo, mas sucesso parcial de longo prazo - mas não mais em forma de revolução''.
Mas, com a possível exceção da Tunísia, o historiador não vê perspectivas de que os países árabes adotem democracias liberais ao estilo das europeias.
''Estamos em meio a uma revolução, mas não se trata da mesma revolução. O que as une é um sentimento comum de descontentamento e a existência de forças comuns mobilizáveis - uma classe média modernizadora, particularmente, uma classe média jovem e estudantil e, é claro, a tecnologia, que hoje em dia torna muito mais fácil organizar protestos.''

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

CHAPA 1, que derrotou chapa do Reitor, da maioria do PT e do PCdoB na APRUMA, agradece apoio do PSOL

A Chapa 1 - Autonomia e Resistência venceu a eleição para a nova diretoria da Associações dos Professores da UFMA (APRUMA). Recebeu 307 votos contra 193 dados à Chapa 2, apoiada pela reitoria da UFMA, a maioria do PT e do PCdoB.

"Agradeço o apoio do PSOL à Chapa 1, Autonomia e Resistência. Penso que a Administração da UFMA fez mais que permitir a formação da Chapa 2: ela determinou sua criação e indicou nomes. Nossa vitória mostrou que os colegas docentes, em sua maioria, não comungam com qualquer intervenção autoritária em nosso Sindicato APRUMA", registrou a professora Marizélia Ribeiro - Departamento de Medicina III, secretária-geral eleita para a APRUMA.

A chapa 1 publicou também uma nota geral de agradecimento aos docentes da UFMA, leia abaixo:

"Prezados(as) Professores(as),

Nós que compusemos a Chapa 1 para as eleições da APRUMA (BIÊNIO 2012-2014) e nossos apoiadores, gostaríamos de agradecer imensamente a demonstração inequívoca de confiança no nosso trabalho constatada nas urnas eleitorais no dia 20 de dezembro. Foram 307 votos para a Chapa 1 e apenas 193 dados a Chapa 2.

Obtivemos uma vitória incontestável que merece muitas reflexões e uma delas podemos desde logo evidenciar: os professores da UFMA não aceitam intervenção em seu sindicato, seja por parte da Reitoria ou do Governo Federal. Reiteramos nossos compromissos de lutar incansavelmente em defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade, por condições de trabalho e aposentadoria dignas, por uma previdência pública e integral, além de persistirmos na luta pela construção de uma carreira docente que assegure vida digna aos professores ativos e aposentados. 

Obrigado a todas e todos. A luta continua!"

Diretoria Executiva eleita para a APRUMA - Chapa 1

Fonte: Site do PSOLMA

sábado, 24 de dezembro de 2011

O MITO DE NÖEL

Franklin Douglas (*)

Em francês, “Nöel” quer dizer natal. Isso mesmo: trato aqui, portanto, sobre o mito do Natal e, por conseguinte, também de sua figura mais ilustre, o “Papai Natal” ou, como conhecemos por estas bandas, “Papai Noel”. O objetivo, por favor, não é desencantar nenhuma criança, pequena ou adulta. Apenas pretendo deixar uma contribuição acerca de nossa culturaocidental para, em seguida, questionar: nossos ídolos ainda são os mesmos?
Como frisei, o mito natalino é fruto de nossa civilização ocidental. Sequer o é da maioria da humanidade. De nossos sete bilhões de habitantes, dos quais chineses e indianos são os mais numerosos, o culto a “nöel” não está presente nas civilizações que já passaram há muito dos 2011 anos contados após a morte de Jesus Cristo.
Por sinal, o natal foi criado para ele e não para o Papai Noel. A data de 25 de dezembro, também controversa – pois se tratava da data das festas pagãs ao rei Sol, incorporada ao calendário dos romanos –, foi estabelecida, no século IV, pela Igreja Católica, como o dia de nascimento de Jesus, na manjedoura de um presépio em Belém.
São Nicolau também se tornou mito natalino no século IV, a partir da Alemanha. Nicolau, arcebispo na Turquia, tornou-se santo após terem sido atribuídos a ele muitos milagres. Costumava ajudar anonimamente as pessoas em dificuldade, colocando um saco de moedas de ouro na chaminé das casas. Em parte, vem daqui a ideia do Papai Noel entrando pela chaminé para deixar presentes... São Nicolau, ou “Papai Noel”, era retratado em roupas de bispo, trajes de frio de cor verde, próximas à referência de um lenhador... Isso até 1931!
Foi na década de 30 do século XX que surgiu o “Papai Noel” vestido de vermelho, cinto e botas de cor preta, rechonchudo, de barba branca. E adivinha quem criou essa imagem?
Quem respondeu “Coca-Cola”, quase acertou. Na verdade, esse primeiro visual foi uma criação do cartunista alemão Thomas Nast, em 1886. Mas, de fato, essa imagem foi popularizada mundo afora através de uma grande campanha publicitária da Coca-Cola, 45 anos depois de Nast, onde a empresa usou essa imagem do “Papai Noel” gordinho, barbudo e vestido de vermelho, mesma cor da logomarca do refrigerante.
“Papai Noel” e Coca-Cola marcaram os “30 anos gloriosos” (anos 1940-1970) do capitalismo mundial como o símbolo, devidamente massificado pela televisão a partir dos anos 50/60, do ideal de vida ocidental. Presente de “Papai Noel” bebendo uma Coca-Cola era muito mais gostoso. Inicia-se a derrocada do presépio de Cristo e a primazia do “Papai Noel” como a imagem maior do natal: da Lapônia (na Finlândia), para os ingleses, ou do Pólo Norte, na invenção dos Estados Unidos sobre o local onde mora o “Papai Noel”, ao extremo da América do Sul.
Não por acaso, em seu artigo sobre “O natal de antigamente...”, o religioso Leonardo Boff retoma de suas memórias o que era o período em sua infância dos anos 30, em Santa Catarina:
“Eram tempos de fé ingênua e profunda que informava todos os detalhes da vida. Para nós crianças, o Natal era culminância do ano, preparado e ansiado. Finalmente vinha o Menino Jesus com sua mulinha (musseta em italiano) para nos trazer presentes.
(...) ao redor do pinheirinho, montávamos o presépio (...). Ai estava o Bom José, Maria, toda devota, os reis magos, os pastores, as ovelhinhas, o boi e o asno, alguns cachorros, os Anjos cantores que dependurávamos nos galhos de baixo. E naturalmente, no centro, o Menino Jesus (...). Vivíamos o tempo glorioso do mito”.
Se o mito traduz melhor a verdade que a pura e simples descrição histórica, como escreve Boff, estamos sem dúvida sob novos mitos natalinos e outros templos. A versão do trenó voador, das oito renas (há quem conte nove: Rodolfo – a rena de nariz vermelho, Corredora, Dançarina, Empinadora, Raposa, Cometa, Cupido, Trovão e Relâmpago), da chaminé, do bom velhinho e demais características do “Papai Noel”, ensaiadas no poema de Clemente Clark More – “Uma visita de São Nicolau”, de 1822 –, supera ano após ano os registros dos evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João.
O ouro, o incenso e a mirra, presentes entregues a Jesus na manjedoura, hoje poderiam ser adquiridos em incontáveis prestações no cartão de crédito, em nossos novos templos natalinos de consumo, os shoppings.
Por sinal, não é à-toa que o projetado Shopping da Ilha é inaugurado aos trancos e barrancos literalmente às vésperas do Natal. Indiscutivelmente a ser o maior shopping center da cidade, destoaria da pomposidade consumista ele ser inaugurado no período da quaresma... a dúvida que fica é se o grupo Sá Cavalcante inauguraria um inacabado shopping seu no Rio de Janeiro, da mesma forma que o fez em terras maranhenses...
Enfim, o fato é que, para desilusão de nossos teólogos, progressistas ou não, os mitos e os templos mudaram nos tempos atuais do capital. Seja pelo consumo exacerbado, seja pelo desejo de não desapontar nossas tenras crianças em sua crença no “Papai Noel”, resignamo-nos a reconhecer que os nossos ídolos natalinos não são os mesmos de nossos pais... resta-nos o consolo de que, pelo menos, os de nossos filhos e netos, serão os mesmos sob os quais crescemos.
E, então, mito serão essas estórias inventadas neste artigo de que Papai Noel (e agora é sem as aspas mesmo!) não passa de uma invencionice do ocidente. Coisa de cristão recalcado!
Seja numa ou noutra concepção, ho-ho-ho: feliz natal para você, cara leitora, caro leitor!

- - - - - -
(*) Franklin Douglas - 
jornalista e professor, e
screve para o Jornal Pequeno aos domingos, quinzenalmente. Artigo publicado no Jornal Pequeno (edição 25/12/2011, página 24)

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Há 146 milhões de crianças desnutridas no mundo: nenhuma é cubana


No último balanço do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) lê-se que atualmente existem no mundo 146 milhões de crianças menores de 5 anos com graves problemas de desnutrição. De acordo com este documento, 28% são de África, 17% do Médio Oriente, 15% da Ásia, 7% da América Latina e Caribe, 5% da Europa e 27% de outros países em desenvolvimento.

Via Solidários e lido no Vermelho

O relatório é inequívoco e informa que Cuba já não tem este problema, sendo o único país da América Latina que eliminou definitivamente a desnutrição infantil e que tudo tem feito para melhorar a alimentação, especialmente nos grupos mais vulneráveis. A própria Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) reconhece Cuba como a nação com mais avanços neste capítulo em toda a América Latina.

Isto deve-se fundamentalmente a que o Estado cubano garante uma cesta básica alimentar e promove os benefícios da lactância materna, complementando-a com outros alimentos até os seis meses e fazendo a entrega diária de um litro de leite para todas as crianças dos zero aos sete anos de idade, em conjunto com outros alimentos como compotas, frutas e legumes, os quais são distribuídos de forma equitativa.

Em Cuba a saúde é garantida a todas as crianças, mesmo antes de nascerem com o controle materno-infantil, não existindo crianças desprotegidas e a viverem na rua. Em Cuba todas as crianças constituem uma prioridade e por isso não sofrem as carências de outras espalhadas por várias partes do mundo, onde são abandonadas ou exploradas.

Quer nos círculos infantis (creches) quer nas escolas primárias, as crianças cubanas têm-se beneficiado do contínuo melhoramento da sua alimentação quanto a componentes dietéticos, lácteos e proteicos, que são repartidos gratuitamente em todo o país.

A Organização das Nações Unidas (ONU) situa Cuba na vanguarda do cumprimento material do desenvolvimento humano, considerando que até 2015 será completamente eliminada a pobreza e garantida a sustentabilidade ambiental, isto apesar das dificuldades ao longo dos mais de 50 anos de bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos sucessivos governos dos Estados Unidos da América.

Embora a verdade confirmada pelas várias instituições internacionais de reconhecida credibilidade e mérito desagrade muita gente, é possível afirmar que, dos 146 milhões de crianças desnutridas em todo o mundo, nenhuma dela é cubana.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Mais uma da saúde do governo Roseana: PROGRAMA LEITE ESPECIAL NÃO FUNCIONA




















A denúncia de Ériko Monk:


 


"Único alimento de meus filhos e de muitas outras crianças do nosso estado,o leite especial neocate, outrora apenas encontrado no ‘Programa do Leite Especial’, ESTÁ EM FALTA!
e agora , ‘misteriosamente’ está à venda em farmácias e drogarias de renome a 
um preço totalmete inacessível!>> R$ 150,00 a lata.
Para meus 02 filhos são necessárias 15 latas do leite, ou seja: R$2.250,00 por mês, apenas de Leite.
Vou fazer carreira política pra ver se fico rico e meus filhos não morram de FOME!
"







Como ensina Déborah Ferreira, o caminho é:

Conselho tutelar  +  Ministério Público  +  Redes Sociais  +  mídia convencional  +  mobilização de famílias na mesma situação.

No que depender do Ecos das Lutas, estamos aqui fazendo nossa parte: repercutindo a questão nas redes sociais.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

EM DEFESA DA AUTONOMIA DO MOVIMENTO DOCENTE, PSOL APÓIA CHAPA 1 NA ELEIÇÃO PARA A APRUMA



PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE (PSOL)
Diretório Estadual do Maranhão

NOTA PÚBLICA

       O PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE (PSOL) vem a público externar seu apoio à CHAPA 1 - AUTONOMIA E RESISTÊNCIA nas eleições para a nova direção da Associação dos Professores da UFMA (APRUMA).

          A CHAPA 1 é resultado da união de um conjunto plural de forças  cujo ponto de acordo é a defesa da autonomia do movimento docente. Disto, decorre a base programática que sustenta suas propostas para o biênio 2012-2014: defesa da universidade pública, gratuita, de qualidade, plural, democrática, autonôma.

       Reprovável que a atual administração da UFMA, no afã de manter uma gestão autoritária e impermeável a qualquer crítica, permita que subordinados seus, inclusive ocupantes de cargos de confiança da alta administração da univesidade, integrem e/ou fiquem à serviço da chapa que representa, na UFMA, os interesses da oligarquia e das oposições consentidas no Maranhão.

          Não à intervenção no movimento dos professores! Pela autonomia da APRUMA, o PSOL manifesta seu apoio à CHAPA 1  - AUTONOMIA E RESISTÊNCIA.


Haroldo Saboia
Presidente do PSOL/MA

domingo, 11 de dezembro de 2011

SE O MARANHÃO FOSSE O BRASIL...

         Franklin Douglas(*)

Janeiro de 2011. Primeiro escândalo do governo Roseana Sarney: descoberto “mensalão” petista na Fapema – sem nunca ter sido pesquisador, secretário-geral do partido recebeu R$ 32 mil em bolsa de pesquisa. Após tornado público o esquema, verificou-se que o “mensalão da Fapema” incluía vereadores, ex-prefeitos e lideranças regionais que apoiaram Roseana, em 2010.
Março de 2011. Segundo escândalo do governo Roseana Sarney: vice-governador usa helicóptero oficial do Estado para ir a Peri Mirim participar de festa de fundação do PT no município.
Abril de 2011. Mais um escândalo no governo Roseana, outra denúncia envolvendo o vice-governador: lobista João Batista Magalhães, ligado a Washington Luiz, é quase preso pela Polícia Federal dentro da sede nacional do PT. Acusação: participação no desvio de R$ 50 milhões dos cofres da Prefeitura de Barra do Corda, do prefeito Manoel Mariano de Souza – o Nezim (que apoiou Roseana em 2010), tráfico de influência no Ministério da Saúde e esquemas junto a prefeituras da base governista. Habeas corpus do STJ impede que a Polícia Federal prenda Magalhães.
Junho de 2011. Por conta de enriquecimento ilícito, cai o primeiro ministro de Dilma: Antonio Palocci. Não agüentou a pressão da opinião pública. O Maranhão da oligarquia ganha novo apelido na mídia nacional e redes sociais: Sarneyquistão – território, morada dos Sarneys, cuja miséria é comparada a das ex-Repúblicas soviéticas. No Sarneyquistão, Roseana passa pito em duas ministras de Estado por conta da visita delas à ocupação de quilombolas no INCRA: “que estória é essa de falar com preto e pobre antes de falar comigo?!”, ridicularizaram  internautas a reação da governadora à visita das ministras Maria do Rosário e Luiza Bairros.
Julho de 2011. Outro escândalo do governo Roseana Sarney: IstoÉ revela ao país fraude de quase meio bilhão de reais na licitação para a construção dos 72  hospitais prometidos por Roseana na campanha. Sete empreiteiras que receberam repasses em valores redondos do governo foram doadoras de campanha de Roseana. Três delas foram dispensadas de licitação, receberam R$ 64 milhões e não colocaram um único tijolo na construção dos hospitais. Revela a revista:
“A JNS Canaã é um caso ainda mais nebuloso. Os procuradores afirmam que a empreiteira, filial do grupo JNS, teve seu ato constitutivo arquivado na Junta Comercial do Maranhão em 24 de novembro de 2009, dias antes de fechar contrato com o governo. A primeira ordem bancária em nome da JNS saiu apenas quatro meses depois, em 16 de abril de 2010. Sozinha, a empresa recebeu R$ 9 milhões, não concluiu nenhum dos 11 hospitais”.
Continua IstoÉ:
“A mesma JNS doou R$ 700 mil para a campanha de Roseana, por meio de duas transferências bancárias, uma de R$ 450 mil para a direção estadual do PMDB e outra de R$ 300 mil para o Comitê Financeiro, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral”.
No governo federal, cai o segundo ministro de Dilma: Alfredo Nascimento, após denúncias de esquema de corrupção no Ministério dos Transportes.
Agosto de 2011. Mais dois escândalos no Maranhão.
Primeiro: Folha de São Paulo divulga à nação que Sarney usa helicóptero da Polícia Militar do Maranhão para passear em sua ilha particular. A aeronave foi adquirida para combater o crime e socorrer emergências médicas. Foi paga com recursos do governo estadual e do Ministério da Justiça no valor de R$ 16,5 milhões. Para que Sarney passeasse, um doente que era socorrido, foi retirado do helicóptero.
Segundo: na marra, Roseana inicia a construção da mais cara estrada “estadual” do País – a Via Expressa, obra de 107 milhões de reais que ligará os shoppings da família (do Tropical e Jaracaty ao shopping da Ilha, passando pelo shopping São Luís - todos com negócios da família Sarney-Murad).
No governo Dilma, o ministro “tucano”, também herdado de Lula e seus pretendidos negócios bilionários na compra de caças franceses, pede para sair: Nelson Jobim deixa o Ministério da Defesa. No ministério da Agricultura, cai o quarto ministro por suspeita de corrupção, direcionamento de licitação e pagamento de propina, Wagner Rossi.
Setembro de 2011. Após a prisão de 36 integrantes do Ministério do Turismo, cai o quinto ministro de Dilma, Pedro Novais, por uso pessoal de verbas públicas. O ministro sarneyzista pagou motel com dinheiro público.
Outro escândalo no governo estadual: Roseana anuncia que financiará a escola de samba Beija-Flor para pautar os 400 anos de São Luís em seu enredo no carnaval de 2012: a peso de milhões de reais dos cofres públicos, nem intelectuais da oligarquia engolem o samba-enredo chinfrim da Beija-Flor.
Outubro de 2011. Enésimo escândalo estadual: governo Roseana estatiza a Fundação José Sarney, o mausoléu do pai passa a ser custeado com dinheiro público. No governo Dilma, cai o sexto ministro por denúncia de desvio de recursos: Orlando Silva, dos Esportes.
Novembro de 2011. Sem governo, o Maranhão defronta-se com uma inédita greve de policiais militares e bombeiros. Com medo de ‘primavera maranhense”, oligarquia recua e negocia com o movimento. Sem polícia e nem combate à corrupção, o Maranhão vê prefeitos sendo presos, cassados, e, em seguida, soltos, reempossados. O mais notório caso é a prefeita amiga de Sarney Filho, Bia Venâncio, de Paço do Lumiar. Um verdadeiro escândalo de impunidade no Maranhão. No governo Dilma, nem juras de amor salvam Carlos Lupi das denúncias de corrupção no Ministério do Trabalho: é o sétimo ministro a cair.
Dezembro de 2011. Mal inicia o fim do ano e, quando todos esperavam que já se encerravam os escândalos, vem a denúncia de suborno aos deputados roseanistas: R$ 1,5 de reais pagos pela aprovação do projeto de lei nº 32/2011, que flexibiliza a derrubada de babaçuais.
Quando pré-candidata à Presidência da República, em 2002, Roseana viu seu sonho virar picolé ante o escândalo da Lunus: inexplicáveis 1,540 milhões de reais em notas de R$ 50,00. A revista Veja noticiou o fim do sonho presidencial da oligarquia manchetando em sua capa, com as fotos desconsoladas de Roseana e Jorge Murad: “Eles pensavam que o Brasil fosse o Maranhão!”
Diante de tantos escândalos não apurados em 2011, só resta ironizar: ah, se o Maranhão fosse o Brasil! Ou, como dizia o saudoso Dr. Sócrates, morto domingo passado: “imagina a Gaviões da Fiel politizada! Esse é o grande medo do sistema”. E das oligarquias do sistema, Dr. Magrão... e das oligarquias!

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(*)Franklin Douglas - jornalista e professor, escreve para o Jornal Pequeno aos domingos, quinzenalmente.
Artigo publicado no Jornal Pequeno (edição 11/12/2011, página 20)