terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Que em 2014, a "impossibilidade" de nossas utopias nunca seja motivo para não lutarmos por elas! FELIZ ANO NOVO!



Em 2014,

Que nossos desejos tornem-se realidades
Que nossos sonhos sejam transformadores
Que a "impossibilidade" de nossas utopias nunca seja motivo para não lutarmos por elas!

Feliz ano novo, aos queridos e queridas leitores do Ecos das Lutas!

Um abraço forte,

Franklin

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DAS UTOPIAS
 

Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos se não fora
A mágica presença das estrelas!

Mario Quintana - Espelho Mágico


Mensagem de ano novo do PSOL: em 2014, estaremos juntos nas lutas e nas vitórias do povo brasileiro




Em 2013, o povo do Maranhão e do país inteiro ocupou as ruas em busca de direitos.
Direitos que o PSOL sempre defendeu.
Direito à saúde, à educação, ao transporte público, a uma vida digna, sem violência.
Direito de sonhar por uma sociedade justa, livre e democrática.
Desejamos a você um ano novo feliz.
Em 2014, estaremos juntos nas lutas e nas vitórias do povo brasileiro.
Venha conosco. Filie-se ao PSOL!

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Folha de São Paulo:"Pode parecer radical a interferência direta dos poderes federais nos assuntos internos do Maranhão. Mais radical, contudo, é o quadro em que decapitações e estupros se tornaram rotina"

                                                Por Gilberto Lima

Cenas maranhenses
Barbárie em São Luís leva PGR a estudar intervenção federal nos presídios do Estado, que parece não dar devida atenção ao caso

Chamar de subumanas as condições da maioria dos presídios brasileiros já se tornou clichê, e as imagens de celas superlotadas, de degradação e desordem que com frequência se divulgam tendem, pela própria repetição, a não mais despertar incredulidade nem repulsa.

O horror segue uma dinâmica própria, todavia --como se empenhado em superar a tendência de banalização. No Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís (MA), 59 detentos foram assassinados neste ano, quase o quíntuplo do que ocorreu em 2012.

Na última semana, rivalidades entre membros de uma mesma facção criminosa resultaram em três mortes por decapitação.

Seria suficientemente chocante, mas não é tudo. Há denúncias de que mulheres e namoradas de detentos são estupradas por líderes de facção. Em Pedrinhas, as visitas íntimas se dão nos pavilhões de uso comum. Muitas das visitantes, pelo que se relata, são forçadas a ceder aos ataques sexuais de modo a evitar o assassinato de seus companheiros.
Tal situação não se estabelece sem a complacência de autoridades. Não só os encarregados da disciplina do presídio se mostram destituídos de poder, quando não cúmplices dessas cenas dantescas.

Também a governadora Roseana Sarney (PMDB) e seus auxiliares diretos têm responsabilidade diante desses fatos. Com capacidade para 1.700 detentos, o maior presídio maranhense tornou-se a arena em que 2.500 se engalfinham.

Segundo reportagem do jornal "O Globo", o governo promete para março a inauguração de novo presídio de segurança máxima, mas as obras ainda nem começaram.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, requereu do governo maranhense, sob pena de pedir intervenção no Estado, relatório urgente sobre o caso.

Pode parecer radical a interferência direta dos poderes federais nos assuntos internos do Maranhão. Mais radical, contudo, é o quadro em que decapitações e estupros se tornaram rotina.

No site oficial do governo maranhense, a questão é tratada como se não tivesse importância. Uma pequena nota informa, no início do mês, que a situação em Pedrinhas "é de tranquilidade"; 12 dias depois, fica-se sabendo, de forma sucinta, que um motim foi contido.
Mereceu notícia mais alentada, por outro lado, a homenagem que a Secretaria de Direitos Humanos recebeu pela parceria com a Unidade de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário "na implementação de ações de reinserção aos apenados e egressos".

Também teve grande destaque a visita do secretário da Administração Penitenciária e Justiça de Goiás a seu equivalente no Maranhão, para "troca de experiências" e início de "parceria na área de segurança prisional" e reintegração de presos. A conversa haverá de ter sido amena e proveitosa.

Editorial Folha de São Paulo, de 27/12/2013 - aqui.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

O PRAZO ACABOU, mas "Roseana Sarney pede 15 dias para tentar esclarecer por que sua autoridade foi revogada no pedaço do mapa da capital maranhense", ironiza Josias de Sousa

Inferno maranhense: apenas em 2013, foram assassinados
59 presos no complexo de Pedrinhas

Maranhão pede 15 dias para responder à Procuradoria sobre o caos carcerário

Josias de Sousa|UOL - Venceu nesta terça-feira o prazo de três dias concedido pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para que o governo do Maranhão desse explicações sobre o caos que se estabeleceu no sistema prisional do Estado, em especial no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís. As informações requisitadas pelo chefe do Ministério Público Federal não vieram.
A governadora Roseana Sarney e sua equipe alegam que precisarão de pelo menos duas semanas para preparar a resposta. Em nota, o governo maranhense informou que “apresentará levantamento completo das obras e ações realizadas na área da Justiça e administração penitenciária ao CNMP [órgão presidido por Janot] e CNJ [presidido por Joaquim Barbosa] nos próximos 15 dias.”
Repetindo: Roseana Sarney pede 15 dias para tentar esclarecer por que sua autoridade foi revogada no pedaço do mapa da capital maranhense onde está assentado o cadeião de Pedrinhas. O problema é que os dias no presídio maranhense são contados em cadáveres. Desde janeiro, foram executados 59 presos, sete deles apenas na última semana.
A realidade demonstra que, no interior de Pedrinhas, mandam os chefes das facções criminosas, não a governadora. Conforme noticiado aqui, chegou-se a um ponto em que os chefões do crime organizado obrigam presos a cederem suas mulheres e irmãs para serem estupradas por eles. Do contrário, morrem.
O procurador-geral cogita requerer ao STF a intervenção federal no Estado de Roseana. Não se sabe, por ora, se ele dará à governadora o prazo que ela quer. Suspenso desde a véspera do Natal, o expediente da Procuradoria só será retomado nesta quinta (26).

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Para além dos mitos, feliz natal, caro amigo!


Já escrevi por aqui (no natal de 2011): o mito natalino é fruto de nossa civilização ocidental. Sequer o é da maioria da humanidade. De nossos sete bilhões de habitantes, dos quais chineses e indianos são os mais numerosos, o culto a “nöel”não está presente nas civilizações que já passaram há muito dos 2013 anos contados após a morte de Jesus Cristo. Por sinal, o natal foi criado para ele e não para o Papai Noel. A data de 25 de dezembro, também controversa – pois se tratava da data das festas pagãs ao rei Sol, incorporada ao calendário dos romanos –, foi estabelecida, no século IV, pela Igreja Católica, como o dia de nascimento de Jesus.






São Nicolau também se tornou mito natalino no século IV, a partir da Alemanha. Nicolau, arcebispo na Turquia, tornou-se santo após terem sido atribuídos a ele muitos milagres. Costumava ajudar anonimamente as pessoas em dificuldade, colocando um saco de moedas de ouro na chaminé das casas. Em parte, vem daqui a ideia do Papai Noel entrando pela chaminé para deixar presentes... São Nicolau, ou “Papai Noel”, era retratado em roupas de bispo, trajes de frio de cor verde, próximas à referência de um lenhador... Isso até 1931!


 

Foi na década de 30 do século XX que surgiu o “Papai Noel” vestido de vermelho, cinto e botas de cor preta, rechonchudo, de barba branca. E adivinha quem criou essa imagem? Quem respondeu “Coca-Cola”, quase acertou. Na verdade, esse primeiro visual foi uma criação do cartunista alemão Thomas Nast, em 1886. Mas, de fato, essa imagem foi popularizada mundo afora através de uma grande campanha publicitária da Coca-Cola, 45 anos depois de Nast, onde a empresa usou essa imagem do “Papai Noel” gordinho, barbudo e vestido de vermelho, mesma cor da logomarca do refrigerante.

“Papai Noel” e Coca-Cola marcaram os “30 anos gloriosos” (anos 1940-1970) do capitalismo mundial como o símbolo, devidamente massificado pela televisão a partir dos anos 50/60, do ideal de vida ocidental. Presente de “Papai Noel” bebendo uma Coca-Cola era muito mais gostoso. Inicia-se a derrocada do presépio de Cristo e a primazia do “Papai Noel” como a imagem maior do natal: da Lapônia (na Finlândia), para os ingleses, ou do Pólo Norte, na invenção dos Estados Unidos sobre o local onde mora o “Papai Noel”, ao extremo da América do Sul.






A versão do trenó voador, das oito renas (há quem conte nove: Rodolfo – a rena de nariz vermelho, Corredora, Dançarina, Empinadora, Raposa, Cometa, Cupido, Trovão e Relâmpago), da chaminé, do bom velhinho e demais características do “Papai Noel”, ensaiadas no poema de Clemente Clark More – “Uma visita de São Nicolau”, de 1822 –, supera ano após ano os registros dos evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João.



O ouro, o incenso e a mirra, presentes entregues a Jesus na manjedoura, hoje poderiam ser adquiridos em incontáveis prestações no cartão de crédito, em nossos novos templos natalinos de consumo, os shoppings...

Mas, seja como for, ho-ho-ho: feliz natal para você, cara amiga, caro amigo!

domingo, 22 de dezembro de 2013

OLIGARQUIA E BARBÁRIE



Franklin Douglas (*)

No Maranhão, o crime organizado está entranhado nos três poderes do Estado, já disse um dos principais líderes da própria oligarquia.

A incapacidade de dar solução à falência do sistema prisional maranhense, aos altos índices de violência e de desbaratar as quadrilhas do crime organizado para o tráfico de drogas evidencia também que o próprio governo estadual está falido.

Parece que chegamos ao ápice da política sob a lógica OLIGARQUIA e BARBÁRIE!

A barbárie que emerge pelos números de mortos em São Luís em menos de um ano: 983; pelo número de homicídios em cadeias no Maranhão: 53; pela superlotação dos presídios, o Maranhão tem a sexta pior situação, com índice de lotação que beira os 90%: há 2.196 presos ocupando um espaço onde deveria haver 1.770 vagas nas prisões.

Quanto mais falido o governo, mais forte o crime organizado, que assassina do moleque que vende o craque e não repassa o apurado ao chefe imediato ao ilustre jornalista da oligarquia, como se viu com Décio Sá.

Tem sido assim desde os tempos dos piratas, nos séculos XVII e XVIII, das máfias chinesas e sicilianas, no século XIX, da máfia de Al Capone nos Estados Unidos dos anos 1920 a 1930, das quadrilhas do Comando Vermelho, de Fernandinho Beira-mar, no Brasil do século XXI, das máfias que disputam entre si o comércio de drogas sob a inércia do governo da oligarquia.

Estruturalmente não há nada de novo!

O que impacta é a facilidade das fotos e vídeos dos decapitados circularem instantaneamente nas redes sociais. É a estética da perversidade que toma conta da sociedade espetacularizada pelo crime.

Estamos lidando dando com algo grande. Estudos da professora Ana Luíza Ferro evidenciam: o crime organizado já movimenta 850 bilhões de dólares no mundo, seria a oitava potência da economia global, é a "economia" que cresce de forma mais sustentada, dobrando seu tamanho a cada dez anos.

E o que caracteriza todas essas organizações criminosas é a estabilidade, a permanência, a estrutura empresarial e hierárquica, o considerável poder de intimidação, a penetração no sistema econômico legal, pelo qual faz a lavagem do dinheiro (das micaretas dos carnavais fora de época, passando pelas catracas do transporte coletivo, às comodities do sistema financeiro), a corrupção e a impunidade, advinda, sobretudo, de sua CONEXÃO COM O PODER, em seus três níveis: Executivo, Legislativo e Judiciário.

Eis a barbárie maranhense nua e crua.

E a solução para esse caos não virá do governo constituído. Se nos anos 1990, a oligarquia mobilizou o aparato estatal e aniquilou mais 100 criminosos em sua "Operação Tigre", assim como entregou os anéis para preservar os dedos, na "CPI do Crime Organizado", que levou à prisão deputados e aparentados, agora está acuada porque não tem o que fazer. Não pode enfrentar a organização criminosa porque precisa dela para as eleições que se avizinham.

E, nesse cenário, lastimável a oposição consentida que temos, que, para vencer, também já está ficando imobilizada pelas alianças que tem firmado com as dissidências do próprio crime organizado que até agora sustentava diretamente a oligarquia.

Esse seria o momento dos pré-candidatos oposicionistas já definidos ao Governo do Estado, Flávio Dino (PCdoB), Eliziane Gama (PPS) e Luís Antonio Pedrosa (PSOL), e dos demais partidos da oposição, como PSTU, PCB, REDE, PDT, PSB, dentre outros, colocarem A POLÍTICA NA FRENTE DO ELEITORAL e, juntos, convocarem uma grande mobilização social contra o crime e a violência.

E, conjuntamente com as organizações populares da luta pelos direitos humanos (OAB, SMDH, CNBB, Cáritas, CPT, FETAEMA, CIMI, etc.), requeressem ao Procurador-Geral da República o pedido desse junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) de INTERVENÇÃO FEDERAL por parte da União na segurança pública do Governo do Maranhão, conforme determina a Constituição Federal, pois é preciso garantir os "direitos da pessoa humana" e "pôr termo a grave comprometimento da ordem pública" (artigo 34 - incisos III e VIII - alínea "d" da Constituição Federal) a que as organizações criminosas estão submetendo o povo maranhense.

NADA DEVE PARECER IMPOSSÍVEL DE MUDAR. Chegamos ao limite onde ou a sociedade civil se mobiliza para derrotar o crime organizado ou o crime organizado derrota o Maranhão do bem. Aos que acham isso impossível, lembrem-se das manifestações de junho! Ou mesmo da frase do líder que se foi, mas deixou sua mensagem: "Sempre parece impossível até que seja feito" (Nelson Mandela, 1918-2013).

Ou impomos essa derrota desde já à máfia oligárquica ou prevalece no Maranhão a BARBÁRIE.

[com 03 revisões anotadas pelo leitor Roberio França, às 11h de 23/12/2013]

(*) Franklin Douglas -  jornalista e professor, doutorando em Políticas Públicas (UFMA), escreve ao Jornal Pequeno aos domingos, quinzenalmente. Publicado na edição de 29/12/2013, p. 12.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Artigo Marizélia Ribeiro: ACADEMIA MARANHENSE DE LETRAS, POLÍTICA, POLITICALHA E GREVE DE FOME NA UFMA

O imortal Natalino, no traço de Caju



Marizélia Ribeiro (*)

A Academia Maranhense de Letras (AML), representada pelo seu atual presidente, o jornalista e advogado Benedito Buzar, em solene posição corporativista e de desprezo à consideração dos vários lados envolvidos na questão em foco, emitiu uma Moção de Desagravo a um de seus pares, o reitor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
Essa moção, a bem da verdade, não disse claramente a que veio. Tão somente declara que a AML, “entidade cultural ciosa das altas tradições de Civilização e Cultura que são glorioso apanágio de nosso povo, e cônscia dos laços históricos que a aproximam da UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO, para cuja criação contribuiu diretamente, manifesta sua incondicional solidariedade ao Professor Doutor NATALINO SALGADO FILHO, Reitor da mencionada IES, e que foi vítima de tratamento incompatível com a dignidade universitária, mormente em se tratando de gestor que vem realizando na UFMA administração benemérita e por todos os títulos exemplar.”
Moção tão cega nos elogios ao "confrade" quanto na inobservância sobre o que se passou na UFMA durante os dez dias em que estudantes tiveram a coragem de colocar a própria vida em defesa do direito à moradia, condição para uma vida digna.
Se isto não lhes sensibiliza, senhores imortais, informo-lhes que essa luta também decorreu do não cumprimento, pela atual administração da Universidade, de compromissos formais firmados entre o ex-reitor da UFMA e os estudantes, desde 2007, com chancela, inclusive, do Ministério Público Federal (MPF), para finalização do prédio que deveria ser a residência estudantil no Campus do Bacanga. Na gestão desse mesmo ex-reitor, o Plano Estratégico de Desenvolvimento Institucional (PEDI) foi aprovado na reunião de 14/03/2005 do Conselho Universitário (CONSUN), através da Resolução Nº 77. A UFMA se comprometia a elaborar projetos para construir Residências Estudantis. O atual reitor, enquanto conselheiro pelo Hospital Universitário, deve ter participado dessa reunião.
Em que se baseou a AML para se colocar em “incondicional solidariedade” ao Magnífico Reitor da UFMA?
O presidente imortal Benedito Buzar, cassado pela Ditadura Militar Brasileira (1964/1985) e recentemente homenageado pela Assembleia Legislativa com “devolução” do seu mandato, não enviou qualquer representante para ouvir os estudantes. Estranho para quem escreveu sobre politicalha – exploração através do Estado para atender interesses de grupos em detrimento da coletividade!
Nenhum representante dessa entidade observou que a população de São Luís se colocou solidária aos estudantes, nas manifestações em avenidas e na entrada do campus do Bacanga, nas redes sociais e em dezenas de cartas de apoio. Por ocasião das duas paralisações na barragem do Bacanga, em que pese terem suas vidas alteradas pelo movimento, a maioria dos que por lá transitavam se mostrava a favor da causa estudantil.
Certamente, o estudante Josemiro será mais lembrado e reconhecido do que muitos imortais da AML, entidade que não divulga as qualificações que precisam ter os candidatos à imortalidade acadêmica.
Quanto às manifestações de professores e alunos ocorridas à porta do imóvel particular do Magnífico, no final da manhã do dia 30/11/2013, serem consideradas uma “prática de cafajestadas” pelo imortal Jomar Moraes, é uma indicação de que ele parece ter esquecido que o público e o privado sempre se misturaram na UFMA. Quando procurador dessa instituição, Jomar Moraes deve ter ouvido falar sobre funcionários públicos federais serem deslocados de suas funções para prestarem serviços em residências de gestores da Universidade.
O que o acadêmico chama de “cafajestada” foi uma decisão de assembleia, na busca de soluções urgentes para um movimento cuja forma extremada preocupava a todos; foi uma manifestação pacífica para solicitar ao Magnífico – cujo local de trabalho na UFMA foi mantido trancado desde o início das manifestações – que tomasse atitudes para dar fim à greve de fome de Josemiro.
Naquela manhã, por telefone, o reitor recusou o pedido da deputada Eliziane Gama de incluir professores e alunos na Comissão que tentou resolver o impasse, a qual teve como integrantes o defensor Público Yuri Costa e o Deputado Bira do Pindaré, entre outros. Os dois deputados representavam a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa no nosso estado.
O ex-procurador, a meu ver, tentou desqualificar essa inesquecível luta social quando tentou reduzi-la a “expedientes de politicalha” pela aproximação de pleitos eleitorais no Maranhão e na UFMA. Quanto às eleições no âmbito da Universidade, ele não deve ter sido informado sobre a ausência de uma “chapa branca” nas eleições do dia 18/12/2013 para a diretoria da Associação de Professores da UFMA (APRUMA). Os organizadores dessa “chapa” não devem ter encontrado professores dispostos a amargar uma terceira derrota consecutiva!
Para os que não me conhecem, me apresento como pediatra e professora da UFMA que trabalha no Núcleo de Extensão da Vila Embratel, um bairro do entorno da universidade. O meu certificado mais importante é uma Menção Honrosa dada por entidades comunitárias por eu ter participado da luta pelas aquisições do Centro de Saúde da Vila Embratel e do Adolescentro.
Finalizando, faço minhas as palavras do poeta Luis Augusto Cassas. Ele critica a AML por se manter distante aos problemas sociais. O poema Diabetes, que é bem representativo do meu pensamento, está em seu primeiro livro, República dos Becos, de 1981.

DIABETES (Luis Augusto Cassas)
Os imortais da Academia
estão tomando chá:
gestos polidos unhas aparadas
bigodes tosados pernas cruzadas
no melhor estilo gótico
excedem-se no dietético
para adocicar a conversa
Não sabem que lá fora
a vida é amarga e má;
que a arte está é nas ruas
mercados feiras e prisões
— eles os imortais —
imobilizados em seus fardões
imortalizados imorredouros
mortos

(*) Marizélia Ribeiro – Doutora em Políticas Públicas (UFMA), professora de pediatria (UFMA) e diretora da APRUMA.