NOTA DO DIRETÓRIO ACADÊMICO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL - GESTÃO
NADA DEVE PARECER NATURAL
"Durante uma semana observamos a movimentação em torno
de Josemiro e o seu ato, ainda que pareça de desespero, é um grito rompendo o
silêncio. Um silêncio de anos e anos dentro das universidades brasileiras, e
como não poderia deixar de ser, também na nossa UFMA. A realidade que só se
fala em corredores e no ouvido dos amigos é a que segue: uns falam de canto que
fulano voltou pro interior dele porque não conseguiu um lugar para morar, outro
reclama que mora longe, em um lugar sem segurança, que não conseguiu vaga na
casa de estudante, e diversos outros casos, que ouvimos no dia-a-dia, mas que
não vemos mais nada além disso.
Para além dos
corredores, o que vemos é que a administração da universidade parece não se
importar, parece não enxergar, não ter um olhar humano sobre a questão, sobre a
falta do básico: moradia, para um aluno conseguir concluir seus estudos com êxito.
Sentimos que a nossa UFMA vem se
tornando um bolsão, uma grande fábrica de mão-de-obra (barata) para atender a
um mercado cada vez mais precário no nosso estado. Não se tem o desejo de
formar profissionais sociais, que trabalhem para a sociedade. As adversidades
são tantas, as burocracias são tantas, os empecilhos para se ter uma vida
acadêmica verdadeira são tantos que se torna uma prova de fogo terminar um
curso no tempo estimado.
Entendemos que a assistência estudantil
é sim, responsabilidade da Universidade, dos governos, e que uma universidade
preocupada com a qualidade de vida dos alunos - principalmente dos que não tem
como arcar com os custos de alimentação, moradia e de vida, fora de casa - é
essencial para que tenhamos uma educação cada vez melhor, altos níveis de
excelência e que faça jus ao lema “Educação, Pesquisa e Extensão”.
Nos
solidarizamos com o movimento e declaramos total apoio! A dor de Josemiro, do
Daniel, e agora, do Rômulo, é nossa também, a identificação é real porque sabemos
que sem um teto decente, que sem qualidade de vida, não temos dignidade. Tudo o
que nós, estudantes, solicitamos é DIGNIDADE (sim, em letras garrafais, como um
grito, um berro!) e RESPEITO.
O direito à moradia é tão básico, tão
básico, que quando desrespeitado pela insensibilidade do poder público e da
sociedade, sentimos o corpo dilacerado, a carne nua, crua e exposta. Se acham que é luxo o que se pede, um favor, discordamos! É um direito!
É um direito exigir o que nos é negado, o que é nosso por direito!
Somos todos Josemiro! Somos todos
Daniel! Somos todos Rômulo.
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