quinta-feira, 31 de maio de 2012

Artigo - Wagner Baldez: Uma criatura algemada pelo despreparo, negligência e insensatez

Wagner Baldez (*)

Identificá-la pelo nome a pessoa de quem nos propomos a falar, sobretudo após o uso da epígrafe encimada, torna-se desnecessário pelo fato de incorrermos numa brutal redundância. Então, pelas qualidades enunciadas, qualquer maranhense, seja qual for a faixa etária, saberá de quem se trata; inclusive por se tornarem vítimas da forma perversa como se conduz na pasta que ocupa: diferente, pois, do trato que lhe é designado pela máfia do Congresso Nacional e compartilhada pela mídia, os quais se esforçam em convencer os maranhenses e o resto do País dos atributos que ela nunca possuiu, mas por eles enxertados, produzidos e alardeados. Já foi chamada de Musa e Guerreira, modelo, aliás, que serviu de refrão por parte dos comensais que com ela convivem.

Porém, o que acaba de ser dito não se torna o suficiente para dissecarmos o seu real perfil na vida pública. Esta parte do texto funciona apenas como uma espécie de preâmbulo, haja vista o que mais nos interessa comentar são outros atos irresponsavelmente cometidos, cuja dimensão supera os demais defeitos citados, conforme exposição a seguir: o desinteresse por ela demonstrado em relação às obras indispensáveis para o desenvolvimento do Estado é flagrante, como aconteceu com a Ponte do Estreito dos Mosquitos, única via terrestre de acesso à Capital. Por mais que os técnicos lhe alertassem sobre o comprometimento da estrutura da obra, e que referida solução requeria urgência, ela simplesmente desprezou aludidas recomendações. O resultado foi o que se viu...

Tivemos a questão da Ponte São Francisco, denominada oficialmente Ponte José Sarney (nome, aliás, nunca usado pela população). Embora sendo avisada pelos engenheiros sobre a situação precária da estrutura da obra ela comportou-se da mesma forma reservada à questão anterior. Todo o trabalho de restauração da citada obra foi efetuada no Governo Jackson Lago. Imaginem se a ponte não recebesse o nome de seu pai!..

O caso das Estradas de rodagem, de sua inteira responsabilidade, há tempo abandonadas, cuja quantidade de buracos dificulta o trânsito para os municípios maranhenses. Mas como ela só utiliza o transporte aéreo, que se lixem aqueles que dependem, principalmente, do coletivo.

Dentre os vários crimes de ordem Administrativa por ela cometida, sobressai o precário fornecimento de água potável, isto acontecendo há mais de uma década. Dita situação mereceu igual tratamento das demais irregularidades mencionadas, apesar dos reiterados avisos sobre as providências urgentes a serem ultimadas. Nada a este respeito foi levado em consideração, obrigando a população a enfrentar essa dramática ocorrência.

Para eximir a sua responsabilidade, diz que o problema decorria do baixo nível d’água do rio Itapecuru, fato que jamais correspondeu com a realidade. Acontece que, das seis bombas existentes, apenas duas permanecem funcionando, pois caso deixassem de isolar as demais, aconteceria que a pressão exercida pelo crescente volume d’água concorreria para estourar a tubulação, já em estado de deterioração provocado não só pelo tempo, como também por influência do salitre. Ela desconhece que a água é um dos valores fundamentais da vida, tal o seu desprezo! Entretanto, para ela que consome água mineral, provavelmente até nas descargas dos sanitários das mansões, tanto faz como tanto fez (provérbio popular), o problema não é meu e sim de vocês!!.

Será que durante esse longo período não houve nenhum aporte de recursos Federal? Isto compete a Promotoria Pública ou algum órgão encarregado de apurar supostas irregularidades, conforme determina a lei.

Caso haja interesse, por parte do leitor, tomar conhecimento dos artigos de nossa autoria, cujo texto trata do referente assunto, que acesse o blog do jovem professor universitário e jornalista Franklin Douglas: ECOS DAS LUTAS.

Duvidamos que tais comportamentos aconteçam com os festejos de bumba-meu-boi, carnaval e outras atrações lúdicas. Necessário acrescentar o caso da contratação milionária da Escola de Samba Beija-Flor, cujas despesas desnecessárias foram pagas a custa da população pobre. Tais tipos de investimentos são realizados com o único interesse de capitalizar o voto do eleitorado, que com extrema facilidade de deixa enganar!

Concluindo, o mais interessante nesta história se deu quando perguntamos a uma adolescente, depois de explicarmos do que se tratava, quem seria essa pessoa?A interlocutora foi urgente na sua resposta:

- “Só pode ser DONA ROSENGANA, como é chamada no bairro onde residimos”.

Aí a mãe, que lhe fazia companhia, acrescentou:

- “por não cumprir com as promessas de campanha”.

Valeu, Dona Felizberta, pela acurada interpretação!!!


(*) Wagner Baldez é funcionário público aposentado e membro da Executiva Estadual do PSOL/MA

quarta-feira, 30 de maio de 2012

(DEZ ANOS SEM MÁRIO LAGO) Poesia do Mundo - número 06




Por Lissandra Leite


Três Coisas



Dez anos sem Mário Lago (26/11/2011-30/05/2002).


É o gesto, é o grito, é o passo… Mate a saudade com Três coisas [Rondó da liberdade, 1994]. Lindo poema interpretado pelo próprio poeta. O vídeo é um curta de Diego Yas e trilha sonora do Uakti.






Três coisas pra mim no mundo
Valem bem mais do que o resto

Pra defender qualquer delas
Eu mostro o quanto que presto
É o gesto, é o grito, é o passo
É o grito, é o passo, é o gesto
O gesto é a voz do proibido
Escrita sem deixar traço
Chama, ordena, empurra, assusta
Vai longe com pouco espaço
É o passo, é o gesto, é o grito
É o gesto, é o grito, é o passo
O passo começa o vôo
Que vai do chão pro infinito
Pra mim que amo estrada aberta
Quem prende o passo é maldito
É o grito, é o passo, é o gesto
É o passo, é o gesto, é o grito
O grito explode o protesto
Se a boca já não dá espaço
Que guarde o que há pra ser dito
É o grito, é o passo, é o gesto
É o gesto, é o grito, é o passo
É o passo, é o gesto, é o grito

domingo, 27 de maio de 2012

NÃO AO AUMENTO DAS PASSAGENS!

         Franklin Douglas (*) 

É evidente que você deve saber que os motoristas e cobradores de São Luís têm uma das mais difíceis cargas de trabalho:
a) o stress de dirigir um ônibus velho, sob um calor insuportável, num trânsito desorganizado e de engarrafamentos constantes;
b) a necessidade de cumprir o rigoroso tempo do trajeto da linha, dentro de uma jornada de trabalho diária de inacreditáveis 7 horas e 20 minutos;
c) a pressão psicológica de trabalhar sob a possibilidade de assalto a qualquer momento, de quebrar o ônibus nos buracos das ruas da cidade e ainda ser obrigado a ter que pagar pela peça danificada;
d) a saúde em risco, sobretudo com problemas na coluna e no sistema auditivo, dentre outros aspectos relacionados ao trabalho deles.
Por tudo isso e um pouco mais, não há dúvida: a reivindicação salarial dos rodoviários é legítima, correta e justa.
Desonesta é a utilização de uma categoria por parte dos patrões para pleitear o aumento das tarifas de ônibus!
Sim, porque, por comparação, conclua você mesmo:
Greve dos professores universitários - após dois anos de tentativas de negociar uma pauta junto ao governo federal, os professores das Universidades Públicas são obrigados a decretar greve. Ato contínuo, o governo Dilma tenta criar uma agenda para abafar o movimento: por medida provisória concede um “aumento” ao professor com doutorado, fora os descontos, que varia de R$ 100,73 (ao docente com 20 horas) a R$ 293,35 (ao docente com dedicação exclusiva), anuncia mudanças no ENEM etc. Embora mobilize 43 das 48 universidades cujos professores estão filiados ao Sindicato Nacional (ANDES), é um silêncio geral... O patrão, no caso o governo federal, joga duro. Os professores terão que realizar muitas atividades para pressionar o governo e chamar a atenção da sociedade.
Greve dos motoristas - na primeira semana, muita mobilização das lideranças sindicais para conseguir realizar assembleias participativas, inicia-se o movimento sob dificuldades como, por exemplo, ser obrigado a manter 50% dos ônibus circulando e desconfiança da base ante as conseqüências, num sentimento geralmente majoritário nessa categoria, de que não se deve arriscar muito, pois ruim com o pouco salário, pior sem o emprego... Mas, da primeira a segunda semana, essa base radicaliza, rejeita os 7% de aumento (índice maior do que o conseguido pelos metroviários de São Paulo) e decide paralisar 100% dos ônibus; todas as garagens dos mais de 1.000 ônibus de São Luís são fechadas – uma mobilização daquelas dos tempos da CUT dos sindicalistas barbudos dos anos 80! Estranhamente, não há incômodo, tampouco represália do setor patronal.
A greve é dos motoristas ou dos donos das empresas, caro leitor, cara leitora?
Há ou não há um acordo velado pelo aumento de passagens?
Enquanto hoje a Prefeitura diz não ter nada a ver com a greve, como se política de transportes públicos não fosse responsabilidade do governo municipal, em fevereiro de 2010, o prefeito João Castelo soube arbitrar o aumento das passagens em 22%! E o fez em pleno carnaval. O usuário, ainda ressacado da folia, nem conseguiu reagir. Em maio daquele ano, os motoristas engoliram o aumento arbitrado e ponto final à greve.
Pois bem: nesse sui generis movimento grevista, onde motorista e donos de empresa param os transportes da cidade, justiça do trabalho diz uma coisa num dia e se desdiz no dia seguinte, quem paga a conta é a população, para variar!
Mobilizemo-nos! O principal é derrotar a ganância dos empresários. NADA DE AUMENTO DE PASSAGENS. Em seguida, está a luta pela criação de uma empresa pública de transportes. A sociedade não pode fica a mercê de uma iniciativa privada atrasada e ineficiente como essa das empresas de ônibus e seus veículos velhos, lotados, de passagens caras e lucro fácil.
Em São Paulo, o sistema de transportes com empresa pública obrigou o Governo a intervir e equacionar a greve. Durou um dia. Em São Luís, sem sistema público e sem governo, vamos a mais uma semana de greve dos donos das empresas... E sem ônibus... Sem comércio faturando... Sem aulas nas escolas e universidades...
Uma alternativa pública de transportes é urgente!



(*) Franklin Douglas - jornalista e professor, escreve para o Jornal Pequeno aos domingos, quinzenalmente. Artigo publicado no Jornal Pequeno (edição 27/05/2012, página 16)

sexta-feira, 25 de maio de 2012

50 anos do Rolling Stones

O melhor de Bod Dylan por uma das melhores bandas de rock.

50 anos de Rolling Stones. Parabéns rock´n roll!




Para curiosos, aqui as cadas dos 10 discos mais vendidos do Rolling Stones.

terça-feira, 22 de maio de 2012

O silêncio que disse tudo...

Blog do Josias - Houve beleza e utilidade na tarde de horrores da CPI. Numa sessão crivada de ironias, coube ao deputado Chico Alencar (RJ), líder do PSOL, realçar a serventia do não-depoimento de Carlinhos Cachoeira.
“Não foi uma sessão inútil”, disse ele. “Carlos Cachoeira acaba de declarar aqui, com seu silêncio cínico e desrespeitoso, que tudo o que consta da investigação é a mais pura verdade.
O deputado qualificou o pseudodepoente como “chefe do PCD, Partido Cachoeira Delta ou Partido Cachoeira Demóstenes”. Empilhou os crimes que o silêncio do acusado coonestou: “Corrupção ativa, corrupção passiva, peculato, contrabando, evasão divisas, sonegação fiscal, violação sigilo funcional e formação de quadrilha.”
Como que decidido a potencializar o inusitado, Chico Alencar recordou que “os crimes cometidos por Cachoeira e seus sócios, essa súcia de malfeitores, foram desbaratados pela Polícia Federal. A mesma polícia que já foi comandada tão brilhantemente pelo doutor Márcio Thomaz Bastos, que hoje empresta o seu talento ao criminoso.”
Num canto da sala, cenho fechado, uma personagem observou o lodo que escorria dos lábios de Chico Alencar e de outros congressistas: Andressa Mendonça, 30, a jovem mulher de Cachoeira. Companheira do silêncio, ela ofereceu ao Legislativo o contraponto do belo numa proveitosa tarde de horrores.

Mauricio de Sousa e Chico Bento: "Veta, Dirma!"

'A sinhora podi ajudá pra isso num acontecê?', diz Chico, em seu apelo contra o Código - Mauricio de Sousa/Divulgação

Maurício de Sousa divulga quadrinho em forma de campanha contra o texto em sanção
Chico Bento pede para Dilma vetar o novo Código Florestal

(Estadão.com.br/Brasil) - O cartunista Mauricio de Sousa postou, em sua página do Twitter, um desenho em que o personagem Chico Bento, apoiado pela turma do interior, pede para a presidente Dilma Rousseff vetar o novo Código Florestal.
Anunciada pelo autor como 'recado do brasileirinho Chico Bento', a ilustração traz o seguinte texto:
"...Licença, dona Dirma!", começa Chico. "A gente num intendi muito das coisa da lei mais intendi da nossa necessidade! I nóis percisa das mata, dos rio, dos peixe... I tá todo mundo achando qui isso vai sê mexido pra pior" A sinhora podi ajudá pra isso num acontecê? Nossa gente vai agardecê por toda a vida! Eu juro!"

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Atriz de Hollywood se junta a bloqueio em São Luís

Saite do Greenpeace
Após uma semana de protesto, Q’orianka Kilcher, intérprete de Pocahontas, ajuda a impedir navio de carregar ferro-gusa da Amazônia.
A atriz norte-americana Q’orianka Kilcher também escalou a âncora do cargueiro para evitar o carregamento de 31,5 mil toneladas de ferro gusa proveniente da Amazônia. © Greenpeace/Marizilda Cruppe/EVE
 
No dia em que o bloqueio do navio Clipper Hope, fundeado na baía de São Marcos, a 20 quilômetros da costa de São Luís, completou uma semana, uma nova ativista se juntou ao protesto do Greenpeace. A atriz norte-americana Q’orianka Kilcher também escalou a âncora do cargueiro para evitar o carregamento de 31,5 mil toneladas de ferro gusa proveniente da Amazônia.
Filha de índio peruano quéchua e mãe suíca, a atriz de 22 anos ganhou fama após encarnar a personagem Pocahontas no filme “O Novo Mundo” (2005). Mas sua atuação vai além dos estúdios de Hollywood. Q’orianka também é conhecida por seu ativismo ambiental e pelos Direitos Humanos, especialmente pelos direitos das populações indígenas.
“Eu acabei de vir de uma viagem à Amazônia, na região onde o ferro gusa é produzido. Vi de perto como essa produção está colocando em risco alguns povos indígenas, inclusive grupos isolados”, afirmou Q’orianka. “Precisamos defender esses povos. Eles são peça-chave na proteção das últimas reservas florestais no mundo. Preservá-los é garantir um futuro para nós mesmos”. 
Segundo Q’orianka, ela decidiu agir comovida pela participação, no bloqueio, de duas jovens ativistas brasileiras. “Estou aqui, presa a essa âncora, porque no mundo todo, jovens como nós vamos herdar os problemas que as gerações passadas deixaram para trás”, disse. “O trabalho escravo e a extração ilegal de madeira, que a gente vê em livros de história, infelizmente ainda são uma realidade no Brasil”.  
Q’orianka escalou a corrente da âncora do cargueiro Clipper Hopper por volta das 9h30. Ela fez revezamento com voluntários do Greenpeace no navio Rainbow Warrior que, desde o dia 14, se mantêm pendurados noite e dia para evitar que o cargueiro atraque no porto de Itaqui. O carregamento pertence à Viena Siderúrgica, uma das empresas apontadas pelo Greenpeace como envolvidas em irregularidades na cadeia de produção do ferro gusa.
“Q’orianka está dando um exemplo de que a defesa da Amazônia ultrapassa nossas fronteiras”, disse Paulo Adario, diretor da campanha Amazônia, a bordo do Rainbow Warrior. “Ela está ajudando o Greenpeace a demonstrar que, apesar da imagem positiva que nosso país vem construindo nos últimos anos, ao reduzir o desmatamento da Amazônia, muita coisa ainda precisa ser feita”,  acrescentou.  “Isso inclui o veto total, pela presidente Dilma, do novo código florestal ruralista aprovado pelo Congresso”.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Artigo - Wagner Baldez: A FALTA D’ÁGUA: O FANTASMA QUE ASSOMBRA A NOSSA CIDADE

Wagner Baldez (*)


A assídua campanha movida pela imprensa a respeito das irregularidades no fornecimento de água em nossa cidade, inclusive demonstrando com bastante clareza a impossibilidade de manter o ambiente caseiro em condições hígidas, em nada contribuiu para despertar em Dona Roseana a sensibilidade ressequida, no sentido de que ultimasse as providências urgentemente requeridas.

Entretanto, existem profundas razões que justificam aludidas atitudes. Uma delas, certamente, é o fato de ter sido excessivamente mimada no decorrer de sua infância e juventude. Cresceu cheia de vontades, sem conhecer dificuldade de qualquer natureza o que influenciou na formação de sua personalidade. Vaidosa e tola por excelência,  passou a considerar-se uma princesa. Tudo que exigia lhe era de pronto dado, pois do contrário fazia um escarcéu de abalar terra, mar e céu, ação semelhante ao tsunami.

Imbuída de tais formalidades, passou a dar vazão as suas extravagantes exibições. Uma delas foi deixar de consumir água potável fornecida pela Caema, sob o pretexto de considerar imprópria para o uso de uma nobre dama da corte, e também por duvidar da sua qualidade, substituindo-a por água mineral: líquido que atenderia as necessidades indispensáveis, tais como: asseio corporal, lavagem de peças de uso pessoal, utensílios domésticos, etc. Provavelmente até as descargas dos sanitários passaram a ser abastecidas de água mineral!

Mediante tais banalidades e desperdício – já que somente preocupava-se com seu bem estar - esquecendo-se que a população depende da água fornecida pela Caema, acontecimento que se tornou uma espécie de fantasma a assombrar, principalmente, as donas de casa. Faz vinte anos que esse tormento vem se repetindo. Pior ainda acontece nas zonas suburbanas e rurais, passando até meses sem aparecer uma gota de água nas torneiras.

É imperativo ressaltar que citado órgão, irresponsavelmente desprezado, pertence ao Estado.

Eis, portanto, os reais motivos de tão grave e insanável problema, inclusive concorrendo para desmoralizar qualquer governante, sobretudo por ignorar que a água é um dos bens ou valores fundamentais da vida neste plano terráqueo.

Cabe ainda, à guisa de advertência, o seguinte pensamento: “A ignorância, nas suas mais variáveis vertentes, constitui-se num terrível mal que compromete a vida daqueles que com ela convivem pacifica e harmonicamente”. É o caso da teimosa Roseana!!!



(*) Wagner Baldez é funcionário público aposentado e membro da Executiva Estadual do PSOL/MA

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Poesia do Mundo - número 05

Por Lissandra Leite


Engano


Tomás Antônio Gonzaga e a dor do amores traídos: Engano [Marília de Dirceu, 1792]. O poema é o terceiro soneto da última parte do livro. A leitura é do – não canso de repetir – incrível Paulo Autran.




segunda-feira, 14 de maio de 2012

NÃO VAI FALTAR COMIDA



Os alimentos comprados para consumo da governadora Roseana Sarney e de seu vice em 2012 passam de 68 toneladas





Danilo Thomas, com Angela Pinho - Revista Época


Era 1966. Depois de vencer a eleição para governador do Maranhão, o atual presidente do Senado, José Sarney (PMDB), autorizou que os festejos de seu triunfo fossem filmados pelo diretor Glauber Rocha, um dos maiores cineastas da história do país. Em seu discurso de posse, captado pela lente de Glauber, um cativante Sarney aparece dizendo que o Maranhão de 1966 não suportava mais “o contraste de suas terras férteis com a miséria”. Quase meio século depois, a desigualdade persiste e é reafirmada pela abundância de comida na casa da governadora e filha do orador de outrora, Roseana Sarney (PMDB).


No fim do ano passado, o Diário Oficial do Maranhão publicou os editais para a contratação de empresas fornecedoras de alimentos perecíveis e não perecíveis para as residências oficiais e para a casa de veraneio da governadora e do vice-governador, Washington Luís. Os documentos informam que, ao longo de 2012, o governo poderia gastar até R$ 1,67 milhão em comes e bebes nessas três moradias. Esse valor, 80% maior do que o previsto em 2011, chamou a atenção dos poucos deputados estaduais oposicionistas. Nos detalhes, a lista de mantimentos de Roseana e de seu vice também é notável. Os minuciosos editais especificam a marca de cada produto que deve ser adquirido, o peso unitário e seu respectivo preço. São 410 tipos de comestíveis, que somam 68,2 toneladas de comida, o suficiente para alimentar, ao longo de 12 meses, 31 leões, os animais que dão nome ao palácio que sedia o governo maranhense. Entre outros mantimentos, os editais falam em 8,3 toneladas de carne bovina de vários tipos, 384 quilos de peru, 160 quilos de lagosta fresca, 594 dúzias de ovos vermelhos e 3,7 toneladas de camarão.
Os copos, logicamente, não poderiam ficar vazios. Na licitação de bebidas para os chefes do Executivo maranhense, a relação também zela por quantidade, qualidade e diversidade. Foram listados 64 itens, que somam 23.417 litros de alcoólicos e não alcoólicos. Além dos sucos e dos 19.433 litros de refrigerante de várias marcas, o edital fala em 1.275 litros de cerveja, 452 garrafas de espumante, 193 de uísque, 367 de vinho, 82 de “vodka sueca” e 68 de licor. Tem mais: das 193 garrafas de uísque, segundo o edital, 113 precisam ser “importado scotch deluxe extra special 12 anos”.
A pedido da reportagem de ÉPOCA, um grupo de alunos do curso de nutrição das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) de São Paulo calculou as calorias totais de todos os produtos sólidos, líquidos e pastosos listados nos editais de comes e bebes dos palácios do Maranhão. São 154 milhões de calorias, o suficiente para alimentar 211 pessoas ao longo de um ano. No Rio Grande do Norte, o sistema de compras é similar ao do Maranhão. Lá, na última licitação, o valor anual para o fornecimento de alimentos para a residência oficial da governadora Rosalba Ciarlini (DEM), o hangar e a Casa Civil ficou em R$ 78.585,30. Não chega a 5% da conta de Roseana Sarney.
No Maranhão, o fornecimento dos alimentos ficou a cargo de três empresas. A CEG Fiquene conquistou os lotes de frutas e verduras, frios, carnes, frutos do mar, doces e condimentos. A RNP Castro, que em anos anteriores já fornecera duas vezes para as residências oficiais maranhenses, entra agora com as bebidas alcoólicas. A terceira empresa vencedora foi a Licitar Comércio, que atende Roseana e seu vice com sorvetes e polpas de fruta. No edital de 2011, estavam separados os alimentos que iriam para a residência da governadora e os alimentos do vice. Neste ano, sem a separação, não é possível comparar quanto cada um consome.
O governo diz que as compras agrupadas “possibilitam descontos maiores pelo fator ‘economia de escala’”, segundo nota enviada pela assessoria de comunicação do Palácio dos Leões. A esperada austeridade não se confirmou, já que as despesas cresceram. Em 2011, o valor máximo estimado nos editais era de R$ 916.225, dos quais R$ 813.099 foram contratados. No edital de R$ 1,67 milhão deste ano, segundo o governo, R$ 1,14 milhão foi contratado. Em um ano, portanto, sempre de acordo com os números do próprio governo, os valores contratados cresceram 40% – metade do aumento estabelecido inicialmente. Comidas e bebidas para eventos e jantares com convidados são contempladas num outro processo de licitação.
Num primeiro contato com a reportagem, a assessoria do Palácio dos Leões informou que os alimentos listados nos editais não servem para atender apenas a governadora e a seu vice, como aparece no Diário Oficial. Serviriam também para alimentar funcionários da Casa Civil, empregados do Cerimonial e até da guarda dos dois palácios. Tudo somado, segundo o governo, as compras serviriam para atender 82 pessoas ao longo de 2012. Num segundo contato, a assessoria do Palácio incluiu a Secretaria de Assuntos Estratégicos e o Corpo de Bombeiros entre os órgãos contemplados pelos editais.
A Casa Civil maranhense tem outra fonte de recursos alimentares. O governo promoveu outra grande licitação para comprar comida em 2012, o pregão 023/2011, realizado no fim do ano passado. O objetivo foi “a contratação de empresa especializada no fornecimento de refeições preparadas, do tipo quentinha e self-service, para atender à demanda da Casa Civil e órgãos vinculados”. O valor: R$ 960 mil. Questionada sobre a aparente duplicidade de compras, a assessoria informou que as quentinhas são para outro público: os funcionários que não ocupam cargos de chefia nos palácios do Maranhão.
Até hoje o Maranhão é citado como um dos campeões nacionais em indigência. Mesmo com o aumento da renda nos últimos anos, o Estado segue com a maior proporção de pessoas abaixo da linha da miséria do Brasil – 13% – e com uma quantidade enorme de lares sofrendo com algum tipo de insegurança alimentar – 65%. Esses dados sugerem que as autoridades maranhenses precisam tratar a alimentação como prioridade. Não apenas nos palácios do governo.

A relação completa de alimentos e bebidas encomendadas pelo governo do Maranhão aqui.

domingo, 13 de maio de 2012

NEIVA MOREIRA E O PILÃO DA MADRUGADA


(*) Franklin Douglas



Há 23 anos, Neiva Moreira escreveu na introdução do seu livro-depoimento a José Louzeiro:
“Resisti, sempre, às sugestões para que prestasse este depoimento. (...) havia um motivo subjetivo, determinado pela carga de superstições nordestinas que não me abandonam: em geral, quando se escrevem as memórias, ou se deseja dar por encerrada a atividade ou se ‘está para o gato’, como diriam os amigos do rio da Prata. No meu caso, não é isso. A aposentadoria não está à vista e confio na longevidade dos sertanejos do Parnaíba (...)”
Neiva tinha 71 anos quando registrou essa sua disposição para a vida. Viveu até os 94 anos, quando partiu no último dia 10 de maio.
E foi essa disposição para viver que levou Neiva a tantos tempos. Isto porque sim, Neiva foi, sobretudo, um homem de seu tempo.
O tempo do menino que sobreviveu às intempéries do agreste do Médio Parnaíba, nascido na Nova Iorque, não a vitrine do capitalismo, mas a fundada por um pastor norte-americano nos grotões do sertão maranhense.
O tempo da política que valia pela força da coerência e da palavra empenhada pelo fio do bigode.
O tempo da agitação popular, das ruas ocupadas em greve contra a fraude eleitoral, contra a oligarquia de plantão no poder.
O tempo do jornalismo de opção pelos oprimidos, em tantos textos registrados em seu Jornal do Povo e em sua revista Cadernos do Terceiro Mundo.
O tempo do sonho socialista, que marcou sua opção radical pela democracia, pela emancipação dos povos latinos e africanos.
O tempo do trabalhismo que foi forçado a exilar-se do país no período da Ditadura Militar, mas que voltou ao Brasil para: lutar pelas Diretas Já; vencer as eleições de 1982, com Brizola para governador do Rio de Janeiro, contra a fraude eleitoral patrocinada pela Rede Globo de Roberto Marinho; ganhar com Jackson Lago a Prefeitura de São Luís, em 1988, pela “União da Ilha”, contra as forças de Sarney (na Presidência da República) e Cafeteira (no Governo do Estado); fazer a campanha do Brizola na primeira eleição direta para presidente da República pós-Ditadura, em 1989, e se engajar no “Lula-lá” do sapo barbudo, no segundo turno eleitoral; derrotar, pela primeira vez em 40 anos, a oligarquia Sarney, com a Frente de Libertação do Maranhão, em 2006, com Jackson-governador; participar da “Balaiada de 2009” para enfrentar o golpe judiciário de abril... Neiva esteve presente nos momentos decisivos das lutas políticas do mundo, do Brasil e do Maranhão do século XX.
Por todos considerado o mais emocionante discurso de homenagem na despedida de Neiva Moreira, na sede do PDT, foi de Haroldo Saboia a lembrança de vários fatos da vida do combatente trabalhista. Destaco três:
Primeiro – ao voltar do exílio, aos 61 anos. Quando todos pensariam em parar, Neiva reinventou sua trajetória histórica e se reinseriu de tal forma na vida política, que, na Câmara dos Deputados ou na direção nacional do PDT, manteve intensa atuação.
Segundo – do governo Brizola, no Rio, Neiva foi secretário de Comunicação... Saiu pobre; foi ainda presidente do Banco Estadual de Desenvolvimento... Também saiu pobre...
Terceiro – Neiva Moreira, quando regressou do exílio imposto pelos generais, ao chegar ao Maranhão, no dia 17 de outubro de 1979, deparou-se com duas multidões: a polícia nas ruas e o povo na praça para recebê-lo.
Era assim Neiva: homem de paixão pela vida, pelo jornalismo, pela política; pelo qual não se passava em vão: ou era admirado ou era odiado.
A moçada de hoje, coisa que não chego a condenar ante a justificativa de que é uma boa maneira de seduzi-la, inicia suas leituras com coisas do tipo sobre magia (Harry Potter), vampiros (Crepúsculo) ou autoajuda, como nos livros de Paulo Coelho... Por volta de meus 12 ou 13 anos, tomei gosto pela leitura, dentre outros, pelo contato de livros como o “Pilão da Madrugada – Neiva Moreira, um depoimento a José Louzeiro”. Foi ali que conheci Neiva e parte da História do Maranhão.
A única vez que estive pessoalmente com Neiva, quando apertei sua mão e, mesmo sem poder ser visto – ele já tinha perdido a visão, aos 91 anos –, fiquei como um menino ante uma lenda de infância, mal balbuciei... Neiva discorria da necessidade de colocar o povo nas ruas, para resistir ao golpe da oligarquia que apearia Jackson do poder. Pensei comigo mesmo quão jovem e rebelde ainda era o Neiva, ainda que quase centenário. Minha admiração por ele se reafirmara.
Na entrevista a Louzeiro, Neiva relembrou:
“Quando eu tinha 15 anos, [Dona Noca] levou-me de Barão [de Grajaú] a [São João dos] Patos – viagem de dois dias em lombo de burro, que hoje se faz em duas horas de carro (...)
Aliás, nessa viagem no comboio de burros, deparei-me pela primeira vez com a generosidade pura, a solidariedade espontânea e desinteressada. No meio da chapada desabitada, ouvi longínquo batido de um pilão, varando a madrugada.
Um tropeiro explicou-me o mistério. Três irmãs velhas, a intervalos curtos, faziam, noite após noite, como se pilassem arroz, para algum viajante extraviado, ouvindo aqueles toques, soubesse que ali havia uma casa, onde poderia orientar-se”.
Ao que José Louzeiro interpretou:
“Pode-se comparar [a atuação das três irmãs ao socar o pilão] à [ação] dos que, dedicados à luta por um mundo melhor e uma sociedade menos injusta e conflitiva, estão sempre socando o pilão, indiferente dos resultados imediatos, às recompensas materiais e mesmo ao reconhecimento. Não são movidos por outro interesse que não seja o de contribuir para mostrar um caminho a quem esteja desorientado (...) ou mesmo, sem a esperança de que avance no rumo certo, ao encontro do amanhecer.”
De algum lugar, vá grande Neiva, junte-se aos bons e continue a socar o pilão da madrugada, da esperança por um mundo melhor, de um tal “socialismo moreno”, como você, Brizola e Darcy Ribeiro costumavam falar. Estaremos por aqui, sempre dispostos a ouvir!



(*) Franklin Douglas - jornalista e professor, escreve para o Jornal Pequeno aos domingos, quinzenalmente. Artigo publicado no Jornal Pequeno (edição 13/05/2012, página 16)

sábado, 12 de maio de 2012

Artigo - Wagner Baldez: UM INUSITADO FESTIVAL NO CENÁRIO URBANO


Wagner Baldez (*)

Mesmo que não tenha participado, você pelo menos já ouviu falar da existência de tradicionais festivais que fazem parte da cultura popular de nossa terra, tais como: da juçara, da melancia, da água-de-coco, do caranguejo, etc. etc.

Agora, do “Festival de Merda Pura” certamente constitui novidade, causando-lhe, inclusive, total espanto pela irreverência do título adotado. Entretanto, com o prosseguir da leitura você entenderá as razões pelas quais escolhermos citada denominação.

Diferentemente dos demais festejos, a importância deste evento não está associada às atrações lúdicas, mas tão somente denunciar o divorciamento dessas autoridades em relação ao problema de saneamento. Ressaltamos que esse acontecimento, logicamente, não faz parte da programação oficial, e isto por se tratar de um ato isolado, surgido de um contingente de pessoas movido por sentimento da mais profunda revolta, devido à omissão reservada às denúncias dirigidas aos órgãos gestores, através da imprensa televisiva, conforme passamos a detalhar.

Citado evento tem como local a Rua do Passeio, exatamente no trecho entre a Santa Casa de “Misericórdia” e o Hospital Djalma Marques (Socorrão I). Neste trajeto, as águas acumuladas formam uma espécie de lagoa totalmente contaminada por coliforme fecal. A nascente dessas águas é no próprio Hospital da Santa Casa, fato que vem ocorrendo há décadas, causando sérios prejuízos, não só às casas residências como, sobretudo, aos proprietários de estabelecimentos nos mais diversos ramos: farmácia, clinica odontológica, centro de treinamento profissionalizante em informática, etc.; sendo, ainda, vítimas dessas irregularidades milhares de pessoas que transitam por essa rua.

Este local vem se transformando num verdadeiro inferno devido ao tumulto formado pelo agrupamento de pessoas, no afã de se livrarem do banho de água podre. A verdade é que, num completo desrespeito ao público, a Santa Casa sempre quis fazer a Rua do Passeio a sua eterna cloaca.

Revoltados pela inoperância dos atores encarregados de solucionar tais impasses, resolvemos, à guisa de medida de impacto, afixar nos postes e janelas os seguintes dizeres:

CONVITE:
CONVIDAMOS OS TURISTAS E O POVO EM GERAL PARA ASSISTIREM AO “FESTIVAL DE MERDA PURA” PROMOVIDO PELO HOSPITAL DA SANTA CASA, CAEMA E VIGILÂNCIA SANITÁRIA, CONSIDERADOS OS MAIORES AGENTES POLUIDORES DESTA CIDADE.


(*) Wagner Baldez é funcionário público aposentado e membro da Executiva Estadual do PSOL/MA

terça-feira, 8 de maio de 2012

#VETA, DILMA!!





















"Presidente Dilma Rousseff,
As florestas brasileiras levaram milhões de anos para se formar.
Mas apenas dois segundos serão suficientes para destrui-las.
V. Exa. tem o apoio do Brasil e do mundo para cumprir sua promessa:

vete integralmente o projeto de Código Florestal e evite por em risco,
além da natureza, a sua própria credibilidade.
#VetaTudoDilma"

Nova lei amplia combate ao trabalho escravo, mas o central é a aprovação da PEC 438


A nova redação fixou uma tipificação mais precisa, incluindo a escravidão por dívida e a sujeição dos trabalhadores a condições degradantes
Contudo, é a PEC 438  contra o trabalho escravo (saiba mais aquique vai direto ao latifúndio, ao desapropriar as terras para fim de reforma agrária onde houver prática análoga ao trabalho escravo 

"A Lei nº 10.803/03, que alterou o artigo 149 do Código Penal, foi uma das ações mais significativas no enfrentamento ao crime de redução da pessoa à condição análoga à de escravo. A nova redação fixou uma tipificação mais precisa de quais condutas caracterizam o crime, incluindo a escravidão por dívida e a sujeição dos trabalhadores a condições degradantes. Antes disso, os infratores se defendiam com o argumento de que não havia um conceito preciso desse tipo de prática no ordenamento jurídico brasileiro.
Apesar do aprimoramento da legislação, naquele mesmo ano, os Grupos Especiais de Fiscalização Móvel do Ministério do Trabalho libertaram 5.223 trabalhadores que eram submetidos a situação degradante. Os empregadores foram autuados e receberam multas cujo valor somado ultrapassou os R$ 6 milhões.
No ano seguinte, a Portaria nº 1.234 do Ministério do Trabalho e Emprego instituiu o Cadastro de Empregadores Infratores, popularmente conhecida como “Lista Suja do Trabalho Escravo”. A inclusão no cadastro impede o acesso ao crédito em bancos públicos e resultam na suspensão das relações comerciais com empresas signatárias do Pacto Nacional Pela Erradicação do Trabalho Escravo.
A criação do cadastro foi uma demanda apresentada por organizações sociais. Ainda no ano da publicação da Portaria, a iniciativa foi questionada junto ao Supremo Tribunal Federal, por meio da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 3347, movida pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), entidade que reúne alguns dos principais representantes do agronegócio do país.

Prefeitos envolvidos
A decisão pela legalidade da “Lista Suja” só se deu oito anos depois, quando 294 empregadores figuravam. Entre eles, dois prefeitos: José Rolim Filho, de Codó (MA), e Vicente Pereira de Souza Neto, de Toledo (MG). A CNA alegava que, uma vez incluídos na lista, os empregadores seriam punidos antes de serem condenados pela Justiça. Essa tese foi refutada pelo STF.
O procurador do Trabalho e coordenador Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo, Jonas Ratier Moreno, explica que a lista tem um caráter apenas informativo. “Ela apenas cumpriu o que já temos em nosso ordenamento constitucional, que é o princípio da dignidade da pessoa humana, o valor social do trabalho, bem como a função social da propriedade. Enfim, essa portaria é informativa, ela não impõe penalidade nenhuma ao empregador”.
Ratier ainda reitera que, somente depois de o processo ser transitado em julgado, “vem a Portaria e informa à sociedade brasileira os nomes dos empregadores que foram exploradores de mão-de-obra em condições análogas a de escravo”. (continue lendo aqui)

Vias de Fato (em três atos) e a barbárie maranhense



Diante de um assassinato por crime de pistolagem (mais um, a diferença neste é a alta repercussão, por ser um jornalista do Sistema Mirante), o oligarca-mor faz marketing pessoal; enquanto isso, o Maranhão cor-de-rosa, como apelidou o Prof Wagner Cabral, ludibria a FENAJ contra o jornalista Emílio Azevedo e o jornal Vias de Fato, único veículo sem medo de denunciar essa barbárie maranhense, que mata índio, assola trabalhador rural e extermina quilombola... E ainda há quem creia que o Maranhão não está sob uma verdadeira barbárie!



1º - Desafio à FENAJ: será que vem?


Nove entidades da sociedade civil maranhense lançaram nota pública convidando a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), para que ela venha ao Maranhão, conhecer a barbárie e o ambiente pouco civilizado, provocado pela degeneração da política local, dominada (a ferro e fogo) pelo presidente do Senado, José Sarney.

Trata-se do mesmo ambiente criminoso, que está na origem do assassinato do jornalista Décio Sá, que era funcionário do grupo do senador.
As entidades que estão fazendo o convite são a Pastoral da Comunicação do Maranhão, a Comissão Pastoral da Terra (CPT-MA), a Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH), a Cáritas Brasileira Regional Maranhão, o Conselho Indigenista Missionário (CIMI-MA), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST-MA), o Movimento dos Quilombolas do Maranhão (MOQUIBOM), as Irmãs de Notre Dame de Namur em São Luís (MA) e o Comitê Padre Josimo. 

A nota-convite você pode ler no site www.viasdefato.com.br  


2º - Denúncia de uma picaretagem: lágrimas de crocodilo e veneno de serpente


Depois de reclamações da família do jornalista Décio Sá, sobre o descaso da família Sarney com o assassinato do seu ex-empregado, o dublê de faraó decidiu sair da tumba. Vestido de roupa preta e farsa lamuriante como manda o figurino e o manual das carpideiras, adentrou na paz do jardim.

Ah! E lágrimas, lágrimas e dores fingidas. Com algumas luzes e a melhor câmera do Sistema Mirante, vamos à "boa ação":


- Este ângulo por favor! Atenção, patrão, gravando:

 “É lamentável que alguém possa cometer um crime desses, está claro que foi um crime de mando. Um crime BÁRBARO”, disse “aos prantos” o coronel, com o pé na cova e o olho na câmera. Quase se oferecendo para assinar a nota das entidades maranhenses enviada à FENAJ, sobre a barbárie no Maranhão, para desespero dos hipócritas de plantão.

"Ah! Filmem aqui o artigo que escrevi no meu jornal, será que a família não leu isso? Fotografem, vou deixar o jornal bem aqui. E tragam a coroa de flores que encomendei, igual aquela que a máfia, quando mata, sempre faz questão de mandar..."


Ora, se Sarney realmente tivesse interesse na elucidação desse crime bárbaro, não acompanharia Roseana na tremedeira ao ouvir falar em CPI da Pistolagem e se fosse sincera sua contrição, que se lamuriasse longe dos holofotes, sem poses encenadas e gestos ensaiados. Não teria levado nenhuma filmadora a tiracolo.

Para quem usou ao extremo uma pessoa enquanto estava viva, fazer demagogia agora sobre o cadáver, isso pra mim só tem um nome: PICARETAGEM!!!! (Por Alice Pires)



3º - A barbárie aos indígenas

NOTA PÚBLICA CONJUNTA
EM REPÚDIO À VIOLÊNCIA CONTRA INDÍGENAS
O Conselho Indigenista Missionário (CIMI), a Pastoral Indigenista/Diocese de Grajaú, a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Maranhão (OAB/MA), a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e a Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH), em visita realizada à Terra Indígena Cana Brava, ocorrida no último dia 2 de maio, constataram que o povo indígena Guajajara, do Território Indígena Cana Brava, que abrange os municípios de Grajaú, Barra do Corda e Jenipapo dos Vieiras, tem sido submetido a constantes violações de seus direitos humanos.
Mesmo tendo seu território étnico cortado ao meio por uma importante rodovia federal – a BR 226 – é visível a omissão do Estado brasileiro em face deste povo.  Na aldeia Coquinho, às margens da rodovia federal, há mais de sete anos os indígenas sofrem com a falta de água, o que os obriga a comprá-la de carros-pipas para o consumo familiar, situação que se assemelha à enfrentada pelos moradores da aldeia Coquinho II, distante cerca de26 kmda rodovia federal, palco do recente assassinado da cacique Maria Amélia Gujajara. Ressalta-se que há mais de dois anos essa comunidade espera pela perfuração de um poço artesiano, mas, no entanto, até agora somente a  placa de identificação chegou.
Além de não terem acesso à rede de saneamento básico, os indígenas Guajajara da Aldeia Coquinho II não dispõem de energia elétrica – apesar das reiteradas solicitações feitas à FUNAI. Além disso, não há posto de saúde, telefone, nem veículos para transportar doentes das aldeias para o hospital da sede do município de Grajaú, a76 quilômetros.
A abertura da rodovia dentro do território e a falta de controle pelos órgãos competentes têm ocasionado a invasão de madeireiros e a permanência de não indígenas dentro do Território Étnico. Os não índios têm realizado várias ações criminosas ao longo dos quase22 kmda BR 226 que atravessam a Terra Indígena,  tais como o tráfico de entorpecentes e a prática de assaltos a veículos que trafegam por aquela rodovia. A decisão tomada pelo povo Guajajara e de seus caciques, para  enfrentar esse quadro de violência, está despertando reações violentas por parte de seus inimigos.
Nos meses de março e abril deste ano, foram assassinados brutalmente três indígenas. No dia 2 de março, Maria Sara Gregório Guajajara, 13 anos, foi morta por seu companheiro não indígena, na cidade de Grajaú, vítima de estrangulamento. A indígena estava gestante há alguns meses; no dia  9 de março, Francisco da Conceição Souza Guajajara, 34 anos, agente indígena de saúde, foi executado com quatro tiros na cabeça na porta de sua casa, por dois homens numa moto, fato ocorrido às 18h30, na cidade de Grajaú; e no dia  28 de abril, a cacique da aldeia Coquinho II, Ana Amélia Guajajara, de 52 anos, foi executada com dois tiros por pistoleiros, que estavam numa moto, fato ocorrido em frente de sua família, também às 18h30.
No assassinato de Francisco da Conceição Souza Guajajara, a dor se misturou à revolta. Ele foi baleado por volta das 18h30 e ficou agonizando no Hospital da Cidade de Grajaú até às 23h quando uma ambulância o levou para Imperatriz, distante 190 km, onde morreu por volta de 1h da madrugada do dia 29.
Durante a visita à Aldeia Coquinho, o cacique JOSÉ LUCIANO CLEMENTE, de 50 anos de idade, relatou que, além dele, as lideranças MARCILIANO CLEMENTE GUAJAJARA, 33 anos (Aldeia Coquinho), MARCELINO CLEMENTE GUAJAJARA, 37 (Aldeia Ilha de São Pedro) e RAIMUNDO CARLOS (Aldeia Bananal – T. I. Bacurizinho) estão JURADOS DE MORTE por traficantes, assaltantes, estupradores e quadrilheiros, que atuam impunemente na região.
Dessa forma, as entidades da sociedade civil signatárias exigem do Governo Federal, por meio do Ministério da Justiça e FUNAI, que garanta, em primeiro lugar, a integridade física das lideranças ameaçadas, visto que em razão dos conflitos relatados, mais mortes poderão ocorrer, bem como a retirada dos não indígenas conforme deliberação já tomada pelo Povo Guajajara.
São Luís do Maranhão, 4 de maio de 2012
Conselho Indigenista Missionário (CIMI)
Pastoral Indigenista/Diocese de Grajaú
Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Maranhão (OAB/MA)
Comissão Pastoral da Terra (CPT)
Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH)