Diante de um assassinato por crime de pistolagem (mais um, a diferença neste é a alta repercussão, por ser um jornalista do Sistema Mirante), o oligarca-mor faz marketing pessoal; enquanto isso, o Maranhão cor-de-rosa, como apelidou o Prof Wagner Cabral, ludibria a FENAJ contra o jornalista Emílio Azevedo e o jornal Vias de Fato, único veículo sem medo de denunciar essa barbárie maranhense, que mata índio, assola trabalhador rural e extermina quilombola... E ainda há quem creia que o Maranhão não está sob uma verdadeira barbárie!
1º - Desafio à FENAJ: será que vem?
Nove
entidades da sociedade civil maranhense lançaram nota pública convidando a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), para que
ela venha ao Maranhão, conhecer a barbárie e o ambiente pouco civilizado,
provocado pela degeneração da política local, dominada (a ferro e fogo) pelo
presidente do Senado, José Sarney.
Trata-se do mesmo ambiente criminoso, que está na origem do assassinato do jornalista Décio Sá, que era funcionário do grupo do senador.
Trata-se do mesmo ambiente criminoso, que está na origem do assassinato do jornalista Décio Sá, que era funcionário do grupo do senador.
As
entidades que estão fazendo o convite são a Pastoral da Comunicação do Maranhão,
a Comissão Pastoral da Terra (CPT-MA), a Sociedade Maranhense de Direitos
Humanos (SMDH), a Cáritas Brasileira Regional Maranhão, o Conselho Indigenista
Missionário (CIMI-MA), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST-MA),
o Movimento dos Quilombolas do Maranhão (MOQUIBOM), as Irmãs de Notre Dame de
Namur em São Luís (MA) e o Comitê Padre Josimo.
A nota-convite você pode ler no site www.viasdefato.com.br
2º - Denúncia de uma picaretagem: lágrimas de crocodilo e veneno de serpente
Depois de reclamações da família do jornalista Décio Sá, sobre o descaso da família Sarney com o assassinato do seu ex-empregado, o dublê de faraó decidiu sair da tumba. Vestido de roupa preta e farsa lamuriante como manda o figurino e o manual das carpideiras, adentrou na paz do jardim.
Ah! E lágrimas, lágrimas e dores fingidas. Com algumas luzes e a
melhor câmera do Sistema Mirante, vamos à "boa ação":
- Este ângulo por favor! Atenção, patrão, gravando:
“É lamentável que alguém possa cometer um crime desses, está
claro que foi um crime de mando. Um crime BÁRBARO”, disse “aos prantos” o
coronel, com o pé na cova e o olho na câmera. Quase se oferecendo para assinar
a nota das entidades maranhenses enviada à FENAJ, sobre a barbárie no Maranhão,
para desespero dos hipócritas de plantão.
"Ah! Filmem aqui o artigo que escrevi no meu jornal, será que
a família não leu isso? Fotografem, vou deixar o jornal bem aqui. E tragam a
coroa de flores que encomendei, igual aquela que a máfia, quando mata, sempre faz
questão de mandar..."
Ora, se Sarney realmente tivesse interesse na elucidação desse
crime bárbaro, não acompanharia Roseana na tremedeira ao ouvir falar em CPI da
Pistolagem e se fosse sincera sua contrição, que se lamuriasse longe dos
holofotes, sem poses encenadas e gestos ensaiados. Não teria levado nenhuma
filmadora a tiracolo.
Para quem usou ao extremo uma pessoa enquanto estava viva, fazer
demagogia agora sobre o cadáver, isso pra mim só tem um nome: PICARETAGEM!!!! (Por Alice Pires)
3º - A barbárie aos indígenas
NOTA PÚBLICA CONJUNTA
EM REPÚDIO À VIOLÊNCIA CONTRA INDÍGENAS
EM REPÚDIO À VIOLÊNCIA CONTRA INDÍGENAS
O Conselho Indigenista Missionário (CIMI), a Pastoral Indigenista/Diocese de Grajaú, a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Maranhão (OAB/MA), a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e a Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH), em visita realizada à Terra Indígena Cana Brava, ocorrida no último dia 2 de maio, constataram que o povo indígena Guajajara, do Território Indígena Cana Brava, que abrange os municípios de Grajaú, Barra do Corda e Jenipapo dos Vieiras, tem sido submetido a constantes violações de seus direitos humanos.
Mesmo tendo seu território étnico cortado ao meio por uma importante rodovia federal – a BR 226 – é visível a omissão do Estado brasileiro em face deste povo. Na aldeia Coquinho, às margens da rodovia federal, há mais de sete anos os indígenas sofrem com a falta de água, o que os obriga a comprá-la de carros-pipas para o consumo familiar, situação que se assemelha à enfrentada pelos moradores da aldeia Coquinho II, distante cerca de26 kmda rodovia federal, palco do recente assassinado da cacique Maria Amélia Gujajara. Ressalta-se que há mais de dois anos essa comunidade espera pela perfuração de um poço artesiano, mas, no entanto, até agora somente a placa de identificação chegou.
Além de não terem acesso à rede de saneamento básico, os indígenas Guajajara da Aldeia Coquinho II não dispõem de energia elétrica – apesar das reiteradas solicitações feitas à FUNAI. Além disso, não há posto de saúde, telefone, nem veículos para transportar doentes das aldeias para o hospital da sede do município de Grajaú, a76 quilômetros.
A abertura da rodovia dentro do território e a falta de controle pelos órgãos competentes têm ocasionado a invasão de madeireiros e a permanência de não indígenas dentro do Território Étnico. Os não índios têm realizado várias ações criminosas ao longo dos quase22 kmda BR 226 que atravessam a Terra Indígena, tais como o tráfico de entorpecentes e a prática de assaltos a veículos que trafegam por aquela rodovia. A decisão tomada pelo povo Guajajara e de seus caciques, para enfrentar esse quadro de violência, está despertando reações violentas por parte de seus inimigos.
Nos meses de março e abril deste ano, foram assassinados brutalmente três indígenas. No dia 2 de março, Maria Sara Gregório Guajajara, 13 anos, foi morta por seu companheiro não indígena, na cidade de Grajaú, vítima de estrangulamento. A indígena estava gestante há alguns meses; no dia 9 de março, Francisco da Conceição Souza Guajajara, 34 anos, agente indígena de saúde, foi executado com quatro tiros na cabeça na porta de sua casa, por dois homens numa moto, fato ocorrido às 18h30, na cidade de Grajaú; e no dia 28 de abril, a cacique da aldeia Coquinho II, Ana Amélia Guajajara, de 52 anos, foi executada com dois tiros por pistoleiros, que estavam numa moto, fato ocorrido em frente de sua família, também às 18h30.
No assassinato de Francisco da Conceição Souza Guajajara, a dor se misturou à revolta. Ele foi baleado por volta das 18h30 e ficou agonizando no Hospital da Cidade de Grajaú até às 23h quando uma ambulância o levou para Imperatriz, distante 190 km, onde morreu por volta de 1h da madrugada do dia 29.
Durante a visita à Aldeia Coquinho, o cacique JOSÉ LUCIANO CLEMENTE, de 50 anos de idade, relatou que, além dele, as lideranças MARCILIANO CLEMENTE GUAJAJARA, 33 anos (Aldeia Coquinho), MARCELINO CLEMENTE GUAJAJARA, 37 (Aldeia Ilha de São Pedro) e RAIMUNDO CARLOS (Aldeia Bananal – T. I. Bacurizinho) estão JURADOS DE MORTE por traficantes, assaltantes, estupradores e quadrilheiros, que atuam impunemente na região.
Dessa forma, as entidades da sociedade civil signatárias exigem do Governo Federal, por meio do Ministério da Justiça e FUNAI, que garanta, em primeiro lugar, a integridade física das lideranças ameaçadas, visto que em razão dos conflitos relatados, mais mortes poderão ocorrer, bem como a retirada dos não indígenas conforme deliberação já tomada pelo Povo Guajajara.
São Luís do Maranhão, 4 de maio de 2012
Conselho Indigenista Missionário (CIMI)
Pastoral Indigenista/Diocese de Grajaú
Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Maranhão (OAB/MA)
Comissão Pastoral da Terra (CPT)
Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH)
Pastoral Indigenista/Diocese de Grajaú
Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Maranhão (OAB/MA)
Comissão Pastoral da Terra (CPT)
Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH)
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