quinta-feira, 30 de abril de 2009

Poesia de Quinta

POESIA DE QUINTA - número 30
Por Deíla Maia


Poesia de Quinta desta semana faz uma breve reflexão sobre o tempo e a poesia.
É impressionante como a nossa essência não muda com o passar dos anos... Vocês concordam comigo?
Eu me identifiquei perfeitamente com este poema de Mário Quintana, pois realmente quando olho meus poemas que fiz quando eu era criança ou adolescente, parece que eles foram feitos ontem (ou amanhã!!!) ... Os sentimentos realmente não tem tempo.
Só que eu sempre dato meus poemas!!! Gosto de lembrar do momento em que eles surgiram. Mas vou até repensar os meus conceitos.

Beijos atemporais,


DATA E DEDICATÓRIA
Mário Quintana


Teus poemas, não os dates nunca... Um poema
Não pertence ao Tempo... Em seu país estranho,
Se existe hora, é sempre a hora extrema
Quando o Anjo Azrael nos estende ao sedento
Lábio o cálice inextinguível...
Um poema é de sempre, Poeta:
O que tu fazes hoje é o mesmo poema
Que fizeste em menino,
É o mesmo que,
Depois que tu te fores,
Alguém lerá baixinho e comovidamente,
A vivê-lo de novo...
A esse alguém,
Que talvez nem tenha ainda nascido,
Dedica, pois, teus poemas.
Não os date, porém:
As almas não entendem disso.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Movimento de mulheres derruba Paulinha Lobão...


Em entrevista coletiva hoje pela manhã, a apresentadora Paulinha Lobão confirma sua saída do secretariado de Roseana Sarney. Tal como o governo, que iniciou sem começar, Paulinha começou sem iniciar na SEMU (Secretaria das Mulheres)...

Não tinha perfil, não tinha militância na área e cutucou com vara curta um dos mais articulados movimentos da ilha, o de mulheres. Por sinal, ele foi determinante para a queda de Paulinha, sobretudo a partir das declarações da professora Meire Ferreira, registradas no blogue de Robert Lobato e repercutida pelo Ecos.

Se há algo de relevante a observar na queda de Paulinha, parece ser a atenção que Roseana está dando às orientações da Pública - agência de comunicação. A todo custo, o objetivo é melhorar a imagem da governadora oligarca para ter chances de disputa em 2010, ainda que custe a cabeça de indicações de aliados de peso, como foi Paulinha - da família Lobão (Nice, sogra - deputada federal, Edinho, marido - senador e Edison, sogro - ministro de Minas e Energia).

Quem será o próximo?

Nova enquete no Ecos

Com um certo atraso, comunicamos aos leitores/as do Ecos o resultado da nossa última enquete: a maranhense que mais contribuiu para a luta das mulheres em nosso estado foi Maria Aragão. Ela obteve 76% dos votos dos leitores do blogue que participaram da enquete. Sem dúvida, Maria marcará eternamente as lutas sociais maranhenses.

Em seguida, veio Ieda Batista, com 11%. Abaixo, empataram Maria Firmina dos Reis e Anna Jansen, com 6% cada.

Agradecemos aos amigos/as que deixaram seu voto na enquete do Ecos das Lutas. Aproveitamos, agora, para convidar-lhe a votar em nossa nova enquete:

Na sua opinião, como a oposição maranhense deve se referir à governadora Roseana Sarney? Há quatro opções para sua escolha:

governadora biônica - o termo biônico remete à época da Ditadura Militar, onde os generais indicavam os mandatários, sem qualquer legitimidade no voto popular;

governador de proveta - o termo remete à geração artificial, cujo mandato foi feito em vitro e a "zeros graus";

governadora pif-paf - em referência à "preferência" da governadora pelos jogos de baralho;

governadora Sarney - o sobrenome é para reforçar que a mesma é herdeira de José Sarney, ao contrário do que procura negar quando declara não querer mais sua imagem ligada a do pai.

Agora é com você. Escolha e dê seu voto. Aqui ele vale, é livre, legítimo e impossível de ser cassado no TSE!

terça-feira, 28 de abril de 2009

CONLUTAS e CUT disputam Sindicato dos Bancários

Nos dias 19, 20 e 21 de maio, os bancários maranhenses vão às urnas. Será a eleição para a nova diretoria do Sindicato dos Bancários.

De um lado, PSol, PSTU, Conlutas (central sindical originada a partir de um racha da CUT, sob influência de PSTU e Psol), a maioria da atual diretoria do sindicato e David Sá Barros (Banco do Brasil), candidato a presidente.

Do outro, PT, PCdoB, CUT e Articulação sindical, CTB(central sindical ligada ao PCdoB) e Rosário Braga (Bradesco), candidata a presidente.

A julgar pelo plebiscito realizado recentemente onde os bancários foram chamados a escolher se o sindicato deveria permanecer filiado à CUT ou não, a eleição será voto a voto. A posição "manter filiado à CUT", defendida por Rosário e seu grupo, ganhou por mínima vantagem. O debate continuará sendo a principal polêmica da campanha.

Desde o histórico MOB (Movimento de Oposição Bancária), será a primeira eleição a colocar em xeque o sindicalismo cutista. No início dos anos 1990, o MOB trouxe o sindicato para a base da CUT (tirando da órbita da CGT/Petrônio Alves/PDT). Desde então a fração cutista mais à esquerda (contrária à Articulação Sindical -grupo sob orientação do agora deputado federal Washington Luiz) vinha hegemonizando o sindicato, tendo como presidentes Uílio Oliveira (hoje com a Articulação sindical), Bira do Pindaré, Enock Vieira e Raimundo Costa. Com o racha no PT que deu origem ao Psol, a maioria dos diretores também se desfiliou do PT, caso de David Sá Barros. A eleição promete ser uma disputa acirrada.

Abaixo, o blogue publica o manifesto da "Chapa 1 -Unidade, resistência e luta", enviado pela chapa a Ecos das Lutas.

MANIFESTO DA UNIDADE, RESISTÊNCIA E LUTA - CHAPA 1
A CHAPA DO SINDICATO, A CHAPA D@S
BANCÁRI@S

A escolha de uma nova diretoria para o SEEB-MA acontece num período crítico para a classe trabalhadora, em geral, e para os bancários, em particular. Em meio à crise econômica mundial, que se revela a pior desde 1929, os patrões passam a incrementar a prática de demissões e anunciam acordos com redução de salários e direitos, a despeito de, ainda que em crise, os bancos alcançarem lucros bilionários.

A atual diretoria, de maioria sempre coerente com a defesa dos bancários nas tantas lutas à frente da categoria, construiu e consolidou a imagem do Sindicato dos Bancários do Maranhão, tornando-o referência de respeitabilidade nos cenários local e nacional. Coerência pautada no respeito aos princípios democráticos, traduzida na prioridade dos interesses dos bancários. Neste Sindicato, as decisões são precedidas de amplos debates, considerando a vontade da maioria, que sempre dá a última palavra.

A autonomia e independência do SEEB-MA são vistas, porém, com maus olhos por parte de alguns membros desta Diretoria, os quais, lamentavelmente se desmembraram para criar uma segunda chapa. As razões do grupo divisionista não são outras senão conciliar política sindical com as políticas capitalista e partidária dos banqueiros e do governo, respectivamente.

Os divisionistas pregam cega obediência à Contraf/CUT e assim agem quando assumem radical defesa de índices rebaixados de reajustes salariais; quando renunciam a recuperação das históricas perdas salariais outrora prioritárias; quando assumem intransigentemente a manutenção da Mesa Única da Fenaban, instrumento que tem causado prejuízos aos bancários tanto da rede pública quanto da rede privada. Ou seja, quando rompem com as nossas decisões autônomas, independentes e soberanas, assumindo as políticas de submissão e nociva parceria aos interesses da categoria.

Para combater lamentáveis desvios, aliando o ânimo renovado de jovens companheiros à experiência de vários dos atuais diretores, a Chapa 1 Unidade, Resistência e Luta se lança ao desafio de manter as diretrizes vitoriosas da atual gestão.

Daí conclamarmos a categoria bancária maranhense a, nos dias 19, 20 e 21 de maio, pelo voto consciente, conosco dividir as responsabilidades deste desafio.

Assuma conosco estas bandeiras:

- contratação de mais bancários
- igualdade dos direitos entre novos e antigos (isonomia)
- reposição das perdas salariais
- respeito ao direito de greve
- respeito à jornada de 6 horas de trabalho
- Mais investimentos na área de Esportes, lazer e Cultura
- fim do banco de horas - pagto. de 100% das horas-extra
- combate ao assédio moral e às doenças ocupacionais
- garantia do emprego - não às demissões
- Mesa dos bancos públicos em Campanha Unificada
- fortalecimento dos bancos públicos como agentes de desenvolvimento

Chapa 1 - Unidade, Resistência e Luta
Sindicato é pra lutar. Por emprego, salário e direitos!

David Sá Barros (BB)
José Maria Corrêa Nascimento (BB), Enock Bezerra Silva (CEF), Raimundo de Jesus Targino Júnior (CEF), Moisés Silva Espínola (BB), Edna Lúcia Silva de Vasconcelos (Unib/Itaú), Eloy Natan Silveira Nascimento (CEF), Raimundo Araújo Costa Filho (BNB), Edvaldo Ferreira Castro (HSBC), Maria Regina Sanches de Sousa (BRAD), Raimundo Nonato Costa (BASA), Luís Carlos Oliveira Silva (BB), Arnaldo Marques de Almeida (BASA), Cláudio do Vale Costa (BRAD), Waldir Prestes Fernandes Nunes (CEF), Itamaldo Raimundo Cardoso Ribeiro (BNB), Marcelo Costa da Rocha (BRAD), Lusmarina Oliveira Moraes (BB), José Gilberto Vasconcelos (CEF), Jaffi Carvalho da Silva Junior (BB), Elinete Sousa Santos (CEF), Valter Eloi Cantanhede (Aposentado/CAPOF/Bradesco), Mailan Torres de Mesquita (CEF), Dielson Rodrigues Silva (BB), Warllem Ribeiro Ferreira (BNB), Carlos Alberto Leandro da Silva (BB), Silden Henrique Batista Lopes (CEF), Antônio Mariano de Lima (BASA), Henry Hommel Cordeiro Teixeira (BRAD), Dilson Aquino de Sousa (BB), Max Alberto Monteiro Marques Junior (BB), Joel Pinheiro Guimarães (BB), José Orlando Araújo de Sousa (BRAD), José Gilberto Alves de Carvalho (BB), Luiz Maia da Silva (BB), Cássio Valdenor Paz Moreira (BRAD), Margareth Maciel Rodrigues (CEF), Talita Silva Chaves Pagnocelli (BB), Juvenal Moreira da Silva (BB), Enoque Pinheiro Moreno (CEF), Germano Pinheiro Santiago (BASA), Emanuel Moraes Rodrigues (CEF), Edson Sousa Santana (BNB), José Luis Ferreira do Nascimento Milhomem (BB), Erinaldo Alves Lima (BB), Luis Alberto Pinheiro Amorim Junior (CEF), Otoniel Oliveira Silva (BB), Luzmarina Oliveira Barbosa de Freitas (BB), João Santos Rudakoff (BB), Raimundo Nonato Rego Quintanilha (BASA), Raimundo Silva Pereira Neto (CEF), Tânia Regina Goiabeira dos Santos (CEF), Antônio José Muniz (CEF), Fernando Henrique Piva Fernandes (CEF)

Qualidade do Secretariado de Roseana é do tamanho da legitimidade do mandato: (parte 1) a Secretaria da Mulher

A professora Meire Ferreira (UFMA) é uma das mais respeitadas militantes feministas maranhense. É dela a crítica firme que, certamente, vem contribuindo para a possível saída de Paulinha Lobão do secretariado roseanista: "Secretaria da Mulher deve implementar políticas públicas e não ensinar cozinhar, bordar e maquiar".

A professora Meire analisa ainda:

"O secretariado anunciado por Roseana Sarney deixou todos perplexos, a nossa perplexidade chega a susto pela forma como tem se dado à escolha dos futuros gestores públicos. Fica a certeza que não houve critérios de escolha em grande parte das secretarias, mas a escolha de Paulinha Lobão nos remete a muitos questionamentos.

O que Roseana considera como políticas para as mulheres?

O perfil da futura secretaria reflete uma falta de conhecimento com as lutas feministas e um equívoco com a proposta da Secretaria da Mulher, criada com todo o cuidado a partir da organização de mais de 30 anos dos movimentos de mulheres neste Estado.

A Secretaria da Mulher tão bem conduzida pela companheira Lourdes Leitão Nunes Rocha refletiu nestes 2 anos e quatro meses de trabalho os anseios das lutas feministas travadas neste Estado nas últimas décadas. É bom lembrar (nossa memória às vezes falha) que durante todo o governo de Roseana Sarney protocolamos inúmeras audiências públicas para ser ouvidas e atendidas em nossas reivindicações. Não fomos recebidas nenhuma vez pela governadora.

O descaso com os movimentos sociais que sempre norteou a atuação de Roseana Sarney se traduz neste momento com a indicação de uma secretária que não tem perfil, compromisso e desconhece os princípios históricos da luta das mulheres.

Não queremos uma secretaria que vai nos ensinar a achar marido, ou vai nos ensinar a fazerem bordados ou aprender as formas de fazer a melhor maquiagem.

A Secretaria Estadual da Mulher pensada no governo de Jackson Lago planejou inúmeros projetos e delineou várias políticas que constam no Plano Estadual de Políticas para as Mulheres aprovada pelo então governador a partir do resultado das Conferencias Municipais e da Conferencia Estadual no qual participamos ativamente.

É doloroso ver este projeto interrompido e pelas declarações da governadora isso não é importante. O importante é apagar a memória do que foi feito nos 2 anos do Governo Jackson"

Em entrevista ao blogue de Robert Lobato, Meire detalha mais suas opiniões sobre o papel da Secretaria da Mulher. Leia mais aqui.

domingo, 26 de abril de 2009

Presidência do Senado coloca Sarney no olho do furacão (VII)

A Revista Época desta semana denuncia: Funcionário público usou a ex-babá como laranja. E explica: diretor João Zoghbi tornou uma senhora de 83 anos sua sócia para receber dinheiro de banco que faz negócios com o Senado. Leia aqui.

Adivinhem a quem o ex-diretor do Senado é ligado?

A Folha de São Paulo (27/4/09-caderno Brasil - pag. A6) responde:

"[Há um mês, Zoghbi perdeu o cargo de diretor depois de reveladoque ele vive em uma mansão em Brasília, mas não abriu mão do apartamento funcional, onde deixou um filho morando e graça.] Zoghbi é ligado ao grupo do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), e foi diretor do Senador por 15 anos"

E, assim, continuam as peripécias de Sarney à frente da Presidência do Senado. Como já dissemos, um prato cheio para mídia nacional.

E não pára por aí o furacão midiático que tenta engolir o velho oligarca. Leiam o que a mais neoliberal das revistas brasileiras escreve da oligarquia:

O Poder do Clã Sarney
(Revista Veja - Edição 2110, 29/4/09)

"A população do Maranhão está outra vez sob velha direção. Roseana Sarney, herdeira da mais antiga oligarquia política vigente no país, assumiu o governo do estado pela terceira vez. Ela não voltou ao poder nos braços do povo, mas por determinação da Justiça. O Tribunal Superior Eleitoral entendeu que Jackson Lago, que ocupava o cargo de governador, cometeu inúmeros abusos durante a campanha eleitoral de 2006 e cassou-lhe o mandato. Roseana ficou com a vaga porque foi a segunda colocada na eleição. Depois de tomar posse, prometeu cortar gastos, moralizar a administração pública e trabalhar duro para melhorar a vida das pessoas. Seria ótimo, se não soasse como piada várias vezes recontada.

O clã Sarney manda e desmanda no Maranhão há 50 anos. Roseana Sarney, herdeira da mais antiga oligarquia política vigente no país, assumiu o governo do estado pela terceira vez. Ela não voltou ao poder nos braços do povo, mas por determinação da Justiça. O Tribunal Superior Eleitoral entendeu que Jackson Lago, que ocupava o cargo de governador, cometeu inúmeros abusos durante a campanha eleitoral de 2006 e cassou-lhe o mandato. Roseana ficou com a vaga porque foi a segunda colocada na eleição. Depois de tomar posse, prometeu cortar gastos, moralizar a administração pública e trabalhar duro para melhorar a vida das pessoas.

Seria ótimo, se não soasse como piada várias vezes recontada. Dos treze últimos governadores do Maranhão, apenas dois - incluindo Lago - foram eleitos fora de sua órbita de influência. Apesar de hoje ser senador pelo Amapá, José Sarney continua dando as cartas no estado. O resultado desse domínio é visível a olho nu: a família Sarney está milionária, mas o Maranhão lidera o ranking brasileiro de subdesenvolvimento.

"Sarney e seus aliados vendem a ideia de que só eles poderão, um dia, levar o progresso ao Maranhão. Para alimentar a ilusão, usam a ‘política da migalha’, que se baseia na concessão de pequenos benefícios para a população, sem que nada avance de verdade", diz o historiador Wagner Cabral da Costa, professor da Universidade Federal do Maranhão. Cinco décadas dos Sarney no poder e o estado exibe 20% de analfabetos, 80% de domicílios sem acesso a esgoto e 65% das pessoas dependentes de ajuda governamental para sobreviver. O padrão é africano (...)"
(leia mais aqui)

Para fechar esta edição da série, o artigo da professora do Departamento de Educação UFMA e doutora em Políticas Públicas, Fátima Gonçalves, publicado no jornal O Estado de São Paulo:


A VOLTA DA RAINHA DE ESPADAS
Maria de Fátima Gonçalves


O Maranhão é aqui. E presencia um dos momentos mais tensos de sua história política: a cassação do mandato do governador Jackson Lago e o retorno de Roseana Sarney Murad. Sim, Murad, haja vista a confluência de poderes entre famílias que casam entre si - Sarney e Murad - e a grande influência que o marido, Jorge, exerce no campo das relações políticas. Isso me remete ao Rei Lear, de Shakespeare, quando o rei proclama sua preferência pela filha Goneril: "Estes limites, incluindo o espaço desta linha a esta, florestas ensombradas, os rios abundantes, as vastas pradarias, te faço aqui dona e senhora. Um direito perpétuo extensivo aos descendentes teus e de Albânia" (no caso, o duque de Albânia, genro de Lear).

As relações de poder que hoje sustentam o Maranhão emergem nos meados dos anos 60, lideradas pelo deputado federal José Sarney ao se candidatar em 1965 a governador do Estado. Quando assumiu o governo, José Sarney "jurou" exterminar o nepotismo, o carrancismo, o absolutismo presentes na história política do Maranhão e ainda levar o Estado aos limites do desenvolvimento.

Já governador, arquitetou estratégias e medidas, dentre as quais a criação da Sudema, nos moldes da Sudene, composição de um quadro burocrático engendrado por economistas formados pela Cepal. No entanto, já se podia perceber o esboço de seu projeto político. Os auxiliares eram, na maior parte, amigos e poetas de sua confraria.

José Sarney construiu uma ponte em São Luís - Ponte José Sarney -, que no imaginário popular sintetiza a divisão que ele dizia ter feito entre o "velho" e o "novo" Maranhão, pois é uma estrutura que separa a cidade antiga daquela que foi se amoldando, segundo opiniões comuns, na "modernidade". Houve de fato uma clivagem com as antigas formas de governar? Como falar em "modernidade" se, em sua saída para se candidatar a senador pelo Maranhão, ele promulgou a Lei nº. 2.979/69, conhecida como "Lei de Terras", que, em contramão ao projeto de colonização da Sudene, pretendia enviar para as chamadas "fronteiras agrícolas" nordestinos sem condição de sobreviver nas suas localidades em face da seca que assolava a região?

Com esse dispositivo, José Sarney instituiu o valor unitário da terra, e grupos empresariais cercaram, por alto, 625.789 hectares, transformando os retirantes em mão de obra explorada e inaugurando os conflitos agrários no campo. Eis a reinvenção do Maranhão Dinástico, relações de sociabilidade política em que as relações de compadrio sobrepujam a razão de Estado, à maneira de Max Weber. Posteriormente, exceção feita ao governador Osvaldo Nunes Freire, todos os mandatários do Maranhão tornaram-se "filhos políticos" de José Sarney, dando continuidade à dinastia.

Nesse ínterim, fabricava-se uma figura pública e política, filha não só política, mas social e biológica, de José Sarney - Roseana Sarney Murad -, uma ficção (de ficcio, invenção) que começa sua inserção no campo político em 1990 ao se candidatar a deputado federal pelo Maranhão. A acumulação primitiva do capital político foi arregimentada do seu título de graduação em ciências sociais. Não à toa, durante toda a campanha, a ela se referiam como "a socióloga Roseana Sarney".

Em 1994, ela se candidatou ao governo do Estado do Maranhão concorrendo com Epitácio Cafeteira, seu adversário mais próximo, e com o próprio Jackson Lago. No primeiro turno, Roseana Sarney Murad (PFL) obteve 541.005 votos contra 353.002 de Epitácio Cafeteira (PPR), deflagrando um segundo turno. Esse foi o primeiro embaraço que abalou o projeto político do Maranhão Dinástico.

No segundo turno, detentora de um potente sistema de comunicação, disparou um embate político com o adversário por meio de charges e criação de escândalos políticos. Eleita, transformou seu governo num palanque eleitoral para a reeleição em 1998, momento em que sua performance de candidata de saúde frágil é vista como a de "uma guerreira", conforme os próprios acordes da cantora Alcione Nazaré. Pouca campanha fez nessa época, mas antes já havia redefinido as fronteiras turísticas do Maranhão - vide as praias na novela O Clone - e se transformado no arauto dos eventos locais. Participava, com sua performance bacântica, dos carnavais e do bumba-meu-boi e se autodefinia "apaixonada pela cultura popular".

Em 2001, o PFL sinalizou seu nome para as eleições presidenciais de 2002, mas o escândalo Lunnus, envolvendo a governadora e seu marido, depois da captura de milhões no escritório da empresa dele, barrou esse objetivo. Mais um abalo no projeto do Maranhão Dinástico. Da projeção nacional retorna à projeção maranhense e se candidata a senador, sendo eleita pelo PFL.

Candidata ao governo em 2006 pelo PMDB, concorrendo com o adversário mais próximo, Jackson Lago (PDT), e já inimiga do seu aliado e "filho político" de José Sarney, o governador José Reinaldo, ela não conseguiu se eleger no primeiro turno e perdeu para Jackson Lago no segundo. Um embaraço de proporções gigantescas nessa dinâmica, embaraço que estimulou a luta na Justiça pela cassação do governador sob a alegação da "compra de votos" e, por tabela, de ilegitimidade do poder. Após longa batalha judicial, com idas e vindas, porém com a decisão jurídica de instâncias superiores, delineou-se uma reatualização do Maranhão Dinástico. Roseana Sarney Murad assumiu na semana passada o governo. A Dama de Espadas deu uma cartada: nomeou seu cunhado e ex-inimigo, Ricardo Murad, secretário de Estado de Saúde. Continua a entender que a coisa (res) pública é a casa da rainha.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Joaquim Barbosa com toda razão



O "diálogo" do vídeo todos já conhecem. Ecos deixa para registrar à História.
Abaixo, o texto de Mauro Santayana, no Jornal do Brasil - coluna Coisas da Política (24/4/09). São palavras bem postas sobre as imagens acima.


O ÁSPERO DIÁLOGO E A OPINIÃO DAS RUAS

Mauro Santayana


O diálogo entre o presidente do STF, Gilmar Mendes, e o ministro Joaquim Barbosa, tal como divulgado pelos jornais, não deixa dúvida. Quem tomou a iniciativa da agressão, ao afirmar que o outro não tinha “condições de dar lição a ninguém”, foi o presidente da Corte. O ministro Joaquim Barbosa, tocado em sua dignidade, replicou à altura e, ao fazê-lo, disse o que provavelmente a maioria dos brasileiros gostaria de dizer: o ministro Gilmar Mendes tem contribuído para desacreditar o Poder Judiciário no Brasil.

O presidente do STF, interrompida a reunião, deveria ter deixado seus pares à vontade para examinar o incidente, como fez Joaquim Barbosa, ao ir para casa. Gilmar, ao reunir os colegas em seu próprio gabinete, constrangeu-os com a sua presença. E se não fosse, conforme o noticiário de ontem, a posição da ministra Cármem Lúcia e dos ministros Ricardo Lewandowski e Ayres Britto, Gilmar deles teria obtido manifestação de repúdio a Joaquim Barbosa.

O incidente de quarta-feira reabre a necessária discussão sobre o processo de escolha dos juízes do STF. Selecionado por ato presidencial, o candidato é aprovado ou reprovado pelo Senado – mas não há notícia, no Brasil, de que alguém tenha sido rejeitado. Um juiz do STF dispõe de tal poder que seria necessária outra legitimidade, além da escolha presidencial e da aprovação do Senado, para a sua nomeação.

O Senado norte-americano é mais cuidadoso na aprovação dos candidatos à Suprema Corte, e a imprensa, consciente de sua responsabilidade, os submete ao escrutínio da opinião pública. Um grande jurista conservador, Robert Bork, indicado por Reagan, em 1987, foi rejeitado (58 votos a 42), depois de ampla discussão pública, em que intervieram contra seu nome a União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) e personalidades destacadas, como o ator Gregory Peck. Defensor declarado dos trustes, Bork foi contestado também pelas outras posições conservadoras. Edward Kennedy o arrasou em discurso no Senado. A América de Bork – disse Kennedy – será aquela em que a polícia arrombará as portas dos cidadãos à meia-noite, os escritores e artistas serão censurados, os negros atendidos em balcões separados e a teoria da evolução proscrita das escolas.

A discussão sobre Bork – que havia sido cúmplice de Nixon no caso Watergate – levou o senador Joe Biden, hoje vice-presidente de Obama e então presidente do Comitê Judiciário daquela casa, a recomendar a rejeição de seu nome. O Biden Report foi aceito pelo Plenário, e Bork não foi aprovado. O caso foi tão emblemático que to bork passou a ser verbo.

Mais tarde, em outubro de 1991, o juiz Clarence Thomas por pouco não foi rejeitado, por sua conduta pessoal. Aos 43 anos, ele foi acusado de assédio sexual – mas os senadores, embora com pequena margem a favor (52 votos a 48), o aprovaram, sob o argumento de que seu comportamento não o impedia de julgar com equidade. Na forte campanha contra sua indicação as associações femininas se destacaram. E o verbo “borquear” foi usado por Florynce Kennedy, com a sua palavra de ordem “we’re going to bork him”.

A indicação do ministro Gilmar Mendes, como se recorda, foi contestada por juristas e alguns jornalistas. O jurista Dalmo Dallari foi incisivo: “Se essa indicação vier a ser aprovada pelo Senado, não há exagero em afirmar que estarão correndo sério risco a proteção dos direitos no Brasil, o combate à corrupção e a própria normalidade constitucional”. E lembrou que Gilmar recomendara ao Poder Executivo desrespeitar decisões judiciais.

Os fatos estão demonstrando que Dallari tinha razão. A normalidade constitucional está ameaçada pelos atos autoritários do presidente do STF, que, com arrogância, dita normas aos outros dois poderes da República e não tem sido devidamente contido por eles, que aceitaram firmar um Pacto republicano proposto pelo juiz. Pacto republicano é o da Constituição.

Gilmar foi membro do gabinete de Fernando Collor. Advogado-geral da União no governo de Fernando Henrique Cardoso, criticou o STF e se comprometeu na redação de medidas provisórias discutíveis. Sua aprovação tampouco foi fácil: teve 15 votos contrários, a maior rejeição registrada em indicações semelhantes.

Enquanto não houver critérios mais democráticos para a aprovação de indicados ao STF, o Senado deverá, pelo menos, ouvir a opinião da sociedade em audiências públicas, como faz antes de outras decisões.

No aniversário de Sarney, o primeiro escândalo do governo Roseana


O governo Roseana Sarney inicia sem começar... é o que revela a (mal concluída) composição de seu secretariado.

Para quem estava se preparando desde de dezembro para assumir o governo e, uma semana depois de empossada (05 meses depois, em abril), sequer consegue nomear todos os seus secretários e, quando nomeia, não traz de volta o seu exemplo maior de administração - as "gerências" - mostra que os seus governos anteriores (1995-2002) foram nada mais, nada menos, que uma peça de marketing.

E o seu atual governo - evidencia o secretariado - não tem projeto algum para o Maranhão. Mais ainda, ao extinguir a Secretaria de Igualdade Racial (SEIR) e nomear Paulinha Lobão para a secretaria da Mulher, simboliza o desprezo pelas agendas dos movimentos sociais, especialmente o das mulheres e o movimento negro e quilombola. É como se fosse um ato de vingança - e olha que ela discursou que o seu governo não perseguiria ninguém! - contra estes dois movimentos que lideraram o Movimento Balaiada pela Democracia.

Mas o modos operandi da oligarquia não poderia deixar de ter um escândalo, uma apropriação privada do bem público. A surpresa é que isto acontecesse tão rápido. O secretariado ainda não está montado, mas o primeiro ato de patrimonialismo e corrupção já está anunciado!

É o que mostra o artigo de Haroldo Saboia publicado no Jornal Pequeno e Ecos das Lutas de hoje. Leia abaixo.

No dia do aniversário do pai (hoje-24 de abril), que completa 79 anos, eis o presente da filha: um viva cidadão no Jaracty do do pai e do maridão! Confira o artigo de Haroldo Saboia.



A GOVERNADORA DE PROVETA
E A MUTRETA DO JARACATI

Por Haroldo Saboia

O anúncio do secretariado não surpreendeu. Nada mais natural que uma governadora de proveta, fertilizada in vitro no TSE, à temperatura de zero grau, escolhesse os auxiliares que escolheu. Revelou ter aprendido com sua própria experiência: deixou o primeiro marido, Jorge, fora do governo; mantendo-o responsável por oxigenar a empresa do casal, espiando bem as gavetas da Lunus, não permitindo que valores, sobretudo em espécie, se deixem lá acumular, como por geração espontânea.

Previdente, logo na primeira cartada, designou o seu primeiro cunhado, Ricardo, para a missão de carbonizar a Saúde. A rigor, pela liderança e competência reveladas na Gerência Metropolitana, poderia tê-lo apontado capitão do time por representar, como nenhum outro, o melhor perfil da equipe. Se estiverem a faltar-lhe títulos acadêmicos (destarte como a ela própria), abundam-lhe experiência, destreza e o atrevimento típico dos provisionados. Tudo, portando, como em um carteado entre amigos: cada carta em seu lugar, cada jogador apto a ler nos olhos o pensamento do parceiro.

A notícia que causou, todavia, impacto maior não estava na mesa de jogo, nem na primeira ou nas páginas políticas do jornal ou do blogue familiar. Tampouco no seu lugar devido, a página policial. Não, o fato mais representativo do modo sarney-murad de governar estava lá, sorrateiro, na Coluna ESTADO ECONOMICO, página 13:

VIVA CIDADÃO Ainda falando do Jaracati Shopping, no mês de junho será inaugurada no local uma unidade do Viva Cidadão, que ocupará uma área de 350 m², e prestará diversos serviços à população, como emissão de carteiras de identidade e de trabalho, atendimento bancário, do INSS, DETRAN, CAEMA, PROCON, entre outros.” (OEMA, 19/04/2009).

Em outras palavras:

· Na quinta, 16, o TSE promove o “golpe de estado pela via judiciária” e determina o afastamento do governador legitimamente eleito, Dr. Jackson Lago;
· Na sexta, 17, desconfortável, a Assembléia dá posse à governadora e ao vice, derrotados em 2006;
· No sábado, antes mesmo de escolher seus notáveis e conhecidíssimos secretários, a governadora de proveta - pelo que a seqüência sugere - já decide promover a MUTRETA DO JARACATI;
· Como posso comprovar? Com a nota reproduzida acima, publicada no domingo pelo jornal da família Sarney.

Sem dúvida, as instalações do Shopping do Cidadão, na Praia Grande, em frente ao Terminal de Integração, já não comportam o grande fluxo de homens e mulheres que dia após dia buscam tão importantes serviços. O que fazer, então? Ampliar o atendimento, promover sua descentralização, pela construção de novos pontos ou unidades de atendimento. A descentralização dos serviços públicos, levando-os mais próximo do local de moradia, é uma questão de respeito à população. E São Luis, sabemos, não é somente o seu Centro Histórico.

Por que não construir (e o mais breve) dois, três ou quatro novos centros de prestação de serviços à cidadania. Onde? Por exemplo, na COHAB, na Cidade Operária, na área do Itaqui – Bacanga, no circuito Maracanã – Estiva?

Se não for possível construir, de pronto, dois ou três, comecemos por construir o primeiro. Desde que na vizinhança de um Terminal de Integração já em funcionamento: como o da COHAB ou o da Cidade Operária. O que não pode ser feito, em hipótese alguma, é situá-lo no Shopping Jaracati - cujas instalações não foram construídas com tal objetivo. E, o que é mais grave, a menos de dois quilômetros da do Shopping da Praia Grande, no Centro da Cidade.

Pelo visto, a governadora de proveta Roseana Sarney Murad não quer facilitar a vida da população. Desconhece os ensinamentos do Milton Nascimento de que “o artista tem que ir é onde o povo está”, e os serviços públicos ao local de moradia da população.

A descentralização dos serviços públicos promove, simultaneamente, a desconcentração urbana, pois favorece a criação de novos pólos de prestação de serviços. O centro da cidade passa a ser progressivamente menos solicitado no momento em que cada bairro possa disponibilizar o produto ou o serviço que a população necessita.

Nesse contexto, é inconcebível fazer instalar em um local sem grande densidade populacional, sem maior fluxo de pessoas, sem uma ampla e diversificada malha de transporte público, uma unidade de atendimento tipo o Viva Praia Grande. Qual seria então a causa determinante da escolha por Roseana do Shopping Jaracati com todos os transtornos que inevitavelmente serão causados à população?

É inacreditável! Fiquei estarrecido quando percebi a MUTRETA DO JARACATI.

A primeira coisa que pensei foi em um Conto Infantil cujo enredo se desenvolvesse em torno de um aniversário de uma menina mimada. Entoado o Parabéns a Você, cortado o bolo, todos reclamam:

“- E pra quem vai o primeiro pedaço? - Pra Sarney, meu pai, e Jorginho, meu marido...!”
E o Vivaaaaaa!... foi geral. O conto de fada virou uma novela de horror.

E o primeiro ato da Roseana Sarney Murad, antes mesmo de dar posse a seu secretariado, foi determinar – pasmem - que fosse celebrado pelo Estado contrato de locação com José Sarney, seu pai, e Jorge Murad, seu marido, co-proprietários, e doravante felizes locadores de 350 metros quadrados do Shopping Jaracati.

Antes, há cerca de um ano, o velho Sarney praticamente impôs, com sua força política, a transferência da agência da CEF (sem que seus clientes tivessem o direito de dar qualquer opinião) do térreo do Shopping São Luis para esse seu ponto comercial.

Qual o valor do aluguel? Será maior ou menor que o contratado pela Caixa Econômica Federal? Pouco importa. O valor do aluguel, na realidade, conta pouco. O que vale, em negócios dessa natureza é levar para um novo Centro Comercial as chamadas âncoras, estabelecimentos que por sua posição no mercado atraem um público cada vez maior: supermercados, casas lotéricas, agências bancárias, agências da Empresa de Correios já são considerados excelentes.

O que dizer de um Viva Cidadão com todos os serviços que oferece? Que grande mutreta da governadora de proveta! São coisas dos sarney-murads...

Enquanto isso, um menino-quase-adolescente, no sinal em frente, cheira cola e entoa a cantiga que Cesar Teixeira nos ensinou:

“Tiro da lata de lixo o meu título de cidadão./Meu dedo pelo sapato furado espia a Nação./...
... Morro e não peço socorro,/ debaixo da ponte é meu lar, doce lar.//...
.. ./O quê que há? O lixo é nosso,/Pega a lata e come! O lixo é nosso!”

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Poesia de Quinta

Poesia de Quinta - número 29
Por Deíla Maia


Um dia desses recebi uma sugestão para colocar em pauta uma poesia sobre a frugalidade. Assunto tão simples e, ao mesmo tempo, complexo...

Vários poetas refletem sobre o tema. Manuel de Barros foi o primeiro que me veio à mente, mas resolvi colocar um outro, mais instigante, o qual inclusive já citei anteriomente na Poesia de Quinta: Lao-Tsé, em seu livro "TAO TE CHING: o livro que revela Deus". A poesia anterior dele foi bastante elogiada por vários integrantes deste nosso seleto grupo.

Relembrando, esta obra foi escrita na China no século VI a.C, quando o Autor (Lao-Tsé), que já estava com mais de 80 anos, estava prestes a deixar o seu país, por divergências políticas, e escreveu várias pérolas poéticas (81 ao todo), como forma de condensar sua vasta sabedoria e, assim, presentear o guarda da fronteira, o qual teve a bondade de compartilhar tão preciosa obra com o restante da humanidade.

Espero que reflitam profundamente sobre o tema, que realmente dá muito o que pensar... Em um mundo em que estamos cercados por tantos apelos consumistas, do TER, TER, TER, há uma corrente importante justamente no sentido contrário pregando a valorização da simplicidade, da frugalidade. Enfim...

Adoro as sugestões e comentários que recebo de vocês!!! São muito enriquecedores.

Ronney, espero ter atendido a contento sua sugestão. A Poesia de Quinta de hoje é dedicada especialmente a você!!!

Beijos frugais,


SABEDORIA PELO DESAPEGO
Lao-Tsé


Palavras verdadeiras não são lisonjeiras.
Palavras lisonjeiras não são verdadeiras.
O homem de bem não fala muito.
Quem fala muito não é homem de bem.
Homens sábios não são eruditos,
Homens eruditos não são sábios.
Quem trilha o caminho da perfeição
Não acumula tesouros.
Riqueza é para o sábio
O que ele faz pelos outros.
Tanto mais rico se torna.
Assim como de Tao brota a vida,
Assim age o sábio
Sem ferir ninguém.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

PT-MA suspende filiação de José Antonio Heluy e proibe filiados a terem cargos no governo da oligarquia Sarney

Os jornais O Imparcial e Jornal Pequeno destacam em suas edições de hoje a resolução da Executiva Estadual do PT, aprovada na última segunda-feira, em que proíbe a participação de filiados petistas no governo Roseana Sarney.

A Executiva Estadual também aprovou comissão de ética para José Antonio Heluy, além de suspende imediatamente sua filiação ao PT.

Não é a primeira vez na história do partido que filiados que optam por caminhos próprios e diferentes da orientação das instâncias partidárias são desfiliados. Nesta tema de participar de governos em desacordo com a instância partidária, há os exemplos da ex-prefeita Luíza Erundina (quando foi ser ministra da Adminstração do governo Itamar Franco) e da deputada federal Irma Passoni (também para participar do governo Itamar). Fundador do partido, Francisco Weffort desfiliou-se para ser ministro da Cultura do governo Fernando Hnerique Cardoso. José Antonio Heluy toma o mesmo caminho...

Votaram pela suspensão de José Antonio do PT os dirigentes estaduais do partido: Domingos Dutra-presidente, Terezinha Fernandes-vice-presidente, Marcio Jardim-secretário geral, Ricardo Ferro-tesoureiro, Silvia Pessoa-secretária de organização, Franklin Douglas-secretário de assuntos institucionais, Silvio Bembem-secretário de comunicação, Silvana Brito-secretária de formação, Reinaldo Silva-vogal. Apoiaram a resolução Nonato Júnior "Chocolate" - secretário de combate ao racismo e Meire Ferreira-secretária de mulheres.

Abaixo, a integra da resolução do partido:

PARTIDO DOS TRABALHADORES
EXECUTIVA ESTADUAL DO MARANHÃO


O PARTIDO DOS TRABALHADORES NO MARANHÃO sempre se posicionou em conjunto com os movimentos sociais, urbanos e rurais, pela democratização do Estado, avanço da participação da classe trabalhadora na política e pela defesa do povo maranhense da prática política coronelista, mandonista e oligarca sintetizada no clã Sarney.

O PT sempre colocou suas instâncias partidárias acima dos projetos pessoais ou específicos. É assim desde sua fundação a exemplo da expulsão de parlamentares que desobedeceram a orientação partidária quanto ao Colégio Eleitoral de 1985, o afastamento de filiados do PT por participar de governos sem a autorização do partido e, mais recentemente, a a expulsão de filiados por descumprimento das resoluções aprovadas pelo Diretório Nacional do PT.

A esta opção ideológica, política e histórica o PT do Maranhão deu conseqüência em sua participação nos diversos momentos eleitorais dos quais participou: de 1982 a 2008, SEMPRE COMBATEU A OLIGARQUIA SARNEY.

Em toda a sua história, a instância estadual JAMAIS APROVOU QUALQUER DELIBERAÇÃO POR APROXIMAR-SE OU MUITO MENOS COLIGAR-SE COM O GRUPO SARNEY. Pelo contrário, no momento mais plebiscitário – o segundo turno das eleições de 2006, entre Roseana Sarney e Jackson Lago – o PT DO MARANHÃO aprovou por unanimidade, em reunião de Diretório Estadual, o apoio à Frente de Libertação – Jackson governador.

A participação no governo Jackson Lago foi DELIBERADA NA INSTÂNCIA PARTIDÁRIA por CONSENSO.

Não há, portanto, mudança – em qualquer momento – de posição nas instâncias partidárias acerca do entendimento que o partido tem da política da oligarquia Sarney.

Diante do exposto e:

Considerando que NÃO HÁ DELIBERAÇÃO DA INSTÂNCIA PARTIDÁRIA em aproximar-se ou fazer aliança ou participar do governo de Roseana Sarney;

Considerando que há farto exemplo histórico na vida interna do PT da predominância das deliberações da instância partidária sobre os projetos e posições pessoais, reiteradas deliberações das instâncias nacional e estadual;

A EXECUTIVA ESTADUAL DO PT DO MARANHÃO acolhe a representação dos filiados Carlito Reis, Hildonjackson Dias e Socorro Guterres (membros da Executiva Municipal do PT em São Luís) sobre o caso da participação do filiado José Antonio Heluy, membro da Executiva Estadual do Partido, e delibera, por UNANIMIDADE de seus membros presentes, nos termos do Estatuto do Partido dos Trabalhadores:

1. DESAUTORIZAR a participação de qualquer filiado do PT no governo Roseana Sarney;

2. SUSPENDER IMEDIATAMENTE o filiado José Antonio Heluy de suas funções partidárias;

3. CONSTITUIR COMISSÃO DE ÉTICA para o filiado José Antônio Heluy a fim de instruir processo disciplinar ao referido filiado, garantindo-lhe ampla defesa e contraditório.

São Luís (MA), 20 de abril de 2009.

COMISSÃO EXECUTIVA ESTADUAL DO
PARTIDO DOS TRABALHADORES DO MARANHÃO

Novas eleições, defendem Fernando de Barros e Mirian Leitão

Primeiro foi Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Depois José Dirceu (PT). Agora, são colunistas de jornais de circulação nacional a defenderem novas eleições após a vacância no cargo de governador, e não a posse do segundo colocado. Exemplos deles: Fernando de Barros e Silva (Folha de São Paulo) e Mirian Leitão (O Globo).

Confira abaixo os argumentos de ambos.

INDÚSTRIA DO GOLPISMO
Fernando de Barros e Silva (Folha de São Paulo - 20/4/09 - Opinião)

Ninguém pode, de boa-fé, ser contrário à punição daqueles governantes que corrompem o processo eleitoral. Compra de votos, uso indevido da máquina pública, abuso do poder econômico - são todos comportamentos passíveis de sanções, até mesmo da cassação do mandato, medida que se banalizou, mas de trivial não tem nada. Este é o primeiro ponto.

Segundo: ninguém compromissado com a democracia pode aceitar que a cassação de alguém tenha como consequência a sua substituição por quem foi vencido nas urnas. O segundo colocado não é o próximo da fila, mas o que foi rejeitado pelo voto popular. Não é o reserva do time, é o adversário derrotado. É preciso desvincular o castigo ao corrupto do prêmio ao perdedor.

Não tem sido essa, porém, a interpretação da justiça eleitoral. Suas decisões recentes parecem dar curso a uma nova indústria do golpismo no país, agora com amparo legal. Ainda mal começamos a perceber as consequências políticas desse protagonismo.

Há dois meses, José Maranhão (PMDB), derrotado em 2006 por Cássio Cunha Lima (PSDB), assumiu o governo da Paraíba. Agora, Roseana Sarney (PMDB) vem ocupar o cargo de Jackson Lago (PDT) no Maranhão. Falta a esses dois governantes o oxigênio da democracia: legitimidade popular. Há outros seis governadores na mira do TSE. Se a moda pega, corremos o risco de regredir para um quadro realmente sinistro: quase um terço das unidades da Federação nas mãos de quem foi derrotado nas urnas em 2006.

Não por acaso os governantes sub judice vêm de Estados periféricos, onde a disputa pelo poder se trava muitas vezes entre famílias rivais e o aparelho burocrático vive refém do arbítrio, sujeitado ao pessoalismo mais brutal.

O caso do Maranhão, a capitania hereditária dos Sarney e seus agregados, é exemplar e joga luz sobre um problema que o ultrapassa. A justiça eleitoral está patrocinando a reciclagem da política dos coronéis.


DÉFICIT DEMOCRÁTICO
Mirian Leitão (O Globo - 22/4/09 - Panorama Econômico)

A democracia brasileira está funcionando muito mal. Prova disso é a estranha decisão do Judiciário de que o não eleito seja empossado nos governos dos estados. Para se ter uma ideia do grau de esquisitice, é como se, no impeachment do Collor, o vice Itamar Franco tivesse sido afastado também, e Lula fosse empossado. Nos casos de vacância, há caminhos constitucionais que não a posse do derrotado.

Dois governadores perderam o cargo, outros seis aguardam julgamento. Ao fim, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Supremo Tribunal Federal (STF) podem criar a grotesca situação
de ter oito derrotados assumindo os cargos para os quais não foram eleitos. A interpretação da Justiça eleitoral é a subversão do princípio da linha sucessória, e um golpe na vontade do eleitor.

Mesmo sem considerar os méritos do caso maranhense, mesmo sem levar em conta a declaração do governador deposto Jackson Lago de que é estranho "no Maranhão falar em abuso de
poder contra os Sarney", ainda assim, a posse da governadora Roseana Sarney é uma decisão espantosa. O entendimento torto está virando jurisprudência, porque houve anteriormente o caso da Paraíba.

Imagine que a Justiça considere que houve abuso de poder nas muitas vezes em que o presidente Lula misturou o cargo de presidente com a campanha para reeleição em 2006. Se ele
fosse afastado, o que aconteceria? O vice tomaria posse. Mas imagine que a Justiça considere que o vice foi beneficiado pelo mesmo processo que elegeu o titular. Quem assumiria? O derrotado
Geraldo Alckmin? Se a Justiça fizesse isso, seria um desrespeito à vontade popular que se manifestou majoritariamente em favor da reeleição. O que aconteceria seria a posse do presidente da Câmara, e, no impedimento deste, o presidente do Senado, e, na falta deste, o
presidente do Supremo. É a linha sucessória normal. Goste-se ou não dos atuais ocupantes dos cargos.

Nos estados não pode ser diferente: é governador, vice, presidente da Assembleia, presidente do Tribunal de Justiça. Outro caminho poderia ser a convocação de novas eleições. Mas a posse do derrotado, jamais!

A presunção da Justiça Eleitoral para tomar a decisão é que a irregularidade permitiu um número tal de votos a mais para o infrator e que isso o levou à vitória. Ora, a Justiça não tem como presumir qual percentual de votos decorre de uma irregularidade. Portanto, se a eleição
está viciada, siga-se a linha sucessória. (...)

Democracia não nasce pronta. Está sempre em evolução. Certas notícias mostram que o Brasil anda escolhendo o retrocesso.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Saiu um PT, entra outro (o de Lula+Sarney) no Governo Estadual

Cassado o mandato de governador de Jackson Lago (PDT), deixa o governo o PT aliado da Frente de Libertação.

Empossada, via golpe judiciário, assume Roseana Sarney o Executivo Estadual. Com ela, entra o outro PT, o da política "Lula + Sarney"...

Pela porta da frente saem Joãozinho Ribeiro e Natan Máximo (Cultura), Terezinha Fernandes e Franklin Douglas (Trabalho e Economia Solidária), Ricardo Ferro, Lamartine Serra e Marcio Jardim (Minas e Energia), Silvio Bembem (Igualdade Racial), Joisiane Gamba (Direitos Humanos), Bira do Pindaré (Assessoria Especial do Governador). Deixam também seus cargos Jomar Fernandes, Augusto Lobato, Vicente Mesquita, Socorro Guterres, Hildonjackson Dias, Benedita Freire, dentre outros. Todos entraram no governo sob aprovação da instância estadual do partido.

Pelos fundos, entram José Antonio Heluy (Trabalho e Economia Solidária), os aliados do PT de Helena Heluy, Washington Luiz e Fernando Magalhães. Chegam ao governo sem respaldo partidário... todos compõem a tendência "Construindo um Novo Maranhão", que os reúne na disputa interna do PT e os aliam nacionalmente à tendência de Ricardo Berzoini, José Dirceu, Delúbio Soares e outros. Washington Luiz ganha do governo da oligarquia um mandato de deputado federal, com a ida do deputado federal Waldir Maranhão (PP) para a pasta de Ciência e Tecnologia.

Fiel a Flavio Dino

Uma coisa pode se dizer de Zé Antonio: é claro e assume suas posições. Sua opção por Roseana Sarney, já em 2006 no programa eletrônico de TV da candidata do PFL, distingue-se do esconde-esconde de Washington Luiz e Helena Heluy no palanque de Lula com Roseana em Timon.

O novo secretário do Trabalho de Roseana também foi o principal articulador da aliança PCdoB-PT pela qual Flávio Dino disputou a eleição para prefeito de São Luís. Foi dele o principal tensionamento que colocou o grupo de Washington em xeque pelo apoio a Flávio, rifando a candidatura de Bira-prefeito e a alternativa do PT em apoiar a candidatura de Clodomir Paz (PDT), defendida por alguns adeptos no grupo de Washington.

No empate no número de delegados entre os grupos que defendiam a candidatura própria de Bira para prefeito e a tese do PT apoiar outra candidatura externa ao partido (PDT ou PCdoB), defendida pelo agrupamento de Washington, coube a Zé Antonio forçar a barra pela definição da tendência "Construindo um Novo Maranhão" pelo PCdoB: ou Washington apoiava Flávio-prefeito ou o grupo de Zé Antonio rompia com a tendência. Deu Flávio...

Assim, desde os encontros prévios de decisão da tática eleitoral do PT em São Luís até a coordenação da campanha de rua de Dino (bandeiraços, retornos, logistica etc), José Antonio não dava um passo sem consultar o deputado federal comunista. Terá sido assim para ser Secretário de Roseana Sarney?

sábado, 18 de abril de 2009

A "vitória" que virou DERROTA...

Charge: Izanio, no blogue do Noblat

A posse de Roseana Sarney, fruto da cassação do mandato de Jackson Lago via um golpe judiciário, transformou-se de uma "vitória" em uma DERROTA...

As bases da oligarquia prometeram trazer 100 ônibus para a capital maranhense: não houve ônibus nessa quantidade. Um blefe.

O grupo oligárquico esparava mais de 5 mil pessoas para a posse na Assembléia Legislativa: o povo não apareceu, dos que estavam lá, boa parte vinda dos grupos de bumba-meu-boi. Dois blefes.

A família queria transformar a solenidade de posse numa festa popular: não houve festa popular. Três blefes.

Os correligionáios espalharam que haveria uma grande carreata "a guerreira está voltando" pela cidades: não aconteceu. Quatro blefes.

Os marqueteiros planejavam colocar vários outdoors criando um clima de felecidade pela volta de Roseana, "Bem-vinda Roseana". Os out doors foram rejeitados. Quinto blefe e um factóide.

E por ai vai a ilegitimidade de Roseana. Ganhou no golpe via judiciário, na "legalidade", mas não tem o consentimento do povo em voltar ao governo. Não tem legitimidade.

Roseana assumiu o governo sem Palácio e sem povo...


"MUDAMOS DE LOCAL, MAS A RESISTÊNCIA CONTINUA"



"Mudamos de local, mas a resistência continua. A luta continuará nos partidos, nos movimentos sociais, nos parlamentos, no STF, anunciou Jackson Lago a desocupação dos Palácio dos Leões, na plenária geral do Movimento Balaiada pela Democracia.

Antes de Jackson, os movimentos sociais posicionaram-se sobre a resistência popular ao golpe da oligarquia Sarney, dentre eles:

Vale Protestar/Movimento de jovens Xô, Rosegana - "A resistência não começou no governo Jackson. Ela vem antes, continuou no governo Jackson e persistirá depois. É a resistência a uma oligarquia que durante 40 anos só empobreceu o Maranhão e enriqueceu o próprio bolso" (Emilio Azevedo)

MST - "A resistência continuará nas lutas sociais, nas ruas. Ela começou na primera Balaiada, quase dois séculos atrás, e não terminará hoje. Resistir e lutar por um Maranhão livre, igualitário, popular, com terra, trabalho e pão para todos e para todas foi a luta de Negro Cosme, de Maria Aragão, de Willian Moreira Lima. Tem sido a motivação de Neiva Moreira, Freitas Diniz, Manoel da Conceição, Wagner Baldez. Será a motivação de todos nós. Continue contando com os sem-terras governador legítimo do povo maranhense, Jackson Lago" (Jonas Borges)

Movimento de Moradia - "Essa velha oligarquia deu um golpe via o judiciário, mas jamais golpeará nossa esperança, resistência e capacidade de sonhar e lutar pela liberdade do Maranhão" (Carlito Reis)

Conselhos de Políticas Publicas - "Nossa luta continua. Estamos aqui exercendo nossa cidadania, Nossa participação. Isso o seu governo potencializou, o espaço do conselhos e da participação do população, das organização. Na segurança cidadã, então, é inédito abrir a segurança pública ao controle social. Por isso continuaremos a resistência. Os conselhos serão nossa trincheira." (Padre Vitor Asselin - fundador da CPT, do Conselho de Segurança Cidadã e falando em nome dos diversos conselhos estaduais de políticas públicas)

Bancada Estadual na Assembléia Legislativa - "A região tocantina está de luto. Lá, pesquisa feita aponta 95% contrários a este golpe. Mas aguardaremos 2010 para dar o troco. Não estamos derrotados, apenas deram um freio nos avanços que o Jackson truxe. Mas vamos resistir, vamos gritar para o Brasil e o mundo ouvir, vamos até dize ao Presidente Lula que o Maranhão não quer essa velha oligarquia e não nada deterá em continuar a luta de 40 anos para novamente derrotá-la nas urnas. Jackson você continua sendo legitimamente o governador do coração dos maranhenses de bem deste estado!" (Deputado Estadual Valdinar Barros - PT)



[Diversos deputados estaduais acompanharam a plenária, dentre eles Edivaldo Holanda (PTC), Chico Leitoa (PDT), Afonso Manoel (PSB), Eliziane Gama (PPS), Valdinar Barros (PT), Mauro Jorge (PMN)]

Bancada federal - "Essa cidadã filha do anti-Cristo não seria governadora se nossos aliados na Assembleia Legislativa tivessem reivindicado o direito de eleger o novo governador, depois da decisão da Justiça Eleitoral. Vamos desocupar o Palácio e entregar as chaves ao presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão, para mostrar nosso respeito à decisão do TSE, mas ainda há outros recursos no STF. o próprio TSE não é possível que não será julgada a ação que pede a cassação de Roseana, ré confessa de prática de crime eleitoral. É ilegítimo o mandato de Roseana Sarney, pedido ao pai - presidente do Senado, José Sarney, para pressionar os tribunais superiores e entregue pela tia, Nelma Sarney, presidente do TRE. Vamos continuar resistindo, na justiça, nas ruas, nas urnas em 2010. Lá vamos dar o troco nessa oligarquia" (Deputado federal Domingos Dutra - presidente estadual do PT)

[também estiveram na plenária os deputados federais Julião Amin (presidente do PDT), Roberto Rocha (presidente do PSDB) e Ribamar Alves (PSB)]

Aos gritos de "Xô Satanás, Sarney nunca mais", "Jackson guerreiro, do povo brasileiro", mais de 1.000 militantes dos diversos movimentos sociais cantaram o hino dos movimentos sociais maranhenses -Oração Latina - interpretado pelo seu próprio autor, o cantor César Teixeira.

Após César Teixeira, Jackson Lago agradeceu ao prefeitos presentes, vereadores, deputados, movimentos sociais e anunciou a saída do Palácio dos Leões: "Mudamos de local, mas a resistênia continua. Inclusive na justiça, onde ainda temos outros processos em análse".

Jackson enumerou as promessas que cumpriu à frente do governo estadual:

"Nunca a região tocantinha foi tão assistida. Construímo a ponte da liberdade, ligando Imperatriz ao estado de Tocantins. O dinheiro público foi utilizado para as políticas públicas, por isso foi possível recuperar nossas principais estradas. Prometemos 03 socorrões, fizemos um em Presidente Dutra junto com a prefeitura de lá, deixamos outro pago em Pinheiro. O que mostra que poderíamos fazer até quatro socorrões. As 154 escolas que entregamos, quando em 08 anos ela só fez 02, mostra que faríamos muito mais pela Maranhão não tivesse esse sede de poder da oligarquia nos atrapalhado".

Ele também avaliou politicamente a situação:

"Este golpe nos indica algumas lições. Lições, por exemplo, de que mais do que nunca devemos nos unir aos movimentos sociais, unir os partidos democrátics, nos unir em defesa das lutas democráticas. É um freio para que façamos algumas reflexões e corrijamos alguns erros para mantermos a luta de Maria Aragão, Willian Moreira Lima, Manoel da Conceição e tantos de nossos lutadores contra esta velha oligarquia. Mudamos de local, mas manteremos a resistência!"

Jackson entregou a sede do governo ao presidente do Tribunal de Justiça, demonstrando que o prédio encontra-se em perfeita integridade física. Em seguida, em passeata, os movimentos sociais conduziram Jackson Lago à sede do PDT. "Retomamos esta nossa trincheira, para continuar a luta democrática pela liberdade do Maranhão", discursou Jackson.


"Xô, Satanás. Sarney nunca mais!"
Um boneco do senador amapo-maranhense José Sarney foi queimado em frente ao Palácio dos Leões. O boneco foi a principal figura de satiização do poder do velho oligarca utilizado nas carreatas, passeatas e manifestações contra a oligarquia.

Abaixo, confira a repercussão em alguns veícula da mídia nacional:

O Estado de São Paulo - Cassado, Jackson Lago deixa a sede do governo do Maranhão (leia aqui).

Folha On Line - Jackson Lago deixa Palácio dos Leões e faz passeata até sede do PDT; prédio passará por vistoria (leia aqui);

G1 - Jackson Lago deixa a sede do governo do Maranhão, diz assessor (leia aqui);

IG - Com mandato cassado, Jackson Lago deixa sede do governo do Maranhão (leia aqui);

Rádio Jovem Pan - Jackson Lago deixa sede do governo do Maranhão (leia aqui);

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Lago passará a noite no palácio do governo. No sábado, tem plenária geral às 8h


Do saite do G1 (http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL1089758-5601,00-LAGO+PASSARA+A+NOITE+NO+PALACIO+DO+GOVERNO+DIZ+EXSECRETARIO.html): LAGO PASSARÁ A NOITE NO PALÁCIO DO GOVERNO

O ex-secretário de Comunicação do Maranhão Zeca Pinheiro disse que o ex-governador Jackson Lago, que teve o mandato cassado por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder econômico durante as eleições de 2006, passará a noite desta sexta-feira (17) no Palácio dos Leões, sede do governo.

No sábado (19), às 8h, será realizada uma plenária com líderes de movimentos sociais para que se decida se o ex-governador deixará o local ou não. Em seguida, às 9h, Jackson Lago dará uma entrevista coletiva, informou o ex-secretário.
Nesta sexta, Roseana Sarney (PMDB), segunda colocada nas eleições, foi empossada como nova governadora. Lago, no entanto, se recusou a sair do palácio. Também nesta sexta, o Supremo Tribunal Federal (STF) analisou recurso do ex-governador sobre a cassação e manteve a decisão da Justiça Eleitoral.

A defesa de Lago entrou com um novo recurso no STF. A ação uma liminar (decisão provisória) para suspender a execução da ordem do TSE, que além de cassar seu mandato, determinou a imediata posse de Roseana.

"Não há ninguém com intenção de depredar o palácio. A intenção é de marcar o gesto do governador. Os movimentos pediram que ele ficasse para fazer essa reunião com a presença de mais pessoas". Ainda de acordo com Pinheiro, o acesso à sede administrativa e à residência oficial está sendo restrito a pessoas autorizadas.

Do Jornal Nacional: (http://jornalnacional.globo.com/Telejornais/JN/0,,MUL1089947-10406,00-CASSADO+JACKSON+LAGO+SE+RECUSA+A+DEIXAR+O+GOVERNO.html) CASSADO, JACKSON LAGO SE RECUSA A DEIXAR GOVERNO

O estado do Maranhão está vivendo nesta sexta uma situação inusitada. Depois que o Tribunal Superior Eleitoral confirmou na quinta a cassação do mandato de Jackson Lago, do PDT, Roseana Sarney, do PMDB, tomou posse nesta sexta como nova governadora.

Só que Jackson Lago se recusa a deixar o cargo e passou o dia trancado na sede do governo. O repórter Honório Jacometto acompanhou tudo.

Roseana Sarney foi diplomada numa sessão rápida, no Tribunal Regional Eleitoral. Depois, na Assembleia Legislativa, recebeu a faixa de governadora. Durante o discurso, disse o que pretende fazer a partir de agora. "Chego para retomar as obras, recuperar e fazer muito mais".

Roseana assumiu depois que o Tribunal Superior Eleitoral manteve uma decisão de março, quando os ministros votaram pela cassação do mandato de Jackson Lago e do vice dele, Luis Carlos Porto.

Eles foram acusados, pela oposição, de abuso de poder econômico nas eleições de 2006 e de compra de votos.

Nesta sexta, Lago não participou da cerimônia de posse. Depois da decisão do TSE, ele deveria ter deixado imediatamente o cargo. Mas Lago se recusou a deixar o Palácio dos Leões, a sede oficial do governo.

A defesa de Jackson Lago alega que, segundo a constituição estadual, em caso de cassação de mandato na segunda metade do governo, novas eleições deveriam ser convocadas. Na sede do governo, Jackson Lago está acompanhado de amigos e aliados políticos.

O novo secretário de Segurança do estado, nomeado nesta sexta por Roseana Sarney, disse que está analisando toda a situação. Na tarde desta sexta, sem poder entrar no Palácio dos Leões, Roseana despachou em casa. A partir de segunda-feira, se Jackson Lago ainda não tiver saído do Palácio dos Leões, a nova governadora deve trabalhar em outro prédio: o Palácio Henrique de la Rocque.

Nesta sexta, equipes do novo governo foram ao prédio checar a segurança. Roseana Sarney anunciou que, na segunda-feira, além de nomear outros secretários, vai também iniciar uma auditoria nas contas do estado.

Brasil passa a conhecer golpe que foi dado na Democracia maranhense

Repercurte por todo o País a posição política assumida por Jackson Lago de resistir ao golpe dado por Sarney no TSE. Já foram mais de 40 entrevistas (G1, IG, UOL, TV Record, Ricardo Noblat, Folha de São Paulo, etc). A mídia acordou para o que está acontecendo no Maranhão. Veja o que estão informando alguns veículos de comunicação sobre o caso:

O Estado do São Paulo - Roseana assume, mas Lago recusa-se a deixar palácio Aproximadamente 500 militantes do PDT, alguns ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e à Via Campesina, denominados de "balaios" (em alusão a um movimento social do Maranhão do século XIX), invadiram a sede do governo do Estado como forma de protesto pela confirmação da cassação de Lago pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A ocupação foi comandada pelo próprio Jackson Lago (leia mais aqui)

Revista Época - "Daqui só saiu à força", diz Jackson Lago
“Daqui só saio à força”, disse Jackson Lago, por telefone, ao site de ÉPOCA. O governador cassado decidiu permanecer no Palácio dos Leões, sede do governo do Estado, na expectativa de que o Supremo Tribunal Federal acate algum dos recursos que seus advogados apresentaram esta manhã contra a decisão do TSE. “Vamos resistir para que o Brasil tome conhecimento da violência cometida contra um governo eleito pelo povo, contra a vontade da oligarquia Sarney”, afirmou. Cerca de 200 manifestantes ligados ao MST, além de deputados, prefeitos e líderes políticos ligados a Lago o acompanhavam na sede do governo. (leia mais aqui)

Folha On Line - TRE diploma Roseana Sarney governadora do Maranhão
Lago disse que resistirá o quanto puder no Palácio dos Leões, sede do governo estadual, para mostrar a contrariedade com a decisão do TSE

"Estamos vivendo um momento triste da vida institucional, não só do Estado, mas do país. É uma violência, um desrespeito à vontade da maioria da população. A oligarquia [da família Sarney], com a apoio da elite institucionalizada, resolveu golpear a vontade da maioria da população", disse ele por telefone hoje para a Folha Online.(leia mais aqui)

G1 - Roseana Sarney toma posse no governo do MA, mas Lago diz que não sai

Segundo a assessoria do ex-governador, ele não concorda com a decisão do TSE e afirmou que vai "resistir até quando for possível". Lago aguarda uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre recurso protocolado. Jackson Lago considera a cassação inconstitucional, uma vez que, conforme a assessoria, a lei estadual prevê que uma cassação no segundo biênio do mandato seja seguida de nova eleição. (leia mais aqui)

UOL -Jackson Lago diz que só sairá do Palácio dos Leões "pela força"

Do Palácio dos Leões, sede do governo do Estado, Lago conversou por telefone com o UOL Notícias, pouco antes da posse de Roseana na Assembleia. Ele afirmou que não sairá do local até que a cassação do mandato seja julgada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) ou até que a Assembleia Legislativa do Maranhão realize eleições indiretas para substituí-lo. "Daqui só sairemos pela força. Eu permanecerei no palácio até o STF julgar as ações que temos lá ou até a Assembleia Legislativa cumprir a Constituição do Maranhão, que repete a Constituição Nacional, que diz que, havendo vacância no cargo de governador na última metade do governo, a Assembleia deve fazer uma eleição indireta e escolher alguém para completar o mandato", disse Lago. (leia mais aqui

RESISTÊNCIA POPULAR: "Aguardamos que venham ao Palácio, juntar-se a nós, todos que queiram solidarizar-se com a luta pelo voto", conclama Jackson Lago

Jackson Lago mantém-se disposto a permanecer no Palácio dos Leões até que os recursos no STF sejam analisados, bem como o processo de cassação que sofre Roseana Sarney no TSE.

Ao lado dele nesta resistência, colocam-se figuras históricas e personalidades políticas maranhenses, tais como:

- Freitas Diniz, ex-deputado federal;
- Wagner Baldez, militante social;
- Neiva Moreira, ex-deputado e fundador do PDT;
- César Teixeira, fundador da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos, cantor e compositor;
- Vitor Asselin, fundador da Comissão Pastoral da Terra(CPT) e seu primeiro vice-presidente;
- Valdinar Barros, deputado estadual;
- Haroldo Saboia, ex-deputado federal constituinte;
- Domingos Dutra, deputado federal;
- Sônia Guajajara, do movimento indígena (COAPIMA);

Além destes, militantes sociais de diversos movimentos, como quilombolas, mulheres, juventude, vale protestar, GLBTT e lideranças partidárias do PT, PSB, PDT, PCB, PPS.

"Aguardamos que venham ao Palácio dos Leões, juntar-se a cada um de nós, todo cidadão e cidadã que se disponham a solidarizar-se com a luta pelo valor de seu voto, da democracia no Maranhão", convoca os maranhenses Jackson Lago em entrevistas a rádios e tv´s locais.

Lá vem o (outro) golpe...

Lembraram que Roseana Sarney tinha um aneurisma... veja o que revela o colunista Josias de Souza (leia aqui):

APÓS ASSUMIR, ROSEANA PEDIRÁ LICENÇA PARA CIRURGIA


Acomodada na cadeira de governadora do Maranhão pelo TSE, Roseana Sarney (PMDB) não deve nem esquentar o lugar.

Logo que for diplomada pela Justiça Eleitoral, Roseana vai pedir uma licença médica. Passará o comando do Estado au vice, o ex-senador João Alberto (PMDB).

A informação foi confidenciada a amigos, em privado, pelo pai de Roseana, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP)

MORTOS SEM SEPULTURA: A OLIGARQUIA EM BUSCA DE UM MAUSOLÉU

Por Haroldo Saboia

Aconteça o que acontecer seremos vitoriosos. Estas palavras não querem calar, ressoam em meus ouvidos incessantemente.

Isto é bem coisa da Maria, me fazendo remexer lá do baú da memória lembranças, lutas e batalhas. Sempre a lucidez corajosa de Maria Aragão.

Afinal a que serve um papel roto, uma assinatura rota, fruto uma manobra rota, promessa rota de um acadêmico roto a um roto literato aspirante a um fardão, igualmente roto, reluzente e fétido?

Serviu para confirmar as ameaças feitas pelo velho coronel do chicote, em artigo “A HORA DA DECISÃO”:
“A vitória de Roseana está assegurada” – diz Sarney. De um jeito ou de outro: no voto, na fraude ou no tapetão, pois – ele próprio já anuncia: que o processo das eleições “será julgado pela Justiça Eleitoral, não apenas no Maranhão, mas nas instâncias superiores, isentas e soberanas” (OEMA, 29/10/2009)

Em artigo no JP, ”Sarney ou a lógica do voto, da fraude e do tapetão” escrevi:
“No voto ou na fraude. Na fraude ou no tapetão! Eis sua divisa. Foi assim no Amapá com o Capiberibe, por que será diferente no Maranhão com o Jackson?” (JP, 21/11/2008).

Ou nas elegantes palavras professor Francisco Rezek, ministro da Corte Internacional de Haia, “(...) o processo de cassação do governador Jackson Lago me pareceu uma tentativa de golpe de Estado pela via judiciária”.

O fato é que tínhamos todos, por dever histórico, que travar desde o primeiro dia do mandato do governador eleito, legitimamente, por maioria absoluta, pela Frente Popular de Libertação, uma luta política sem tréguas contra a Oligarquia Sarney.

Tínhamos por obrigação ter presente, no dia-a-dia, que ela, com o apoio do governo federal, mantinha vivos seus tentáculos em todo o aparelho de Estado, com omissão ou mesmo a complacência de partidos ou setores partidários da própria base do governo eleito.

Em 2008, após ausente um ano e cinco meses de São Luis, candidato a nossa Câmara Municipal, coloquei - como sempre faço – a política a frente do eleitoral.

Por compreensão da História, a defesa do mandato do governador eleito pela Frente de Libertação do Maranhão foi o tema central de minha campanha. Transcrevo trechos do manifesto que distribui nos quatro cantos de nosso São Luis, em 2008;

“Com seu voto você fará história, elegendo vereadores que tenham coragem de enfrentar os poderosos, derrotados em 2006. A oligarquia Sarney não se conforma em ter sido derrubada, apeada do poder, após 40 anos de mando e desmandos.
Hoje, os sarneys querem a todo custo afastar o Governador eleito pelo voto popular, o Dr. Jackson, na ilusão de que podem trazer de volta a dupla Roseana-Jorge Murad.
Eles, além de tentar dividir as forças da Frente de Libertação do Maranhão, criam todo o tipo de dificuldades para impedir que o Governo da Oposição promova o desenvolvimento do nosso Estado.”

Hoje, 17 de abril – 12 anos do Massacre de Eldorado do Carajás – a ser confirmada a trapaça da Oligarquia Sarney contra os mais de seis milhões de maranhenses e o Tribunal Superior Eleitoral der verniz de legalidade ao golpe de estado pela via judiciária não seremos nós maranhenses que estaremos menores diante do Brasil.

Será o Brasil, com suas instituições expostas ao desdém popular, que estará sem dúvida alguma ainda menor, apequenado, envergonhado face aos maranhenses.
E eles, os Oligarcas? Os sarneys, os murads, os joses, roseanas, fernandos? Poderão voltar. Mas voltarão não mais com força para deter o poder local, o poder real, a hegemonia que só pode ser exercida pela aceitação da maioria.
É bem verdade que voltarão a ocupar os Palácios, Conventos, e ilhas paradisíacas. Por pura vaidade.

A rigor, aos olhos de todos e do julgamento sereno da História, serão sempre governantes sem legitimidade, autoridade sem respeito, corpos sem vida, mortos sem sepultura...

quinta-feira, 16 de abril de 2009

JACKSON NÃO SAIRÁ DO PALÁCIO DOS LEÕES. DECISÃO É RESISTIR

"Não temos o direito de frustrar a esperança do povo. Vamos resitir. Não vamos sair do Palácio dos Leões enquanto não tiver sido julgado todos os recursos no STF, e no próprio TSE contra a outra candidata.
Temos a obrigação de comunicar ao povo do Brasil o que está acontecendo no Maranhão. Onde uma oligarquia, que nunca utilizou os recursos públicos para o benefício do povo passou a temer que, a partir do que estamos fazendo no Estado, não pudesse mais ganhar qualquer eleição no Estado, como pasou a ocorrer em São Luís. Daqui resistiremos. Daqui não entregaremos o cargo de governador à filha da mais velha oligarquia deste País.
VAMOS CONSTRUIR A NOSSA CADEIA DA LEGALIDADE. VAMOS RESITIR DE FORMA PACÍFICA."

Assim posicionou-se Jackson Lago, agora há pouco, para os diversos movimentos sociais e cidadãos e cidadãs que, neste momento ocupam o Palácio dos Leões.

Diversas plenárias específicas estão acontecendo, traçando a forma de ocupação: juventude, povos quilombolase indígenas, cultura, mulheres, prefeitos e parlamentares federais, vale protestar.

Decisão do movimento é reforçar a posição do governador Jackson Lago.

"Estamos na legalidade,ainda há recursos no Supremo. Não vamos deixar passar batido que no próprio TSE há processo de cassação da Roseana Sarney. Sarney não manda no povo do Maranhão", reafirmou o deputado federal Domingos Dutra, presidente estadual do PT.

Poesia de Quinta

POESIA DE QUINTA - número 28
Por Deila Maia


Eu quase não coloco poesias minhas na Poesia de Quinta (só as de quando eu era pequenininha), afinal tem tantos outros poetas bem mais talentosos do que eu... Mas tenho recebido muitos pedidos neste sentido. Então, hoje vai uma poesia minha.

Eu gosto desta poesia, pois me lembra momentos bem alegres da minha vida... A poesia surgiu porque tem uma pessoa que até hoje me diz que eu sou uma mulher "cheia de sortilégios"... rsrs
E eu concordo, pois eu sou mesmo (e gosto de ser assim!!!). O último verso desta poesia então, é a minha cara?!! Espero que gostem. Beijos enfeitiçados.


SORTILÉGIOS
Deíla Barbosa Maia (São Luís, 17 de outubro de 2007)

Sorte com privilégios?
Bruxaria, feitiço ou magia?
Sacrilégios !!!
Fascinação, atração, sedução, encantos...
Eu quero alegria, chega de prantos.

Sortilégio deriva de “sortilegium” - ler a sorte
Substantivo masculino para designar poderes tão femininos.
Saberes, dizeres, estranhos quereres.
Ilusões sem sentido, ebulição de prazeres.

Amor pela vida, não obstante os destinos.
Caminhos cheios de rotas e tantos sentidos.
Muitas escolhas, poucos desígnios.
Inteligência insensata, com mil desatinos.

GOLPE NUNCA MAIS!


"Como cidadão, declaro-me em DESOBEDIÊNCIA CIVIL, pacífica e firme contra esse ato ilegítimo do TSE".

"A decisão é formalmente legal, mas é ilegítima. O que os sem-terras fazem quando quando ocupam um latifúndio? Questionam a legalidade da posse pelo latifundiário com a legitimidade do uso social da terra. A decisão do TSE é formalmente legal, mas é ilegítima. O governador não deve entregar o cargo a Roseana Sarney!!"


"Que façam novas eleições, mas não pode uma candidata que é ré confessa em crime eleitoral assumir o governo. Não vamos acatar esse legalismo entre aspas do TSE, que está à serviço de um coronel. Vamos desobedecer, pacificamente. Não somos fora-da-lei, bandidos como querem nos taxar. Somos cidadãos, que prezam por seu voto, lutadores pela democracia. Jackson não deve entregar o cargo e o Congresso Nacional deve ser provocado a se posicionar e realizar uma intervenção no Estado do Maranhão!".

Esses foram os trechos do pronunciamento do ex-deputado federal Freitas Diniz, na plenária popular de ontem à noite, realizada no Sindicato dos Bancários. Militantes de diversos movimentos novamente se reuniram para organizar a estratégia de mobilização popular para esta quinta-feira. TODOS AO PALÁCIO DOS LEÕES, a partir das 17horas desta quinta-feira!!

A convocação foi reforçada pelos movimentos sociais indígenas, quilombola, de juventude, mulheres, sem-terras, sem-tetos, militantes culturais, sociais e envolvidos na luta pela Democracia no Maranhão presentes à plenária, a exemplo de Wagner Baldez, Joãozinho e Natan, Ananias Neto, Professor Luizão, Serjão, Meire Ferreira, quilombola Cacá, jovens do Vale Protestar, dentre outros.

Ao longo do dia haverá panfletagem na UFMA e praça Deodoro. No canto da Viração (começo da Rua Grande), a tribuna livre liderada por Marcio Jardim será montada. Mobilização pelos bairros também será realizada. O acampamento Balaiada receberá uma representação das nações indígenas que se encontram em São Luís, participando de seminário da semana do índio. Eles també acompanharão o julgamento dos recursos no acampamento Balaiada.

MANIFESTAÇÃO EM BRASÍLIA INCOMODA SARNEYS

Está sendo um verdadeiro sucesso a mobilização do movimento Balaiada em Brasília. Mede-se pela proliferação de mentiras nos blogues do esquema Sarney de comunicação e pela reação da velha oligarquia em Brasília.

Ao unir os militantes do movimento pela democracia no Maranhão, que foram de ônibus para a capital federal, com os trabalhadores rurais sem terra em Brasília mobilizados para o dia nacional de luta pela reforma agrária, o ato na Câmara dos Deputados atraiu mais de 30 parlamentares ao plenário Nereu Ramos. O comentário no Congresso Nacional foi generalizado. Até o próprio Sarney teria recebido um jornal Balaiada no Senado (reprodução acima).

A bancada maranhense anti-oligarquia se reuniu e traçou algumas estratégias conjuntas para esta quinta, em Brasília. Marcaram presença: Domingos Dutra (PT), Cleber Verde(PRB), Carlos Brandão e Roberto Rocha (PSDB), Ribamar Alves (PSB) e Julião Amin (PDT). Pinto da Itamaraty (PSDB) justificou ausência, mas reafirmou o compromisso.

As mentiras do esquema Sarney de comunicação

Entre as várias mentiras e factóides espalhados pelos blogues do esquema Sarney a mais estapafúrdia é a de que "balaios" foram contratados em Brasilândia para fazer macumba no TSE.

Conforme registrou Ecos das Lutas ontem, a vigília cívica ao TSE foi organizada pelo MST e pelos maranhenses que se deslocaram a Brasília. Além de preconceituosa contra a religião afro, a imentira também desinforma ao dizer que estão contratados os militantes dos movimentos sociais que reforçam a luta pela democracia no Maranhão.

Outra estrambólica mentira foi atribuir ao movimento Balaiada o incêndio da Prefeitura de Centro Novo. Perderam completamente o bom senso, se fosse uma questão de irracionalidade. Mas não, trata-se de ação orquestrada para justificar prisões arbitrárias de lideranças do movimento Balaiada e, com isso, tentar desarticular qualquer resistência popular ao golpe da oligarquia na democracia maranhense.

Como expõe Freitas Diniz, "não somos fora-da-lei, bandidos como querem nos taxar. Somos cidadãos, que prezam por seu voto, lutadores pela democracia". A famijerada oligarquia não intimidará o bravo povo maranhense!

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Jorge Moreno entrevistado por Paulo Henrique Amorim

O jornalista Paulo Henrique Amorim, em seu Conversa Afiada (acesse aqui), entrevistou o juiz - agora compulsoriamente aposentado - Jorge Moreno. Destaca Amorim: Juiz que desafiou clã Sarney é aposentado aos 42 anos.

Abaixo, alguns trechos da entrevista concedida pelo maranhense ao jornalista carioca.


Paulo Henrique Amorim – Dr. Moreno, como o senhor explica a sua aposentadoria compulsória?
Jorge Moreno –
Na verdade, a gente ve isso como uma grande injustiça que aconteceu na instituição da República brasileira, praticada pelo Tribunal de Justiça do Maranhão, quando aposenta um juiz, penaliza um juiz, sem haver nenhuma prova nesses três anos de processo. Na verdade, o fundamento da existência desse processo não foi conseguida nenhuma prova. O Tribunal se sujeitou a ter esse processo mais tarde provavelmente anulado no CNJ sob uma acusação que não tem fundamento algum.

PHA – Mas deixa eu entender, a denúncia é do deputado estadual Max Barros, do Partido Democratas. Ele denuncia que o senhor tomava decisões com motivação política. Que o senhor era um juiz com um partido. Essa acusação foi aceita pelo Tribunal de Justiça do Maranhão e o senhor não recorreu?
JM -
Nós vamos recorrer para o Conselho Nacional de Justiça. Nós estamos aguardando, estamos esperando a última decisão, que vai ser publicado o acórdão, para que a gente possa recorrer ao CNJ. Agora, não tem fundamento porque, na verdade, o que está em jogo é uma concepção de Judiciário. A gente entende que o Judiciário tem que garantir os direitos fundamentais. Garantir uma concepção de direitos humanos. Na verdade, ele não pode se tornar um violador de direitos humanos, como na maioria dos casos acontece. E ele tem que ter uma postura em relação aos movimentos sociais. Não pode tratar os movimentos sociais como grupos de criminosos. Ele tem que dialogar com os movimentos sociais. Até porque os movimentos sociais são imprescindíveis para a consolidação do nosso processo democrático. E comumente o Judiciário é visto como um braço de vingança das elites. Principalmente em relação aos movimentos sociais e a sociedadecivil organizada. O deputado Max Barros tinha sido secretário de estado da senadora Roseana Sarney quando ela era governadora. É do DEM, do partido dela. A denúncia foi aceita dentro do Tribunal de Justiça e quem de certa forma consolidou esses votos foi a desembargadora Nelma Sarney que é cunhada do presidente do Senado, José Sarney. Essa denúncia na verdade é uma forma de intimidação. Quem tem que tem uma outra postura em relação ao Poder Judiciário. Até porque aqui no Maranhão, Poder Judiciário sempre esteve, sempre foi visto como um braço da oligarquia local.

PHA – O senhor vai recorrer ao Conselho Nacional de Justiça?
JM –
Vamos recorrer …ainda em fase administrativa. Vamos recorrer da decisão do Tribunal de Justiça ao Conselho Nacional de Justiça. Caso nos seja desfavorável, nós temos um recurso para o Supremo Tribunal Federal. O CNJ vai analisar isso com mais isenção, sem esse ânimo de disputa.

PHA – Mas o senhor sabe que o CNJ é presidido e controlado politicamente pelo presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, que por sua vez é ligado ao presidente do Senado, José Sarney. O senhor sabe disso?
JM – Sei, claro. O que eu estava querendo era ser condenado aqui no Maranhão para entrar com um recurso para ser analisado em outra instância. Se for necessário, nós vamos até instâncias internacionais. Na verdade o que se está discutindo é o destino de uma atividade de estado. É uma concepção de Judiciário que está em disputa. É um Judiciário conservador, arcaico, elitista, fechado às demandas populares e um outro Judiciário, que tem relação com os movimentos sociais, que busca sua legitimidade. É exatamente o que está ocorrendo hoje. A sociedade brasileira está vivendo uma encruzilhada. Para onde poderá caminhar? Caminhar para uma sociedade fechada, que é o que está sinalizando, ou se vai consolidar aquilo que foi a promessa de nossa Carta de 1988.

Balaiada ocupa Brasília. Plenária hoje às 18h nos Bancários. Na quinta, é no Palácio dos Leões

Ontem, o Movimento Balaiada pela Democracia marcou presença em Brasília, em frente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Lá, realizou uma vigília cívica e um abraço ao TSE. Clama-se pela sensatez dos ministros em calcular corretamente a saída para o embróglio eleitoral que a oligarquia criou no Maranhão: golpe judiciário em única instância em mandato popular do governador Jackson Lago, seguido de posse ilegítima de candidata ré confessa em prática de crime eleitoral.

Relata a jornalista Beatriz Bíssio, que acompanhou o movimento:

"Hoje [quarta-14/4], estava na pauta do Superior Tribunal Eleitoral (STE) a análise dos recursos encaminhados pelos advogados da defesa do Governador Jackson Lago. Sem nenhum pudor nem respeito pela própria Justiça, os correligionários da senadora Roseana Sarney já estavam anunciando a toma de posse dela no Governo do Maranhão para o dia de amanhã.

Mas, nenhuma batalha se ganha nem se perde na véspera.

Decididos a levar aos ministros a sua mensagem, os movimentos populares do Maranhão organizaram uma vigília cívica diante da sede do TSE em Brasília. Aos poucos foram chegando os populares ao TSE, com bandeiras do Maranhão, bandeiras do Brasil e também as bandeiras dos respectivos movimentos, entre os quais o mais numeroso era o MST.

Foi feito um grande círculo, e, de mãos dadas, todos cantaram músicas tradicionais das lutas populares, entre elas, aquela que ficou imortalizada nos anos da resistência à ditadura, de Gerardo Vandré, "Para não dizer que não falei de flores", puxadas por um violeiro. Foi também feita uma oração, para que Deus iluminasse os ministros que estão julgando os recursos; foi rezado um pai nosso, e também, ao som de uma flauta doce, foi cantado o Hino Nacional.

Depois a roda começou a andar - com a bandeira do Maranhão na frente - e foi feito um abraço simbólico ao prédio do TSE. Uma vigília singela, mas carregada de simbolismo e de emoção.

Dois camburões da polícia que foram chamados e chegaram às pressas pouco depois da concentração dos populares ter começado não tiveram trabalho nenhum: a intenção dos maranhenses e amigos do Maranhão lá presentes não era agredir ninguém. Nem fazer baderna.

Era simplesmente levar a sua mensagem e a sua reivindicação a um Tribunal que tem a enorme responsabilidade de julgar recursos que podem mudar a história de um Estado como o Maranhão."

O deputado Domingos Dutra (PT/MA) e a deputada Janete Capiberibe (PSB/AP) repercutiram as ações realizadas em Brasília.

Hoje, ainda em Brasília, prossegue a mobilização pela Democracia no Maranhão. Haverá distribuição do Jornal Balaiada na Câmara dos Deputaodos e visita ao Senado Federal. Ainda pela manhã, haverá um grande ato no auditório Nereu Ramos(Camara dos Deputados), cerca de 500 militantes do MST estão mobilizados. Trata-se do Dia Nacional do Luta dos Sem-Terra em referência ao massacre de El Dourado dos Carajás. A questão do Maranhão será a pauta principal do Ato.

Plenária hoje às 18h.
Mobilização amanhã no Palácio dos Leões


Às 18h desta quarta-feira, no auditório dos Bancários, acontece plenária popular do Movimento Balaiada. O objetivo é preparar a mobilização para a quinta-feira, quando está prevista a apreciação dos recursos da Frente de Libertação pelo TSE.

Na quinta, a partir das 17horas, o acampamento Balaiada será o ponto de encontro da resistência pela Democracia no Maranhão. Todos estão convidados!

(Colaborou Beatriz Bíssio, de Brasília)