terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

NEM "NOVA"... NEM "CLASSE"... NEM "MÉDIA"...





              Franklin Douglas (*) 
Os 10 anos do PT no Governo Federal foi o tema da semana no debate de mútuos ataques entre o lulo-peemedebê-petismo e o tucanato. O PT contrapôs um discurso de que elevou 40 milhões de brasileiros à chamada "nova classe média" frente à herança maldita deixada pelo PSDB. Foi o sujo falando do mal-lavado!

Leonel Brizola, certa vez quando provocado a comparar politicamente Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso, respondeu com um daqueles seus ditos espirituosos: "FHC é o Collor menos 10%!". Nas pegadas da tirada brizolista, poderíamos sim afirmar que, ao comparar os oito anos do governo de FHC com os 10 anos de Lula-Dilma, o governo do PT é o governo do PSDB menos 13%!
Senão vejamos:
1) FHC fez a reforma da Previdência privada, Lula a reforma da Previdência pública;
2) FHC privatizou telecomunicações, Dilma, aeroportos e estradas;
3) FHC turbinou o agronegócio, Lula também e Dilma abandonou a reforma agrária;
4) FHC veio ao Maranhão "inaugurar", junto com Roseana, o Pólo de Confecções de Rosário, que só gerou dívidas aos trabalhadores envolvidos; Lula veio ao Maranhão "inaugurar", na companhia de Roseana, o início da construção da Refinaria da Petrobras, também em Rosário, que ninguém sabe quando sairá do papel... FHC e Lula/Dilma sustentaram a oligarquia Sarney no Maranhão e por ela foram apoiados em Brasília;
5) Tanto PSDB quanto PT praticaram o denominado "presidencialismo de coalizão", sob  uma governabilidade conservadora que custou o "escândalo da compra de votos para a emenda da reeleição", para FHC, e o "escândalo do mensalão", para Lula.
De fato, a  unificação dos programas sociais do Governo Federal em torno do Programa Bolsa Família resultou na diminuição da pobreza. Segundo o IBGE, de 1998 a 2008, as famílias pobres passaram de 32,4% para 22,6%. Dado que segue complementado pelo IPEA que estima que 12 milhões e 800 mil brasileiros saíram da pobreza nesse mesmo período. O MDS  (Ministério do Desenvolvimento Social) informa que mais de 13 milhões de famílias foram alcançadas pelo Bolsa Família, mobilizando recursos na ordem de mais de R$ 14 bilhões de reais em transferência de renda a esse setor da sociedade, considerado como abaixo da linha da pobreza.
Se esse dado aparece como um grande avanço em relação aos anos 1990, a década de gestão tucana das políticas públicas, o lulo-peemedebê-petismo superdimensiona esses números e relativiza outros. Já se viu isso no Brasil do ex-ministro Rubens Ricupero (governo Itamar): "O que é bom a gente mostra, o que é ruim a gente esconde" ...
O período Lula-Dilma, para manter-se no governo e ganhar eleições, optou por expressar um pacto de classes que remete a uma espécie de social-neoliberalismo em implantação no país. Ele permite ao Estado disponibilizar recursos para a contenção da pobreza e da miséria, ao mesmo tempo em que, em maior proporção, usa dinheiro do BNDES, por exemplo, para financiar a baixíssimos juros os projetos do grande capital mínero-metalúrgico e energético do País.
Outro exemplo: para a agricultura familiar serão destinados R$ 22 bilhões para a safra 2012/2013 (segundo dados do MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário), enquanto que para o agronegócio destinou-se o total de R$ 44 bilhões para a safra 2011/2012 (dados do MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Três vezes mais para o agronegócio do que o total de recursos destinados ao Programa Bolsa Família!
Sob a atual política monetária e de juros, o governo rola uma dívida superior a R$ 414 bilhões de reais (dados do Ministério da Fazenda sobre a dívida pública bruta consolidada). Tal pacto até resulta numa leve baixa na concentração de renda, mas quase imperceptível ao longo dos 10 anos dos governos do PT, como apurou a última PNAD do IBGE, referente ao ano de 2011: a renda média mensal dos trabalhadores brasileiros subiu 8,3% em relação a 2009, mas, de forma geral, os 10% da população ocupada com renda mais elevada ainda concentraram 41,5% do total dos rendimentos. Os 10% mais ricos concentram quase metade da renda do país!
Nessa velocidade, por exemplo, vai demorar 120 anos para incluir os trabalhadores domésticos numa "proteção social e trabalhista". Como analisou André Singer, um dos intelectuais do projeto petista, "o Brasil caminha para a frente, mas a passo tão lento que fica difícil distinguir se, nele, constrói o futuro ou eterniza o passado" (Folha de São Paulo, 09/02/2013, p. 02).
Assim, o discurso faccioso tenta nos fazer crer que, devido à política de diminuição do desemprego e aumento real do salário mínimo, tivemos um pacto de incorporação ao mercado de consumo da sociedade do que alguns denominaram de uma “nova classe média”.
Nem “nova”... Nem “classe”... Nem “média”... Como reflete lucidamente outro intelectual que, mesmo petista, não ludibria ideologicamente o fenômeno da esdrúxula política de conciliação de classes posta em execução pelo lulo-peemedebê-petismo. Analisa Márcio Pochmann, em seu livro "Nova classe média? o trabalho na base da pirâmide social brasileira":
"Mesmo com o contido nível educacional e a limitada experiência profissional, as novas ocupações de serviços, absorvedoras de enormes massas humanas resgatadas da condição de pobreza, permitem inegável ascensão social, embora ainda distante de qualquer configuração que não a da classe trabalhadora [...] Seja pelo nível de rendimento, seja pelo tipo de ocupação, seja pelo perfil e atributos pessoais, o grosso da população emergente não se encaixa em critérios sérios e objetivos que possam ser claramente identificados como classe média. [...] Associam-se, sim, às características gerais das classes populares, que, por elevar o rendimento, ampliam imediatamente o padrão de consumo. Não há, nesse sentido, qualquer novidade".
Enfim, não temos um novo ator, mas o mesmo ator que emergiu dos anos da luta democrática contra o regime militar e da resistência neoliberal que, ascendendo ao poder, “dourou a pílula” do capitalismo à classe trabalhadora brasileira, como diria Francisco Oliveira. De “novo”, uma espécie de up grade da estratégia a welfare state que garante a reprodução do sistema do capital, acomodando a questão social sob a classe trabalhadora. Nada mais velho na política brasileira!

(*) Franklin Douglas - jornalista, professor e doutorando em Políticas Públicas (UFMA), escreve para o Jornal Pequeno aos domingos,  quinzenalmente. Artigo publicado no Jornal Pequeno  (edição 24/02/2013, p. 12)

Artigo Wagner Baldez - Um Congresso desmoralizado e uma justiça vacilante



Wagner Baldez (*)



De tanto ver triunfar as nulidades
De tanto ver prosperar a desonra
De tanto ver crescer as injustiças
De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus
O homem chega a desanimar-se da virtude
A rir-se da honra
E a ter vergonha de ser honesto.

Ruy Barbosa

Se escolhi como preâmbulo da presente matéria o célebre e tão atualizado pensamento do jurista baiano (um dos gênios do pensamento universal), foi com a certeza de que mencionadas referências ou conceitos, tem muito a ver com o perfil de RENAN CALHEIROS e HENRIQUE ALVES, ambos eleitos recentemente Presidentes do Senado e Câmara Federal, respectivamente.

Qual seria a maneira encontrada para que pudéssemos compreender tão execrável acontecimento, o qual vem abalando profundamente à opinião pública nacional?! Logo citado personagem que se viu obrigado à renunciar ao cargo de Presidente daquela Casa por atos de improbidade: comportamento que compromete a  ex-respeitável Instituição. A verdade é que o Senado, principalmente, tornou-se uma oficina especializada em fabricar elementos da pior espécie! Já se tornou cultural tais elementos fazerem da política um exercício de bem estar pessoal, o que não deixa de representar uma afronta para a sociedade!

Também é de causar arrepio sabermos que a própria “oposição” contribui para a eleição de citados candidatos, embora sabendo que a ideologia defendida pelos mesmos restringe-se à arte da falcatrua.

Os senadores Sarney e Lobinho devem ter exultado com a eleição do seu dileto companheiro; sem dúvida na expectativa da retribuição, já que pelo empenho no curso da campanha foram considerados os principais cabos eleitorais. Lula e Dilma, sem querer se comprometer oficialmente, também, indiretamente, apoiaram citadas candidaturas.

Ressaltamos por oportuno, o fato de não assistirmos a nenhum movimento de massa mobilizado pelas instituições: CUT, sindicatos, partidos de oposição, igrejas, quilombolas, sem-terras; enfim, o povo em geral numa demonstração de completa repulsa contra a posição assumida pelos Senadores.

Sem dúvida seria de grande importância para o sucesso da campanha, a participação da imprensa escrita, falada e televisiva, que até o momento tem se mostrada acanhada a respeito de tal particularidade.

Outro fato que vem nos causando bastante surpresa, é a omissão do combativo Senador Pedro Simon, político que tem atuado na Casa com reconhecida e exemplar cordura: motivo de capitalizar o apoio e admiração do povo brasileiro.

E sobre a Justiça? Desta o que podemos atribuir é a sua injustificável posição de completo retraimento no sentido de punir o infrator pelos crimes cometidos quando ocupava o cargo de presidente da referida Instituição.

Qual a moral que possui um Collor de Melo, que até da Presidência da República foi defenestrado, para criticar o Procurador Geral da República, ou qualquer que seja a autoridade, ainda que tenha cometido algum deslize?!

Avante, maranhenses, para o enfrentamento nessa batalha cívica e do mais alto significado histórico e um épico!

A rua está a nossa espera...



(*) Funcionário Público Aposentado, membro da Executiva do PSOL/MA

Mensagem do Wagner Baldez a Niemeyer




Mensagem ao camarada Niemeyer (em memória)


Inspirado na ideologia da foice e do martelo, você se consagrou pela forma de saber usá-la com profunda e obstinada paixão, nesses seus 104 anos de existência; exemplo que servirá de legado para a humanidade.

Com admiração de 

Wagner Baldez - Instituto Maria Aragão




quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Um milhão e 600 mil assinaturas pelo Fora Renan entregues no Congresso Nacional





Ativistas anticorrupção antes de entregarem a lista com 1,6 milhão de assinaturas para os líderes partidários no Senado, pedindo o afastamento de Renan Calheiros da presidência da Casa
Foto: Givaldo Barbosa / O Globo
Ativistas anticorrupção antes de entregarem a lista com 1,6 milhão de
 assinaturas para os líderes partidários no Senado, pedindo o
 afastamento de Renan Calheiros da presidência da CasaGIVALDO BARBOSA / O GLOBO

O Globo (Brasília) – Cerca de 25 manifestantes se reuniram em frente ao gramado do Senado nesta quarta-feira, com banners e faixas pedindo a saída do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) durante a entrega simbólica das 1,6 milhão de assinaturas coletadas na internet pelo impeachment do presidente da Casa. Cinco pessoas conseguiram entrar no Senado, para entregar a petição, e foram recebidos pelos senadores Pedro Simon (PMDB-RS), João Capiberibe (PSB-AP), Cristovam Buraque (PDT-DF), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Aloysio Nunes (PSDB-SP), Pedro Taques (PDT-MT) e o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ).

O diretor de campanhas da Avaaz (entidade que sediou a petição na internet), Pedro Abramovay, levou ao Senado 15 caixas de papelão com folhas representando as assinaturas dos civis que se manifestaram na internet pelo impeachment de Renan Calheiros.
- Um milhão e seiscentas pessoas se manifestaram a partir de um gesto criado por um cidadão. Nós estamos aqui para o Senado ouvir essas vozes, que disseram que não é possível ter um presidente (do Senado) que tenha pesando sobre ele tantas acusações. Viemos também manifestar nossas indignações pelo voto secreto. Os senadores usaram o voto secreto para se esconder de seus eleitores - disse Abramovay.

Campanha no facebook mantém mobilização - acesse aqui

domingo, 10 de fevereiro de 2013

ENQUANTO JAZ O PT, ETERNAMENTE VIVA MARIA ARAGÃO!




              Franklin Douglas (*) 

No dia 10 de fevereiro de 2010, escrevíamos neste Jornal Pequeno:
"Ela nasceu em 1910. Ele, em 1980. Ambos no dia 10 de fevereiro.
Ela passou para a História do Maranhão como mulher, negra, médica, comunista, lutadora da causa socialista, da emancipação proletária. Ele por ter implementado a mais eficaz estratégia político-eleitoral da história da esquerda brasileira.
Os dois são fruto do século que o historiador britânico Eric Hobsbawm denominou de 'A Era dos Extremos'. Tanto uma quanto outro cresceram sob um lado, naquele bipolar mundo dividido entre capitalismo/Estados Unidos versus socialismo/União Soviética: o lado do 'proletários do mundo, uni-vos!' – como conclararam Karl Marx e Friedrich Engels. Situavam-se, ela e ele, no campo dos-que-vivem-do-trabalho, como atualiza Ricardo Antunes. Para ela, 'proletários'; para ele, 'trabalhadores'.
Ela assumidamente comunista; ele, predominantemente socialista. Ela, prestista. Ele, operário (do ABC paulista) – católico (das Comunidades Eclesiais de Base da Igreja) – pluralmente marxista. Ambos internacionalistas, pela autodeterminação dos povos da América Latina e do 'terceiro mundo' e apaixonados pelos exitosos índices sociais da Cuba de Fidel Castro.
Ela – no Sindicato dos Médicos – e boa parte dos militantes dele, fundadores da CUT maranhense; entusiastas da luta pela terra travada no campo pelos trabalhadores rurais liderados por Manoel da Conceição, Vila Nova, FETAEMA e MST; referências de jovens progressistas da Igreja católica e estudantes da UFMA e UEMA, encantados pelos valores que seduziam a juventude defensora da sociedade alternativa. Os dois percorriam o caminho rumo ao horizonte, para nele se encontrarem com a utopia. Se não a encontravam, regozijavam-se nas feijoadas e encontros promovidos por ela, pois, afinal, o que valia era estar em movimento e não ficar parado – como poetizou Eduardo Galeano.
Ela combateu a Ditadura Militar (1964-1985). Ele só existe por ser resultado do acúmulo de força desse embate com o qual ela contribuiu. Ela e ele se encontraram nas Diretas-Já (1985), nas emendas populares da Constituinte de 1988 e no segundo turno das eleições de 1989 contra Collor. Desencontraram-se quando ela, junto com Luís Carlos Prestes, Haroldo Saboia, Euclides Moreira Neto, Aldionor Salgado e outros, filiaram-se ao PDT de Leonel Brizola e Jackson Lago.
Ela tornou-se a mulher maranhense do século XX por escolha de seus conterrâneos, ficando atrás de João do Vale. Ou melhor, ao lado. Ele deslocou-se da esquerda radical e chega aos 30 anos apontando para o centro. No Maranhão, fez o mesmo caminho. Preservando, contudo, sua história de enfrentamento ao esquema oligárquico.
Em seu centenário de nascimento, Maria Aragão mantém acesa para as novas gerações a chama da utopia de que 'um outro mundo é possível'. Em sua terceira década de vida, caso sucumba à formação social oligárquica que ousou desafiar, o Partido dos Trabalhadores pode apagar – para si, seus militantes e simpatizantes – essa mesma utopia. A história não o absolverá, como fez com Maria Aragão. Cem vezes viva a Maria! Três vivas ao PT." (Os 100 anos de Maria Aragão e os 30 anos do PT: encontros e desencontros, Jornal Pequeno - 10/02/2010, p. 02 - grifo nosso).
Naquele ano de 2010, na convenção de junho, as bases do PT maranhense derrotaram a aliança com Roseana Sarney, mas a intervenção nacional garantiu à oligarquia o partido e seu tempo de TV. Ali, a estrela apagou-se para a transformação do Maranhão. Nem greve de fome de Domingos Dutra, Manoel da Conceição e Terezinha Fernandes traria o velho PT de volta. Metamorfoseou-se ao contrário, de borboleta regrediu a lagarta...
Neste ano de 2013, se viva fosse, Maria chegaria a casa dos 103 anos. Na verdade, chega viva, vivíssima, pelos sonhos e utopias que sua trajetória nos deixou. Já o PT maranhense, chega a uma triste situação em seus 33 anos: em seu interior, concilia oligarquia e oposição; consegue ter cargos em três governos sem ter qualquer projeto próprio de poder: está no Governo Federal e no Governo Estadual pelas barras das saias de Dilma e Roseana e na Administração Municipal pelas calças com barras curtas de Holanda Júnior. Uma cobra de três cabeças que engoliu a utopia.
Para nossa alegria, graças a ela ainda vale comemorar o 10 de fevereiro, porque por ele...
Que sempre para nós tu vivas, Maria Aragão!

(*) Franklin Douglas - jornalista, professor e doutorando em Políticas Públicas (UFMA), escreve para o Jornal Pequeno aos domingos,  quinzenalmente. Artigo publicado no Jornal Pequeno  (edição 10/02/2013, p. 13)

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Um milhão 360 mil para tirar Renan da Presidência do Senado!





Renan Calheiros (à direita) participa de cerimônia antes do início dos trabalhos da 54ª Legislatura
Foto: UESLEI MARCELINO / REUTERS
Renan Calheiros (à direita) participa de cerimônia antes do início dos trabalhos da 54ª LegislaturaUESLEI MARCELINO / REUTERS
Abaixo-assinado na web quer apoio de 1,3 milhão de pessoas para enviar lista ao Senado e tirar senador da presidência da Casa

Assine aqui


RIO - Um abaixo-assinado alcançou, nesta sexta-feira, 1 milhão de assinaturas a favor do impeachment de Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado.

A petição, que está disponível na web, foi publicada há apenas oito dias pelo internauta Emiliano Magalhães. Outra já havia sido criada pela ONG Rio de Paz e pelo Movimento 31 de julho, organizações que combatem a corrupção. Os manifestantes pediam, antes das eleições para a presidência do Senado, que os parlamentares não elegessem o senador, que pode ser réu por peculato e outros crimes no Supremo Tribunal Federal (STF).

O novo abaixo-assinado tem o objetivo de alcançar o apoio de 1,3 milhão de pessoas a favor da deposição do senador.

“Vamos conseguir 1.360.000 assinaturas (1% do eleitorado nacional), levar esta petição para o Congresso e exigir que os Senadores escutem a voz do povo que os elegeu. Segundo nossa Contituição. ‘A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles’”, diz o texto.

Em sua página no Facebook, o autor do abaixo-assinado, morador de Ribeirão Preto (SP), ressalta que não é filiado a nenhum partido, e escreve:
“Meu nome é Emiliano, sou Representante Comercial, e atualmente o Senado não me representa.”

ASSINE A PETIÇÃO

Vamos conseguir 1.360.000* assinaturas (1% do eleitorado nacional), levar esta petição para o Congresso e exigir que os Senadores escutem a voz do povo que os elegeu. 

Segundo nossa Contituição“A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles”.

Infelizmente essa ferramenta popular foi criada apenas para propor leis e com requisitos tão complexos que quase ninguém consegue fazer uso dela. Mas se 1.360.000 se juntarem a nós, poderemos causar um rebuliço na mídia, desafiar as restrições desta Iniciativa popular e exigir a revogação do presidente do Senado, Renan Calheiros. Vamos usar o poder do povo agora para exigir um Senado limpo.

Melodias tiradas do lixo


Landfill Harmonic film teaser from Landfill Harmonic on Vimeo.


Excelente sugestão do Igor Lago. Vale a pena assistir tanto a versão curta quanto a mais longa.

Acima, o vídeo curto, de 3 min.

No de maior duração, 11 minutos, é possível conhecer melhor ainda o projeto "Landfill Harmonic", do Paraguai. Assista aqui.

No Facebook, curta a página do projeto aqui.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Vais com Ronaldo ou vais com Romário?



A Folha de São Paulo perguntou aos ex-jogadores e campeões mundiais de futebol: O Brasil aproveitará o potencial da Copa?
A resposta do SIM veio em texto de Ronaldo, Fenômeno.
A resposta do NÃO veio em texto de Romário.

Leia abaixo, e defina seu lado: quem argumentou melhor, Ronaldo ou Romário?


Romário: Copa para inglês ver

O sucesso de uma Copa do Mundo de futebol vai muito além do que se vê. Arenas lotadas e jogos televisionados para o mundo todo representam apenas 10% desse grande espetáculo, que une povos e faz o planeta vibrar em torno de uma paixão.

Para um país, sediar uma Copa é uma oportunidade rara --a última no Brasil ocorreu há mais de 60 anos-- de estimular a economia, alavancar o turismo, melhorar a formação das pessoas, expandir e aperfeiçoar a infraestrutura, elevando-a a um novo patamar de acessibilidade.

Analisando esse conjunto de ações, é fácil chegar a uma conclusão: não, o Brasil não aproveitará todo o potencial da Copa.

Seria ingênuo imaginar que uma Copa resolveria todos os problemas de uma nação, mas também não é confortável constatar que o evento poderá aprofundar alguns deles. Assistimos na televisão a um comercial de cerveja que transforma esse sentimento de frustração do brasileiro em pessimismo. Mas não é pessimismo gratuito, é puro realismo de quem vive o dia a dia das grandes cidades. Sim, imaginem, durante a Copa, todos os nossos problemas estruturais agravados pelo fluxo de milhões de pessoas!

O pessimismo do brasileiro é calcado em fatos: a incapacidade dos gestores de planejar atrasou inúmeras obras e, por tabela, encareceu em alguns bilhões o custo do Mundial --R$ 3,5 bilhões, para ser mais preciso--, segundo o último levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU). Para se ter uma ideia do que se poderia fazer com esses bilhões excedentes, vamos fazer uma projeção.

Em 2010, o então presidente Lula anunciou a construção de 141 novas escolas federais de educação profissional ao custo total de R$ 1,1 bilhão. Os R$ 3,5 bilhões acrescidos ao valor total da Copa dariam, portanto, para construir quase 500 novas escolas técnicas no Brasil.
O excesso de gastos, no entanto, não é o pior dos cenários. O tão falado legado social para a população parece ter ficado só no papel. Quase todas as obras de transporte estão atrasadas, a inauguração de algumas, inclusive, já foi remarcada para somente depois do Mundial e outras foram canceladas.

Salvador foi a primeira cidade-sede a cancelar uma obra de mobilidade. A construção de um corredor de ônibus Bus Rapid Transport (BRT) foi riscada da lista de obras para 2014. Em seguida, Brasília cancelou a construção do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).

Há ainda os problemas de pouca visibilidade, mas grande impacto social, como as remoções involuntárias. O tema foi destaque no jornal "The New York Times", em março passado. O diário informou que 170 mil pessoas devem ser despejadas até a Copa do Mundo e a Olimpíada, para dar lugar a intervenções urbanas para os eventos. O problema é que as indenizações estão bem abaixo do valor de mercado e, quando são oferecidas moradias, as casas ficam a até 60 km de distância do local de origem.

Vale lembrar, ainda, a naturalidade com que os projetos das arenas desrespeitam a lei que exige 4% dos assentos para deficientes físicos e pessoas com mobilidade reduzida. Nos casos em que os projetos preveem reserva de vagas, elas se limitam à margem de 1%, mínimo exigido pela Fifa. Como se as decisões da Fifa fossem mais importantes que a legislação do país.

Depois de ter rodado o mundo inteiro e participado, in loco, de tantos mundiais, posso afirmar, com convicção, que um país só é bom para os turistas se, antes, for bom para o seu próprio povo.

Hoje, não consigo presumir nenhum problema que inviabilize o evento, mas tenho certeza de que os brasileiros ficarão decepcionados ao ver perdida mais uma ótima oportunidade de tornar este país um lugar melhor para se viver.
ROMÁRIO FARIA, 47, ex-jogador da seleção, tetra campeão mundial, é deputado federal (PSB-RJ) e membro da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados



Eu passei a minha carreira ouvindo que nós tínhamos o melhor futebol do mundo dentro de campo, mas que estávamos atrasados e ficávamos muito a dever fora dele. Pois é, isso já mudou. Nunca imaginei que, ao mesmo tempo em que nossa economia mostra força e o país cresce, a Europa e os Estados Unidos sofreriam com problemas econômicos.

Nunca pensei que teríamos - de uma só vez - uma discussão nacional para reformar aeroportos, melhorar a infraestrutura hoteleira, acelerar obras de mobilidade urbana e construir ou renovar 12 estádios com padrão de qualidade internacional.

Mas é isso que está acontecendo. Por causa da Copa do Mundo da Fifa. Isso já é legado e está por toda a parte. Mais trabalho para a população (só nos estádios, são quase 30 mil novos empregos), capacitação profissional, aceleração de obras públicas que talvez só acontecessem daqui a alguns anos, melhorias dos centros de treinamento (CT), entre tantos outros progressos.

Vejo isso nas visitas e na mídia. Mas, infelizmente, vejo também uma parte que prefere diminuir esse legado. Dizem que os estádios recebem dinheiro público. Verdade. Até porque a maioria deles pertence aos Estados. Mas isso é parte de um investimento que já traz frutos. 

Sem estádios não há Copa.

E sem Copa, como seria?

Li um estudo da Ernst&Young Terco mostrando que a movimentação econômica da Copa é cerca de cinco vezes maior do que todo o investimento público feito para o evento. Os números estão aí para quem ainda não viu.

Que me desculpem os que acham o contrário, mas não há crítica que me convença de que sediar a Copa não é um bom negócio. Basta ver a disputa que ela provoca entre os maiores países do mundo, incluindo aqueles que a sediaram recentemente. E o brasileiro sabe disso. Segundo uma pesquisa da Sponsorship Intelligence, 70% dos brasileiros têm orgulho de sediar a Copa e acreditam que ela terá um impacto positivo. Tenho certeza de que esses números serão ainda maiores depois do evento.

Não é uma questão de perguntar se conseguiremos ou não organizar o torneio, ou se dará certo ou não. A Copa do Mundo já está acontecendo. Os estádios são uma realidade. Seis deles estarão prontos e testados um ano antes da Copa começar.

A Copa já é uma realidade não apenas para os brasileiros. O entusiasmo dos estrangeiros com o torneio é enorme. Prova disso são os números de venda de ingressos e camarotes e das inscrições do programa de voluntários. Em apenas um mês, mais de 130 mil pessoas de 146 países se cadastraram no processo seletivo que vai definir a equipe de voluntários para a Copa das Confederações e para a Copa do Mundo.

Desde que comecei a viajar pelas 12 sedes pelo Comitê Organizador Local (COL), acompanhando a Fifa e o governo federal, quando nos encontramos com prefeitos e governadores, vejo o empenho de cada um em deixar um legado. Gostaria que todos pudessem ver o que eu vi.

Os trabalhadores da obra em Itaquera se alfabetizando, a alegria dos operários em Fortaleza ao receber simbolicamente um ingresso para a primeira partida da Copa no estádio que ajudaram a construir, o trabalhador que participou da construção da Fonte Nova original e agora a está reconstruindo em versão moderna e sustentável, comparável às melhores arenas europeias.

Mas o maior legado da Copa do Mundo nem sequer pode ser medido. A Copa pode botar o Brasil de vez no mapa dos grandes destinos. Vai mexer com a autoestima dos brasileiros, vai trazer uma mudança de mentalidade, não para que as pessoas acreditem que é possível fazer o que parecia exclusividade de outros países. Mas para que percebam que nós já fazemos isso e não nos damos conta. Vamos deixar a ficha cair. Podemos, sim, organizar a Copa. Sim, ela é boa para o Brasil e para os brasileiros.

E a Copa das Confederações em junho é a primeira oportunidade de dar uma ótima impressão do Brasil para que a Copa do Mundo seja um convite irrecusável. Para deixar todos com a sensação de que, se o teste já foi bom, imagina na Copa.
RONALDO NAZÁRIO, 36, ex-jogador, é membro do Comitê Organizador Local (COL)