terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Artigo Wagner Baldez - Um Congresso desmoralizado e uma justiça vacilante



Wagner Baldez (*)



De tanto ver triunfar as nulidades
De tanto ver prosperar a desonra
De tanto ver crescer as injustiças
De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus
O homem chega a desanimar-se da virtude
A rir-se da honra
E a ter vergonha de ser honesto.

Ruy Barbosa

Se escolhi como preâmbulo da presente matéria o célebre e tão atualizado pensamento do jurista baiano (um dos gênios do pensamento universal), foi com a certeza de que mencionadas referências ou conceitos, tem muito a ver com o perfil de RENAN CALHEIROS e HENRIQUE ALVES, ambos eleitos recentemente Presidentes do Senado e Câmara Federal, respectivamente.

Qual seria a maneira encontrada para que pudéssemos compreender tão execrável acontecimento, o qual vem abalando profundamente à opinião pública nacional?! Logo citado personagem que se viu obrigado à renunciar ao cargo de Presidente daquela Casa por atos de improbidade: comportamento que compromete a  ex-respeitável Instituição. A verdade é que o Senado, principalmente, tornou-se uma oficina especializada em fabricar elementos da pior espécie! Já se tornou cultural tais elementos fazerem da política um exercício de bem estar pessoal, o que não deixa de representar uma afronta para a sociedade!

Também é de causar arrepio sabermos que a própria “oposição” contribui para a eleição de citados candidatos, embora sabendo que a ideologia defendida pelos mesmos restringe-se à arte da falcatrua.

Os senadores Sarney e Lobinho devem ter exultado com a eleição do seu dileto companheiro; sem dúvida na expectativa da retribuição, já que pelo empenho no curso da campanha foram considerados os principais cabos eleitorais. Lula e Dilma, sem querer se comprometer oficialmente, também, indiretamente, apoiaram citadas candidaturas.

Ressaltamos por oportuno, o fato de não assistirmos a nenhum movimento de massa mobilizado pelas instituições: CUT, sindicatos, partidos de oposição, igrejas, quilombolas, sem-terras; enfim, o povo em geral numa demonstração de completa repulsa contra a posição assumida pelos Senadores.

Sem dúvida seria de grande importância para o sucesso da campanha, a participação da imprensa escrita, falada e televisiva, que até o momento tem se mostrada acanhada a respeito de tal particularidade.

Outro fato que vem nos causando bastante surpresa, é a omissão do combativo Senador Pedro Simon, político que tem atuado na Casa com reconhecida e exemplar cordura: motivo de capitalizar o apoio e admiração do povo brasileiro.

E sobre a Justiça? Desta o que podemos atribuir é a sua injustificável posição de completo retraimento no sentido de punir o infrator pelos crimes cometidos quando ocupava o cargo de presidente da referida Instituição.

Qual a moral que possui um Collor de Melo, que até da Presidência da República foi defenestrado, para criticar o Procurador Geral da República, ou qualquer que seja a autoridade, ainda que tenha cometido algum deslize?!

Avante, maranhenses, para o enfrentamento nessa batalha cívica e do mais alto significado histórico e um épico!

A rua está a nossa espera...



(*) Funcionário Público Aposentado, membro da Executiva do PSOL/MA

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