quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

"'Nós, o Povo dos EUA'... só cremos em guerra"



Por Richard Becker, Global Research




O discurso de posse do president Barack Obama ao assumir seu segundo mandato foi saudado pelas corporações de imprensa-empresa e seus financiadores e anunciantes como uma nova “visão liberal”, como se lia em manchete do New York Times.[1]

Mas, embora boa parte da retórica do presidente soasse progressiva, e o discurso tenha sido enunciado em tom firme, há nele bem pouco conteúdo de realidade, e praticamente todo o discurso foi anti qualquer progressismo. E/ou foi mentiroso.

“Uma década de guerra está terminando” – discursou Obama. A verdade é que os ataques militares e movimentos de intervenção prosseguem no Afeganistão, no Paquistão, no Iêmen, na Somália e em outros países. Todas as 3as-feiras há uma reunião na Casa Branca, durante a qual o presidente autoriza novos assassinatos de alvos predefinidos, assassinatos premeditados e planejados de indivíduos selecionados e de quem mais tenha a infelicidade de andar por perto dos alvos atacados pelos aviões-robôs armados, os drones, em muitos países, nenhum dos quais está em guerra com os EUA.

Depois de declarar que “Nós o povo ainda cremos que segurança e paz duradouras não exigem guerra perpétua”, Obama disse que “os EUA continuarão como a âncora de alianças fortes em cada canto do mundo”. O Pentágono continua a manter mais de 900 bases militares distribuídas por todos os continentes. O orçamento militar dos EUA é maior que todos os orçamentos militares de todos os demais países do mundo, somados! Esses, sim, são os elementos essenciais do império e da guerra perpétua.

Em seu discurso, o presidente citou “Seneca Falls e Selma e Stonewall,” tentando pintar-se, ele mesmo, como continuador de três movimentos de defesa de direitos iguais para as mullheres, os afro-americanos e os/as LGBT. As conquistas desses movimentos jamais dependeram de presidentes ou exércitos. Foram conquistas de movimentos de massa determinados, ao longo de décadas e séculos.

Contra a evidência de que mais imigrantes foram deportados durante seu governo do que jamais antes em toda a história dos EUA, Obama vangloriou-se de que “estudantes jovens e brilhantes, e engenheiros “alistaram-se em nossa força de trabalho e não foram expulsos de nosso país”. 

Alguns trechos do discurso soam como saídos de um universo paralelo. “Sabemos que os EUA avançam quando cada pessoa extrai a própria independência e muito orgulho do próprio trabalho, quando os salários pelo trabalho honesto liberam famílias nas fronteiras da miséria”. 

No mundo real dos EUA-2013, há mais de 23 milhões de desempregados ou severamente subempregados. Mais de 146 milhões – 48% da população – vive com renda menor que a mínima necessária para sobreviver ou já mergulhou na indigência, recorde nacional. Os salários reais foram incansavelmente empurrados para baixo, ao longo dos últimos 30 anos. Se corrigido pela inflação, o salário mínimo hoje é 45% menor do que era em 1968.

Apesar disso, a palavra “pobreza” só ocorreu duas vezes no discurso: uma, com o verbo usado no pretérito (“quando os anos do anoitecer da vida eram consumidos na pobreza”...) como se hoje não houvesse milhões de idosos entre os mais pobres. 

E a outra referência à pobreza: “Somos fiéis ao nosso credo, quando uma menininha nascida na mais profunda pobreza sabe que tem a mesma chance de sucesso que qualquer outra, porque ela é norte-americana, é livre e é igual...” Até soa muito nobre, mas por que, em vez de fazer frases, o presidente não apresentou à nação um plano para pôr fim à “mais profunda miséria” aqui, no país mais rico da história?

Exatamente como já fizera durante todo o primeiro mandato, o presidente não apresentou proposta alguma que visasse a atacar o empobrecimento, a fome, a falta de moradia que não param de crescer. Nada. 

Num dos parágrafos mais ardilosos de todo o discurso, ouviu-se o seguinte: “Nós, o povo, ainda cremos que todos os cidadãos merecem grau básico de segurança e dignidade. Temos de fazer as mais difíceis escolhas, para baixar o custo da atenção à saúde e o tamanho de nosso déficit.” 

Tradução: Cremos que todos merecem segurança e dignidade. Por isso, em breve estaremos cortando benefícios de atendimento público à saúde de vocês, para atender ordens dos grandes bancos.

A eleição de Barack Obama à presidência dos EUA em 2008 foi ocasião histórica num país marcado pelo racismo mais profundo e mais violento. Quebrou uma sequência de 220 anos de presidentes brancos, descendentes de europeus do norte, praticamente todos milionários, eleitos para o mais alto posto eletivo dos EUA.

Mas fato é que, independente de quem seja eleito, o emprego de presidente dos EUA impõe exigências bem claras aos que se candidatem: terá de ser presidente executivo do império e do imperialismo e protetor das megacorporações norte-americanas.

*******************************

[1] Em “Obama Offers Liberal Vision: ‘We Must Act’” [Obama oferece visão liberal: “Temos de agir”], emhttp://www.nytimes.com/2013/01/22/us/politics/obama-inauguration-draws-hundreds-of-thousands.html?pagewanted=all&_r=0

Pôster oficial da Copa...

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Rumo aos 200 mil pela ética e contra Renan Calheiros na Presidência do Senado!!



Em pouco tempo será possível chegar aos 200 mil cidadãos e cidadãs dizendo NÃO A RENAN CALHEIROS na Presidência do Senado Federal.

Seja você também mais um(a)nessa mobilização da cidadania brasileira!

FICHA LIMPA NO SENADO: RENAN NÃO!!

Assine o abaixo-assinado aqui: 
http://www.avaaz.org/po/ficha_limpa_no_senado_renan_nao/?bYDYBbb&v=21494

Abaixo, o texto que, até o momento (15h45min de 30/01/0213), já possui mais de 110 mil subscrevendo!



"Senador Renan Calheiros, que acaba de ser denunciado criminalmente ao STF pelo Procurador-Geral da República, é o favorito para ser o próximo presidente do Senado. Somente uma mobilização gigantesca pode impedir esta vergonha. 

A última vez que Renan Calheiros foi Presidente do Senado, em 2007, ele teve que renunciar após sérias denúncias de que um lobista pagava suas despesas pessoais, paralisando o Senado por meses. A denúncia agora é que para se defender daquelas acusações ele apresentou notas falsas. Após a aprovação da lei da Ficha Limpa e do julgamento do Mensalão o país precisa deixar claro que não aceita mais que a moralidade pública fique em segundo plano. 

Antes da denúncia ao STF, Renan era franco favorito, mas agora está surgindo uma forte articulação entre os Senadores contra sua candidatura e uma mobilização popular gigantesca nas próximas 48 horas -- antes da eleição na sexta-feira -- pode enterrar de vez os Planos de Renan. Assine agora essa petição, que foi criada pela ONG Rio de Paz, e ao atingirmos 100.000 assinaturas ela será lida no plenário do Senado por Senadores que se opõem a Renan."

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

160 anos de José Martí


José Martí nasceu em Havana em 28 de janeiro de 1853 e morreu em Dos Ríos, em 1895.

Foi o grande mártir da Independência de Cuba em relação à Espanha. Além de poeta e pensador, desde a juventude demonstrou simpatia pelas ideias revolucionárias que gestavam entre os cubanos. Para ele, a luta deveria ser uma verdadeira transformação cubana em todos os aspectos: econômico, político e social.

Os ideais de Martí, junto com o marxismo-leninismo, guiam a política de Cuba até hoje. Conheça mais sobre a vida e obra do maior defensor da liberdade da ilha aqui.


Abaixo O cantor e compositor cubano Joseito Fernandes, em sua última aparição na TV - dica do Portal vermelho-, que transformou em música versos de Poemas Sensillos de Martí, dando origem à talvez mais popular música latino-americana: Guantanamera.


NÃO HAVERÁ CONCURSO PÚBLICO PARA O HOSPITAL UNIVERSITÁRIO!



Franklin Douglas (*) 

As notícias foram muitas e diversas nos últimos dias, quase que a nos anestesiar para a compreensão da realidade na qual vivemos.

A polêmica principal foram os factoides, de ambos os lados, da Prefeitura de São Luís e do governo do Estado, quanto ao financiamento e gestão da saúde pública na capital maranhense. Um finge querer ajuda; o outro finge querer ajudar; e ambos fingem que só não estabeleceram um "pacto por São Luís" por culpa do outro. Enquanto isso, nos corredores dos "Socorrões", a população que depende dos hospitais públicos não tem como fingir a dor do abandono...
Por conta do calendário momesco, o cancelamento do carnaval de passarela pela Prefeitura de São Luís foi a outra grande polêmica. Em função das alegadas dificuldades financeiras (ainda não se sabe a quem se deve, quanto se deve, a quem Castelo pagou no apagar das luzes, o quanto pagou e se o pagamento foi por serviço realmente feito), a população deu um crédito à Prefeitura: melhor investir em saúde que em festa. No combate à "pilantrização" de escolas e blocos carnavalescos, o perigo aqui é jogar a criança junto com a água suja da bacia! Quem gostou mesmo foram os Murads da Santa Casa: o milhão do carnaval foi parar na conta do Hospital Santa Casa de Misericórdia, administrada por Abdon Murad, "eterno" presidente do Conselho Regional de Medicina.
Por fim, do que vimos, a terceira polêmica do noticiário foi o endividamento do Estado: agora, trata-se de um bilhão de reais tomados do BNDES, de R$ 3,8 bi autorizados a contratar. Dinheiro e muito para... asfaltar estradas e construir alguns daqueles prometidos 72 hospitais! Enquanto isso, com menos de 20% desse bilhão de reais, seria possível concluir os 3.500 apartamentos do PAC-Rio Anil (até hoje só foram entregues 832 apartamentos pelo Governo Estadual: 96 na gestão Jackson Lago e 736 por Roseana Sarney).
Isso, para não tratarmos da violência que campeia, da energia elétrica que fica menos cara, esperemos que também no Maranhão do ministro Edison Lobão, do bloqueio das contas do ex-prefeito João Castelo...
Nesse emaranhado de notícias, uma parece emergir como daquelas muito boas: "UFMA ABRIRÁ CONCURSO PÚBLICO PARA O HOSPITAL UNIVERSITÁRIO - Concurso selecionará 3.500 novos servidores, segundo o reitor da instituição, Natalino Salgado..." (O Estado do Maranhão, 19/01/2013, capa)...
Doce ilusão, para não dizer salgada mentira!
Prossegue a matéria: "A Universidade Federal do Maranhão (UFMA), que administra o Hospital Universitário do estado (HUUFMA), informou que, por causa da assinatura de contrato entre a reitoria da UFMA e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) para parceria na administração dos hospitais universitários federais, no dia 17 deste mês, está autorizada a realização de concurso público para o ingresso de 3.500 novos funcionários na unidade hospitalar. - 'Trata-se do maior concurso público já realizado na história do Maranhão...' "(O Estado do Maranhão, 19/01/2013, p. 5), aumenta a patranha Natalino Salgado, em seu triplo e questionável exercício do cargo de reitor (dedicação exclusiva), membro do conselho consultivo da EBSERH (12 horas) e também,  na prática, diretor do H.U...
Cara leitora, caro leitor (e cara concurseira, caro concurseiro!), NÃO HAVERÁ CONCURSO PÚBLICO! NÃO SERÃO 3.500 NOVOS SERVIDORES FEDERAIS!! NÃO SERÃO EFETIVADOS NO H.U!!!
Não haverá concurso público ao H.U, mas sim um processo seletivo simplificado. Não serão vinculados ao Hospital Universitário da UFMA, mas contratados pela empresa pública de direito privado EBSERH. Não serão estáveis no Serviço Público, mas contratados por tempo limitado. Não serão funcionários públicos estatutários, mas empregados públicos celetistas.
Qual a diferença?
O concurso público, conforme o artigo 37 - inciso II da Constituição Federal, é a única forma de investidura em cargo ou emprego público, mediante provas ou provas e títulos. Ele traz consigo a estabilidade no serviço público e direitos trabalhistas regidos pelo Regime Jurídico dos Servidores Públicos, portanto, estatutários.
No seletivo simplificado, a contratação mediante provas sem a mesma objetividade prevista pela Constituição, seleciona uma categoria de empregado público cujo tempo de contrato terá no máximo quatro anos de duração (dois anos mais dois anos de renovação e, excepcionalmente, caso dos H.U´s, podendo haver mais um ano de prorrogação. Ou seja, no máximo um contrato de trabalho de até 5 anos).
Não serão servidores, mas 3.500 empregados públicos, por conseguinte, regidos pela CLT (sem estabilidade, sem algumas garantias salariais e direitos reservados aos servidores públicos), contratados não pela autarquia Universidade Federal do Maranhão, mas pela empresa EBSERH, à qual estarão juridicamente vinculados.
Além disso, esse seletivo está em questão porque a EBSERH está sob questionamento do Ministério Público Federal, através de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN 4895) ajuizada pelo procurador-geral da Repúblicas, Roberto Gurgel. Está em questão porque a reunião do Conselho do H.U que autorizou a assinatura do contrato entre a UFMA e a EBSERH está sob ação judicial local. O movimento dos professores, dos estudantes, dos trabalhadores e usuários, reunidos na Fórum em Defesa da Saúde, mantém a resistência à privatização do H.U.
Nesse amontoado de notícias ruins, não caia você também no engodo da manchete "do maior concurso público já realizado na história do Maranhão". Ela é tão danosa à população quanto as demais.

(*) Franklin Douglas - jornalista, professor e doutorando em Políticas Públicas (UFMA), escreve para o Jornal Pequeno aos domingos,  quinzenalmente. Artigo publicado no Jornal Pequeno  (edição 17/01/2013, página 13)

Leonardo Boff em memória dos mortos de Santa Maria


Leonardo Boff - no Brasil de Fato

O barco não foi feito para ficar ancorado e seguro na praia. Mas para navegar, enfrentar ondas, vencê-las e chegar ao destino

Os antigos já diziam:”vivere navigare est” quer dizer, “viver é fazer uma viagem”, curta para alguns, longa para outros. Toda viagem comporta riscos, temores e esperanças. Mas o barco é sempre atraído por um porto que o espera lá no outro lado.
Parte o barco mar adentro. Os familiares e amigos da praia acenam e o acompanham. E ele vai lentamente se distanciando. No começo é bem visível. Mas na medida em que segue seu rumo parece aos olhos cada vez menor. No fim é apenas  um ponto. Um pouco mais e mais um pouco desaparece no horizonte. Todos dizem: Pronto! Partiu!
Não foi tragado pelo mar. Ele está lá, embora não seja mais visível. E segue seu rumo.
O barco não foi feito para ficar ancorado e seguro na praia. Mas para navegar, enfrentar ondas, vencê-las e chegar ao destino.
Os que ficaram na praia não rezam: Senhor, livra-os das ondas perigosas, mas dê-lhe, Senhor, coragem para enfrentá-las e ser mais forte que elas.
O importante é saber que do outro lado há um porto seguro. Ele está sendo esperado. O barco está se aproximando. No começo é apenas um ponto levemente acima do mar. Na medida em que se aproxima é visto cada vez maior. E quando chega, é admirado em toda a sua dimensão.
Os do porto dizem: Pronto! Chegou! E vão ao encontro do passageiro, o abraçam e o beijam. E se alegram porque fez uma travessia feliz. Não perguntam pelos temores que teve nem pelos riscos que quase o afogaram. O importante é que chegou apesar de todas as aflições. Chegou ao porto feliz.
Assim é com todos os que morrem. O decisivo não é sob que condições partiram e saíram deste mar da vida, mas como chegaram e o fato de que finalmente chegaram. E quando chegam, caem, bem-aventurados, nos braços de Deus-Pai-e-Mãe de infinita bondade para o abraço infinito da paz. Ele os esperava com saudades, pois são seus filhos e filhas queridos navegando fora de casa.
Tudo passou. Já não precisam mais navegar, enfrentar ondas e vencê-las.  Alegram-se por estarem em casa,  no Reino da vida sem fim. E assim viverão para sempre pelos séculos dos séculos.
(Em memória dolorida e esperançosa dos jovens mortos em Santa Maria na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013).

Quem quer criar constrangimento a quem? Editorial do Vias de Fato




Editorial PACTO POR SÃO LUÍS  - SOBRE O QUE É PÚBLICO E NOTÓRIO, do Vias de Fato, janeiro de 2013 (edição 39).

"O fato é que, num cenário como este, onde ninguém sabe, exatamente, quem quer criar constrangimento para quem, ou quem é malandro, ingênuo, equivocado ou picareta, lembramos do Padre Antônio Vieira, que chegou a dizer, ao analisar a política maranhense do seu tempo (século XVII), que “no Maranhão, até o céu mente”. Hoje, neste jogo que envolve governo, prefeitura e outros interesses inconfessáveis, é difícil identificar até onde vai o blefe ou a encenação."(continue lendo aqui)

Artigo Wagner Baldez - Centro Cultural ou Morada de Fantasmas?



Wagner Baldez (*)


Quem passa em frente ao “prédio” localizado em frente ao Memorial Maria Aragão, embora não sendo supersticioso, experimenta uma sensação de pavor, pelo fato do aspecto da citada construção se assemelhar mais a uma catacumba a abrigar cadáveres do que propriamente a uma obra destinada a eventos culturais e similares.

Bem que citada criação poderia melhor ser aproveitada como museu para exposição de figuras que no passado (época da escravatura) praticaram atos abomináveis, como é o caso de Dona Nhá Jansen e outras damas da sociedade que procederam da mesma maneira, o que, por certo, daria maior expressividade ao folclore de nossa terra.

Não podemos compreender como as nossas autoridades responsáveis por esse setor conseguem conviver com imóveis nessas condições; aliás, totalmente fora dos padrões da engenharia que prima pela forma e beleza arquitetônica para melhorar a imagem da cidade. Mencionada edificação se torna desprezível, sobretudo quando tem ao seu lado uma obra de arte do porte do Memorial Maria Aragão.

A única solução plausível para essa casa mal assombrada é demoli-la o quanto antes e projetar no mesmo local uma construção que se ajuste com a finalidade para a qual foracriada.



(*) Funcionário Público Aposentado, membro da Executiva do PSOL/MA

domingo, 27 de janeiro de 2013

Tudo está como dantes no quartal de Abrantes...


E o salário ó….Site confirma que salário de Holandinha é o segundo maior do país.
E o salário ó….Site confirma que salário de Holandinha é o segundo maior do país.
Essa notícia passou batida em todos os blogues da política maranhense... será que falar do supersalário do prefeito Holandinha virou tabu?
Trata-se de levantamento realizado por site nacional, o G1, de altíssima noticiabilidade, para ficar no jargão jornalístico, mas não mereceu repercussão alguma em blogues locais, salvo repercussão no Marrapá.com - justiça seja feita, que vem denunciando esses supersalários desde a gestão Castelo na Prefeitura de São Luís, onde, pelo visto, nesse item, tudo está como dantes no quartel de Abrantes... 

Os salários de 12 dos 26 prefeitos das capitais do país aumentaram em 2013. É o que mostra levantamento feito por jornalistas do G1 pelo Brasil*. A remuneração paga aos prefeitos é fixada pela Câmara Municipal de cada cidade.
O maior reajuste em relação a 2012 foi registrado em Salvador (BA), onde o prefeito ACM Neto (DEM) recebe R$ 18.038,10, valor 73,4% superior ao salário de R$ 10.400 do ano passado.
As outras capitais que aumentaram os rendimentos de prefeitos foram Florianópolis (52,3%), Natal (42,8%), Aracaju (40,3%), Campo Grande (36%), Teresina (27,9%), Porto Velho (27,1%), Vitória (24,6%), Belo Horizonte (22,8%), João Pessoa (22,2%), Macapá (13,2%) e Belém (12,7%).
A assessoria de imprensa do prefeito ACM Neto informa que, “apesar do aumento, aprovado no ano passado, ele ainda tem um dos menores salários do país”. Para o atual presidente da Câmara Municipal, vereador Paulo Câmara (PSDB), embora seja constitucional, o aumento foge do padrão. “Deveria haver um procedimento legal para corrigir o salário. Isso não vai mudar enquanto não houver mudança na Constituição.”
Curitiba tem o maior salário para prefeito
O maior valor bruto é de R$ 26.723,13, recebido em Curitiba (PR) por Gustavo Fruet (PDT) – igual ao teto nacional do subsídio dos servidores, que tem como referência o salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em seguida estão os salários de Edivaldo Holanda Júnior (PTC), prefeito de São Luís (MA), que recebe R$ 25 mil, e de Fernando Haddad (PT), prefeito de São Paulo (SP), que ganha R$ 24.117,62.
O menor é de R$ 13.964,94, pago no Rio de Janeiro (RJ) ao prefeito Eduardo Paes (PMDB).
Em Curitiba, Fruet fez um anúncio se comprometendo a doar 30% do que recebe a uma entidade ligada à Igreja Católica. Em Belo Horizonte, o reeleito Márcio Lacerda (PSB) diz que devolve parte do salário, no valor de R$ 4.350.
As prefeituras informaram que não há benefícios no cargo, visto que a lei veta remuneração acima do teto fixado pelas assembleias.
Salários pagos aos prefeitos das capitais brasileiras, conforme dados das prefeituras:
CapitalSalário em 2013*Aumento (em %)
CuritibaR$ 26.723,13
São LuísR$ 25.000
São PauloR$ 24.117,62
AracajuR$ 24.00040,3%
Belo HorizonteR$ 23.430,2422,8%
FlorianópolisR$ 22.292,3552,3%
João PessoaR$ 22.00022,2%
Porto VelhoR$ 21.00027,1%
Campo GrandeR$ 20.40936%
MaceióR$ 20.000
NatalR$ 20.00042,8%
PalmasR$ 19.040
MacapáR$ 19.249,0813,2%
GoiâniaR$ 18.460
VitóriaR$ 18.40024,6%
BelémR$ 18.038,1112,7%
SalvadorR$ 18.038,1073,4%
ManausR$ 18.000
TeresinaR$ 16.574,0227,9%
Rio BrancoR$ 16.437,40
FortalezaR$ 15.891,83
Porto AlegreR$ 15.503,58
Boa VistaR$ 15.000
RecifeR$ 14.635
CuiabáR$ 14.300
Rio de JaneiroR$ 13.964,94
*Valores da remuneração bruta, sem os descontos, fornecidos pelas prefeituras

Artigo Igor Lago: PDT – O partido do Lupi e do Manoel Dias?


“Depois de Lênin, veio a Burocracia. Tomou o comando do Partido, e deu no que deu a Revolução Bolchevique...; Brizola se foi. Veio a Burocracia. Tomou o comando do partido. Vamos agora reagir? Ou ficamos bestializados como chorões infantilizados lamentando a partida de Brizola?” – Gilberto Felisberto Vasconcelos,2007.

Por Igor Lago(*)
Nesta quinta-feira, 24/01/2013, assisti, atentamente, ao programa nacional do PDT. Participaram, além do onipresente e atual presidente nacional Carlos Lupi (que já ocupa o cargo há longos 8 anos e 7 meses), os senadores Cristovam Buarque e Acir Gurcacz; a presidente do Movimento de Mulheres Trabalhistas Miguelina Vecchio; o deputado federal André Figueiredo e, por suposto, o eterno secretário-geral Manoel Dias que, como se sabe, ocupa o cargo há, pelo menos, longos, longos, longos 13 anos.
Nada do fundador Alceu Colares (RS), do senador Pedro Taques (MT), do Osmar Dias(PR), dos deputados federais Miro Teixeira(RJ), Paulo Rubem Santiago(PE),  Paulinho da Força(SP), Antônio Reguffe (DF). Nada do ex-governador alagoense Ronaldo Lessa. Nada do bravo deputado estadual fluminense Paulo Ramos. Nada do atual ministro do Trabalho e Emprego Brizola Neto!
Exceto as intervenções do senador pelo distrito federal, preconizando a federalização da educação básica; do senador por Rondônia, que afirmou a luta pelo ensino integral, a qualificação profissional e contra a corrupção, assim como as palavras da representante do movimento de mulheres, o programa, em si, foi como outro qualquer, igual a muitos outros feitos por aí, com direito a efeitos especiais, gráficos, chamadas visuais e sonoras, sempre, claro, com a onipresença daquele que se comporta como o  “dono do partido”, o “chefe”, porém, algo bem distinto a um líder! Uma demonstração de um partido desfigurado, desenraizado, distante da sua história e do seu papel de vanguarda na sociedade brasileira. Um partido burocratizado e pautado pelas conveniências da política convencional, do fisiologismo, das negociatas por cargos, benesses e outras vicissitudes que o poder proporciona, além de desrespeitar às suas próprias lideranças regionais.
Suas palavras, e as do secretário geral, não apresentaram (nem podiam!) nada de novo. Só mais do mesmo, a chuva no molhado. Apresentaram os resultados eleitorais como algo inédito, excepcional, quando sabemos que são, a bem da verdade, uma repetição, uma mesmice. Há muitas eleições o PDT ocupa os primeiros 5-7 lugares, dentre os diversos partidos, em votação e/ou em cargos.
Repetiu os jargões: “a luta pelos direitos do trabalhador”; “a educação pública de tempo integral”, “o projeto de nação livre e independente”, etc. Quem acredita?
Um cidadão que geriu um ministério que, segundo a Controladoria Geral da União, foi o campeão de irregularidades em contratos com ONGs; protagonista de episódios hilariantes (Dilma, eu te amo!); de acúmulos de cargos de confiança; de uma viagem mal organizada ao Maranhão e sua malfadada tentativa de imputá-la a quem já não está mais aqui para defender-se (e pela qual responde por improbidade administrativa!); a forma com que saiu do ministério (por  recomendação do próprio Conselho de Ética da Presidência da República!) e, mais recentemente, ainda detentor de um cargo de confiança resultante do ministério que ocupara até 04/12/2011 tem, realmente, condições de ainda presidir um partido político?  
Imagino que o eterno secretário-geral e outros privilegiados da Burocracia consideram tudo isso normal. Mas, tenho certeza que não é o que pensa e opina a imensa maioria da sociedade brasileira, não é o que pensa todo e qualquer pedetista que honre a sua história e a memória de nossos fundadores.  Isto, a rigor, macula a imagem de um partido que se pretende transformador.
Pergunto como um partido com a história do PDT, tão rica, bonita, cheia de exemplos pessoais de retidão e caráter, herdeiro de um movimento político autóctone - o trabalhismo-, que se foi criando no dia-a-dia das lutas políticas primando, sempre, pelos valores do trabalho sobre os do capital, pelos valores da ética sobre os não-republicanos, chegou a essa realidade de ser um partido cartorial, burocratizado e, essencialmente, antidemocrático?
O Estatuto, feito para salvaguardar o nosso então líder maior e principal fundador – Leonel Brizola-, tão perseguido pelos adversários poderosos e autoritários (que ao voltar do exílio lhe tomaram a sigla de direito), é essencialmente centralizador na figura do presidente. Entretanto, os seus próprios autores deixaram itens que garantem os procedimentos democráticos e das boas práticas partidárias.
Leonel Brizola, presidente legítimo e inquestionável, lembrado, pejorativamente, como “o caudilho”, era, essencialmente, um democrata. O PDT sempre foi um partido de discussão, de debate, de profundo respeito por seus militantes que, hoje, ao lado dos nossos principais líderes têm enormes desafios, dentre os quais assinalamos:
1. Romper as amarras dessa Burocracia substituindo os atuais presidente e secretário-geral;
2. Democratizar o partido com o estabelecimento de eleições diretas, amplas, gerais e irrestritas para todos os regularmente filiados para todas as instâncias municipais, estaduais e nacional;
3. Democratizar o partido com a reforma do Estatuto para que, dentre outras questões, os dirigentes das instâncias municipais, estaduais e nacional tenham limitados os seus mandatos por 2 anos com direito a somente uma reeleição;
4. Democratizar o partido para que a sua gestão seja transparente em todos os aspectos, especialmente quanto ao Fundo Partidário que deve ser utilizado em benefício de todo o partido;
5. Democratizar o partido para que os seus Movimentos tenham ampla liberdade e autonomia condizente com o papel de vanguarda.
Ou reagimos até Março ou nos tornamos os bestializados e chorões infantilizados a lamentar a destruição de nosso partido!
Saudações Trabalhistas!
(*) Igor Lago - Ex-presidente da Comissão Provisória do PDT do Maranhão; Membro do Diretório Nacional do PDT; Membro do Comitê de Resistência Democrática Jackson Lago; Membro do Movimento Nacional de Resistência Leonel Brizola. Em 26/01/2013.





domingo, 20 de janeiro de 2013

O carnaval (de passarela) vai passar? A atualidade do documentário de 1994, editado por Murilo Santos





O CARNAVAL DE PASSARELA VAI PASSAR? - Documentário sobre a extinção do carnaval de passarela em São Luís do Maranhão, gravado em VHS.

Duração 10 min, 1994.
Direção, roteiro e produção: Ione Antonia Pereira Coelho Coelho e Ribamar Mendonça
Argumento: Eugenio Araujo
Câmera: Gilson Silva

Edição: Murilo Santos

Depoimentos de: Chico Coimbra, Léo Carnavalesco, Aldo Leite, Eugênio Araújo, Joel JacinthoMiguel Veiga, Samy do Cavaco, Gabriel Melônio, Ribão da Flor, Patativa. 



sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

NÃO À DEMISSÃO DO PROFESSOR AYALA GURGEL



Mais do que nunca, cresce a necessidade de se organizar um movimento em defesa da democracia na UFMA.

O autoritarismo da gestão Natalino não tem limites: formação de chapa para tomar a Apruma dos professores; apoio ostensivo às chapas que lhe interessavam para manter o DCE/UFMA sob seu controle; tentativa de enfiar goela abaixo a privatização do H.U;  calar qualquer crítica a sua administração... e por aí vai!

Eis, nesse contexto, a demissão do professor Ayala Gurgel.

A APRUMA está divulgando um abaixo-assinado contra essa ato arbitrário. 

Ecos das Lutas apoia e pede sua assinatura à petição on line. Assine aqui.

Abaixo, a nota da Associação dos Professores da UFMA sobre o caso e o texto em defesa do abaixo-assinado.

"                                                      NOTA APRUMA
      A partir de declarações feitas pelo professor WILDOBERTO BATISTA GURGEL (AYALA GURGEL), do Departamento de Filosofia, sobre indícios de  alterações de notas no sistema de controle acadêmico da Universidade Federal do Maranhão, a Administração Superior desta instituição, em vez de apurar possíveis irregularidades, deu inicio a um processo de perseguição política ao servidor, que culminou com a recomendação de DEMISSÃO por processo administrativo disciplinar.   
    A diretoria da APRUMA considera arbitrária a demissão do professor AYALA GURGEL, pela Universidade Federal do Maranhão, por desrespeitar o direito constitucional à liberdade de expressão, e coloca a Assessoria Jurídica à disposição do mesmo, bem como convoca a comunidade acadêmica e demais servidores públicos a participar de atos em defesa da categoria docente, do professor e contra qualquer ataque ou perseguição política que fere os princípios da liberdade e da democracia nesta universidade.

                                             Diretoria APRUMA"



Abaixo-assinado Contra a demissão do Professor Ayala Gurgel

Para:Ministério Público Federal; UFMA

A APRUMA se posiciona contra a DEMISSÃO ARBITRÁRIA do professor Ayala Gurgel e lamenta que pessoas sem conhecimento de causa divulguem informações inverídicas, injuriosas e caluniosas.
Mostre sua indignação e posicione-se contra esse ato demissional assinando a Moção de Repúdio abaixo:
(Saiba mais sobre essa demissão no site da APRUMA http://www.apruma.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=845:-em-favor-da-liberdade-de-expressao-e-contra-a-demissao-de-professor-na-ufma&catid=82:notas-da-diretoria)

Os signatários




quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Márlon Reis concorre ao troféu "Vassoura de Ouro"


Ano passado fizemos nossa parte e elegemos um ilustre maranhense para o troféu "Algema de Ouro", dedicado aos mais corruptos do Brasil. Venceu  o "nobre" José Sarney.

Façamos novamente nossa parte para eleger outro maranhense, agora dedicado ao COMBATE À CORRUPÇÃO, votando no Troféu "Vassoura de Ouro", o juiz de Direito Márlon Reis.

A votação é via Facebook, e você pode votar aqui.

Abaixo, confira texto sobre a premiação.


 

"O juiz de Direito Márlon Reis concorre ao prêmio “Vassoura de Ouro”, uma divertida forma de homenagear aqueles que se destacaram no combate à corrupção e à impunidade durante o ano de 2012. 
Quem elege o vencedor são os internautas, através de votação realizada pelo Facebook, na página do Troféu Vassoura de Ouro. Link da votação: http://www.facebook.com/questions/381242668631728/ 
Márlon Reis é juiz de Direito no Maranhão, foi um dos fundadores, em 2002, do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral. Entre 2008 e 2012 foi um dos líderes do processo de mobilização social que culminou com a aprovação e a declaração da constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa, da qual é um dos redatores. 
O prêmio será entregue em março próximo e os internautas poderão votar até o final de fevereiro. 
A iniciativa é inspirada e faz o contraponto ao "Troféu Algemas de Ouro", que elege o maior corrupto do país. Os candidatos, indicados pelas entidades Rio de Paz e Movimento 31 de Julho, são: 
Márlon Reis - juiz de Direito e um dos responsáveis pela conquista da Lei da Ficha Limpa
Joaquim Barbosa e Ayres Britto - Presidente e ex-presidente do STF 
Roberto Gurgel - Procurador-geral da República
Eliana Calmon - Ex-corregedora nacional de Justiça
Sepúlveda Pertence - Ex-presidente da Comissão de Ética da Presidência da República
Miro Teixeira - Deputado Federal
Randolfe Rodrigues - Senador
e participe."

A diferença entre "trabalho" e "capital"


Esses cartuns e outros bons textos, você encontra na página do jornal Brasil de Fato no Facebook.

Vale a pena curtir! 

Acesse aqui.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

A PENÚRIA DO SOCORRÃO E O SUPERSALÁRIO DA ADMINISTRAÇÃO

Franklin Douglas (*) 


Janeiro de 1997. Toma posse na Prefeitura de São Luís Jackson Lago (PDT), sucedendo a Conceição Andrade (então, filiada ao PSB). Diante da situação de caos administrativo, dívidas e estrangulamento dos serviços públicos, Jackson decreta emergência e reduz o próprio salário e de todos os seus secretários em 30%, até superar a situação de crise financeira. Decide realizar um recadastramento do funcionalismo municipal...
Janeiro de 2001. Reeleito, Jackson toca a gestão com seu vice, Tadeu Palácio - não há crise na Prefeitura (seria um contrassenso dizer que havia!) e os salários dos gestores ganham um bom aumento no início dessa administração...
Abril de 2002. O então vice-prefeito Tadeu Palácio (PDT) assume a administração municipal; Jackson se desincompatibiliza para disputar o governo do Estado. Do vinho para a água, a cidade entra, por decreto de Tadeu, em “estado de emergência” na limpeza e iluminação públicas, iniciando uma série de renovações de milionários contratos sem licitação com as empresas dessas áreas (Limpel, LimpFort etc); ante as dificuldades financeiras da Prefeitura, determina um recadastramento do funcionalismo municipal...
Janeiro de 2005. Tadeu reelege-se em 2004 e, tal como na reeleição de 2000, a Prefeitura parecia não ter problemas: bom para o salário do prefeito, que passa a ganhar R$ 19 mil, o maior do país! Nenhuma crise, nenhum recadastramento é anunciado: as secretarias superlotam de pessoal contratado como “serviços prestados”!
Janeiro de 2009. João Castelo (PSDB) assume seu mandato à frente da Prefeitura. Diante de um estrangulamento nas finanças da Prefeitura em torno de R$ 60 milhões e de uma alegada “herança maldita” deixada por Tadeu Palácio, o tucano determina um recadastramento do funcionalismo municipal e uma auditoria das dívidas deixadas pelo antecessor... nunca se soube no que deu tal auditoria. Uma vez mais, o recadastramento resultou em mais contratações de pessoal não concursado, os “serviços prestados”.
Castelo não reduziu em nenhum centavo o supersalário que sucedeu ao de Tadeu: R$ 25 mil!
Além disso, não se sabe, por exemplo, onde foram investidos os R$ 73 milhões dos convênios com o governo do Estado e os R$ 40 milhões destinados ao VLT... deixou a prefeitura em pior situação que a esposa, Gardênia Gonçalves (eleita prefeita em 1985), quando transmitiu o cargo a Jackson Lago, em seu primeiro mandato de prefeito, em janeiro de 1989 (Jackson transmitiu o cargo em 1993 a sucessora que escolheu apoiar, Conceição Andrade (1993-1996), que romperia com ele posteriormente).
Janeiro de 2013. Com a prefeitura afundada em dívidas, Edivaldo Holanda Júnior (PTC) assume prometendo, em seu discurso de posse, “uma administração moderna, transparente e eficiente”: mantém as 35 secretarias herdadas de Castelo; fraciona o pagamento do servidor municipal em três parcelas; decreta “estado de emergência” na saúde; não reduz um décimo de seu supersalário de R$ 25 mil mensais como prefeito; anuncia um recadastramento do funcionalismo municipal...
Não vem a público a quais fornecedores e quanto a cada um Castelo pagou nas últimas horas de sua administração, deixando à míngua os cofres da Prefeitura para o pagamento do funcionalismo ou a manutenção do Hospital Djalma Marques, o Socorrão I.
Nesse cenário, uma inusitada campanha de doação ao Socorrão é promovida por seu diretor-geral: a população é solicitada a doar alimentos para que os pacientes do hospital não passem fome...
Cara leitora, caro leitor, como ex-presidente do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA) e agente de mobilização que fui da equipe de Frei Betto na campanha contra a fome, tenho a plena convicção que ações emergenciais como essas são necessárias.
Só quem está lá na ponta do sofrimento, abandonado no corredor, sem assistência e comida, sabe a dor que está passando. Nesse sentido, é bem-vinda toda ação de solidariedade a ser despertada nas pessoas para com essa situação degradante a qual está submetido o ser humano. O problema é fazê-la sem atacar as causas estruturais que levam a essa realidade.
Pior: fazer a campanha transferindo à população o que é dever do Poder Público. Algo típico do “estado de mal-estar social” da ideologia neoliberal brasileira que transfere ao indivíduo a responsabilidade de suprir as mazelas dos serviços públicos, em vez de motivá-los à defesa de seus direitos, entre os quais de uma saúde pública, universal e de qualidade, custeada pelos impostos pagos pela sociedade.
Pior ainda: exigir um ato de doação de alguns quilos de alimentos do povo, alegando uma emergência transitória de insuficiência financeira, quando o gestor maior, o prefeito, não diminui em nada o seu escandaloso salário de R$ 25 mil. Para se ter noção, Holanda tem um salário maior que o do prefeito de São Paulo, a capital mais rica do país. Um quarto de apenas um mês do salário do prefeito pagaria toda a lista de alimentos pedida pelo diretor do Socorrão!!
Se quer começar bem, ao prefeito Edivaldo Holanda Júnior, tal qual como a mulher de César, o imperador romano, não basta ser honesto, tem que parecer honesto! A solidariedade solicitada aos governados deve iniciar pela austeridade do governante; deve começar pelo Palácio La Ravardière, pelo gabinete do próprio prefeito e de seus quase 40 secretários.
A responsabilização do ex-prefeito João Castelo deve ser levada aos tribunais. A auditoria da dívida de 500 milhões herdada deve ser transparente, ampla, geral e irrestrita! Do contrário, a penúria financeira do Socorrão se transformará na penúria política da gestão.


(*) Franklin Douglas - jornalista, professor e doutorando em Políticas Públicas (UFMA), escreve para o Jornal Pequeno aos domingos,  quinzenalmente. Artigo publicado no Jornal Pequeno  (edição 13/01/2013, página 16)