E assim segue a lógica social-liberal do governo: escancara-se o processo de privatização (da educação, da saúde...) e, depois, criam-se avaliações, rankings, selos de qualidade aos empreendimentos privados... que, mesmo reprovados, não são punidos, neste caso dos hospitais. Avaliar para quê, então?
Abaixo, o "ENEM" dos hospitais privados, agora avaliação da ANS (Agência Nacional de Saúde)... mais recursos e concursos para os hospitais públicos que é bom... nada!
E ainda, dos 42 hospitais iniciais voluntários a serem avaliados, nenhum é do Maranhão...
ANS vai testar indicadores de qualidade dos hospitais privados
O objetivo da medida, que entra em vigor neste mês, é dar ao usuário de plano de saúde um novo instrumento, com critérios objetivos, para conhecer o desempenho do produto; fase inicial testará 42 unidades voluntárias em todas as regiões do País.
FERNANDA BASSETTE - O Estado de S.Paulo
A partir deste mês, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) vai testar indicadores de qualidade dos hospitais privados do País. Nos primeiros seis meses, a participação é voluntária. A partir do segundo semestre, a medida será obrigatória para todos os hospitais que pertencem à rede dos planos e continuará opcional para os demais.
Segundo Bruno Sobral, diretor de desenvolvimento setorial e diretor interino de normas e habilitação de operadoras da ANS, o objetivo é dar ao usuário de plano de saúde mais um instrumento, com critérios objetivos, que torne possível avaliar a qualidade do produto.
"A ideia é criar um índice, um gráfico de fácil leitura, para que os dados sejam mostrados ao consumidor de forma clara e simples", afirma Sobral.
Segundo a Federação Brasileira dos Hospitais (FBH), há 6.690 hospitais no País, sendo 4.548 particulares e 2.142 públicos. Não há dados sobre a quantidade de hospitais que pertencem às operadoras de saúde, mas estima-se que sejam 20% do total.
A fase de testes, que vai de janeiro até junho, contará inicialmente com 42 hospitais voluntários de todas as regiões. Entre eles, 13 ficam no Rio de Janeiro, 18 em São Paulo, 5 em Minas Gerais, 2 no Rio Grande do Sul, 1 no Espírito Santo, 1 em Santa Catarina, 1 na Paraíba e 1 no Distrito Federal. Desses, 19 pertencem à rede própria dos planos e 23 são independentes.
A ANS e as operadoras de planos de saúde definiram, durante cerca de um ano, os 26 indicadores de qualidade - divididos em seis áreas que vão avaliar, por exemplo, níveis de infecção, taxas de mortalidade cirúrgica e neonatal, taxas de ocupação operacional, tempo de espera em urgência e emergência, entre outros itens que deverão atestar a qualidade do atendimento (mais informações nesta página).
Os dados serão coletados mensalmente por meio de uma ficha técnica de cada unidade. Depois, serão agrupados por tipos de hospitais que sejam comparáveis: unidades que tenham o mesmo tamanho e que trabalhem na mesma área. "Não adianta, por exemplo, compararmos os índices de infecção de uma maternidade com um hospital geral de emergências", explica.
Os dados ainda serão agregados em um banco de dados e passarão por uma auditoria para que não haja distorções. Após todas essas etapas, serão divulgados para a sociedade. A previsão é de que isso ocorra no segundo semestre. "Por enquanto, estamos na fase de avaliação controlada para aperfeiçoarmos a metodologia", diz Sobral.
Selo. Com base nos resultados dos indicadores, a ANS vai criar um selo de qualidade (identificado pela letra Q) que será colocado ao lado do nome do hospital no livro de prestadores que as operadoras de saúde entregam aos clientes e também no site.
Só terá direito ao selo o hospital que atingir uma nota mínima de qualidade. O hospital que não alcançar essa meta, no entanto, não receberá nenhum tipo de punição da ANS.
"Não vamos punir, a não ser que seja detectada alguma coisa muito fora do comum. Mas aí a gente encaminha para a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) tomar providências. A nossa ideia é estimular a busca por qualidade entre as operadoras", afirma o diretor da ANS.
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