quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

A exemplo dos estudantes de Políticas Públicas e de Direito, Pós de Ciências Sociais também manifesta apoio à luta pela residência estudantil



MANIFESTAÇÃO DE APOIO ÀS REIVINDICAÇÕES POR RESIDÊNCIA NO CAMPUS E PARTICIPAÇÃO ESTUDANTIL NA UFMA - ESTUDANTES DO PROGRAMA DE PÓS – GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS

Ao Magnífico Reitor da Universidade Federal do Maranhão
Prof. Natalino Salgado.
Nós, estudantes do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, apoiamos a luta dos moradores das Residências Universitárias – REUFMA, CEUFMA e LURAGB, mobilizados em torno dos seus direitos à moradia no Campus Universitário do Bacanga.
Afirmamos a legitimidade e o interesse coletivo da demanda e apoiamos o ato corajoso – e até mesmo sacrificante – dos nossos colegas estudantes em evidenciarem a repulsa causada a todos nós, também estudantes, aos atos autoritários e de legalidade e transparência duvidosas cometidos por essa Reitoria.
Causa-nos indignação e revolta a decisão dessa Reitoria e de seu Colegiado em compulsoriamente desviar a finalidade do prédio construído para residência universitária, violando o direito à moradia dos estudantes no interior do campus dessa Universidade e contrariando Termo de Ajuste de Conduta firmado entre essa Universidade e o Ministério Público Federal, em 2007.
A centralização da administração dessa Universidade, em dois mandatos do prof. Natalino Salgado, é notória, tanto é que as próprias Pró-Reitorias não tem autonomia, iniciativa e poder para resolver questões inerentes as suas pastas. É uma enorme contradição destinar o prédio da Casa dos Estudantes para a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis que, sequer, teve iniciativa, poder ou autonomia para encaminhar um assunto de sua competência.
Causa-nos maior terror, verificar a insensibilidade dessa Reitoria e de seu Colegiado, bem como a intransigência de reconsiderarem suas decisões que desrespeitam Termo de Ajuste (com força executória judicial), violam direitos humanos, sociais e a dignidade de alunos. Estes, consabidamente, enfrentam uma realidade de desolamento social no Estado do Maranhão para terem acesso a uma educação que deveria empoderá-los e ajudá-los a combater a injustiça social para si, para as sociedades maranhenses e suas futuras gerações.
Todos nós, estudantes, não aceitamos permanecer confinados em espaços superlotados e impróprios para moradia dos que deixam suas cidades e familiares para realizarem o sonho de adentrarem uma universidade pública federal.
Envergonha-nos precisar contar com o apoio de moradores solidários das comunidades do entorno - para o fornecimento de água, alimentação aos finais de semana e abrigo - porque não podemos contar com a assistência que nos deveria ser garantida, por direito, pela administração dessa Universidade.
Sensibilizados, lembramos da coragem dos acadêmicos de Ciências Sociais, Turismo e Ciência da Computação que, ao iniciarem greve de fome em prol da nossa causa coletiva, foram capazes de canalizar para as dores de suas próprias carnes a luta por uma moradia digna para todos os estudantes dessa universidade.
Manifestamos, desde já, a nossa preocupação com suas vidas, saúde, moradia e clamamos pela assistência imediata aos nossos colegas Josemiro Oliveira, Daniel Fernandes e Rômulo Santos.
Desde já, manifestamos não apenas a nossa solidariedade, mas deixamos consignada a nossa comunhão de objetivos e a nossa união pela mesma causa que, incessantemente, ajudaremos a propagar.
Deixe-se claro que não serão aceitos conluios com o IPHAN ou governo do Estado para a ocupação de casarões históricos alugados que, além de estarem situados fora do campus, estão tão abandonados que precisam de reformas e manutenções onerosas, as quais não devem jamais ser custeadas pelo recurso público dessa Universidade em favor de proprietários/locadores.
Cansados de reuniões, diálogos autoritários, desvios de finalidade pública na gestão do espaço, falta de transparência em obras públicas e promessas não cumpridas e, em nome dos estudantes em greve de fome há quase 10 dias, manifestamos o nosso repúdio ao atual estado de gestão da nossa Universidade.
Declaramos com todas as letras: não aceitamos hoje tal quadro e nem aceitaremos amanhã essa postura pouco dialógica, insensível, pouco transparente e punitiva às expressões opositoras.
Ressaltamos que as entidades representativas dos estudantes e dos docentes, DCE, Grêmio do COLUN, coordenações das Casas Estudantis e APRUMA, tem o dever de se colocarem na luta em favor dos direitos de todos os estudantes.
Portanto, afirmar que o movimento é dessas entidades é uma atitude leviana que exemplifica mais um ato de autoritarismo e arrogância daqueles que não toleram uma universidade que inclua os setores populares em seu quadro discente.
Por nossa própria iniciativa, por solidariedade a uma causa que é de todos nós e indignação coletiva, deixamos claro que, a partir de agora, e muito mais do que anteriormente, levantamos nossas bandeiras de insatisfação contra as medidas autoritárias tomadas ao longo dos anos, e, ao mesmo tempo, exigimos transparência nas contas públicas e participação dos discentes nas decisões sobre a ocupação e gestão dessa Universidade.
No aguardo de uma postura dialógica e sensível à gravidade dos fatos, nos unimos às centenas de vozes que conclamam a essa Magnífica Reitoria: devolva a Casa dos Estudantes no campus!
Atenciosamente,

Alunos e alunas do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFMA
São Luis, 04 de dezembro de 2013

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