domingo, 24 de maio de 2015

UMA OUTRA UFMA É POSSÍVEL


Por Franklin Douglas(*)


Vivemos na UFMA um dos mais atrasados processos de escolha para reitor. Do outro lado, mesmo com engessadas regras e meteórica dinâmica de campanha, nunca a mudança esteve tão próxima da vitória na Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
A UFMA está a poucos dias de repetir o exemplo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde as forças da mudança impuseram uma derrota ao projeto conservador de universidade, elegendo Roberto Leher –reitor e Denise Nascimento – vice-reitora.
É verdade que lá a eleição deu-se em dois turnos; o voto foi paritário (cada segmento pesando 1/3 na consulta); e houve um grande tempo de campanha e debates em todos os centros de estudos.
É certo que, aqui, temos uma das poucas instituições federais de ensino superior que mantém essa fórmula cujo peso do voto do professor equivale a 70%, o dos técnicos-administrativos, 15%, e o do estudante, 15%; também trata-se de um só turno para o sufrágio; e de APENAS 12 DIAS ÚTEIS DE CAMPANHA.



Quem tem medo do debate turma a turma com os estudantes? Quem teme a discussão com os professores nas reuniões dos cursos? Quem tem medo dos debates organizados nos Centros?
Eis o fio condutor da derrota das candidaturas da atual administração: não sustentam o debate sobre a situação a UFMA atualmente.



Não explicam as normas de progressão docente pelas quais é praticamente impossível um professor pesquisador ascender em sua carreira acadêmica na instituição fora da burocracia administrativa.



Não conseguem convencer os alunos sobre os “avanços” de uma fila de uma hora a uma hora e meia no Restaurante Universitário, quando bastaria descentralizar as unidades do R.U. Sobre a falta de segurança que reina no campus. A falta de política para assistência estudantil aos alunos que vêm das demais cidades. Não justificam porque a UFMA cresceu com o REUNI sem ter se desenvolvido. Prédios, prédios e mais prédios, inacabados, incompletos, mal feitos... basta o tempo de chuvas para ver tudo alagar.





Não seduzem, para além do assédio moral, os técnicos administrativos em educação e os funcionários do Hospital Universitário. Não explicam por que não implementaram as 30 horas de jornada de trabalho dos técnicos, nos últimos oito anos de gestão.




Em cada campi do continente (Bacabal, Balsas, Codó, Chapadinha, Grajaú, Imperatriz, Pinheiro, São Bernardo), suas promessas de mais “avanço” retomam as mesmas feitas quatro anos atrás e há oito anos e não que se concretizaram. Campi cuja realidade é de uma expansão precarizada. A que trouxe pobres, negros e indígenas para a universidade, mas não deu a eles as condições para concluir seus cursos.
É este o debate que toma conta da UFMA e da comunidade universitária.
Para aflição da Administração e suas candidaturas, o tempo exíguo de campanha tem sido utilizado com maestria pelos candidatos de fora de seu arco de apoio.
Eis a justificativa para o mais virulento ataque a uma das candidaturas, por meio de um texto apócrifo, distribuído nas redes sociais a partir perfis falsos.



Eis o porquê de, em dois de dias, uma meia dúzia de mentiras desferidas contra as candidaturas do MUDe: que vai fechar os cursos de Medicina, em Pinheiro, e BCT, em São Luís; que é contra o Reuni; que vai perseguir os técnicos do Hospital Universitário, se vencer; que a candidatura é da APRUMA e de partidos. O desespero é tamanho que fizeram uso ilegal da máquina administrativa em prol de sua candidata, utilizando o banco de dados da UFMA (o sistema SIGAA) para enviar carta de apoio do reitor a sua candidata. Mesmo banco de dados que foi negado às demais candidaturas...
Enfim, os mesmos métodos do sarneismo que foram utilizados contra as oposições no ano passado, e que não deram certo, agora usados na UFMA.


A mesma candidata que acusa o MUDe de partidário apresenta-se com o apoio de petistas como Raimundo Monteiro (defenestrado da chapa majoritária ao Senado por determinação da justiça por ser ficha suja), de comunistas do PCdoB e do petecista Edivaldo Holanda. Querem fazer na UFMA o mesmo "avanço" que o prefeito Holanda Júnior tem feito na cidade de São Luís... Qual é a candidatura amarrada a partidos, cara pálida??
O desespero está grande!

TODAS AS CANDIDATURAS FORA DO AUTORITARISMO CRESCEM NA CAMPANHA NA UFMA! Daí o temor da derrota.

E a candidatura que mais cresce é justamente aquela que vai ao fundo da questão: ou prevalece a Democracia na UFMA ou se mantém o autoritarismo na instituição.
Por isso o PARTIDO DA DEMOCRACIA NA UFMA, o MUDe, incomoda tanto o PSAL, o Partido do Salgado.
O MUDe constituiu em torno de Antonio Gonçalves e Marise Marçalina a mais ampla unidade das distintas correntes teórico-ideológicas presentes na UFMA porque soube colocar em primeiro plano a luta democrática na instituição.



O que une um ex-reitor, Fernando Ramos, três candidatos à reitoria em eleições passadas, como Francisco Gonçalves, Sirleane Paiva e Cláudia Durans, professores com engajamentos políticos distintos na sociedade, mas perfilados pela alternância de poder na UFMA, como Berenice Gomes, Mary Ferreira, Ilse Gomes, Arlete Borges, Wagner Cabral, Flávio Reis, Horácio Antunes, Saulo Pinto, Paula Francinete, e tantos e tantos docentes, técnicos e estudantes? 
Aqui a resposta: A LUTA PELA DEMOCRACIA NA UFMA. A CONVICÇÃO QUE É POSSÍVEL REPETIR NA UFMA O EXEMPLO ROBERTO LEHR DA UFRJ!
No dia 27 de maio, comunidade universitária, às urnas, na certeza de que O SONHO DE QUE “UMA OUTRA UFMA É POSSÍVEL”!!

(*) Franklin Douglas - jornalista e professor, doutorando em Políticas Públicas pela UFMA.

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