segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Presidência do Senado coloca Sarney no olho do furacão (XV)

Se no estudo de outros idiomas, como inglês ou espanhol, aprendemos sobre o "falso combinado" - expressão que parece igual em nosso lingua, mas não é... -, talvez tenhamos que importar essa "regra" para a política. É a melhor forma de entender a declaração de Lula sobre Sarney: "A presidência do Senado não é problema meu"...

Aparentemente o presidente Lula parece distanciar-se de Sarney, mas é só um "falso combinado". Isso se o combinado não for de verdade, com o perdão do trocadilho em piada numa situação tão séria.


Mas o fato é: pela primeira vez Lula perde uma em sua passagem pelo Planalto. Mesmo com seu apoio, Sarney já era. Como já disse aqui, a exposição negativa da velha oligarquia começa a se refletir em pesquisas locais, onde a candidatura à reeleição de sua filha - a governador biônica Roseana Sarney, pela primeira vez, patina abaixo dos dois digitos nas sondagens. Já é uma candidatura nati-morta, a ponto de setores da oposição maranhense já sonharem em dividir entre si as duas vagas do segundo turno...

Semana decisiva para o futuro de Sarney. De duas, uma: ou renuncia ou se cristaliza como um moribundo político. As duas possibilidades mostram sua fragilidade. Bom para a luta maranhense!

Blogue do Noblat
SARNEY PERDEU

Recomenda-se prudência com a informação vazada por gente do governo de que o senador José Sarney (PMDB-AP) admite renunciar à presidência do Senado.

Está abatido e preocupado com a saúde da mulher. Até pode ser. Mas entre dezembro último e janeiro, ele jurou três vezes a Lula que não seria candidato a presidente do Senado. E acabou sendo.

Quando começou a ser alvo de graves denúncias, Sarney jogou na mesa carta parecida. Ameaçou se licenciar do cargo. O governo entrou em pânico.

Marconi Perillo (PSDB-GO), o vice-presidente, assumiria o lugar de Sarney enquanto durasse a licença.

Lula detesta Perillo que o alertou sobre o mensalão antes do mensalão virar escândalo – e saiu por aí dizendo que o alertara.

Se Sarney renuncia, Perillo terá só 15 dias para comandar o processo de escolha do sucessor dele.

Ainda assim Lula prefere Sarney onde está, do jeito que está, a qualquer outro nome.

Na semana passada, provocado por repórteres e interessado em se livrar de perguntas sobre seu apoio a Sarney, Lula disse que nada tinha a ver com a crise do Senado.

Nada tinha a ver com a eleição de Sarney pelo Amapá para o Senado, muito menos para a presidência do Senado. No dia seguinte, voltou a defender Sarney.

Na verdade, Lula só quer ser deixado livre para tentar salvar o aliado.

Pouco se lhe dá que Sarney esteja coberto de lama da cabeça aos pés. E que caso sobreviva passe a funcionar como um pato manco na presidência do Senado.

Melhor para Lula governar com um presidente do Senado fraco e credor de sua ajuda.

O PMDB de Renan Calheiros jamais esquecerá que Lula socorreu Sarney no momento mais difícil da trajetória política dele. Lula terá reafirmado sua condição de parceiro confiável. A eleição de 2010 é logo ali.

A saúde de José Alencar, o vice-presidente, talvez o impeça no próximo ano de substituir Lula em suas ausências. Michel Temer (PMDB-SP), presidente da Câmara, não poderá fazê-lo a partir de abril porque é candidato a vice de Dilma Rousseff ou à reeleição.

A vez será do presidente do Senado. Ora, haverá algo que possa simbolizar mais fortemente o entendimento em curso entre PT e PMDB para a eleição de Dilma do que a figura de Sarney sentado na cadeira de Lula?

Seria um esplêndido fecho para a biografia do próprio Sarney.

Ele apanhou como cão vadio de Lula e de Fernando Collor durante a eleição presidencial de 1989 – a primeira pelo voto direto depois de 21 anos de ditadura militar.

Desceu a rampa do Palácio do Planalto certo de que seria vaiado – não foi. Havia legado a Collor, o presidente eleito, uma inflação mensal de 80%.

Vinte anos depois estaria de volta ao palácio e festejado por aqueles que o apedrejaram antes.

Em sua defesa, Sarney disse que a crise era do Senado, não dele. A afirmação ainda fazia algum sentido na época em que foi feita. Não faz mais.

No princípio, o que se viu foi a exposição das mazelas do Senado. Há outras escondidas. Mas de algum tempo para cá o que se vê é a devassa dos negócios da família Sarney e de um modo de fazer política que se apropria do público em benefício do privado.

Sarney virou a bola da vez. E por culpa dele e de mais ninguém.

Foi candidato a presidente do Senado imaginando livrar seu filho Fernando de investigações da Polícia Federal. O que fez Fernando em matéria de negócios suspeitos se voltou contra o pai.

Agora é o filho que pressiona Sarney a renunciar à presidência do Senado. Uma vez fora dali, calcula Fernando, ele, a família e o próprio Sarney serão deixados em sossego.

De fato, a mídia costuma esquecer os que caem. Prevalece o sentimento de que não se deve espezinhar quem caiu.

Resta saber o que pesará mais – se o orgulho de Sarney ou a conveniência da família.

O orgulho empurrará Sarney para uma guerra que já perdeu – mesmo que se mantenha na presidência do Senado, o que parece improvável. A conveniência o cobrirá de vergonha.


O Estado de São Paulo
Crise piora e senadores ameaçam boicotar Sarney até a renúncia

Na volta do recesso parlamentar, a partir de hoje, senadores vão pressionar para que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), deixe o cargo até quarta-feira pela manhã, antes da reunião do Conselho de Ética que analisará onze ações contra o parlamentar. Caso Sarney resista, entrará em cena um movimento de boicote nas sessões presididas por ele.

Amigo de Sarney, ex-ministro no seu governo e companheiro de Academia Brasileira de Letras (ABL), o senador Marco Maciel (DEM-PE) será um dos integrantes do grupo escalado para convencer o presidente do Senado a abrir mão do cargo. Maciel terá a missão de explicar a Sarney o risco de constrangimento que sofrerá em plenário se insistir em permanecer no comando do Senado.

Procurado ontem pelo Estado, Maciel confirmou as conversas com seus colegas, mas evitou qualquer previsão. Na avaliação dele, o dia decisivo para a crise será amanhã, quando a maioria dos parlamentares estará presente em Brasília.

"Conversei com alguns senadores, mas tudo informalmente", contou. "Não falei com o presidente Sarney. Nada se materializou ainda. Não tenho nada a declarar, é preciso sentir o clima até terça-feira."

Senadores contrários a Sarney articulam um boicote nas sessões em plenário caso ele fique na presidência e o Conselho de Ética arquive as cinco representações e seis denúncias protocoladas - referentes a nepotismo, envolvimento em atos secretos e desvio de recursos da Petrobrás pela Fundação José Sarney."

Não terá como fazer votação. O presidente Sarney vai perceber isso", disse Cristovam Buarque (PDT-DF). "Não é golpe. É um direito nosso de não ir às sessões. Um desconhecimento à autoridade do senador. Ele não tem mais condições de continuar." (leia mais aqui)


Jovem Pan
OPOSIÇÃO DÁ COMO CERTA RENUNCIA DE SARNEY

Ouça aqui

Folha On Line
Fundação Sarney é acusada de novo desvio

HUDSON CORRÊA
RODRIGO VARGAS

Documentos do Ministério Público Estadual apontam suposto desvio de dinheiro do governo do Maranhão pela Fundação José Sarney em 2004, quando a entidade recebeu R$ 960 mil do Estado.

A suspeita recai sobre uma empresa de instalação elétrica chamada Quintec que, segundo o Ministério Público, recebeu R$ 48,5 mil da fundação, ou seja, parte do dinheiro repassado pelo governo.

O endereço da Quintec é o da casa da pedagoga Conceição de Maria Martins Pereira, vice-presidente da Abom (Associação dos Amigos do Bom Menino das Mercês), entidade que tem o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), como "presidente de honra e perpétuo". Sarney também é presidente vitalício da fundação que leva seu nome e foi criada para abrigar o acervo da carreira política e pessoal dele, mas nega ter responsabilidade sobre ela.

Na casa em que funcionaria a Quintec, uma moradora informou que não há no local nenhuma empresa. Conceição não estava no local.

José Carlos Sousa Silva, presidente da Fundação José Sarney, não quis falar com a reportagem. Em nota divulgada nesta semana, ele negou irregularidade nas contas da entidade. (leia mais aqui)

2 comentários:

Leo disse...

Acho que você está completamente enganado: As podridões dos senadores que estão mentindo sobre Sarney e sua família estão sendo descobertas.. .já as mentiras que formularam contra Sarney estão senfo todas desmentidas.. quer um exemplo? Nesse link vc pode ver: http://colunas.imirante.com/mariocarvalho/2009/08/03/por-que-o-ministerio-publico-nao-diz-nada-sobre-os-bilhoes-gastos-com-fundacoes-por-ze-reinaldo-e-jackson/

Anônimo disse...

Acho que você está completamente enganado: As podridões dos senadores que estão mentindo sobre Sarney e sua família estão sendo descobertas.. .já as mentiras que formularam contra Sarney estão senfo todas desmentidas.. quer um exemplo? Nesse link vc pode ver: http://colunas.imirante.com/mariocarvalho/2009/08/03/por-que-o-ministerio-publico-nao-diz-nada-sobre-os-bilhoes-gastos-com-fundacoes-por-ze-reinaldo-e-jackson/