domingo, 21 de agosto de 2011

De malas prontas...




CGU: 100 % dos convênios do Turismo são irregulares

Fábio Fabrini, O Globo
Quem pagaria R$ 187,5 mil, dinheiro suficiente para comprar sete carros populares, pela elaboração de uma página de relatório? Em tempos de "fazer mais com menos" na administração pública, foi quanto o Ministério do Turismo repassou, num de seus contratos, à Fundação Universa - cujo coordenador de projetos e presidente da Comissão de Licitações, Dalmo Antonio Tavares Queiroz, foi preso na Operação Voucher, da Polícia Federal.
A história é só uma entre dezenas apontadas em relatórios da Controladoria Geral da União (CGU), fruto da balbúrdia administrativa e da falta de fiscalização sobre a aplicação de verbas transferidas a prefeituras e entidades sem fins lucrativos.
Sob a gestão de quatro ministros e três partidos (PTB, PT e PMDB), a pasta já usou recursos do contribuinte para bancar estudos com trechos copiados da internet, festas cujos convites são vendidos ao público e até anúncios de operadora privada de turismo em jornais.
Um relatório concluído ano passado mostra que muito disso poderia ser evitado, caso o ministério apreciasse as prestações de contas obrigatoriamente apresentadas por seus conveniados em tempo hábil e com rigor. A CGU examinou 1.644 convênios, cuja vigência se encerrou até 31 de outubro de 2009, e constatou que todos estavam há mais de 60 dias pendentes de análise, contrariando normas da Secretaria do Tesouro Nacional (STN).
É justamente o parecer sobre as contas que bloqueia, em caso de irregularidades, o repasse de mais dinheiro para entidades suspeitas. A demora salvaguarda os responsáveis para continuar contratando com a pasta e, não raro, praticando fraudes.

Ala do PMDB aconselha Novais a entregar ministério

ANDREZA MATAISFolha On Line - De Brasília


O ministro do Turismo, Pedro Novais, foi aconselhado na semana passada por colegas do PMDB a entregar o cargo para evitar desgastes ao partido diante da série de denúncias que atingem a pasta.
Esse grupo avalia que Novais já foi tragado pelos escândalos e que o fato de não contar com apoio do Palácio do Planalto --ele até hoje não foi recebido pela presidente Dilma Rousseff em audiência-- tornam sua situação irreversível.
"Para ter um ministério sem força e fraco é melhor que entregue o cargo", afirmou o deputado Genecias Noronha (PMDB-CE).
Folha apurou que entre os caciques do partido na Câmara a avaliação é de que o ministro só não entregou a carta de exoneração ainda a pedido do líder do partido, Henrique Alves (RN), um dos fiadores da indicação de Novais para o ministério.
Novais tem afirmado a interlocutores que vai seguir o que o partido determinar.
A próxima terça-feira (23) é considerada uma data decisiva para a permanência do ministro no cargo. Ele será ouvido pela Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado. Os senadores costumam ser mais duros que os deputados nos seus questionamentos. Além disso, na Câmara o ministro estava acompanhado do "padrinho" Henrique Alves.
Dirigentes do partido afirmaram que Novais estaria inseguro quanto a esse depoimento no Senado. A Folha apurou que ele chegou a fazer um treinamento de mídia desde que os escândalos atingiram a pasta.
Folha revelou no sábado (20) que uma emenda de R$ 1 milhão do então deputado Pedro Novais vai beneficiar uma empreiteira-fantasma no município de Barra do Corda (MA), sem potencial turístico. O valor já foi todo empenhado. Apesar disso, a obra não foi informada ao Crea (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura) do Maranhão e o engenheiro que aparece como responsável disse à Folha que nunca ouviu falar na empresa.
Reportagem publicada neste domingo informou que a pasta destinou R$ 352 mi a cidades que não têm turistas.
Há duas semanas, a Polícia Federal deflagrou a Operação Voucher, que prendeu servidores do ministério, entre eles o número dois da pasta, o ex-secretário-executivo Frederico Costa, sob acusação de participarem de esquema de desvio de dinheiro público por meio de uma ONG.
Novais defendeu o assessor preso em depoimento na Câmara semana passada. "A escolha dele para o cargo foi feita por mim, até porque ele era a pessoa disponível que mais conhecia os trâmites da relação entre o Turismo e o Planejamento." Frederico, porém, foi exonerado do cargo na sexta-feira (19).


Blog do Josias de Sousa
Presidente da OAB pede saída do ministro do Turismo




O presidente da OAB, Ophir Cavalcanti, veio à boca do palco neste domingo (21) para defender a saída de cena do ministro pemedebê Pedro Novais (Turismo).



"Há um comprometimento muito forte do ministro do Turismo com a estrutura do ministério que está contaminado. O ideal seria que ele se afastasse do cargo", disse.

A manifestação chega no rastro da revelação de que uma emenda de Novais injetou R$ 1 milhão do Turismo em negócio firmado com uma construtora-fantasma.

Foi reaberta em Brasília a temporada de apostas: quanto tempo resistirá Novais?

A vida como ela é...

Franklin Douglas

 
                       A VIDA COMO ELA É...
São os números das pesquisas do IBGE, do IPEA e os índices sociais sistematizados via IDH ou através do Índice de Exclusão Social, do professor José Lemos, geralmente os dados sociais mais utilizados pelas oposições para fazer chegar à opinião pública local e nacional a realidade sofrida do povo maranhense. São apresentados a fim de demonstrar e comprovar o fracasso da família Sarney na sua gestão e projeto para o desenvolvimento do Maranhão.
Desses dados, extrai-se, por exemplo, o conhecimento de que o Maranhão é o estado que possui a maior parcela da população vivendo com R$ 70,00 mensais. Setenta reais por mês! É o que um milhão e setecentos mil maranhenses têm para gastar em sua sobrevivência. O que, num único fim de semana, um casal de namorados ou uma pequena família de classe média gasta em lazer nos cinemas da capital, em uma única sessão, equivale ao que 25% dos seis milhões e meio de maranhenses têm para sustenta-se o mês todo.
Extrema pobreza que revela a falta de estrutura e de oportunidades no Maranhão: apenas 12% dos domicílios têm esgotamento sanitário; somente 25% dos lares são alcançados por coleta de lixo; 45% dos trabalhadores maranhenses são informais ou não têm a carteira de trabalho assinada; maior taxa de analfabetismo funcional do País (em torno de 40%); segunda pior taxa de mortalidade infantil (36 crianças mortas a cada mil nascidas); dos 20 municípios com menor renda média do Brasil, 14 são maranhenses...
A esses dados macroeconômicos que servem ao embate político da luta social maranhense, apreciemos os dois seguintes:
(1) Abra diariamente os principais jornais da cidade e, com atenção, observe a quantidade de comunicados do cartório de protestos. Em letras pequenas, são quase 600 protestos de dívidas não pagas. Elas são em 80% de pequenas dívidas (de R$ 150,00 a R$ 400,00) junto a Lojas Gabryella.
É a vida como ela é ao andar de baixo: capacidade de endividamento estrangulada, falta de emprego e comércio de varejo já sofrendo as consequências da estagnação econômica maranhense por falta de política governamental. Só não está pior porque o Bolsa Família contém a explosão social na periferia.
Essa situação sequer é fruto da crise econômica mundial. Essa, para constatá-la, não precisa ler os comunicados de protestos nas páginas dos jornais, basta conferir a quantidade de navios ao longo de nossas praias... de superior a 30, já mínguam para menos de 20...
(2) Agora, abra as páginas policiais. Lá, a cidade que só o "Monstro Souza" de Bruno Azevedo tem noção. Wellington Rabello, da equipe do Jornal Pequeno, sintetizou os dados: o mês de julho de 2011 terminou  com 68 mortes, entre homicídios e latrocínios (roubo seguido de morte). Já é o mês mais violento do ano; Cidade Olímpica, Bairro de Fátima e Pirâmide estão entre os bairros mais violentos; dos 68 assassinatos, 46 foram com uso de arma de fogo, 16 com arma branca (faca, geralmente) e 06 com outros meios (tipo espacamento, uso de madeira ou pedra, estrangulamento).
No dia-a-dia da periferia, a falta de segurança, o tráfico de drogas, o assalto, a violência. Não há a quem pedir socorro. Novamente, é o andar de baixo que mais sofre com a falta de política de segurança pública.
Aos macrodados gerais e “frios”, somam-se esses microdados “quentes” que personificam em gente de carne e osso a dureza da vida cotidiana das classes subalternas de nosso estado.
Essa realidade não é conseqüência de “terras [que] não são boas, além de não termos nenhuma riqueza mineral, baseando toda sua economia tradicional numa atividade mercantil e agrícola de subsistência”, como tenta ludibriar a inteligência do País o oligarca José Sarney, em resposta à Folha de São Paulo sobre o atraso do Maranhão.
Essa realidade é consequência de uma concepção mandonista, patrimonialista e clientelista de gestar a coisa pública. É fruto de opções governamentais que desprezam o povo.
Veja, caro leitor, cara leitora, o exemplo da Via Expressa, obra de uma via às pressas mais para ligar os shoppings da família (do Tropical e Jaracaty ao shopping da Ilha, passando pelo shopping São Luís - todos com negócios da família Sarney-Murad), do que melhorar o trânsito da cidade. Se os 107 milhões de reais que serão gastos para construí-la fossem destinados à conclusão dos apartamentos do PAC do Rio Anil, ao invés de 560, teríamos todos os 2.500 apartamentos previstos entregues aos palafitados da Liberdade, uma ação de impacto social e urbanístico na área.
Mas o que prioriza a governadora Sarney? Ela prefere o marketing de “tocadora de obras” em torno de uma estrada do que ajudar seu povo sofrido que mora sob palafitas, onde a mesma água onde se defeca, serve para tomar banho, cozinhar e beber. Eis a origem dos dados relatados no início deste artigo.
Entende-se a opção pelo asfalto ao invés do povo. Pudera! Nas palafitas da Liberdade não mora nenhuma família Sarney-Murad.


Franklin Douglas, jornalista e professor, escreve para o Jornal Pequeno
aos domingos, quinzenalmente

Artigo publicado no Jornal Pequeno (edição 21/08/2011 - página 04).

sábado, 13 de agosto de 2011

Via da amargura. A vida como ela é. Super Max Barros - Abaporu seis na net!



Coluna Abaporu
Criação coletiva




VIA DA AMARGURA
Perdeu, João, perdeu!
Se fosse na gíria das classes populares, seria assim que a oligarquia zombaria do prefeito João Castelo em relação à Via Expressa.
A pá de cal foi a pesquisa da Escutec: 84% desaprovaram a ação do prefeito em embargar a obra roseanista. Nem precisa de pesquisa para saber o que pensa o povo, com ou sem carro próprio, do trânsito estressante da cidade e da autoilusão de que abrir estradas melhorará a situação... basta conversar com o vizinho, com o colega no local de trabalho, na escola, na universidade, nas paradas de ônibus.
Como que político de primeira viagem, o tucano caiu na armadilha do governo a ponto de deixá-los com o confortável discurso de que "ele não faz e não quer deixar o governo do estado fazer".
Discurso fácil justamente na boca do governo de Roseana Sarney que não faz... não  faz os prometidos 72 hospitais; não faz a prometida ponte do quarto centenário; não faz a liberação dos recursos deixados pelo governo Jackson Lago para as obras que desafogariam o trânsito da capital.
Discurso fácil justamente no governo de Roseana Sarney que não deixa fazer... não deixa fazer o Hospital de Emergência de São Luís; não deixa fazer a extensão da avenida Litorânea; não deixa fazer o novo anel viário da cidade. 
O embate foi tão favorável à oligarquia  que ela se aproveitou da onda e botou para surfar nela o balão de ensaio da candidatura do secretário de infraestrutura Max Barros (ex-PFL, atual DEM, quase PSD de Kassab, agora flertando com PMDB para ter o PT...)
No estilo mandonista da política do "eu posso, eu quero, eu mando", Roseana Sarney atropelou as licenças ambientais da Prefeitura, a análise do Ministério Público sobre o EIA/RIMA (Estudo de Impacto Ambiental), a Blitz Urbana da Prefeitura. Só faltou repetir o rei francês Luís XIV e dizer: no Maranhão, "o Estado sou eu"!
Da política conciliatória em 2010 à falta de embate político com a governadora Sarney, João Castelo não passou de um tucano depenado nessa questão, ao tentar agir na mesma moeda e paralisar a obra de uma via às pressas mais para ligar os shoppings da família (do Tropical e Jaracaty ao shopping da Ilha, passando pelo shopping São Luís - todos com negócios da oligarquia), do que melhorar o trânsito da cidade. Presente para os 400 anos de São Luís? Só se for presente de Grego!
Para a população, ficou ainda a impressão de que, nessa briga, é o sujo falando do mal lavado.
Na expressão original, a frase é "perdeu, playboy, perdeu!"... significando que o malandro-bandido tomou o bem do playboizinho riquinho. Nada mais apropriado para a situação!
Mas nos 400 anos de São Luís, a oligarquia quer mesmo é tomar a cidade!

QUERO FALAR DE UMA COISA...
11 de agosto já está ficando mais conhecido como dia da televisão ou dia do advogado do que dia do estudante, pelo menos em São Luís.
Não porque estejam os estudantes desaparecendo, mas é que suas entidades representantivas estão cada vez mais longe da letra da canção de Milton Nascimento, Coração de Estudante: não renovam mais esperança, não cuidam mais do mundo, não são mais alegria e muito sonho. Pelo menos do que vemos em UMES, Unipar, MEI, DCE/UFMA e eteceteras  das entidades estudantis da ilha.
O ato de comemoração do Dia do Estudante não passou de muito axé, rebolacion e um mata-aula. Sem contestação, sem rebeldia, sem indignação contra o governo do Estado e sua política educacional ou contra a prefeitura e sua política de transportes.
Por conta das verbas das carteirinhas estudantis, o M.E, como é chamado o movimento estudantil, deixou de ser escola de lideranças para ser escola de trombadinhas dos recursos públicos. Hay govierno e tiene monedero, estão dentro!


A VIDA COMO ELA É (I)
Abra diariamente o jornal O Estado do Maranhão, geralmente em suas páginas 8 e 9.
O que encontrará?
Geralmente de uma página e meia a duas páginas completas de comunicado do cartório de protestos. Em letras pequenas, são quase 600 protestos de dívidas não pagas.
Se tomar a atenção em ler os comunicados, constatarão que eles são em 80% de pequenas dívidas (de R$ 150,00 a R$ 400,00) não pagas junto à Lojas Gabryela.
É vida como ela é ao andar de baixo: capacidade de endividamento estrangulada, falta de emprego e comércio de varejo já sofrendo as consequências da estagnação econômica maranhense por falta de política governamental. Só não está pior por que o bolsa Família segura.
Essa situação sequer é fruto da crise econômica mundial. Essa, para constatá-la, não precisar ler os comunicados de protestos nas páginas do jornal, basta conferir a quantidade de navios ao longo da praia... de superior a 30, já minguam para menos de 20...


A VIDA COMO ELA É (II)
Agora, abra as páginas policiais dos principais jornais da cidade. Lá, a cidade que só o "Monstro Souza" de Bruno Azevedo tem noção.
Wellington Rabello, da equipe do Jornal Pequeno, sintetizou eficientemente os dados:
- o mês de julho de 2011 terminou  com 68 mortes, entre homicídios e latrocínios (roubo seguido de morte). Já é o mês mais violento do ano. Superou em 29 mortes o mesmo período no ano passado;
- Cidade Olímpica, Bairro de Fátima e Pirâmide estão entre os bairros mais violentos;
- Dos 68 assassinatos, 46 foram com uso de arma de fogo, 16 com arma branca (faca, geralmente) e 06 com outros meios (tipo espacamento, uso de madeira ou pedra, estangulamento).
No dia-a-dia da periferia, a falta de segurança, o tráfico de drogas, o assalto, a violência. Não há a quem pedir socorro. Novamente, é o andar de baixo que mais sofre com a falta de política de segurança pública.
É como diz a música de Chico Sciense:
"A cidade não pára
A cidade só cresce
O de cima sobre
E o de baixo desce"


PSOL DAS BASES
O maior símbolo da nova diretoria do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) em São Luís é o seu presidente: Jean Gaspar.
Ele veio do movimento de luta pelos direitos da criança e adolescente (foi "menor de rua", antes do ECA popularizar a expressão meninos e meninas), quando se dedicava a publicar o jornalzinho "A pulga".
No movimento popular, dedica sua militância comunitária ao bairro da Vila Embratel. Como Agente Comunitário de Saúde, labuta pelo direito à saúde na ilha.
Lembrada só quando os partidos buscam os votos nos tempos de eleição, a área Itaqui Bacanga tem em Jean o único presidente de partido que mora na região.
É o PSOL repetindo as boas práticas do velho PT, onde só nele um trabalhador, líder de bairro da periferia, consegue ser presidente.


Em tempo: Jean Gaspar é também fundador nacional do PSOL, saiu do PT para fundar o novo partido para manter acesa a chama do sonho e da esperança sepultada pelo pragmatismo lulista.


O SONHO NÃO ACABOU
Aconteceu em Timon a primeira reunião da frente das oposições.
Reuniu PSDB de Carlos Brandão e Gardeninha Castelo, PSB de Marcelo e José Reinaldo Tavares,  PT de Domingos Dutra e Bira do Pindaré,  PCdoB de Flávio Dino e Rubens Pereira Júnior, PPS de Elizeane Gama e Pastor Porto, o PDT de Weverton Rocha e Deoclides Macedo. 
Na pajelança organizada pela família Leitoa (o pai, Chico, e o filho, Luciano), também presente as famílias Coutinho (Humberto, prefeito de Caxias, marido, e Cleide, deputada, esposa) e Pereira (Rubens pai e Suely, mãe, prefeita de Matões).
No sonho de recriar a Frente de Libertação do Maranhão, resta saber se a primeira pajelança conseguiu iniciar os curativos da feridas de 2010 e superar as desconfianças mútuas entre seus articuladores.
As ausências notadas de Ribamar Alves e Roberto Rocha (ambos da outra banda do PSB) e de Igor Lago (do PDT) parecem indicar que não...


CRESCENDO COMO RABO DE CAVALO
A UFMA no topo: lidera o ranking dos universitários que não leem livros.
Entre as instituições federais de ensino superior, a UFMA tem o maior percentual de estudantes que não leem sequer um livro por ano - 23,24%.
Em média, o universitário brasileiro lê de uma a quatro obras no ano, informa a pesquisa da Andifes, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior.
Enquanto 23% dos estudantes gaúchos leem geralmente mais de 10 livros por ano, menos de 6% dos maranhenses  fazem o mesmo.
Além de liderar o ranking dos estudantes que não leem nada, a UFMA também lidera o índice dos estudantes que menos vão à biblioteca da instituição: 28,5% não a frequenta.


POUCAS E BOAS...
n Muitos por nada. Pelo número de pré-candidatos, o PT ludovicense caminha para uma prévia para escolher seu candidato a prefeito, se Roseana e João Alberto deixarem. Além de Bira do Pindaré e José Antonio Heluy, apresenta-se ainda o ex-secretário de Educação Anselmo Raposo. Aposta que também é bom nessa rinha o deputado Zé Carlos da Caixa. Ao que parece, quatro pretendentes para cargo algum. A movimentação no Palácio dos Leões é para retomar a aliança PMDB-PT, com o partido de Lula na vice.
n Sem vara. A decisão do Tribunal de Justiça do Maranhão em transferir as varas dos juizados especiais para o Fórum do Calhau enfrentará forte resistência. Articulação vai dos bairros onde juizados serão desinstalados a estudantes de Direito das faculdades onde os juizados servem como campo de estágio, passando por funcionários do judiciário. A grita será geral.


n Super Max. Roseana garante que unirá toda a sua base de sustentação em torno da candidatura de Max Barros à Prefeitura de São Luís. Toda a oligarquia junta com Max Barros e ... sem João Alberto ou Roberto Costa ou Tadeu Palácio - PMDB... sem Edilázio Júnior ou Victor Mendes - PV... sem Pedro Fernandes - PTB... sem Pereirinha ou Canindé - PSL... sem Cleber Verde - PRB... sem Waldir Maranhão - PP... sem Raimundo Cutrim - DEM... e sem  PT com candidatura própria... missão impossível: só vendo para crer.

ECOS DO TWITTER...
 Matheus Araujo
EUA foi pro Serasa, Grécia faliu e em Londres tem arrastão. Já que o Brasil não vira 1º mundo, o 1º mundo vira Brasil. 
 Chico Alencar 
Esta é a lógica perversa do Capital: sua autorreprodução e seus investimentos financeiros,mais valiosos q vidas humanas.
 ADITAL 
Frei Betto: ‘O mercado é um Deus que só os comentaristas econômicos sabem o celular dele’. Notícia completa em:
 FRANCISCO ARAUJO 
A marginal Roseana Sarney - MA 171 vai interligar os seguintes municípios: xopi Jaracati, xopi São Luís, xopi Ipase, xopi rio Anil.
 O Grande Niestévisky  by AyalaGurgel
Todo mundo é igual perante a lei, é perante o juiz que a coisa muda.

 Joel Jacintho 
EM CLIMA DE CARNAVAL 2012. FAVELA ABRE CONCURSO DE SAMBA ENREDO. TEMA: 'SÃO LUÍS, A MENINA DOS OLHOS DO MUNDO'

 A Branca! 
Atenção, hoje (11/8) é dia do estudante, não do aluno. Alunos há muitos no Maranhão, estudantes pouquíssimos.
 Dadá Coelho
Meuzamores,vou estrear um quadro no Fantástico sobre diversão c/ o povo brasileiro:"A Gente Ganha Pouco Mas se Diverte".
 Palmério Dória 
A seleção brasileira tem mania de grandeza. Só perde para os grandes.
 Por toda minha vida
"Você sabe que viveu um bom momento quando fica com um sorriso bobo no rosto ao lembrar-se deles."

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Poesia de Quinta - Número 137


Por Deíla Maia




A poesia de quinta de hoje é super especial. Foi retirada de um livro presenteado por um grande amigo (Gutemberg), que recentemente voltou da China e trouxe este preciosíssimo regalo para mim, contendo uma antologia com 100 poemas chineses antigos.
 
Como meu computador nem tecla em mandarim, pedi para ele traduzir um deles para mim (todos vêm em mandarim e inglês) e agora segue abaixo para vcs.
Dedico a Poesia de Quinta de hoje carinhosamente ao meu amigo e colega advogado Gutemberg (parabéns pelo nosso dia!!!) e sua namorada, a minha também já querida amiga Weiwei, que o ajudou a escolher o livro para mim.
Esse poema foi escrito na era Zhìdé (至德), no ano de 757, um período de guerra na China. Eu gostei porque a poesia fala que às vezes passamos por períodos difíceis (crises, guerras etc.), mas depois sempre vem a primavera, para fazer renascer a esperança dentro de cada um de nós.

Beijos.

Deíla



春望

國破山河在,
城春草木深。
感時花濺淚,
恨別鳥驚心。
烽火連三月,
家書抵萬金。
白頭搔更短,
渾慾不勝簪。

A View of Spring
(Tang Dyn). Du Fu

The nation is broken, the landscapes sadden the eye,
The city in spring is grown with grasses thick and deep.
The blossoms of birds give me a start to think of my family.
For three long months the battle flames not a moment cease,
A letter home costs ten thousand coins of gold so dear.
The more I scratch, the thinner grows the white hair.
Which can scarcely afford a place to fix a pinning piece.

Uma Visão da Primavera

A nação está quebrada, as paisagens entristecem os olhos,
A cidade­ na primavera é cultivada com gramíneas grossas e profundas.
As flores dos pássaros me dão um começo para pensar na minha família.
Por três longos meses as chamas da batalha não cessam por um momento,
Uma carta para casa custa dez mil moedas de ouro tão precioso.
Quanto mais eu coço, mais fino cresce o cabelo branco.
Que quase já não é mais o suficiente para ser preso para trás.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

PSOL São Luís tem nova direção

Jean Gaspar, novo presidente do PSOL/São Luís:
"Estamos colocando à disposição dos movimentos sociais
uma alternativa para aqueles que ainda acreditam que é possível
fazer política de forma diferente
"

O Diretório Municipal do PSOL em São Luís tem nova direção. Ela foi aclamada por unanimidade em participativa plenária dos militantes do partido na noite da última terça-feira (10/8), no auditório do Sindicato dos Bancários.

O militante do movimento popular da área Itaqui Bacanga, oriundo do movimento de defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes, Jean Gaspar, foi eleito o presidente municipal do Partido Socialismo e Liberdade na capital maranhense.

"O PSOL de São Luís orgulha-se de ter um fundador nacional do partido em sua presidência. Reorganizado o partido na ilha rebelde, vamos às lutas e às ruas defender nossa cidade. Vamos abrir o caminho para um projeto de esquerda coerente e que não será linha auxiliar de nenhum projeto conservador", comemorou a formação da Comissão Municipal de São Luís o vice-presidente estadual do PSOL, Haroldo Saboia.

"Estamos colocando à disposição dos movimentos sociais uma alternativa para aqueles que ainda acreditam que é possível fazer política de forma diferente", discursou Jean Gaspar. Junto com ele, foi eleita a direção municipal do partido, que será composta por mais oito membros.

Entre eles, o ex-vereador Luiz Saboia e sindicalista urbanitário, vice-presidente municipal; o jornalista e professor Franklin Douglas, secretário-geral; o advogado e ex-secretário adjunto de Minas e Energia, Lamartine Serra, tesoureiro; a advogada Mari Silva Maia, secretária de organização; a universitária de Serviço Social da UFMA Aline Maria, secretária de Direitos Humanos; a servidora pública Vicemir Fontenelle, secretária de formação; o estudante de Comunicação da UFMA Neuton César, secretário de Comunicação e o acadêmico de Enfermagem da UFMA Clístenes Mendonça, secretário de movimentos sociais.

A reunião do partido que elegeu a nova direção municipal foi concorrida. Participaram filiados de diversas áreas de atuação, a exemplo do movimento sindical bancário, com Enock Bezerra e Claudemir Oliveira - fundadores nacionais do partido; movimento sindical dos servidores municipais, com Denise Albuquerque; movimento sindicado movimento cultural, com Silvio Serra (Boi Pintado), Aru Sanfoneiro e Francisco Assis (músicos); militantes do movimento popular da área Itaqui-Bacanga, Sacavém, São Raimundo; militantes do movimento estudantil da UFMA e de juventude, comerciários e diversos profissionais liberais.

Haroldo  Saboia: Vamos abrir o caminho para um projeto de esquerda coerente
e que não será linha auxiliar de nenhum projeto conservador


A partir de sua reorganização na cidade, o PSOL em São Luís iniciará uma série de atividades de mobilização de vários setores sociais, participação nas lutas sociais e organização de sua tática eleitoral na capital para as eleições de 2012.

Palestra com o deputado federal Chico Alencar (PSOL/RJ), na terceira semana de agosto, será a próxima atividade do partido, em ato de posse da nova direção municipal.

Bancário: profissão perigo


Franklin Douglas

 BANCÁRIO: PROFISSÃO PERIGO
Assédio moral, salário baixo, xingamento de clientes irritados em enormes filas, doenças ocupacionais, vítima primeira de assaltos a agências bancárias... A profissão de bancário é cada vez mais um risco de vida para quem opta por ela.
Até fins dos anos 1980, ser bancário, sobretudo de banco público, era uma posição de prestígio social. Sinônimo de inteligência, dada a necessária aprovação por concurso público (com exímio domínio do português, da matemática, da contabilidade básica) e de relativa estabilidade financeira. Era a meta primeira de jovens universitários que, às vezes, até abandonavam seus cursos para dedicação exclusiva à carreira bancária.
Ser filho de bancário no interior do estado era caminho garantido para os estudos secundários (hoje Ensino Médio) na capital a fim de prestar o vestibular. Na cidade, era ter a possibilidade de estudar em boa escola, fazer um bom curso de inglês e variadas possibilidades de lazer.
Hoje, a realidade é outra!
A vida bancária é uma vida de instabilidade financeira. O piso salarial beira os R$ 1.300 para os que trabalham em bancos privados, e R$ 1.600 para os de bancos públicos. Na conta certinha do fim do mês, mal sobra para o lazer.
A pressão do dia a dia é de enlouquecer. Clientes irritados com as longas filas raciocinam em último caso que a culpa é do sistema financeiro perverso. O alvo é o bancário. Sequer sabem que a falta de contratação de pessoal (menos bancários, mais filas!!) é uma das explicações dos lucros bilionários dos banqueiros, afora a política de juros exorbitantes do governo federal. Mas são lucros bilionários mesmo! No ano passado, o Itaú lucrou 13 bilhões de reais; o Banco do Brasil, 11 bilhões; o Bradesco, 10 bi. Só nos primeiros três meses deste ano de 2011, os bancos Itaú, Bradesco e Santander já ultrapassaram a casa dos 14 bilhões em lucro.
Esses mesmos bancos privados de lucros bilionários usam até a exaustão a força de trabalho do jovem bancário. Após 10, 15 anos de contratação, quando começam a aparecer as doenças ocupacionais, demite-se o “velho” bancário. Outros jovens são contratados, com piso salarial inicial, evidente (menos direitos, mais lucros!).
A Lesão por Esforço Repetitivo, a LER, tem no bancário seu profissional dos preferidos. Certa vez, recordo de uma bancária que, aos prantos, confessou-me que sua maior dor era não poder pentear o próprio cabelo, por conta da tendinite nos ombros adquirida por longos anos de digitação repetitiva como caixa do banco. Imagine você, cara leitora, caro leitor, a dor de uma mulher que não pode arrumar-se, passar um batom... Ante esse sofrimento, ela ainda tinha que lutar pelo direito de se aposentar por invalidez.
Quando não estão lesionados em seu corpo, boa parte da categoria bancária está vilipendiada em seu psicológico. A pressão do banco é diária: além do atendimento ao cliente e das cobranças por metas, venda de serviços, os bancários têm que ser produtivos e provar que são competentes. No Banco do Brasil, até gerente está perdendo comissão de chefia por que mantém ação na justiça trabalhista reivindicando seus direitos. São 14 nessa situação. Esse chamado assédio moral atinge 66% dos empregados em instituições financeiras do Brasil. Isso quando não sofrem o trauma do assalto ao banco. Para se ter ideia, só no primeiro semestre de 2011 o número de assaltos a agências bancários no Maranhão já superou o total do ano de 2010 – 14 assaltos registrados.
A aposentadoria digna tampouco é garantia. Vejam os bancários do Banco da Amazônia (BASA) tendo que lutar pelo benefício definido pelo qual contribuíram a vida inteira. Ou os do antigo Banco do Estado (BEM), cujo benefício de aposentadoria fica longe do que recebiam quando na ativa...
É ou não uma profissão perigo?


Franklin Douglas, jornalista e professor, escreve para o Jornal Pequeno
aos domingos, quinzenalmente

Artigo publicado no Jornal Pequeno (edição 07/08/2011 - página 04).